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Inspiração ou Transpiração?

Vou abrir aqui um tópico pra levantar um debate que é tão antigo quanto a própria arte. Seria a boa arte mais o fruto de inspiração (o talento, o insight) ou de transpiração (o esforço, o perfeccionismo, o apuro técnico)?

E aí gente, o que vcs acham?
 
Acho que tem que ter uma boa parcela dos dois pra a arte ficar em um nivel razoavel, né? =P

Tecnica não é nada sem criatividade......e vice versa. De nada adianta ter boas ideias se não se tem como aplica-las.

Tenho a impressão que a inspiração é mais importante, por vir antes....acho que ninguem procura desenvolver técnicas artísticas sem antes ter uma pré-disposição pra isso....e o que seria essa pré-disposição senão a própria inspiração, vontade de criar algo?

Respondendo então à pergunta: boas parcelas dos dois são importantes, mas eu acho que a inspiração é levemente mais importante.....pois sem ela, a "transpiração", o apuro tecnico, que vem depois, dificilmente ocorre. :lily:
 
acho q não tem muito o que discutir sobre isso. as duas coisas andam juntas.
o resultado final depende das duas coisas.

a tecnica eh uma coisa q o artista pode correr atras, depende soh dele mesmo. inspiração ou ele tem, ou naum tem.

claro q existem metodologias e de criação, e normalmente são nesses processos de criação q surge a tal da inspiração.
 
Acho que um pouco de cada + muita força de vontade é oq diferencia uma pintura comum de uma obra de arte...
 
Não sei precisar o autor da frase no momento, mas é a seguinte: "Toda criação é 10% inspiração e 90% transpiração".

Eu teria de concordar, mas há limitações. A frase não quer dizer que qualquer pessoa que se esforce muito vá conseguir verdadeiras obras de arte simplesmente pela mecânica (embora a mecânica faça parte disso tudo). Acredito que tal afirmação se aplique àqueles que possuem algum talento (se a criação em questão for uma obra de arte), o que significa que as pessoas talentosas têm de se esforçar para realizar as obras que idealiza. Inspiração não basta, mas é fundamental.
 
Bom, eu concordo que ambas são importantes, mas sem dúvida podemos ver exemplos do que seria o resultado da ausência de uma das duas variáveis. A arte contemporânea, por exemplo, muito frequentemente, recai na falta de apuro técnico, e muitos pintores de meados do século XIX, retratistas subjulgados pela fotografia, recaiam na falta de inspiração com quadros previsíveis e repetitivos...

Creio que a inspiração é importante como ponto de partida, mas a técnica é o que diferencia o medíocre do virtuoso...

Inspiração qualquer um pode ter, e muitos tem (eu sei que nem todos), mas o domínio do instrumental é o que permite ao artista converter em matéria o que concebera em pensamento. Inspiração nasce com a gente (não acredito que cursos façam de bocós grandes criativos :mrgreen: ), técnica se desenvolve, e com muito esforço...
 
Eru disse:
A arte contemporânea, por exemplo, muito frequentemente, recai na falta de apuro técnico, e muitos pintores de meados do século XIX, retratistas subjulgados pela fotografia, recaiam na falta de inspiração com quadros previsíveis e repetitivos...

Inspiração qualquer um pode ter, e muitos tem

Eu não concordo nem um pouco.

Nesses dois pontos, observei justamente o contrário.

Artistas de meados e fim do século XIX com grande apuro técnico e pouca inspiração real.

E inspiração qualquer um tem? De que tipo de inspiração você fala?

A do tipo "bateu uma vontade de produzir algo bonito"? Porque esse sim qualquer um pode ter.

Agora aquele tipo de inspiração pra ter-se uma idéia visual marcante, esse sim eu acho meio difícil de se ver sempre por aí.
 
Fox disse:
Eru disse:
A arte contemporânea, por exemplo, muito frequentemente, recai na falta de apuro técnico, e muitos pintores de meados do século XIX, retratistas subjulgados pela fotografia, recaiam na falta de inspiração com quadros previsíveis e repetitivos...

Inspiração qualquer um pode ter, e muitos tem

Eu não concordo nem um pouco.

Nesses dois pontos, observei justamente o contrário.

Artistas de meados e fim do século XIX com grande apuro técnico e pouca inspiração real.

E inspiração qualquer um tem? De que tipo de inspiração você fala?

A do tipo "bateu uma vontade de produzir algo bonito"? Porque esse sim qualquer um pode ter.

Agora aquele tipo de inspiração pra ter-se uma idéia visual marcante, esse sim eu acho meio difícil de se ver sempre por aí.

Cara, presta mais atenção... :mrgreen:

Você, tentando negar, repetiu exatamente o mesmo que eu quando falou dos artistas de meados do século XIX... O termo falta de apuro técnico se referia a arte contemporânea, o primeiro sujeito da frase, que aliás era enorme e por isso talvez tenha te confundido... Foi mal, as vezes sou prolixo demais... ehehe

Eu sei que em fins do século XIX a arte encontrava-se em um paradigma. Recorrendo a W. Benjamin, vemos uma disputa cruel e covarde entre a imagem fotográfica e a pintura realista, outrora símbolo máximo da representação do real. O impressionismo é filho da fotografia. A pintura realista atinge nessa época um ponto de saturação, e descobre que a batalha está perdida contra os meios de reprodutibilidade técnica (cinema, foto, imprensa ). Os movimentos de vanguarda nascem da tentativa da arte se reinventar e se refuncionalizar. A pintura só voltaria a enveredar por essa área já nos anos 60, com a corrente ultra-realista, mas isso não vem ao caso...

Quando me referi ao quesito inspiração, sim, me referi a exatamente esse sentido. E digo o porque: Ao contrário da técnica, inspiração é um conceito tremendamente subjetivo. O que um pode achar um toque de gênio, o outro pode achar de uma cara de pau atroz... Um quadro naif pode parecer alentador para uns, e para outros uma bela picaretagem! E aí lembraram dos cânones da história da arte. Bom, quando nascemos determinados artistas já estavam tão impregnados de uma "aura" sacralizadora em torno de si e seus trabalhos que torna-se difícil dissociar seus nomes de competência. Quando digo que qualquer um pode ter inspiração, foi uma provocação mesmo...

Eu acho, por exemplo, que o Juan Miró era um picareta, mas alguns chamar-lhe-ão gênio. Outros dirão que do Picasso ninguém pode falar nada: E eu rebato com a seguinte prerrogativa: Será que conhecemos tudo o que ele produziu ou só a seleção dos melhores trabalhos. Sim, Picasso era um gênio, um indivíduo ímpar, mas mesmo ele deve ter tido lapsos criativos. E talvez para mim, esses lapsos não estejam materializados na mesma peça que pra você, entende? Inspiração é um termo muito subjetivo, depende de referenciais, gostos e achismos.

A técnica, pelo contrário, implica em apuro, treino e conhecimento dos materiais com os quais se trabalha...

Acho que expliquei... :wink:
 
Eru disse:
Eu sei que em fins do século XIX a arte encontrava-se em um paradigma. Recorrendo a W. Benjamin, vemos uma disputa cruel e covarde entre a imagem fotográfica e a pintura realista, outrora símbolo máximo da representação do real. O impressionismo é filho da fotografia. A pintura realista atinge nessa época um ponto de saturação, e descobre que a batalha está perdida contra os meios de reprodutibilidade técnica (cinema, foto, imprensa ).

Você definiu a falta de apuro técnico das pinturas desse período baseado nessa suposta disputa entre essas mídias e na quase estagnação desse paradigma?

Porque se sim, então não é o mesmo tipo de apuro técnico que eu disse no meu post.

A qualidade técnica das pinturas dessa fase me são até óbvias. Observando muito os detalhes dos quadros de vários artistas que observei, pude notar muito bem o trabalho exaustivo e profissional dedicado àquelas obras.

Era um paradigma bastante rebuscado e desenvolvidíssimo.

Minha única reserva com ele era justamente esse caminho que se pretendia a seguir. O do realismo cada vez maior.

Como apreciador de várias vertentes e estilos artísticos da pintura e desenho em geral, eu acabo enjoando fácil de realismo exacerbado. Não me oponho a um pouquinho de abstração e toque pessoal.

Mas deixando isso de lado, não vi onde repeti seu ponto.

Inspiração é um termo muito subjetivo, depende de referenciais, gostos e achismos.:

Mesmo assim, mantenho minha afirmação de que essa inspiração não é nem um pouco lugar comum.

Não importando se seja muito viajada e abstrata ou concreta e até tradicionalista, não lembro de muitas vezes alguém com quem eu tenha qualquer tipo de contato (dentro do ramo artístico mesmo), que tenha tido inspiração notável dentro de qualquer tipo de estilo conhecido.
 
Fox disse:
Eru disse:
Eu sei que em fins do século XIX a arte encontrava-se em um paradigma. Recorrendo a W. Benjamin, vemos uma disputa cruel e covarde entre a imagem fotográfica e a pintura realista, outrora símbolo máximo da representação do real. O impressionismo é filho da fotografia. A pintura realista atinge nessa época um ponto de saturação, e descobre que a batalha está perdida contra os meios de reprodutibilidade técnica (cinema, foto, imprensa ).

Você definiu a falta de apuro técnico das pinturas desse período baseado nessa suposta disputa entre essas mídias e na quase estagnação desse paradigma?


Não é falta de apuro técnico... É mediocridade criativa mesmo... Era a pintura tentando competir com a fotografia em um quesito no qual levava desvantagem dramática, a representação figurativa do real. E caindo na mesmisse... Volto a repetir, você nãio me contradisse... Falta de apuro técnico, alí, era em relação a arte contemporânea... E a falta de inspiração, aos pintores do século XIX...


Fox disse:
Inspiração é um termo muito subjetivo, depende de referenciais, gostos e achismos.:

Mesmo assim, mantenho minha afirmação de que essa inspiração não é nem um pouco lugar comum.

Não importando se seja muito viajada e abstrata ou concreta e até tradicionalista, não lembro de muitas vezes alguém com quem eu tenha qualquer tipo de contato (dentro do ramo artístico mesmo), que tenha tido inspiração notável dentro de qualquer tipo de estilo conhecido.

Sim, mas isso é fruto da sua opinião, da sua experiência pessoal e da sua interpretação acerca do que eles produziram... É uma questão delicada, mas inspiração é um termo subjetivo. O que pra muitos é um ato de genialidade, para outros pode parecer algo pueril...
 
Eru disse:
Falta de apuro técnico, alí, era em relação a arte contemporânea...

E a que você se refere quando fala de arte contemporânea?

E quero saber do essencial, os artistas e época especifíca, pra evitar mais "confusões".


Sim, mas isso é fruto da sua opinião, da sua experiência pessoal e da sua interpretação acerca do que eles produziram... É uma questão delicada, mas inspiração é um termo subjetivo. O que pra muitos é um ato de genialidade, para outros pode parecer algo pueril...

Isso foi baseado na minha memória, puramente falando.

Inspiração como sendo a grande abragências dessas tantas interpretações subjetivas do que ela é.

E tambem citando as simples idéias bem sacadas que qualquer um com olhos funcionais sabe reconhecer.
 
E a que você se refere quando fala de arte contemporânea?

E quero saber do essencial, os artistas e época especifíca, pra evitar mais "confusões".


Arte contemporânea, no meu entender, abrange tudo o que se produziu a partir do final dos anos 60 até hoje em termos de produção gráfica. Claro que não estou generalizando (até porque muitos artistas contemporâneos, no meu entender, não se enquadram estéticamente na definição atribuída a arte contemporânea, e muitos nem trabalham com pintura, mas com ilustração), mas muito do que se vê, no meu entender, é charlatanismo puro. Instalações de trapos (por favor, não me refiro a Lygia Clark ou Oiticica), casacos sensoriais com som estéreo, pinturas com bolinhas e barbantes que traduzem uma suposta angústia do eu interior e outras trambicagens... :-) Arte que tenta copiar referências do passado sem o valor ou a técnica empregados no original, releituras insossas, peças que parecem brincadeira de criança no maternal, você já deve ter visto muito disso por aí. Uma exposição de "arte do século XXI" que assisti no MNBA certa vez me deu raiva até...

Enfim, todas essas bodegas que vemos por aí tentando ser forçosamente revolucionárias demais mas na verdade soam como pretexto pra abdicar da técnica em nome de uma suposta genialidade inspiradora viajante se enquadram no meu julgo de arte contemporânea... Dá pra ver isso muito em alguns museus por aí... :mrgreen: Nomes, bom, não me dou ao trabalho de decorar nomes, mas um por exemplo que eu acho um tédio só é aquele Rogério Brito, que está fazendo sucesso nos EUA com uns bonequinhos estranhos e super-coloridos, um trabalho que copiou tudo do Liechenstein menos a originalidade, o talento e a beleza formal das peças, além de estilo e técnica... De artistas da vanguarda pós-moderna, contemporânea, pra falar a verdade, prefiro não gravar nomes... Não vale a pena.... :lol:


Isso foi baseado na minha memória, puramente falando.

Inspiração como sendo a grande abragências dessas tantas interpretações subjetivas do que ela é.

E tambem citando as simples idéias bem sacadas que qualquer um com olhos funcionais sabe reconhecer.


Sobre a questão da arte apreciada por todos, aí recaímos na questão do bom senso. Bem, é claro que pessoas com um gosto mais apurado e percepção mais desenvolvidas podem apreciar pontos em comum num dado trabalho, perceber e valorar determinadas decisões estéticas, estilísticas, etc. Mas aí é que está... A idéia de "bom" é perigosa por recair sempre no consenso (um grupo acha algo bom), e a não ser que a técnica flua como diferencial, pra valorar a obra, tudo acaba tendo no achismo o imperativo classificatório. Não, não estou depreciando a inspiração, acho importante pra cacete... A questão é como definir a pregnância da inspiração em um quadro da forma absolutizante como podemos fazer com a técnica, entende?
 

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