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Inocência (Visconde de Taunay)

Artanis Léralondë

Ano de vestibular dA
[size=medium]Inocência[/size]

Cirino não tinha um destino certo quando enveredou pela estrada que ligava a vila de Santana do Parnaíba aos campos de Camapuã, sul da província de Mato Grosso, fronteira de Goiás, Minas Gerais e São Paulo. Sua única certeza é que devia seguir “curando maleitas e feridas brabas”(p.22), em lugares esquecidos, no sertão. Era igualmente levado pelo desejo de conhecer terras novas, lugares perdidos nos mais diversos pontos do interior da província. Por isso, não hesitou em acompanhar o falante Sr. Pereira, que, seguindo o mesmo caminho, voltava para casa depois da frustrada tentativa de conseguir remédio para a filha doente. O encontro casual com Cirino lhe trouxe não apenas um parceiro de prosa, mas também o remédio que procurava.

Apesar da gravidade da doença, o Sr. Pereira demorou-se em conduzir o médico até o quarto da filha. Hospitaleiro, ofereceu a Cirino comida farta e pouso. Depois, com muita hesitação, dirigiu-se ao médico em sinal de alerta:

- Sr. Cirino, eu cá sou homem muito bom de gênio, muito amigo de todos, muito acomodado e que tenho o coração perto da boca, como vosmecê deve ter visto...

- Por certo, concordou o outro.

- Pois bem, mas... tenho um grande defeito; sou muito desconfiado. Vai o doutor entrar no interior da minha casa e... deve portar-se como... (p.35)

Martinho dos Santos Pereira vivia só, com a filha, no mais calado sertão. Guardava a jovem dos olhos dos viajantes, pois já havia dado sua palavra que Inocência seria mulher do tropeiro Manecão, que viajava negociando gado e cuidado dos papéis para o casamento. Era grande a responsabilidade de Pereira, já que, no seu entender, as mulheres eram frágeis, inconstantes e incapazes de seguir leis da razão. Para ele, todos os homens representavam um grande risco à sua doce e bela Nocência. Seus cuidados faziam-se ainda maiores porque Inocência era dotada de beleza incomum. Por isso, Pereira dividia com Tico, um anão mudo, a tarefa de guardar a filha. - Orgulhava-se o homúnculo de ser “uma espécie de cachorro de Nocência” (p.41).

Fonte



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Oi!:tchauzim:

Li esse livro e gostei, não sou fã de Romantismo, quero dizer esses Romantismo estilo José Alencar...Mas, de Inocência eu curti =)
Só o final que ñ me agradou. Porém, o fim é bem trágico, bem estilo da escola literária Romântica :grinlove:
Na boa, eu não entendo que morrer no final seja tão romântico assim? eu acho muito triste, isso sim!Cirino foi morto covardemente e Inocência deve ter morrido de tristeza, pq no final não relata bem o motivo de sua morte.Claro que morreu por não poder se casar com seu grande amor :amor: só que então não sei se cometeu suicídio ou se a "sezão" voltou e levou a sua vida. Fiquei triste no final, no entanto, como Inocência disse no livro as almas dos apaixonadas devem estar juntas com as estrelas :beijo2:

Ah eu não entendi pq a tradução do O Físico-Noah Gordon, pq na verdade teria que ser O médico, neh? Daí, lendo Inocência vi que antigamente O Físico era considerado o médico.Trecho do livro:

-Vosmecê, então, é doutor, não é? Físico,como chamavam os nossos do tempo de dantes.

Achei curioso, pq acho que O Químico seria mais apropriado, justamente, por mexer com os elementos químicos e tal...

Ah outra coisa curiosa do livro é de como tratavam as mulheres do Sertão, os pais escondiam as suas filhas! Com medo que elas desonrasse o nome da família. hummm achei de mais não sei :seila: até casamento arranjado era normal
Mostra como a palavra dita era questão de honra! Seu Pereira, pai de Inocência, nem cogitava q a sua filha deixasse o Manecão para casar com Cirino. Dado o acordo do casamento feito com Manecão, a palavra era uma promessa, uma dívida mesmo.

E o nome da guria Inocência, era chamada pelo pai de Nocência.
Já para mostrar como o pai não via nenhuma inocência em sua filha ou nas mulheres. Uns dos motivos de mantê-la escondida.
E as prostitutas da época, é aquelas que tinham os braços e pescoço desnudos :eek: Imagina isso num país tropical!

É uma leitura para ver como eram as coisas da época. Narra as andanças dos sertanejos pelo interior do Mato Grosso, como era difícil se deslocar para as regiões e as distâncias eram medidas em léguas.
Recomendo a leitura :lendo2:
 
Fiquei com vontade de ler esse desde que li um livro sobre literatura do Alfredo Bosi.
Ele não fala bem (nem mal) da história, mas mesmo assim despertou a minha curiosidade.

Acho que vou procura-lo em alguma biblioteca.

Também não gosto das coisas que o José de Alencar escreveu.

E que bom que você voltou a participar do Meia, Maniaca.
Seja bem-vinda de volta. :lily:
 
Amei esse livro OMG. Quase chorei na parte do leproso e no fim. Poxa, queria ter mudado o desfecho da história, mas penso que esse livro não teria marcado tanto não fosse esse toque de tragédia.

**Maniaca do Miojo** disse:
E o nome da guria Inocência, era chamada pelo pai de Nocência.
Já para mostrar como o pai não via nenhuma inocência em sua filha ou nas mulheres. Uns dos motivos de mantê-la escondida.
E as prostitutas da época, é aquelas que tinham os braços e pescoço desnudos :eek: Imagina isso num país tropical!

Pra você ver... :pipoca:
 
Obrigada Clara :hug:

A parte do leproso é triste, eu lembrei do filme do Che em que ele sabe realmente que lepra não pega e atravessou a nada um rio para passar o seu aniversário com as pessoas que tinham lepra.
 
**Maniaca do Miojo** disse:
Obrigada Clara :hug:

A parte do leproso é triste, eu lembrei do filme do Che em que ele sabe realmente que lepra não pega e atravessou a nada um rio para passar o seu aniversário com as pessoas que tinham lepra.

Sabe que eu pensei o mesmo na hora? (:
 

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