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Frenesi Polissilábico (Nick Hornby)

Anica

Usuário
Vi hoje na Gazeta que o livro do Hornby já foi lançado aqui no Brasil, ié. Sinopse:

O aclamado Nick Hornby está de volta e, dessa vez, convida os leitores a uma divertida conversa sobre as agruras e os prazeres da arte de ler. Autor de Alta fidelidade, Um grande garoto e Febre de bola - best-sellers que também brilharam nas telas de cinema -, ele revela, em Frenesi polissilábico - O diário de Nick Hornby: um leitor que perde as estribeiras, mas nunca perde a esperança, que é possível, sim, conciliar o prazer da leitura com a atribulada rotina do mundo moderno. O título reúne as críticas literárias de sua coluna mensal - "Stuff I've been reading" - publicadas na revista britânica The Believer, de setembro de 2003 a novembro de 2004.

O britânico elogia sem parecer condescendente e critica sem soar arrogante, e ainda destaca trechos de obras de autores clássicos e contemporâneos que mais chamaram a sua atenção, como Anton Chekhov e Charles Dickens. Neste divertido bate-papo com o leitor, Hornby comprova a sua paixão pelos livros e mostra porque, em sua vida, a leitura vence qualquer grande batalha.

Nunca li as críticas dele sobre livros, mas se ele falar de literatura como fala de música, tenho certeza que o livro será uma delícia.
 
Não sabia que ele escrevia criticas. Aliás, nem imaginava essa paixão toda por livros, imaginei ele como um cara apaixonado por música como o Cameron Crowe.
 
Alta fidelidade eu coloquei em minha lista e... uma montanha sobre a indicação. Nesse livro, por ironia, ele diz como lida com a aflição que isso dá. O cotidiano nos obriga a parar no meio de algo bem especial, que não deveria ser interrompido. O Slicer, hoje, veio 3 vezes me convidar para, segundo ele, adentrar ao mundo real, onde existe comidaaaaa.
 
Pips disse:
Não sabia que ele escrevia criticas. Aliás, nem imaginava essa paixão toda por livros, imaginei ele como um cara apaixonado por música como o Cameron Crowe.

ele pelo visto é todo cheio de paixões. tem o lance do futebol também (ele torce para o arsenal se eu não me engano). o que o torna ainda mais interessante :grinlove:

(BTW, fui fuçar na amazon e aparentemente esse livro é vendido lá fora em 3 partes, a primeira é essa, a segunda é "Housekeeping x The Dirt" e a terceira é "Shakespeare Wrote for Money". Achei o último título simplesmente genial.)
 
Saiu mais sobre o livro na Veja, resenha do Moacyr Scliar:

[align=justify]Oficcionista inglês Nick Hornby personifica o sonho de todo jovem escritor. Seus romances, a começar por Alta Fidelidade (1995), o tornaram imensamente popular. Ele foi adaptado para o cinema, recebeu prêmios e é cortejado para colaborar com revistas e jornais do mundo todo. Seu trabalho mais assíduo na imprensa, entretanto, acabou acontecendo numa publicação meio alternativa, a revista The Believer, editada por outro jovem prodígio das letras, o americano Dave Eggers. Hornby escreveu para a revista dezenas de artigos depois reunidos em três antologias. A primeira delas, Frenesi Polissilábico (Rocco; tradução de Antônio E. de Moura Filho; 263 páginas; 33 reais), acaba de ser lançada no Brasil e celebra o prazer da leitura – ao mesmo tempo em que lamenta, com o humor típico de Hornby, que tantos autores importantes resistam tanto em dar prazer a quem peleja por suas páginas.

Usualmente se espera que um resenhista seja o mais neutro possível – uma espécie de entidade impessoal. As resenhas de Hornby são exatamente o contrário. Os editores da The Believer lhe pediram que escolhesse os livros a comentar de acordo com suas preferências pessoais. Ele poderia também abordar as circunstâncias nas quais tinha escrito a resenha. A única limitação era esta: não falar mal de ninguém. Quando Hornby manifestou, às vezes em termos candentes, sua desaprovação a alguns livros, "rolou um quebra-pau básico". O impasse foi solucionado na medida em que "os valores da Believer me fizeram pensar melhor no que e por que eu lia". Hornby decidiu então escolher apenas livros que ele sabia que iriam lhe agradar.

Hornby é franco quanto a seus gostos. Não lhe interessam, por exemplo, os autores que se propõem a renovar a linguagem: "Interesso-me pelo que a língua pode fazer por mim e passo muitas horas por dia procurando garantir o máximo de simplicidade à minha prosa". Um populista? Sim, Hornby já foi acusado disso. Mas no caso do escritor inglês não é um populismo enganoso, interesseiro. Trata-se de afeto pela leitura e pelos leitores, um afeto genuíno, que o leva a constatar situações embaraçosas nem sempre mencionadas na crítica: "O tédio, sejamos francos, é um problema que muitos de nós associamos aos livros. E é por isso que muitas vezes escolhemos fazer qualquer coisa, menos ler". O prazer na leitura, diz Hornby, é fundamental.

Frenesi Polissilábico abrange 28 artigos. Os gêneros variam: prosa, poesia, quadrinhos, autoajuda. Cada texto é precedido de uma dupla lista: de um lado, os títulos comprados no mês; de outro, os títulos efetivamente lidos. Frequentemente, a segunda lista é bem menor que a primeira, e contém observações do tipo "Desisti" e "Abandonado". Às vezes Hornby compra tanto que chega a falar no "número ridículo" de livros adquiridos. E comenta: "Quando eu estiver discutindo com São Pedro nos portões do Paraíso, vou sugerir que ignore a coluna ‘Títulos lidos’ e se concentre na coluna ‘Títulos comprados’?".

De suas leituras, Hornby extrai conclusões muitas vezes pitorescas. Assim, acha Meus Dias de Escritor, do americano Tobias Wolff, "curto demais". Em seguida, adverte: "Ah, pessoal, dá um tempo! Isso é diferente de dizer que é longo demais. Longo demais significa que você não gostou. Curto demais quer dizer que você curtiu". Ele também observa que, quanto menos um escritor tem a dizer sobre um tema, mais obscuro ele será. Em meio aos comentários, Hornby fala de seu próprio cotidiano: sua vida como pai, como torcedor de futebol, como viajante. O resultado é um livro que informa, que faz pensar, emociona e, sobretudo, diverte.[/align]

Fonte: Veja (no site também está disponível um trecho do livro para "degustação" hehehe)
 
Sinceridade é tudo nesse mundo. Vou começar a fazer uma coluna que nem ele!

Se eu conhecesse um pouco mais os livros dele, além de Um Grande Garoto e Alta Fidelidade, escreveria um artigo sobre ele. Acho até que vou procurar esse novo. Uma boa!
 
ele é genial :lol:

4) Já reclamei nesta coluna sobre como todos querem estragar os roteiros dos clássicos. Tudo bem, eu deveria ter lido David Copperfield antes e mereço um castigo. Só que mesmo o mais arrogante dos críticos/editoras/sei lá o quê deve presumivelmente aceitar que todos nós precisamos, em algum momento, ler um livro pela primeira vez. Sei que a única coisa que as pessoas inteligentes fazem na vida é reler grandes obras de ficção, mas não será que mesmo James Wood e Harold Bloom leram antes de reler? (Talvez não. Talvez só tenham relido mesmo, e é isso que nos separa desses sujeitos. Parabéns a eles.) Bem, logo de cara, no primeiríssimo parágrafo de sua introdução da edição da Modern Library que possuo, o grande David Gates deixa escapar algumas informações importantes de como a narrativa se desenrola (e acho que tenho o direito de ler o primeiro parágrafo, só para pegar alguns detalhes biográficos e contextuais); tentei dar uma conferida nas versões cinematográficas na Amazon, e um crítico qualquer deixou escapar mais coisas em uma resenha de três linhas. Isso não teria acontecido se eu estivesse à caça de uma adaptação de algum livro do Grisham.

:rofl:
 
Comecei a ler (em ingrêis, 23 reais na cultura _o/) e estou adorando. Tem várias passagens ali com as quais eu me indentifico horrores e aí morro de rir (tipo o que ele disse sobre ler para se divertir, ou sobre não ficar fazendo releituras). É realmente ótimo, adoro a prosa desse cara. Comento mais assim que acabar :timido:
 
"...I just sort of lost my grip on the book. Also, someone gets shot dead at the end, and I wasn't altogether sure why. That's a sure sign that you haven't been paying the right kind of attention. It should always be clear why someone gets shot. If I ever shoot you, I promise you there will be a really good explanation, one you will grasp immediately, should you live."

:rofl:

o bacana do livro é isso, mesmo quando ele está falando de uma obra da qual nunca ouvi falar, ele comenta de um jeito muito legal. quando li esse trecho aí eu estava no busão lotado, comecei a rir e devo ter passado por doida, mas a risada era inevitável. :timido:
 
Meu post sobre o livro lá no Hellfire:

Então que no mês passado chegou nas livrarias o Frenesi Polissilábico do Nick Hornby. Eu fiquei bem curiosa, primeiro porque é o Nick Hornby (sei que só li quatro livros dele, mas adorei os quatro). Segundo porque o Moacyr Scliar escreveu uma resenha bem legal lá na Veja. Terceiro, porque li um dos capítulos e vi que lá estava o Hornby do jeito que eu gosto: como que conversando com você, falando das obras que leu e o que pensa delas.

De primeira você pensa que será uma coletâneas de resenhas, o que em teoria é. “Frenesi Polissilábico” é a reunião das colaborações de Hornby para um jornal meio alternativo, chamado The Believer. A questão é que você mal começa a ler e já se dá conta que a idéia vai além, porque ao falar sobre livros, Hornby acaba fazendo um belo livro sobre o que é ser leitor. E é aí que ele nos fisga, porque em vários momentos você acaba se reconhecendo no que ele está falando (seja no “sofrimento” ao se obrigar a ler determinados livros até o fim, ou seja o prazer da descoberta de uma obra, por exemplo).

Eu li a versão em inglês (The Complete Polysyllabic Spree, cuja capa ilustra esse post), então não sei bem como ficou a brasileira. Sei que a edição da Penguin além das críticas tem também alguns trechos das obras das quais os Hornby está falando (como por exemplo, Persépolis), o que obviamente serve para encher o leitor de vontade de conhecer algumas das obras que ele apresenta.

O bacana é que entre uma piração e outra (a parte do Hornby falando sobre ter que existir uma explicação clara para quando alguém leva um tiro é impagável) o autor deixa clara sua posição sobre a função da leitura: dar prazer. Por isso ele não se envergonha de abandonar livros e mais ainda, insiste na ideia de que nem sempre um grande clássico foi feito para você e que não há nada de errado em dizer que gosta mais de um determinado livro do que nomes como Dostoiévski ou Voltaire.

É realmente muito divertido, perfeito para quem gosta de ler. É quase como se você estivesse em uma mesa de bar falando com seus amigos sobre os últimos livros que leram e compraram. Aparentemente é uma trilogia, não sei se chegaremos a ter tradução dos outros dois livros aqui no Brasil. O meu parece ter o conteúdo de dois: Polyssyllabic Spree e Housekeeping vs. Dirt (se bem que estava dando uma olhada no índice do segundo e parecem os dois últimos meses na minha edição). A última tem um título genial, chama-se Shakespeare Wrote for Money, com as colunas de agosto de 2006 até setembro de 2008.

A única parte chata é que tenho aí uns 9 livros que acabaram de chegar, e já estou morrendo de vontade de comprar alguns dos quais ele falou. Haja dimdim, ahn?
 
Tenho q admitir que eu tenho um certo receio/preconceito com esse livro. Se por um lado eu acho que o Hornby escreve muito bem e faz qq coisa parecer interessante (vide alguns capitulos sobre jogos de futebol universitário do Febre de Bola) eu simplesmente leio muito pouco ainda pra ler um livro sobre críticas de livros. Acho que não vou me ver nas situações q ele cria e comenta na crítica(coisa q acaba acontecendo comigo nos outros livros dele) justamente por ter um hábito ainda muito limitado de ler.
 
Bom é o tiípico livro feito pr aum "consumidor certo", no caso: leitores.

Como sempre Hornby consegue! A grande lição do livro, se é que o livro quer dar alguma lição, é o que a Anica falou acima: ler tem que rimar com prazer. E seguindo Hornby isso fica muito mais fácil!
 
só de reler "If I ever shoot you, I promise you there will be a really good explanation, one you will grasp immediately, should you live." eu já fico com vontade de ler o livro de novo. acho que vou comprar o shakespeare wrote for money para poder ler as que não têm no meu livro.
 
Eu estou lendo o livro, e gostando. Mas a moral da história me incomoda: é tosca.

Por mais que o Hornby tenha talento para dizer isso de formas divertidas, é uma moral tosca. Substrato de pós-modernices, ele dá voz à uma lógica que não compreende, mas ainda assim a reforça.

[Citar.]

Ao contrário do que diz o autor, nem todos os livros são igualmente bons, muitos não valem a leitura, e ler é muito mais do que puro entretenimento. Esse ponto é o mais trágico no libelo dele: reduzir o significado da literatura à puro entretenimento é um golpe muito forte em toda uma forma de arte. É fornecer os argumentos para qualquer um que ache assistir televisão tão válido quanto ler um livro. E, ainda mais trágico, é nivelar a literatura por baixo.
 

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