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Fácil

mrmadeirense

Usuário
Fácil é imaginar o quão fácil a vida pode ser. Fechar os olhos e viajar, abri-los e encontrar a ancestral natureza radiando a nossa alma com a mais pura sinceridade.
- O que vês é o que eu sou!

Mas abrimos os olhos e deparamo-nos com uma população fustigada por defeitos, uma tribo morta por dentro, e que em cada inspiração mais morta fica. «Damo-nos conta que somos unicamente, ISTO!
Eu próprio acredito que o mal não está na dita sociedade, mas sim em mim, em ti, e em todos eles.
Todos os meus defeitos mergulham no mesmo tanque empestado, e ali, tornam-se maiores, mais intensos, e do pequeno tanque surge um mar de defeitos que forma o meu ser.
Doente crónico, cuja cronicidade alimenta-se das minhas palavras e pensamentos. Não sei se busco uma cura, não sei se a minha missão é transformar o revolto mar escuro em calmas águas. Sinto que preciso de voar para o alto duma montanha, longe de tudo e de todos.

O meu momento a sós chegou...

Quero caminhar descalço nos desertos caminhos, quero sentir a extrema natureza invadir o meu corpo e a consumir-me por dentro, quero depender de mim mesmo e descobrir os meus limites.
Simplesmente, quero apagar os meus defeitos para conseguir uma melhor sociedade.
Prometo que quando o fizer, sentir-me-ei livre. Vou saltar de pedra em pedra, e cheirar tudo o que me circunde. Vou abraçar as suaves brisas e correr ao ritmo dos fortes ventos, mergulharei em todas as águas que se cruzem no meu caminho. Gritarei bem alto e forte para o mundo, e pela primeira vez não terei uma resposta.
Sei que vou chorar todos os dias e que irei sorrir todas as horas. Vou falar bem alto, vou projectar um monólogo de sentimentos para os grandes e verdes vales, desertos. Vou contar-lhes toda a minha vida enquanto vivo as suas.
Vejo três abelhas, sugam todo o pólen que encontram, dão origem a novos seres enquanto o fazem. Usam as flores com toda a delicadeza e elegância necessária, e as resplandecentes flores estão felizes. Sou capaz de sentir como as pequenas abelhas lhes acariciam as pétalas, enquanto lhes consomem. Conseguem encontrar a plenitude sem sabê-lo.
Acho que agora, mais do que nunca, percebi que mudei, não sou o mesmo que era há cinco anos, mas também já deixei de ser o mesmo que começou a escrever.
Eu consigo aceitar a mudança, mas... quem mais está disposto a fazê-lo?
A criança que atira comida ao pássaro, que acaba na boca do pombo... O cão submisso que passeia ao lado do dono, o quase inexistente mosquito que passeia no meu braço enquanto escrevo. São momentos tão banais como cantar à chuva. Mas de tão banais rara a vez temos a oportunidade de vivê-los intensamente. Se tudo isto é uma banalidade, então quero, quero sentir a fusão dos quatro elementos ao mesmo tempo que os cheiro, oiço, vejo e retrato.
Peço muito, não peço?
Sim, mais um defeito, sou demasiado exigente!
 
Genial! Se tem uma coisa que eu admiro bastante, são as linhas onde o eu-lírico conversa e debate sobre essas questões mundanas, que por si só já são perturbadoras. Outro ponto legal é a evolução de idéias e pensamentos conforme vamos lendo, meio que se equiparando a algum tipo de libertação, ou renovação de pensamentos.

"«Damo-nos conta que somos unicamente, ISTO!"

Infelizmente somos isto sim, esse triste contexto desalinhado. Vivo um momento da minha vida muito próximo disso, onde tenho me distanciado de várias coisas, e também tenho a necessidade de me sentir vivo, de olhar as coisas em volta e se ater aos detalhes.
 

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