Litzhel disse:
Urd Sama disse:
Bom, alguns estudos dizem q estupradores na maioria das vezes saum pessoas dominadas psicologicamente, normalmente por alguma mulher próxima, tipo mãe, esposa, etc. Saum pessoas q naum tem um domínio sobre a propria vida e precisam estravasar essa raiva de alguma forma. Muitos fazem para "provar" p/ si mesmo q saum "homens".
Mas de certa forma a culpa tb é da sociedade em q vivemos q é extremamente machista, se alguém proximo faz uma coisa assim, a vitima sempre acaba sendo culpada, ou pq usava roupas provocantes, ou pq era apaixonada pela pessoa (como no caso q a Primula conta).
É por essas coisas, que eu também não consigo ficar com uma raiva mortal do estuprador, porque por trás disso tem muita coisa envolvida... o que me da raiva é todo o sistema, o que influi alguém a fazer isso, a sociedade como você mesma disse que também copera com os fatores se agravarem, em fim, toda a situaçao que gira ao redor de um estupro.
Não acho que necessariamente um estuprador tenha sido uma vítima no passado. Existem outros fatores, inclusive o 'gabar-se para os outros', mostrar que é garanhão para a turma. Isso existe em qualquer lugar, e não é raro as meninas ficarem suspirando pelo cara mais "cool", esperando ser escolhidas por ele, e judiando de quem ele já aproveitou. Que foi o caso que eu expus no primeiro post.
Há de se convir que muito dos casos estudados seriamente são americanos, e parece-me que os relatos são sempre de pessoas próximas (amigos, colegas da faculdade, primos, etc.), enquanto que no Brasil é "catar qualquer uma que apareça na frente". O quanto isso é resultado de traumas psicológicos, e o quanto isso é para satisfazer a imagem que Hollywood nos diz que é a imagem do sucesso?
Ainda tratando dos ianques, nesse ponto, estão um pouco na nossa frente. Como o próprio relato de Lis diz, ela teve onde procurar ajuda. Havia centros de apoio acessiveis para as vítimas, mesmo depois de muito tempo decorrido da violência. Mas não há nada para tratar a mulher aqui no Brasil, a não ser que ela dirija-se à uma delegacia. Ou seja, não existem muitos centros estudantis (colégios, faculdades, etc.) ou centro comunitários que ofereçam ajuda à vitimas de estupro.
E não é o primeiro ou segundo ano que é mais crítico. A vítima tem toda a vida dela para se destruir.
E quanto à proteção, creio que o esquema spray de certa forma transmite NOVAMENTE a responsabilidade de evitar esse tipo de coisa para a mulher/vítima. Isso pioraria a sensação dela de que podia ter feito alguma coisa para impedir.
Vamos pensar no caso de uma pessoa normal armada com um revólver. A não ser que você seja um policial, uma arma NUNCA está à mão para ser usada em caso de necessidade. Em um ataque/abordagem a vítima NUNCA consegue sacar da arma (spray de pimenta, taser, revolver, canivete, cacetete).
O ponto principal é a reação da comunidade para com as vítimas de estupro. A sensação de Lis de que foi abandonada, de que o problema é só dela... mas o problema é de todos, pois quem gostaria que sua mãe, irmã, namorada fosse estuprada?
Em relação à abuso contra homens. Sim, existe abuso contra homens também. E nem sempre de homens contra homens.
http://www.malesurvivor.org/
Nem sempre (para não dizer quase nunca!) é um homossexual quem ataca outro homem. O que temos em um ataque desse tipo é sempre a necessidade se "ser mais forte". Se estuprar a mulher não tem graça, porque ela já é fraca, o alvo torna-se outro homem.
Mesmo os casos de incesto relatados, vemos que o filho não culpa a mãe, diz que não foi estupro, mas incesto. Mas as marcas psicológicas permanecem por toda a vida, pois ao contrário de Edipo (vítima de seu destino), eles bem sabem que a mulher à sua frente é sua mãe. Como no caso de estupro, as marcas ficam por toda a vida.
Sim, muitos dos criminosos que fazem isso tem problemas emocionais e psicológicos. No entanto, nada disso justifica MATAR outra pessoa aos poucos.
Um caso muito próximo a mim retrata bem esse tipo de situação. A jovem em questão foi estuprada aos vinte anos. Chegando aos quarenta, acabou por perder o útero. Eu vejo isso como algo aterrador: ela inconscientemente estava minando seu próprio corpo, pois a profanação de si mesma a seus olhos a tornava imprópria para "casar e ter sua própria família". É como o hipocondríaco ao contrário: mesmo dizendo para si mesma que quer sarar, lá no fundo existe algo que faz ela destruir sua saúde física, que quer puni-la por ter sido maculada.
Antes de tratar os problemas psiquiatricos dos estupradores, acho que é imperativo que nos concentremos nos das vítimas. Elas podem ter sobrevivido ao primeiro assalto, mas as sementes de destruição estão dentro delas. E ouvimos muitos relatos dos sobreviventes, mas os que não resistiram à vergonha, ao medo, não deixaram relatos: deixam túmulos.