Finarfin disse:
Pois é... esse é o problema... o mundo Tolkeniano bate toalmente contra o livre arbítrio.... ou você acha que uma história repleta de destinos marcados combinam com o livre arbítrio??? eu acho que naum... pra mim esse negócio de livre arbítrio é por causa do cristianismo de Tolkien, mas se for analisar a obra, naum tem muito nexo.....
Eu também acho que é por causa da fé do Tolkien, por isso que ele quis tanto que fosse desse jeito. E será mesmo que havia os tais "destinos marcados"? Eu posso dizer que não havia.
Eru era Onisciente sim..... ele deu vida a música dos Ainur... música essa que teve inspiração em Eru... Eru era o único que conhecia todo o conteudo da música.. e esse conteudo é o destino...
Essa é uma das coisas que eu acho mais legais: a música
não era o destino. Ela era apenas uma música em que foram cantadas algumas coisas muito bonitas pelos Valar, e algumas nem tanto por Melkor e os que se aliaram a ele. Ela não determinou nada do que viria a acontecer: aquilo que ela era foi mostrado na tal Visão, e permaneceu em estágio de "pensamento" ou "imaginação" (Isso está no Comentário do Athrabeth). A Música é o "futuro" ou o "Destino" apenas e tão somente na medida em que os Ainur realmente colocavam em prática aquilo que havia cantado. Ela não determinou o que eles viriam a fazer e nem eles estavam presos a ela. Caso fosse assim, seria como se eles próprios, ao cantarem e entrarem em Eä, abdicassem da sua liberdade de escolha.
ele era onisciente.... além do que, os Ainur surgiram de seu pensamento, então ele ja sabia o que seria de cada um, sendo eles fruto de seu próprio pensamento..
Eles os imaginou e tornou reais, com pensamentos e habilidades próprias, individuais. Dentre essas capacidades estava a principal que era exatamente a liberdade de ação, que os tornava livres e imprevisíveis (a não ser pela dedução). OsAinur terem surgido do pensamento de Eru não pode significar que eram como "vontades programadas", mas nós sabemos que suas mentes eram livres para a investigação de Ilúvatar (isso está no Ósanwë-kenta).
Essas são as palavras de Eru para Melkor após este ter provacado a dissonância na música da crianção.... aí esta bem claro que se Melkor alterou a música, foi por vontade de Eru, e Melkor naum passava de seu instrumento para que as coisas existissem.... Essa dissonancia na música criou o mal no mundo, então Eru sabia o que Melkor iria fazer...
Eru não sabia, por exemplo, que os elfos morreriam em Arda, já que eles haviam sido feitos para viverem, corpo e espírito, para sempre. A "reencorporação" só foi determinada quando eles de fato morreram.
Quando Melkor altera a música, é dito que ele colocava ali os
"impulsos de sua própria imaginação". Os Ainur eram livres para cantar livremente, mas o
Tema que eles cantavam vinha de Eru (que o havia indicado inicialmente). Eles ornamentavam e cantavam sempre variações daquele tema. Mesmo quando Melkor tentou criar a dissonância, continuava tendo no tema de Ilúvatar a sua origem. Foi por essa razão que, ao tentar se tornar um rebelde, Melkor estava ainda assim colaborando com a grande criação, porque daquelas atitudes surgiriam coisas maravilhosas nunca imaginadas (porque derivavam do livre-arbítrio de criaturas independentes), e assim ele era um instrumento da criação de Eru.