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Notícias Diretora pede censura a livro sobre racismo em escola no Rio Grande do Sul

Bilbo Bolseiro

Bread and butter
A diretora de uma escola no Rio Grande do Sul pediu censura ao livro "O Avesso da Pele", de Jeferson Tenório, por considerá-lo "vulgar" e com "vocabulário de baixo nível".

Em um vídeo publicado nas redes sociais, a diretora Janaina Venzon julgou a obra inadequada para estudantes do Ensino Médio:

"Solicito ao Ministério da Educação buscar os 200 exemplares enviados para a escola. Prezamos pela educação dos nossos estudantes e não pela vulgaridade”, diz Janaina Venzon

O livro é uma crítica ao racismo no Brasil e venceu o Prêmio Jabuti de 2021, na categoria Romance Literário.

Responsável pela publicação do livro, a editora Companhia das Letras divulgou uma nota em suas redes:

"A retirada de exemplares de um livro, baseada em uma interpretação distorcida e descontextualizada de trechos isolados, é um ato que viola os princípios fundamentais da educação e da democracia, empobrece o debate cultural e mina a capacidade dos estudantes de desenvolverem pensamento crítico e reflexivo”, diz o comunicado.

Fonte: https://www.facebook.com/estantevirtual
 
Posso apostar dinheiro que essa mulher vota no Bolsonaro. Não seu por quê. É um palpite... :roll:

O livro é tosquinho; eu mesmo penei para conseguir terminá-lo, mas a "vulgaridade" está bem longe de ser um de seus problemas. Que mulher tacanha, pqp.
 
Não li a obra, mas, considerado que se trata de um livro muito premiado (Jabuti, aliás), acho, sei lá, meio zoado estamparem na manchete "livre sobre racismo", como se a obra se resumisse a isso...

De todo modo, sempre tem um conservador pra fazer auê nessas horas. Tempos atrás havia um deputado goiano aleatório fazendo o mesmo pelas plagas de cá.
 
O curioso é que provavelmente a escola inteira agora vai correr atrás do livro pra ler rs
 
De todo modo, sempre tem um conservador pra fazer auê nessas horas. Tempos atrás havia um deputado goiano aleatório fazendo o mesmo pelas plagas de cá.

Sim. Era um livro do Marçal Aquino.

A extrema-direita se cria nessas polêmicas. É o tipo de coisa que tem aquele DNA do "Escola Sem Partido". O discurso é bem aquele --> ditadura comunista querendo impor aos seus filhos esse tipo de imoralidade, afronta aos valores da família, etc.
 
tem uma fala dessa pamonha no gzh assim:

— Para a nossa surpresa, a escola realmente não solicitou o livro, a escola não fez o pedido. Eu acredito que deve ter dado algum problema — afirma a diretora, depois de conversa com funcionários da instituição e de verificar o sistema. Ela afirma que quando não há escolha da escola, o programa tem liberdade de mandar qualquer livro literário para a instituição.

a defesa da bonita é pior do que ela imagina, né. porque se a defesa é "a gente não solicitou nada e aí o governo mandou por conta", significa que tinha gente comendo bola e não solicitando livros que as crianças têm o direito a ter acesso.

pior: o governo que escolheu esse livro foi o biroleirer, né.

mas como nada é tão ruim que não possa piorar, o paraná gritou seis e mandou essa: o governo do ratinho jr. mandou retirar o livro de TODAS as escolas do paraná para "reavaliação". :wall:
 
Na boa, esse tipo de ordem nem é pra ser cumprida. Até tenho curiosidade de saber se, juridicamente, há base para um prefeito ou governador decidir, de ofício, pela remoção de livros em qualquer biblioteca de sua jurisdição. :think:
 
também não sei como funciona juridicamente - sei só que além da histeria típica dos biroleirers uma coisa que essa treta toda apontou é o relaxo com o qual o pessoal trata o plano nacional do livro didático. é um negócio que me emputece de várias formas, a começar que depois quando é hora do saeb é dedo no cu e gritaria que brasileiro não lê, olha os índices de analfabetismo, yadda yadda yadda. se não tem livro na biblioteca, professor trabalha com o q, eu me pergunto.

e aí voltando a esse caso da pamonha eu fico pensando quantas escolas estão deixando passar a oportunidade de pedir livros para os alunos, ou quantas escolas pedem livros para os alunos sem qualquer avaliação ou critério.

(e concordo também com quem falou que o tiro vai sair pela culatra, todo mundo sabe que adolescente quando ouve a palavra proibido os olhinhos brilham e é como se o livro piscasse LEIA LEIA LEIA. eu era mais nova que o tui quando li christiane f. e lembro exatamente como foi, a gente passando um exemplar do círculo do livro que um dos meus amigos conseguiu, todo mundo lendo, até quem sabidamente nem tinha muito gosto por leitura.)
 
(e concordo também com quem falou que o tiro vai sair pela culatra, todo mundo sabe que adolescente quando ouve a palavra proibido os olhinhos brilham e é como se o livro piscasse LEIA LEIA LEIA. eu era mais nova que o tui quando li christiane f. e lembro exatamente como foi, a gente passando um exemplar do círculo do livro que um dos meus amigos conseguiu, todo mundo lendo, até quem sabidamente nem tinha muito gosto por leitura.)

Segundo a Folha de S. Paulo, as vendas do livro do Tenório cresceram 400% em meio a essa polêmica.
 
vish. o delírio, ele não tem limite.

Políticos do Paraná chamam “Avesso da Pele” de lixo e falam em “obra satânica da esquerda”
★★★★★​

Romance sobre racismo estrutural está sendo recolhido de escolas pelo governo de Ratinho Jr.

Políticos conservadores do Paraná usaram os mais grosseiros adjetivos nos últimos dias para se referir ao premiado livro “O Avesso da Pele”, do romancista Jeferson Tenório. O livro, vencedor do Prêmio Jabuti, mais prestigiado da literatura brasileira, se transformou em alvo da direita no país na última semana depois de um vídeo feito por uma diretora de escola no Rio Grande do Sul. O governo do Paraná mandou os Núcleos Regionais de Educação recolherem o livro em todos os colégios estaduais, num claro ato de censura.


Incluído no Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) pelo Ministério da Educação, o livro foi recomendado para uso no Ensino Médio (alunos em geral de 15 a 17 anos) e enviado para as escolas para que os professores decidissem se queriam indicar a seus estudantes. A grita, porém, tem a ver com descrições de atos sexuais no livro.



Na Assembleia Legislativa, a primeira a falar sobre o assunto foi Cantora Mara Lima (PSD), que deu parabéns ao governo por retirar os livros das escolas. A cantora gospel chegou a dizer que o teor do livro poderia levar a casos de abuso sexual – estudos indicam, na verdade, que o abuso sexual ocorre com maior frequência com pessoas que não são informadas sobre fatos da sexualidade, e que se tornam vítimas justamente por não saberem do que deveriam se proteger em certas circunstâncias.

O comentário da deputada rendeu diversos apartes. Num deles, o deputado Ricardo Arruda (PL), missionário de uma igreja evangélica, afirmou que a inclusão de livros como “O Avesso da Pele” é uma “obra satânica da esquerda”. Não mudou de ideia nem mesmo quando informado de que o livro foi incluído no PNLD durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

Integrante da bancada da bala, Tito Barichello (União) disse que o livro tem “cunho pornográfico”. Em seguida, o líder do governo Ratinho na Assembleia, Hussein Bakri (PSD), disse que “não quer nem chegar perto do que está escrito no livro” e disse para os colegas ficarem tranquilos porque o livro já estava sendo recolhido.

Curiosamente, nem mesmo os deputados mais informados sobre educação e literatura rebateram os ataques ao livro de Tenório, tido como um dos textos mais importantes sobre racismo na literatura brasileira contemporânea. O único membro da oposição a se manifestar foi Arilson Chioratto (PT), que se resumiu a dizer que a inclusão no PNLD não se deu no governo Lula. Ou seja: tratou apenas de jogar a “culpa” para a direita.

Na sessão da Câmara de Curitiba nesta quarta (6), o vereador Ezequias Barros (PMB), pastor evangélico e membro da base de Rafael Greca (PSD), classificou o livro de Jeferson Tenório como “um lixo”.

Defesa da cultura​

Os ataques ao livro de Jeferson Tenório tem sido rebatidos por intelectuais de todo o país, que inclusive geraram um manifesto coletivo sobre o tema. O próprio autor também concedeu entrevistas e escreveu um texto para o Uol.

Tenório explica que o livro é sobre racismo estrutural, e não sobre sexo. E diz que as menções à sexualidade incomodam o ultraconservadorismo porque isso faz o leitor pensar sobre si mesmo – o que segundo ele pode ser doloroso.

A Companhia das Letras, editora que publica os livros de Tenório, se pronunciou publicamente contra a decisão da Secretaria de Educação do Paraná, afirmando que isso restringe a liberdade dos alunos e mina a autonomia dos professores.


 
Isso tudo aí, do jeito que está vindo, me cheira a cortina de fumaça. Não é possível que esse tanto de gente, de uma hora pra outra, resolveu implicar com um livrinho que já nem é novidade... 🤦‍♂️
 
eu já acho que viram aí uma fonte de video para a galera, criando problemas imaginários para dar a entender que estão lutando contra "o mal" e portanto fazendo o trabalho para o qual foram eleitos.

(tava batendo um dèjá vu enorme com essa treta toda e agora lembrei: em 2019 "desconvidaram" a luisa geisler de uma feira do livro por causa de "linguajar inadequado">> https://www.valinor.com.br/forum/to...uajar-inadequado-editora-cita-censura.158473/ )
 
Paranaenses devem estar exultantes de alegria em saber que seu suado dinheiro está bancando esse circo. Bom demais, ser brasileiro em 2024!
 
O grande assunto da semana segue sendo o caso de censura em torno da obra O avesso da pele (Companhia das Letras), de Jeferson Tenório. Após sofrer uma tentativa de censura no município de Santa Cruz do Sul (RS), o romance teve pedidos para ser retirado de escolas em mais três estados: Mato Grosso do Sul, Goiás e Paraná. Especialistas disseram ao g1 que a justificativa apresentada pelos governos "é falha, fraca e escorada no racismo, repetindo procedimento de censura típico dos anos da Ditadura Militar". Uma reportagem da Folha aponta que a obra teve, desde a última sexta-feira, um aumento de 400% nas vendas na Amazon após polêmica. (PUBLISHNEWS, 8 de março)
 

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