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Não estou informado sobre a conduta de Sérgio Moro no curso da Lava Jato (francamente, esse assunto não me interessa nem um pouco), mas independente disso, discordo dessa postura de Ciro Gomes de atacá-lo. Só discordo da crítica à coerência, @Calib. Insisto com vocês: incoerência é atacar e defender o mesmo ponto objetivo. O governo é uma merda e a condução de Lula foi arbitrária. O que isso tem de incoerente?

Também não vou dar uma de inocente achando que ele se posiciona dessa maneira com olhar exclusivamente jurídico. Como falei, discordo dessa postura dele, mas também entendo o objetivo político que está por trás. Eu acho que ele quer atrair a base eleitoral que elegeu o PT e não pretende renovar seu voto no partido nas próximas eleições, mas que ainda quer depositá-lo em projetos com inclinação à esquerda. É um bom projeto de campanha: trata-se de um eleitorado significativo. Criticar a ação de Moro (assim como criticar o impeachment) deve fazer parte dessa estratégia, porque é uma forma de se afirmar fora dos fanáticos anti-PTistas, ao mesmo tempo em que continua tecendo críticas muito graves ao governo.
 
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Eu tô só te provocando. XD
Só votaria no Ciro num possível 2º turno, e a depender de quem esteja do outro lado.
 
Infelizmente não é possível ler o artigo da Folha, mas eu li um do Estadão que ressalta alguns pontos relevantes: "a PF deveria ter observado os parâmetros normais e convocado Lula para depor em vex de leva-lo contra sua vontade". Essa é uma informação desencontrada que pode ter levado a essa declaração do ministro Marco Aurélia: Nas palavras de Lula, a PF chegou chegando e foi conduzido coercitivamente. Nas palavras da PF, Lula foi intimado na hora (vou reler o tópico pq acho que já explicaram aqui se a PF pode ou não fazer isso) e Lula recusou, chegando a dizer que só iria algemado. Ainda nas palavras da PF, Lula consultou seus advogados e a recomendação é que ele fosse depor sim, naquela exata hora. Será que a opinião do ministro seria diferente se ele soubesse desses detalhes? Talvez. Vale lembrar que o dia de sexta foi muito confuso para todos os envolvidos.

Outra coisa: como o mpf ressaltou, foram feitas mais 100 conduções coercitivas semelhantes, aprovadas pela Justiça. Então vai ver esse parâmetro não estava tão fora da normalidade, como o ministro deu a entender. Se estavam fora da normalidade, então a crítica deve ser feita a todos os outros 100 casos e aos responsáveis por suas autorizações legais. A justiça não pode sair lavando as mãos assim.
 
http://mobile.valor.com.br/brasil/4460002/esquerdopatia-oportunista-eleitoral


Esquerdopatia oportunista eleitoral
Por Antonio Delfim Netto
Quando vejo a dificuldade do governo em reconhecer os óbvios exageros da orientação política que imprimiu à economia, porque acredita que isso diminuiria o que supõe ser a sua autoridade, não posso deixar de lembrar a expiação pública de um honestíssimo cabeça dura que conhecia, "a priori", todas as respostas certas até para as perguntas erradas, o ilustre presidente Ernesto Geisel.

Em dolorosa mensagem televisiva aos brasileiros, em 1976, quando teve que anunciar, compungido, a necessidade absoluta de abrir áreas de exploração do petróleo a empresas privadas através de contratos de risco, confessou: "Entendo os que são contra, porque até agora eu também fui". Com a grandeza que todos continuam a reconhecer-lhe, pagou naquele instante, diante de toda a nação, o que talvez tenha sido o maior erro de toda a sua longa, reta e brilhante carreira de aluno de escola militar ao generalato e, depois, à Presidência da República.

Para entender o drama é preciso lembrar que a crise do petróleo nos fora antecipada por um grande amigo do Brasil, o então ministro de Finanças francês Giscard d'Estaing, que depois foi presidente da França. O presidente Médici convocou uma reunião de ministros para avaliar a informação e tomar a decisão que dela emergisse. Foi convidado também o então presidente da Petrobras, o general Ernesto Geisel. Depois de ouvir incomodado e com muito mau humor o que parecia ferir-lhe a "autoridade", sentenciou do alto de sua prepotência (reforçada pelo fato de que já sabia ter sido "escolhido" para suceder Médici): "Não devemos fazer nada. Quem aqui entende de petróleo sou eu".

Presidente, reconheça seus erros. Assuma o seu protagonismo

Fomos todos para casa esperar a crise! Em 1976, quando o futuro já era passado, reconheceu o erro. Se tivéssemos tomado a medida em 1973, ela provavelmente teria mitigado as dificuldades que se abateram sobre a economia brasileira. Quando a crise nos pegou de "surpresa", a produção de petróleo nacional cobria apenas 20% da nossa necessidade!

O reconhecimento de erro, quando resultado de medidas tomadas com honestidade de propósito, mas, infelizmente, com falsas premissas (a informação é sempre menos do que completa e a realidade sempre mais complexa do que parece), ou sugeridas pelo pensamento mágico construtor de sua própria "realidade", não é um ato de humilhação. É um ato de grandeza! Insistir no erro como parece sugerir o PT, por acreditar que as mesmas causas podem produzir efeitos diferentes, é apenas mais uma manifestação da sua miopia ideológica.

É hora de encarar os fatos: o sistema capitalista, com todas suas injustiças e misérias, foi o único que sobreviveu, até agora, à seleção histórica e "provou funcionar" no longo prazo, como mostram os países hoje desenvolvidos, sob o regime democrático. Ele revelou, desde a sua origem, uma trindade maléfica. Apesar de proporcionar o aumento da produtividade do trabalho compatível com a relativa liberdade individual, ele, por si mesmo, é incapaz de acabar com a pobreza, reduzir as desigualdades e estabilizar o emprego.

Trata-se, entretanto, de uma estrutura social e produtiva com imensa capacidade de adaptação. Só sobreviveu, porque a organização dos trabalhadores criou o sufrágio universal. Com ele controlou-se o poder que adquiriu o capital com sua separação do trabalho criada pelo reconhecimento da propriedade privada.

A superação dos seus inconvenientes, sem jogar fora a liberdade individual e a eficiência produtiva, exige um Estado forte, constitucionalmente limitado, capaz de regular os "mercados" (principalmente o financeiro) e garantir o livre funcionamento do sufrágio universal, impedindo o poder econômico de controlá-lo.

Na "urna", cada cidadão deve ter, efetivamente, apenas um voto. O seu amadurecimento, a sua educação e a sua experiência aperfeiçoarão o jogo continuado entre o "mercado" e a "urna", o que o aproximará da utópica sociedade civilizada que busca. Nela, a liberdade para realizar mais plenamente a sua humanidade, a relativa igualdade de oportunidade e a relativa eficiência econômica se compatibilizam. O "capitalismo" nem é eterno, nem é necessário. É apenas útil!

Estamos presos numa armadilha. Sem a perspectiva de equilíbrio fiscal num prazo de três a quatro anos, não haverá a confiança necessária para promover a volta dos investimentos, e com ele, o crescimento e o emprego. E sem a volta do crescimento e do emprego não haverá equilíbrio fiscal. Presidente, reconheça seus erros. Assuma o seu protagonismo. Leve ao Congresso, enquanto é tempo, as propostas de reformas constitucionais e infraconstitucionais que darão funcionalidade à economia brasileira e convoque, como fez na guerra ao Aedes aegypti, a sociedade para apoiá-las.

É hora de enfrentar a esquerdopatia eleitoral oportunista que esconde o corporativismo do PT. É ela que parasita o seu governo e se opõe às mudanças estruturais. Sem isso será impossível cooptar a oposição civilizada para ajudar a reconstruir o desenvolvimento econômico do Brasil.

Antonio Delfim Netto é professor emérito da FEA-USP, ex-ministro da Fazenda, Agricultura e Planejamento. Escreve às terças-feiras

E-mail: ideias.consult@uol.com.br
 
Gente, independente da ação do Moro ter sido ou não legal, devem admitir que a reação foi bem pior do que o imaginado. Ficou parecendo uma ação com viés política e que de alguma forma, vazou pra imprensa antes mesmo de noticiarem os advogados da defesa. A Globo estava em frente do apartamento do Lula antes da PF chegar. E o editor da Época postou no twitter, na madrugada antes da operação: "Quase duas da manhã. Poucas horas para um amanhecer que tem tudo para ser especial, cheio de paz e amor", e depois: "Vamos observar com atenção as próximas horas. Elas não serão fáceis. Notícias concretas assim que possível..." pareceu um circo midiático, foi a Globo tentando desenhar o evento com algo histórico, foi povinho indo pra Curitiba comemorar na sede da PF, e foi um tiro no pé. Não teve Curitiba, não teve algemas. Mas teve um efeito perigoso pra oposição: Uma esquerda que acordou. Deviam ter deixado o PT sangrando pouco a pouco e manter a esquerda dormindo em suas intermináveis brigas ideológicas, e só ir a Lula com um mandato de prisão em mãos. Na sexta-feira a noite, após um discurso inflamado do Lula, a esquerda já tinha esquecido suas diferenças, e unido quase que toda novamente pelo Lula, contra a tal perseguição a ele. Daqui pra frente, vai ter sindicato, MST, movimentos estudantis, tudo ao lado do 9 dedos, que está parecendo cheio de gás. Se o Moro não conseguir condená-lo a prisão, o máximo que vai conseguir é elegê-lo pra 2018, e desmoralizar a lava-jato.

Não que a Lava-Jato seja um erro. Mas sua condução é completamente parcial. Enquanto delegados questionam Lula de onde veio os vinhos que ele tem em casa, e como os comprou, deixam passar delações que citam Serra e Aécio, dois senadores da república, no escândalo pouco divulgado de Furnas. Enquanto questionam Lula dos contãiners cheios de presentes que ganhou enquanto era presidente, ignora delações que chamam o Aécio de "o mais chato na hora de receber a propina". Entendem? Isso tira sim o crédito da operação. Faz ela parecer meramente um jogo político. Por que tanto direcionamento em cima de um só político?

E saindo da lava-jato então, só piora. Porque na maioria dos casos, as pessoas que vejo criticando o Lula nas redes sociais se omitem com vários absurdos cometidos por outros políticos. Nada fazem a respeito do pior governador da história de SP, mas se aparece o Frodo do PT na TV, pronto, bora bater panela :lol: é difícil. Essa indignação seletiva irrita. Faz parecer que o problema não é a corrupção, é o Lula.

PS: E aqui entre nós, Lula não compraria vinho. Compraria Nega Fulô ou Anisio Santiago. :lol:
 
Não que a Lava-Jato seja um erro. Mas sua condução é completamente parcial. Enquanto delegados questionam Lula de onde veio os vinhos que ele tem em casa, e como os comprou, deixam passar delações que citam Serra e Aécio, dois senadores da república, no escândalo pouco divulgado de Furnas. Enquanto questionam Lula dos contãiners cheios de presentes que ganhou enquanto era presidente, ignora delações que chamam o Aécio de "o mais chato na hora de receber a propina". Entendem? Isso tira sim o crédito da operação. Faz ela parecer meramente um jogo político. Por que tanto direcionamento em cima de um só político?

Pessoas com foro privilegiado não são objeto da Lava-Jato. O promotor explicou muito bem na coletiva de sexta-feira. Se tivesse chegado algo da Dilma (como certamente chegou), eles encaminham direto para Brasília.
** Posts duplicados combinados **
Agora... Sério mesmo que o assunto mais relevante pra vocês é a forma como estão conduzindo a operação Lava-Jato? O que chama mais a atenção pra vocês são picuinhas de cunho processual, do que todo o teor material do que aconteceu nessas investigações? Porra... Estão parecendo torcedores de futebol mesmo, só que com Política.

O fato de o ex-presidente Lula ser um picareta do Triplex, Sítio e comandando os desvios da Petrobrás não estarrece nenhum dos petistas? Por que tenho a impressão de que vocês ficam torcendo pra não descobrirem mais nada sobre ele? Parece que ficam se lamuriando quando as investigações avançam, e ficamos mais próximos de por esses pilantras na cadeia.
 
Cara, um ex-presidente num triplex e andando de barco de 4mil reais não me choca não. E ele comandando os desvios, aí sim choca. Assim que vermos as provas e tals, claro.

O que me choca é a diferença de tratamento dado, principalmente pela mídia. Isso irrita de verdade. E já eu acho engraçado você achar que é normal a diferença de tratamento que partidos e políticos tem dentro das grandes emissoras, principalmente a Globo.

Mas então, se o Lula for feito ministro pela Dilma, acabaram as investigações?

@Felagund O THOR SALVOU O CARA, AVISA O PARTIDO! Valeu! Se der certo, vão te mandar um pão com mortadela. mas da Marba. :)
 
Então a Globo e o PSDB mandam na PF e no MPF? :think:

Na época da corrida eleitoral rolou um debate sobre quem investigou mais, o PT ou o PSDB. Lembro que os dados apresentados na época pareciam inequívocos.

corrupcao_1.jpg

Só que existe um dilema de causalidade aqui: A PF investigou mais o PT pq teve mais liberdade para agir ou pq tinha mais crime para investigar ou então pq os crimes deixaram mais provas do que os crimes do PSDB? Quem sabe todas as alternativas anteriores?

O problema atual é meio parecido. A Lava-jato dá ênfase para investigar o PT pq os envolvidos do partido deixaram rastros mais claros ou é pq estão protegendo o PSDB? Talvez um pouco dos dois, como foi no exemplo anterior.

Eu realmente não sei como funciona o processo de investigação, então não tenho lá muitas condições de opinar se as provas contra o PSDB são irrefutáveis, justificando, por exemplo, uma condução coercitiva do Serra ou do Aécio. Honestamente, que sejam presos tb, caguei. A questão é se existe exagero real contra o PT ou se o PT não soube roubar.
 
Mas então, se o Lula for feito ministro pela Dilma, acabaram as investigações?

Sim e não.


Ele vai sair das investigações da Lava-Jato na primeira instância, em Coritiba, mas vai passar para a instância do STF, em uma investigação que corre em sigilo. São nessas investigações que o Delcídio foi pego e está fazendo a delação. Lá a Presidanta é investigada. De qualquer forma, sairia sim das garras do Moro.
 
Última edição:
Não que a Lava-Jato seja um erro. Mas sua condução é completamente parcial. Enquanto delegados questionam Lula de onde veio os vinhos que ele tem em casa, e como os comprou, deixam passar delações que citam Serra e Aécio, dois senadores da república, no escândalo pouco divulgado de Furnas. Enquanto questionam Lula dos contãiners cheios de presentes que ganhou enquanto era presidente, ignora delações que chamam o Aécio de "o mais chato na hora de receber a propina". Entendem? Isso tira sim o crédito da operação. Faz ela parecer meramente um jogo político. Por que tanto direcionamento em cima de um só político?

Será que, estando a operação dentro dos procedimentos legais e não ferindo o estado de direito, não é mais prudente deixar ela ser concluída para emitir um julgamento sobre parcialidade? Naturalmente alguns serão delatados, investigados, interrogados, etc., antes que outros. Não sabemos quais os critérios (técnicos e operacionais) internos que levam a uma determinada ordem no andamento da operação, então me parece meio precipitado julgar que ela é parcial em função de produtos ainda preliminares.

Além disso, ainda tem toda a questão que o @Grimnir levantou acima: sabemos em que nível de factibilidade estão as citações de cada um dos investigados? É bastante simplista falar que se Y foi citado e X também, é parcialidade investigar e interrogar somente Y, sem levar em consideração como foram essas citações, se foram coerentes, se podem se ancorar em fatos investigáveis, etc.

Se eu acredito que a Lava-Jato é imparcial? Olha, difícil dizer. Eu espero que seja, há possibilidade de que não seja (sempre há, estamos falando de seres humanos)... mas acho beeeem temerário emitir julgamentos a esse respeito por enquanto.

Enfim, continuo tentando visualizar onde mesmo está a pessoalidade contra o Lula, quando outras 116 pessoas passaram pela mesma coisa (condução coercitiva) e ninguém se pronunciou. A culpa é da mídia (qual mídia? É um tanto hipócrita condenar a Globo por parcialidade e acreditar em Pragmatismo Político ou Brasil247, que são no mínimo tão parciais quanto) ? Ora, é evidente que conduzir o Lula pra investigar chama mais a atenção do que os peixes pequenos. O engraçado é que o bloco dos Indignados por Lula cai justamente nesse engodo midiático que tanto criticam, reproduzindo eles mesmos o vulto que a tal mídia deu ao fato. Vazaram informações para a Globo? É, e parece que vazou também para pessoas ligadas a movimentos que tentaram dificultar a operação. Além disso, já houve vazamentos bem mais graves. Mas eu não vi esse bloco fazer o mesmo barulho a esse respeito.
 

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