Fúria da cidade
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Imagem: Pexels/Reprodução
O Spotify anunciou nesta segunda-feira (23) que pretende demitir cerca de 600 funcionários, reduzindo em 6% o tamanho de sua equipe. Esta nova grande demissão se junta a muitas outras que vêm ocorrendo nas últimas semanas nas maiores empresas de tecnologia do mundo – as chamadas “Big Techs”.
De acordo com o site Layoffs.fyi, mais de 56 mil funcionários já foram demitidos de pelo menos 174 empresas de tecnologia. Até o momento, os maiores cortes de pessoal ocorreram na Amazon, com 18 mil demissões; Google, com 12 mil; Meta, com 11 mil, e Microsoft, com 10 mil.
As demissões vêm ocorrendo em empresas de diversos segmentos, como Booking (4,4 mil demissões), Philips (4 mil), Uber (3,7 mil), Airbnb (1,9 mil), entre muitas outras. Essas demissões em massa têm sido justificadas como uma necessidade das empresas de se tornarem mais “eficientes”, diante de um momento difícil para o setor.
A atual crise das Big Techs é um reflexo da pandemia da Covid. Em 2020, quando vários países adotaram medidas restritivas de distanciamento social para conter o vírus, as empresas de tecnologia viram nesse movimento uma oportunidade de crescimento.
Com mais gente estudando e trabalhando em casa, aumentava assim a dependência das pessoas pelo consumo de produtos e serviços de tecnologia. Isso fez com que as empresas contratassem e investissem significativamente em suas operações, apostando que os seus negócios continuariam a crescer mesmo após um cenário de pós-pandemia.
Porém, com a oferta da vacina e o retorno à normalidade, as pessoas voltaram a migrar do mundo virtual para o real, contrariando as projeções ambiciosas das empresas, guiadas por uma visão excessivamente otimista do futuro.
Além disso, com o aumento da inflação no último ano, o mercado de produtos eletrônicos foi fortemente impactado com a elevação da taxa de juros, o que vem afetando negativamente os balanços financeiros das empresas.
“Assumo total responsabilidade pelos movimentos que nos trouxeram até aqui hoje”, disse Daniel Ek, CEO do Spotify, em comunicado. Esta mesma “mea-culpa” tem sido repetida por vários outros CEOs, incluindo Mark Zuckerberg, durante o anúncio das demissões na Meta.
A última vez que uma crise com essa proporção afetou o setor de tecnologia foi no ano 2000, durante o estouro da bolha da internet. Na época, ocorria uma supervalorização das ações das empresas de tecnologia, motivada por uma especulação de forte crescimento no setor.
Porém, quando os investidores perceberam que as empresas não tinham previsão de gerar lucro no curto prazo, eles passaram a colocar os seus ativos à venda. O pânico generalizado desse fenômeno acabou gerando a quebradeira de centenas de empresas.
Apesar do alto nível de demissões, especialistas afirmam que este é um bom momento para procurar emprego. Segundo o noticiário CNBC, o desemprego nos EUA registrou uma taxa recorde de apenas 3,5%, e que a crise das Big Techs não reflete a realidade de outros setores.
O mesmo noticiário lembrou que a pandemia também gerou nos trabalhadores um forte desejo de procurar novas oportunidades de emprego, que ofereçam bons salários, maior flexibilidade, além de um melhor equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.
Crise das Big Techs: confira o balanço das demissões até agora
O Spotify anunciou nesta segunda-feira (23) que pretende demitir cerca de 600 funcionários, reduzindo em 6% o tamanho de sua equipe. Esta nova grande demissão se junta a muitas outras...
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