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Contos Budistas

[attachment=95]Alguns livros para crianças são especiais. Minha filha gosta muito do livro Contos Budistas, da editora Martins Fontes, uma coletânea de contos extraídos de várias culturas asiáticas, recontados por Sherab Chödzin e Alexandra Kohn, esplendidamente ilustrado por Marie Cameron.

Os contos ilustram vários aspectos do pensamento budista de forma lúdica, provocando a reflexão sobre conceitos como generosidade, compaixão, paciência e perseverança e discutindo os limites entre a vida terrena e o eterno, com leveza e humor.

Algumas estórias são breves. É o caso do conto Trabalho Inútil:

“Um velho monge e um jovem monge estavam andando por uma estrada quando chegaram a um rio que corria veloz. O rio não era nem muito largo nem muito fundo, e os dois estavam prestes a atravessá-lo quando uma bela jovem, que esperava na margem, aproximou-se deles. A moça estava vestida com muita elegância, abanava o leque e piscava muito, sorrindo com seus olhos muito grandes.

– Oh – ela disse -, a correnteza é tão forte, a água é tão fria, e a seda do meu quimono vai se estragar se eu o molhar. Será que vocês podem me carregar até o outro lado do rio?

E ela se insinuou sedutora para o lado do monge mais jovem.

O jovem monge não gostou do comportamento daquela moça mimada e despudorada. Achou que ela merecia uma lição. Além do mais, monges não deveriam se envolver com mulheres. Então, ele a ignorou e atravessou o rio. Mas o monge mais velho deu de ombros, ergueu a moça e a carregou nas costas até o outro lado do rio. Depois os dois monges continuaram caminhando pela estrada.

Embora andassem em silêncio, o monge mais novo estava furioso. Achava que o companheiro tinha cometido um erro ao ceder aos caprichos daquela moça mimada. E, pior ainda, ao tocá-la tinha desobedecido às regras dos monges. O jovem reclamava e vociferava mentalmente, enquanto eles caminhavam subindo montanhas e atravessando campos. Finalmente, ele não agüentou. Aos gritos, começou a repreender o companheiro por ter atravessado o rio carregando a moça. Estava fora de si, com o rosto vermelho de tanta raiva.

– Ora, ora – disse o velho monge. – Você ainda está carregando aquela mulher? Eu já a pus no chão há uma hora.

E, dando de ombros, continuou a caminhar.”
 
Atendendo a pedidos, mais uma estória do livro Contos Budistas, o conto Aonde Você Vai?:

“Os mestres Zen estimulam seus discípulos a superar uns aos outros em debates que desafiam a inteligência. Um discípulo faz perguntas até conseguir que o outro responda alguma tolice. Cada um tem muito cuidado ao responder até as perguntas mais simples, pois ninguém quer cair na armadilha de suas próprias palavras.

Havia dois templos Zen que ficavam muito próximos um do outro. Todas as manhãs cada um deles enviava um discípulo à feira comprar legumes. E os dois meninos sempre se encontravam no caminho.

– Aonde você vai? – certo dia um deles perguntou ao outro.

– Vou aonde meus pés estão me levando – respondeu o segundo.

Essa resposta deixou o primeiro menino perplexo. Não conseguia pensar em outra pergunta que pudesse confundir o segundo menino. Ao voltar da feira, ele contou ao mestre o que havia acontecido.

– Amanhã – disse o mestre -, faça-lhe a mesma pergunta. Ele dirá a mesma resposta, então você poderá confundi-lo dizendo: ‘Supondo que você não tivesse pés, aonde iria?’

Na manhã seguinte, o primeiro menino perguntou:

– Aonde você vai?

O segundo respondeu:

– Aonde o vento está soprando.

O primeiro menino atrapalhou-se de novo. Não soube o que dizer. Chegando em casa, falou com o mestre sobre essa segunda derrota.

– Amanhã, pergunte a ele aonde estaria indo se não houvesse vento – disse o mestre.

No dia seguinte, os meninos se encontraram mais uma vez.

– Aonde você vai? – perguntou o primeiro.

– Vou à feira comprar legumes – respondeu o segundo.”
 
Se bem que esse tá mais pra literatura infanto juvenil, né?
 
muito bonitinho! aliás, contos budistas são maravilhosos, falam sobre compaixão, auto-controle, lealdade... são super interessantes...
 
Eu sou fascinado pela cultura e os contos budista!:uhu:
eles tem mto compromisso com a lealdade e aprendizado,
por isso seus contos são tão instruidos nessa base!
Ehhhh pra laaa de interessante!!!!
 
O primeiro faz a gente perceber quantas moças carregamos em nossas costas pela vida afora. O segundo me faz pensar que nossos alunos são como o primeiro menino, tem bagagem mas não sabem usar.
Adorei os dois.
 

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