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*CONSENSOS REDUX* - Parte 5: ANOS 50

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Lord da Paz disse:
Eu achei Amarcord um filme meio lento e sufocante. É verdade. Mas é essa coisa... digamos... densidade que faz o filme ser foda.

Btw, eu costumo avaliar Fellini através de três filmes, todos naquele contexto de neo realismo e num mundo pestilento pós guerra. Amarcord e o retrato da infância do cara, Dolce Vita e seu relato fiel da decadência dos possuidores do sangue azul italiano, e Oito e Meio que fala simplesmente sobre de tudo um pouco. Até (veja só) sobre o ato de fazer cinema ligado ao ato masturbatório de viver.

O meu problema com o Fellini é que a sensibilidade dele é tão distante da minha que nós podiamos viver em planetas diferentes -- o planeta do Fellini sendo um planeta onde a balconista da padaria tem seios gigantes e um velho sentado no parque solta bolhas de sabão e os garotos se masturbam juntos num carro fazendo ele balançar e tudo parece um circo e tem uma estátua Jesus flutuando num helicoptero e etc. Aquela coisa bem Mussarella mesmo. Eu não acho isso engraçado ou nostalgico ou divertido ou alegre. Se o Fellini estivesse vivo hoje, ele ia achar o The Arcade Fire uma banda muito fria, etc.

Btw, eu não vi o QUASE NOVE inteiro, mas eu dúvido que ele chegue a quinze quilômetros de A NOITE AMERICANA.

Ah sim, compare as memórias da infância de Fellini nesse filme com as memórias da infância do Noah Baumbach em A LULA E A BALEIA (quando você assistir esse). Aí você vai entender em qual planeta fica localizada a minha sensibilidade.

Lord da Paz disse:
Eu não vi A Morte Num Beijo.

Existem coisas que não se encontra em locadoras daqui, etc. Não é minha culpa.

Acontece nas melhores famílias.

Tem uma cena no final do segundo ato em que o SPOILER descobre que a SPOILER é uma SPOILER SPOILER que leva o filme pra um nível SPOILER.

É tão foda. Entende?
 
Folco disse:
O meu problema com o Fellini é que a sensibilidade dele é tão distante da minha que nós podiamos viver em planetas diferentes -- o planeta do Fellini sendo um planeta onde a balconista da padaria tem seios gigantes e um velho sentado no parque solta bolhas de sabão e os garotos se masturbam juntos num carro fazendo ele balançar e tudo parece um circo e tem uma estátua Jesus flutuando num helicoptero e etc. Aquela coisa bem Mussarella mesmo. Eu não acho isso engraçado ou nostalgico ou divertido ou alegre. Se o Fellini estivesse vivo hoje, ele ia achar o The Arcade Fire uma banda muito fria, etc.

Convenhamos que isso tem um quê de pessoal. A minha concepção até o presente momento é que Fellini exercita a massa cinzenta de cada um, não é um cinema banal e foge do Senso Comum. Você vai ver que a balconista peituda tem um quê de sátira a abastança hipócrita daquela parcela da sociedade, que Jesus voando vai ser uma alegoria a Latrão e o todo poderoso Dulce, que as bolhas vão representar uma parcela que vive dentro delas e tudo o mais. Aquela coisa de liberte sua mente, escutando Eu vi Gnomos.

Daê você pega e vê tudo isso com um caráter ambíguo. Aquela dança é realmente uma dança? A fogueira tá queimando madeira? etc. Porque a mulher é ao mesmo tempo uma santa que senta no colo do Mr. Mussolini camisa preta e ao mesmo tempo é aquela figura de desejo? Porque a família apesar de ter sua habitual abastança tá morrendo aos poucos e só percebe isso com um velho decrépto subindo em cima de uma árvore? Saca? As bolhas entram nesse contexto.

Essa natureza onírica que mesmo assim me leva a caracterizar Fellini como um baita de um neo realista é fantástica, IMO. E eu não consigo não me lembrar de um Kafka da vida que faz isso com palavras como em O Processo. E no caso do Otto e Mezzo a coisa NÃO é uma ego-trip. Pelo contrário, aquilo fica na ambiguidade do Eu, tu, ele e torna a coisa com um caráter universal, já que o contexto italiano não difere de outros contextos.

Folco disse:
Btw, eu não vi o QUASE NOVE inteiro, mas eu dúvido que ele chegue a quinze quilômetros de A NOITE AMERICANA.

É, mas eu quiz comparar com Amarcord que é muito mais biografico e menos dúbio nesse sentido (eu, tu, ele) do que Oito e Meio. =p

Folco disse:
Ah sim, compare as memórias da infância de Fellini nesse filme com as memórias da infância do Noah Baumbach em A LULA E A BALEIA (quando você assistir esse). Aí você vai entender em qual planeta fica localizada a minha sensibilidade.

Ok.
 
a. Os Incompreendidos
b. Sétimo Selo
c. Noites de Cabíria
d. Vertigo
e. Batedor de Carteiras
f. Ensaio de um Crime
g. Mon Oncle
h. Crepúsculo dos Deuses
i. Juventude Transviada
j. Janela Indiscreta
 
Mithrellas disse:
a. Os Incompreendidos
b. Sétimo Selo
c. Noites de Cabíria
d. Vertigo
e. Batedor de Carteiras
f. Ensaio de um Crime
g. Mon Oncle
h. Crepúsculo dos Deuses
i. Juventude Transviada
j. Janela Indiscreta

torcida.jpg

"Muito bem, Jana! Valeu! Woo hoo! Etc! Peter Flag!"
 
Amo você também, Folco.

punch-drunk-love07.jpg




(btw, eu prefiro as memórias de infancia do tarkovsky que do fellini.)
 
Última edição:
Folco disse:
Sim.



Perdão, é que eu vi QUASE NOVE e AMERICAN NAITES na mesma frase e algum fuzil queimou aqui.
Uau.

Eu realmente tô com problemas.

Eu quiz realmente comparar Noite Americana com Oito e Meio e não com Amarcord, até porque não faz sentido comparar Noite Americana com Amarcord.

Enfim, um lapso.

Folco disse:

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