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Cite um trecho do livro que você está lendo! [Leia o 1º post]

Um livro pode ser mais perigoso que uma espada, nas mãos certas.

George R. R. Martin

Já que você mesmo citou o Terry ali pra cima, lembro de uma frase de um livro dele, não lembro qual, mais ou menos assim:

A pena é mais poderosa que a espada, se for uma pena muito afiada e uma espada bem pequena.
 
"Pois o que dá valor à viagem é o medo. Ele quebra em nós uma espécie de cenário interior. Não é mais possível trapacear - ocultar-se por trás do horário do escritório e do canteiro de obras (esses horários contra os quais protestamos tão alto e que nos defendem com tanta segurança do sentimento de estar só). Assim é que sempre tive vontade de escrever romances em que meus personagens diriam: "Que seria de mim sem meu horário do escritório?" ou, ainda: "Minha mulher morreu, mas, por sorte, tenho um monte de expedientes para redigir amanhã." A viagem nos tira este refúgio. Longe dos nossos, da nossa língua, arrancados de todos os nossos apoios, privados de nossas máscaras (não se conhece o preço da passagem de bonde e tudo é assim), estamos totalmente na superfície de nós mesmos."

Albert Camus, sobre os efeitos que uma viagem nos causa em O Avesso e o Direito
 
"O Dante não sei que gíria teve que batizou Públio Vírgilio Marão para lhe servir de cicerone nas regiões do inferno, do paraíso e do purgatório cristão, e teve tão boa fortuna que nem o queimou a Inquisição, nem o descompôs a Crusca, nem sequer o mutilaram os censores, nem o perseguiram delegados por abuso de liberdade de imprensa, nem o mandaram para os dignos pares... Não se tinham ainda descoberto as mangações liberais que se usam hoje: e as cartas que o povo tinha era a liberdade ganha e sustentada à ponta de espada, com muito coração e poucas palavras, muito patriotismo, poucas lei... e menos relatórios. Não havia em Florença nem gazeta para louvar as tolices dos ministros, nem ministros para pagar as tolices da gazeta.
O Dante foi proscrito e exilado, mas não se ficou a escrever, deu catanada que se regalou nos inimigos da liberdade da sua pátria.
Quem dera cá um batalhão de poetas como aquele!
Que fosse porém um triste vate de hoje escrever no século das luzes o que escrevia Dante no século das trevas! Os próprios filósofos gritavam: Que escândalo! Ateus professos clamavam contra a irreverência; gentes que não têm religião, nem a de Mafona, bradavam pela religião: entravam a pôr carapuças nas cabeças uns dos outros, caiam depois todos sobre o poeta, e, se o não pudessem enforcar, pelo menos declaravam-no republicano, que dizem eles que é uma injúria muito grande."

Almeida Garrett - Viagens na minha terra :)
 
"Foi uma grande vitória para a Dama. Superou as mais loucas esperanças de Elmo. Quando a poeira assentou, o expurgo tinha destruído praticamente todos os rebeldes engajados de Remo. Metamorfo permaneceu no meio da refrega, nos fornecendo apoio inestimável e se divertindo muito ao destruir coisas. Estava feliz como uma criança começando incêndios."

A Companhia Negra.
Glen Cook.

Não sei, gostei dessa parte "estava feliz como uma criança começando incêndios".
 
"com a morte, também o amor devia acabar. acto contínuo, o nosso coração devia esvaziar-se de qualquer sentimento que até ali nutrira pela pessoa que deixou de existir. pensamos, existe ainda, está dentro de nós, ilusão que criamos para que se torne todavia mais humilhante a perda e para que nos abata de uma vez por todas com piedade. e não é compreensível que assim aconteça. com a morte, tudo o que respeita a quem morreu devia ser erradicado, para que aos vivos o fardo não se torne desumano. esse é o limite, a desumanidade de se perder quem não se pode perder. foi como se me dissessem, senhor silva, vamos levar-lhe os braços e as pernas, vamos levar-lhe os olhos e perderá a voz, talvez lhe deixemos os pulmões, mas teremos de levar o coração, e lamentamos muito, mas não lhe será permitida qualquer felicidade de agora em diante."

A máquina de fazer espanhóis - Valter Hugo Mãe

É como a Anica disse(na resenha dO filho de mil homens): o autor escreve de forma que o seu texto pede para ser grifado, toda hora :)
 
"E agora, caro Deus, penso, caro Deus em quem não acredito, rezo para que acabe com isso, pois estou apavorado. Caro Deus, farejo ,meu medo com um odor tão distinto quanto ozônio no ar depois de um relâmpago. Sinto o medo de maneira tão palpável que ele tem uma cor, um vermelho adente, sinto terrivelmente nos ossos, que doem. Minha aflição é tão intensa que mal consigo me movimentar por esta avenida quente e por um momento não consigo me mexer, enquanto a espinha dorsal se curva em medo, como se um ferro em brasa ali encostasse. Oh, Deus, oh Deus, estou em agonia e medo, o que quer que eu tenha feito para atrair tudo isso peço que me livre, por favor, eu oro, livre-me do sofrimento. Livre-me. Oh, Deus, em quem não acredito, oh, Deus, permmita que eu me livre disso".

Acima de qualquer suspeita (Scott Turrow) - não possui trechos esplendorosos para se ficar pensando horas nas sábias palvras do autor, mas este trecho em especial, para mim, é o ponto alto. É possível sentir a angustia deste homem. Amo em particular essa expressão : Deus, em quem não acredito. :sacou:
 
"Não se limite a estar vivo, mas viva por um objetivo maior do que você. Seja útil para sua família, sua comunidade, seu país."

Não há dia fácil - Mark Owen
 
"Outro dia, ocorreu um episódio que me parece singularmente ilustrativo. Uma santa senhora deu pão a um mendigo. O sujeito apanhou o pão, e o olhou, esbugalhado, como se não entendesse a esmola. E ,súbito, deu-lhe uma ira, um ódio. Agrediu a senhora, deu-lhe uma surra de pão. A vítima pôs a boca no mundo. Com um rapa fulminante, o mendigo a derrubou: e, por cima da senhora, queria enfiar-lhe o pão pela goela abaixo."

Nelson Rodrigues - O Óbvio Ululante
 
"O pintor-criador é tão eloquente no insignificante como no sublime; o ínfimo nele já não é desprezível, pois através dele transparece imperceptivelmente o maravilhoso espírito do que foi criado, e o insignificante recebe uma expressão sublime, pois fluiu pelo purgatório da sua alma".

O retrato - Nikolai Gogol
 
19

Insensato edifica o que funda no vento;
desassisado escreve o que na areia escreve.
Mestres são tempo e estudo. Obreiro grave e lento,
meu sonoro metal caldeio em forma breve.

Como é breve a esperança e breve o desengano,
o dia em que amanheço, a noite em que me agito,
breve a concha do mar e reflete o oceano,
breve o teu beijo, amor, e contém o infinito.

Autor: Alberto Ramos. Não sei o livro. Achei na Antologia de Poetas Parnasianos que citei alhures... Poesia boa, de alta estirpe. O Massaud Moisés fala em "visão heroica do mundo", e o Péricles o compara ao Ricardo Reis. Não sei até que ponto a poesia dele mantêm esse nível: antologias são enganosas nisso... Mas que ele me parece ser de longe o mais bem preparado neoparnasiano, isso ele é, bastando observar que ele foi um dos primeiros a escrever em metro livro (que ele chamava de "prosa ritmada").

Pena que a poesia completa do cara custa 90 dilmas =(
 
(...)
- Esse dia nunca chegará - gritou Morgana - Pois aqui e agora eu lhe digo que você me usou e brincou comigo como um boneco pela ultima vez! Nunca mais! Nunca!


Minha parte preferida do livro! :clap:
 
"E ele dizia consigo mesmo que a questão fundamental não era: sabiam ou não sabiam? Mas: alguém é inocente apenas por não saber? um imbecil sentado no trono estaria isento de toda a responsabilidade pelo simples fato de ser imbecil?"
A insustentável leveza do ser

me lembrou um fato da história recente do país...
 
Go, go, go, said the bird: human kind
Cannot bear very much reality.

(T. S. Eliot, Four Quartets)

Quando li T. S. Eliot pela primeira vez, eu estava lendo também o Ulysses (uns 3 anos atrás). Só que tipo: o que eu tinha lido de poesia até então? Além das aulas de soneco-literatura que envolviam basicamente Afonso Félix de Sousa...

Acho que hoje eu estou mais maduro para vislumbrar a beleza de versos como esses.
 
"Eu proclamo - ganiu Stiepan Trofímovitch no último grau de arroubo -, proclamo que Shakespeare e Rafael estão acima da libertação dos camponeses, acima da nacionalidade, acima do socialismo, acima da nova geração, acima da química, acima de quase toda a humanidade, porque são o fruto, o verdadeiro fruto de toda a humanidade e, talvez, o fruto supremo, o único que pode existir! É a forma da beleza já atingida, e sem atingi-la eu talvez já não concordasse em viver... Oh, Deus! [...] Ora, sabem os senhores, sabem que sem o inglês a humanidade ainda pode viver, sem a Alemanha pode, sem o homem russo é possível demais, sem a ciência pode, sem o pão pode, só não pode sem a beleza, porque nada restaria a fazer no mundo! Todo o segredo está aí, toda a história está aí! A própria ciência não sobreviveria no mundo sem a beleza - sabem disso, senhores ridentes? -, ela se converteria em banalidade, não inventaria um prego!" - Os Demônios - Dostoiévski

Dosta é Dosta.. :sim:
 
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"Here the profound lesson of reception, nor preference nor denial,
The black with his wooly head, the felon, the diseas'd, the illiterate person, are not denied;"


Walt Whitman na célebre Song of the Open Road.

S2.
 

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