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Cite um trecho do livro que você está lendo! [Leia o 1º post]

"É curioso como certas coisas vão acontecendo em volta da gente sem a gente perceber, e quando vê já estão aí firmes e antigas."

Sombras de Reis Barbudos, José J. Veiga.

Pra gente reforçar na consciência que tudo aquilo que oprime não é natural, e sim fruto dos diversos jogos de poder.



 
Nossa, essa série é maravilhosa... Massaud Moisés é meu ídolo, sério. Ainda que as análises dele nesse volume em algumas passagens tenham caído em aparente desuso ou certa contradição, como no caso da novela ou nas raízes das estruturas (p.ex., o romance, que ele aporta em Fielding, mas onde já vi gente apontando lá no Petrônio, ou na inclusão de determinadas obras em determinadas estruturas, contradizendo o que ele parece defender, como seria o caso de O Alienista, que meio que não tem como ser um conto, ou o Guerra e Paz, que ele classifica como novela), acho essa séria bacaníssima, trilegal, quadrilegal, quadribol de tudo, principalmente por ser bem didática.
 
"Certa vez um erudito resolveu fazer ironia comigo: perguntou-me "Oque é que você leu?" Respondi: "Dostoievski." Ele queria me atirar na cara seus quarenta mil volumes. Insistiu: "Que mais?" E eu: "Dostoievski." Teimou: "Só?" Repeti: "Dostoievski." O sujeito, aturdido pelos seus quarenta mil volumes, não entendeu nada. Mas eis o que eu queria dizer: pode-se viver para um único livro de Dostoievski. Ou uma única peça de Shakespeare. Ou um único poema de não sei de quem. O mesmo livro é um na véspera e outro no dia seguinte. Pode haver um tédio na primeira leitura. Nada, porém, mais denso, mais fascinante, mais novo, mais abismal do que a releitura." - Nelson Rodrigues, O Óbvio Ululante - p. 54
 
"Direi, por ora, pouca coisa do seu saber, que entre eles [os liliputianos] floresceu, por muitos séculos, em todos os seus ramos; mas singularíssimo é o seu modo de escrever, nem da esquerda para a direita, como o dos europeus; nem da direita para a esquerda, como o dos árabes; nem de cima para baixo, como o dos chineses, nem de baixo para cima, como o dos cascagianos; senão de través, de um canto a outro do papel, como o das senhoras inglesas." (SWIFT, Jonathan. As viagens de Gulliver. Tradução de Octavio Mendes Cajado. São Paulo: Ediouro, 1998, p. 57-58.)
 
"- São todos uns bastardos - disse Sir Henri. - Mas o antigo conde de Berat não era mau. Ele era sovina, é claro, e passou a vida metido com livros. Livros! Para que servem eles? Ele conhecia todos os livros da cristandade, isso mesmo, e tinha lido a maioria duas vezes, mas não tinha o senso de uma galinha!..."

O Herege - Bernard Cornwell
 
Nunca prometo nada a uma mulher, nem aviso a ela o que vou lhe dar. Com mulher é assim que se deve fazer sempre. Para ela ficar sempre na expectativa. Se você não conseguir encontrar nehnuma outra maneira de surpreendê-la, dê-lhe um soco na cara

:rofl: Não resisti e vim postar isso aqui... o livro vcs ficam sabendo amanhã :sacou:
 
"[...]mas devem ter percebido que adular e acompanhar os outros, sem ser por sua vez adulado e acompanhado, não passa de um prazer pela metade."

Persuasão - Jane Austen
 
"Teria de esperar até que Nan chegasse em casa para receber qualquer atendimento médico verdadeiro, uma das muitas vantagens de ser casado com uma enfermeira. De qualquer modo, sabia que quanto pior fosse a aparência, mais solidariedade iria receber."

A Cabana -William P. Young
 
"Cada louco traz em si o seu mundo e para ele não há mais semelhantes: o que foi antes da loucura é outro muito outro do que ele vem a ser após."

"Não é só a morte que nivela; a loucura, o crime e a moléstia passam também a sua rasoura pelas distinções que inventamos"

Triste Fim de Policarpo Quaresma - Lima Barreto
 
Swift pegando pesado com o pessoal do Direito...
:vergonha:


“Assegurei a Sua Excelência que a lei era uma ciência que eu não versava muito, havendo-me tão-somente limitado a contratar advogados em vão, por causa de algumas injustiças que me tinham sido feitas; nada obstante, eu lhe daria todas as explicações de que era capaz.

Eu disse existir entre nós uma sociedade de homens educados desde a juventude na arte de provar, por meio de palavras multiplicadas para esse fim, que o branco é preto, e que o preto é branco, segundo eram pagos para dizer uma coisa ou outra. Todo o resto do povo é escravo dessa sociedade. Por exemplo, se o meu vizinho tenciona ficar com a minha vaca, contrata um advogado para provar que deve tirar-me a vaca. Nesse caso, tenho de contratar outro advogado para defender meus direitos, pois é contrário a todas as normas da lei permitir-se a um homem falar em seu próprio nome. Pois bem, nessas condições, eu, que sou o verdadeiro dono, me vejo a braços com duas grandes desvantagens; primeiro, o meu advogado, habituado quase desde o berço a defender a falsidade, está completamente fora do seu elemento quando precisa advogar a justiça, ofício desnatural, em que sempre se empenha com grande inépcia, senão com má vontade. A segunda desvantagem reside em que o meu advogado tem de proceder com muita cautela, para que o não censurem e aborreçam os colegas, como alguém que degradasse o exercício da profissão. Donde nasce que tenho apenas dois métodos para conservar a minha vaca. O primeiro consiste em peitar o advogado do meu adversário, pagando-lhe honorários dobrados, e levando-o a trair o seu cliente, com uma insinuação de que justiça pende para o seu lado. O segundo, em fazer o meu advogado que a minha causa pereça o mais injusta possível, admitindo que a minha vaca pertence ao meu adversário, e isto, se for feito com perícia, atrairá por certo o favor dos juízes. Ora, Vossa Excelência deve saber que esses juízes são pessoas designadas para dirimir todas as controvérsias, e escolhidas entre os mais hábeis advogados, depois de velhos ou preguiçosos, e, tendo o ânimo inclinado durante toda a existência contra a verdade e a eqüidade, vêem-se em tão fatal necessidade de favorecer a fraude, o perjúrio e a opressão que eu soube haverem alguns recusado um pingue suborno da parte para a qual pendia a justiça, a fim de não prejudicar a corporação, fazendo uma coisa que não lhes condizia coma natureza nem o ofício.

É máxima entre esses advogados que tudo o que já foi feito pode legalmente fazer-se outra vez, e têm, por conseguinte, o especial cuidado de registrar todas as decisões anteriormente tomadas contra a justiça ordinária e a razão comum dos homens. E apresentam-nos, sob o nome de precedentes, como autoridades que justificam as teorias mais iníquas; nunca deixando os juízes de decidir na conformidade delas.

Ao defender uma causa, evitam cuidadosamente entrar no mérito da questão; mas são estrondosos, violentos e enfadonhos no discorrer sobre todas as circunstâncias que não vêm a pêlo. Por exemplo, no sobredito caso, não querem saber quais os direitos, os títulos que tem o meu adversário à minha vaca, mas se a dita vaca era vermelha ou preta, se tinha os chifres curtos ou compridos, se o campo em que eu a apascentava era redondo ou quadrado, se era ordenhada dentro ou fora de casa, a que doenças estava sujeita, e assim por diante; depois disso, consultam os precedentes, adiam a causa de tempos a tempos e chegam, dez, vinte, ou trinta anos depois, a uma conclusão qualquer.

Importa observar também que essa sociedade tem uma algaravia ou geringonça especial, que os outros mortais não entendem, e na qual são escritas todas as suas leis, que eles tomam o especial cuidado de multiplicar, por onde conseguiram confundir de todo o ponto a própria essência da verdade e da falsidade, da razão e da sem-razão; por maneira que são precisos 30 anos para decidir que o campo, que me legaram há seis gerações os meus antepassados, pertence a mim ou pertence a um estranho que mora a 300 milhas de distância.
No julgamento das pessoas acusadas de crimes contra o Estado, é muito mais curto e louvável o processo: sonda o juiz, primeiro, a disposição dos que se encontram no poder; depois, não lhe é difícil enforcar ou salvar o criminoso, preservando rigorosamente as devidas formas da lei.

A essa altura, interrompendo-me, disse meu amo ser lástima que criaturas dotadas de tão prodigiosas habilidades de espírito, como haviam de ser, forçosamente, essas advogados pela descrição que eu fizera, não fossem antes estimulados a instruir os outros na discrição e no saber. Respondendo a isso, afiancei a Sua Excelência que em todos os pontos alheios ao seu ministério eram, de regra, entre nós a casta mais ignorante e mais estúpida; a mais desprezível na conversação ordinária, inimiga declarada de todo o saber e de todos os conhecimentos, e igualmente disposta a perverter a razão geral dos homens assim em outros assuntos como nos da sua profissão.”
:rofl:

(SWIFT, Jonathan. Viagens de Gulliver. Trad. Octavio Mendes Cajado. Rio de Janeiro: Ediouro; São Paulo: Publifolha, 1998. p. 262-264.)
 
“Ela nem esperou o fim da frase. Ergueu-se orgulhosamente, deu-lhe as costas e teve vergonha de ter ido pedir, de ter descido do seu orgulho e ter enxovalhado a grandeza moral do padrinho com o seu pedido. Com tal gente, era melhor tê-lo deixado morrer só e heroicamente num ilhéu qualquer, mas levando para o túmulo inteiramente intacto o seu orgulho, a sua doçura, a sua personalidade moral, sem mácula de um empenho que diminuísse a injustiça de sua morte, que de modo fizesse crer aos seus algozes que eles tinham direito de matá-lo.”

pág168-Triste Fim de Policarpo Quaresma-Lima Barreto.
 
"Há uma linha de Verlaine que não voltarei a lembrar.
Há uma rua próxima proibida a meus passos,
há um espelho que me fitou pela última vez,
há uma porta que fechei até o fim do mundo.
Entre os livros de minha biblioteca (posso vê-los agora)
há um que não mais abrirei.
Neste verão farei cinquenta anos;
a morte me desgasta, incessante."

O Fazedor, poema "limites" de Jorge Luis Borges.
 
"Há uma linha de Verlaine que não voltarei a lembrar.
Há uma rua próxima proibida a meus passos,
há um espelho que me fitou pela última vez,
há uma porta que fechei até o fim do mundo.
Entre os livros de minha biblioteca (posso vê-los agora)
há um que não mais abrirei.
Neste verão farei cinquenta anos;
a morte me desgasta, incessante."

O Fazedor, poema "limites" de Jorge Luis Borges.

Foi você que postou o poema no Facebook, do "sombra diurna"? Se sim, é do mesmo livro? Se sim para as duas respostas anteriores, qual livro? (completando este percurso o jogador ganhará um abraço virtual no valor de um milhão de reais, Sílvio!)
 
A primeira frase do Andar do Bêbado, do Mlodinow, deu uma baita ânimo pra continuar lendo:

Alguns anos atrás, um homem ganhou na loteria nacional espanhola com um bilhete que terminava com o número 48. Orgulhoso por seu “feito”, ele revelou a teoria que o levou à fortuna. “Sonhei com o número 7 por 7 noites consecutivas”, disse, “e 7 vezes 7 é 48.”
 
« A cada passo, aproximava-se de Londres, distanciava-se da vida antiartística e medíocre que levava. Uma luz começou a brilhar no fundo da sua alma. Não era muito velho — tinha trinta e dois anos. Podia-se dizer que seu espírito apenas alcançava a maturidade. Havia tantos sofrimentos e impressões que desejava expressar em versos. Sentia-o dentro de si. Procurou analisar-se para ver se possuía uma alma de poeta. Melancolia era a nota predominante em seu temperamento. Mas essa melancolia, pensou, era moderada por acessos de fé, resignação e alegria singela. Se conseguisse expressar isso num livro de poemas, talvez o ouvissem. Jamais seria popular, ele o sabia. Não atingiria as multidões, mas poderia atrair um pequeno círculo de espíritos afins.»


Uma pequena Nuvem - Dublinenses
 
Foi você que postou o poema no Facebook, do "sombra diurna"? Se sim, é do mesmo livro? Se sim para as duas respostas anteriores, qual livro? (completando este percurso o jogador ganhará um abraço virtual no valor de um milhão de reais, Sílvio!)

O livro é O fazedor, lançado pela Companhia das Letras.
 
Graças a processos que ensinamos em séculos passados, os homens acham quase impossível crer em realidades que não lhes sejam familiares, se estão diante de seus olhos fatos mais ordinários.

Cartas de um diabo a seu aprendiz, C. S. Lewis.
 

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