Drizzet
On vacation forever
A ciência sob pressão
"Vítimas do conhecimento que acumulam,
pesquisadores são perseguidos no Brasil
e no exterioR, enfrentando uma guerra
contra seus direitos individuais
Por Júlio Wiziack
Única brasileira a receber o prêmio Manuel Velasco-Suarez, a mais alta honraria concedida pela Organização Panamericana de Saúde (Opas), a antropóloga Débora Diniz nem teve tempo para comemorações. Foi demitida da Universidade Católica de Brasília, onde lecionava, no mesmo dia em que colocou a mão no troféu concedido por seu trabalho na área de medicina fetal. O episódio, ocorrido há cinco anos, ganhou repercussão internacional, especialmente depois que a Pró-Vida, uma organização ligada à Igreja Católica, começou uma campanha contra a pesquisadora, a quem chamava de “a abortista”. Desde então, Débora teve de trocar quatro vezes o número de seu telefone e perdeu a conta das ameaças que recebeu (uma delas foi de morte). Depois de anos exigindo retratações, a especialista chegou no início deste ano à mais alta instância do Judiciário. Sua ação por danos morais corre no Supremo Tribunal Federal (STF). A justificativa: o desrespeito à liberdade de cátedra.
[...]
No Brasil, os problemas começaram a surgir em universidades particulares, principalmente as confessionais – nome dado às instituições ligadas a grupos religiosos. Nesses centros são grandes as chances de censura sempre que os dogmas seculares entram em xeque.
[...]
A violação da liberdade científica também ocorre em universidades e agências de pesquisa públicas. Chefe do Centro de Assistência Toxicológica (Ceatox) do Hospital das Clínicas de São Paulo, o infectologista Anthony Wong fez um alerta recente aos riscos oferecidos pelos remédios contra dor de cabeça, como o Tylenol. Para ele, o excesso do medicamento aumenta as chances de falência do fígado, podendo levar à morte. Segundo o hospital, o laboratório Aché encaminhou uma carta sugerindo a censura ao especialista devido ao tom alarmista de suas declarações. Wong, cujo trabalho é reconhecido internacionalmente, foi submetido a uma investigação, mas o rigor de seus estudos falou mais alto: 'Minhas opiniões foram comprovadas cientificamente por meus colegas.' "
http://www.terra.com.br/istoe/1946/ciencia/1946_ciencia_sobre_pressao.htm
Os casos não param por aí. Essa matéria dá inúmeros exemplos de intimidações contra pesquisadores que produzem conhecimento científico, seja por motivo religioso ou por interesses obscuros. É mole?
"Vítimas do conhecimento que acumulam,
pesquisadores são perseguidos no Brasil
e no exterioR, enfrentando uma guerra
contra seus direitos individuais
Por Júlio Wiziack
Única brasileira a receber o prêmio Manuel Velasco-Suarez, a mais alta honraria concedida pela Organização Panamericana de Saúde (Opas), a antropóloga Débora Diniz nem teve tempo para comemorações. Foi demitida da Universidade Católica de Brasília, onde lecionava, no mesmo dia em que colocou a mão no troféu concedido por seu trabalho na área de medicina fetal. O episódio, ocorrido há cinco anos, ganhou repercussão internacional, especialmente depois que a Pró-Vida, uma organização ligada à Igreja Católica, começou uma campanha contra a pesquisadora, a quem chamava de “a abortista”. Desde então, Débora teve de trocar quatro vezes o número de seu telefone e perdeu a conta das ameaças que recebeu (uma delas foi de morte). Depois de anos exigindo retratações, a especialista chegou no início deste ano à mais alta instância do Judiciário. Sua ação por danos morais corre no Supremo Tribunal Federal (STF). A justificativa: o desrespeito à liberdade de cátedra.
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No Brasil, os problemas começaram a surgir em universidades particulares, principalmente as confessionais – nome dado às instituições ligadas a grupos religiosos. Nesses centros são grandes as chances de censura sempre que os dogmas seculares entram em xeque.
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A violação da liberdade científica também ocorre em universidades e agências de pesquisa públicas. Chefe do Centro de Assistência Toxicológica (Ceatox) do Hospital das Clínicas de São Paulo, o infectologista Anthony Wong fez um alerta recente aos riscos oferecidos pelos remédios contra dor de cabeça, como o Tylenol. Para ele, o excesso do medicamento aumenta as chances de falência do fígado, podendo levar à morte. Segundo o hospital, o laboratório Aché encaminhou uma carta sugerindo a censura ao especialista devido ao tom alarmista de suas declarações. Wong, cujo trabalho é reconhecido internacionalmente, foi submetido a uma investigação, mas o rigor de seus estudos falou mais alto: 'Minhas opiniões foram comprovadas cientificamente por meus colegas.' "
http://www.terra.com.br/istoe/1946/ciencia/1946_ciencia_sobre_pressao.htm
Os casos não param por aí. Essa matéria dá inúmeros exemplos de intimidações contra pesquisadores que produzem conhecimento científico, seja por motivo religioso ou por interesses obscuros. É mole?
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