Estão batendo de frente com a estrutura arcaica de federações do nosso futebol.
O Bandeira de Melo foi mais contundente este ano com a volta do Eurico Miranda ao jogo que basicamente é o mestre do Rubens Lopes, hoje presidente da FERJ.
No inicio do ano a FERJ determinou por aclamação que os clubes não mais poderiam definir os preços dos ingressos dos próprios jogos, tinha que ser aprovado por ela e pelos demais (AKA, pelo Eurico). Isso ferraria basicamente com Fla e Flu que se utilizam do novo Maracanã que tem custo altissimo em comparação a São Januario ou mesmo ao Engenhão.
Fla e Flu mandaram uma nota dizendo que discordavam frontalmente dessa retirada de direito do clube definir seus próprios preços. Por mais que eu concorde que muitos clubes estejam exagerando no aumento dos preços, ainda assim continua sendo um direito do clube, não da federação que porra nenhuma ajuda nos custos que é um estádio e ainda por cima abocanha 10% dos rendimentos do jogo (não dos lucros, da arrecadação bruta, sem descontos, sem ter sido retirado gastos da organização do jogo).
Na reunião arbitral seguinte o Rubes Lopes chamou o Bandeira e o Flamengo de clube ladrão, que o Bandeira devia enfiar aquela nota no cú, até enfiou a mãe do Bandeira no jogo, etc. Bandeira e Siemsen abandonaram a reunião e romperam de vez com a federação.
Nessa mesma reunião o Eurico sentou na cadeira do Rubens Lopes e ele continuou a comandar a reunião, discutindo as pautas e assuntos referentes ao campeonato.
Além dos episódios recentes em que a lei da mordaça do regulamento puniu o Luxemburgo que não pôde comandar o time no FlaxFlu. A punição ao Fred por situação similar.
O fato que arbitros que erram contra a dupla Fla e Flu nada ocorre (assim como arbitros que ajudam o Vasco, como aquele que marcou 3 penaltis sendo 2 duvidosissimos), mas arbitros que prejudicam o Vasco são sumariamente e imediatamente colocados na geladeira (como o arbitro da semana passada que não expulsou o Jonas). Pode não haver diretamente recomendação pros juizes ajudarem Vasco e Bota e prejudicarem Fla e Flu, mas quando eles olham e percebem que só alguns árbitros estão sendo punidos, aí o recado está passado indiretamente.
Apesar das acusações ao Flamengo de implosão do clube dos 13 pela receita de TV, o Bandeira e o Siemsen estão iniciando um processo de recriação de uma liga brasileira como deveria ter sido originalmente o clube dos 13. Uma entidade regida pelos clubes, pra comandar os campeonatos internos, substituir o esquema de federações filiadas a CBF para a liga diretamente filiada a CBF. Quem sabe no futuro fazer o Brasil entrar no esquema europeu em que a liga comanda os campeonatos (estadual, nacional) enquanto que a CBF se fixa na seleção brasileira e talvez resolvendo questões mais complexas (como a federação italiana teve que intervir quando descobriu-se o esquema de arranjo de resultados da Juventus e cia alguns anos atrás).
A liga de 87 nasceu assim. Era semi-independente depois que a mesma CBF disse que não seria capaz de organizar a competição (os anos anteriores eram aqueles brasileirões monstros com 30000 clubes). Mas depois que ela viu que os clubes sozinhos conseguiram montar uma competição sustentável com patrocinadores inéditos como a coca-cola, venda recorde dos direitos de transmissão pra tv e radio, etc, ela quis voltar a fazer parte do filé e fudeu tudo. E continuou fudendo com tudo daí em diante, mas agora recebendo sua cotinha de grana.
Hoje, as federações tem peso tão igual ou até maior que a dos clubes frente a CBF em votações e influência política. E são entidades que nem sequer estão se importando com os interesses dos clubes, mas com os interesses próprios.
O Bandeira e Siemsen afirmaram que pros anos seguintes eles querem criar uma liga independente e não jogar mais o estadual. O Atl. PR meio que se juntou ao grupo (já que o Atletico tem ignorado basicamente o estadual nesses ultimos tempos, preferindo ir fazer excursões pelo mundo). E eu li que os mineiros talvez estejam se interessando depois desse embróglio de fazer o Cruzeiro jogar dois jogos decisivos com menos de 48 horas, mesmo indo contra a lei.
Enfim.
Mas talvez tudo isso morra se ambos saírem da presidência nas próximas eleições.