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[Call of Cthulhu] As Máscaras de Nyarlathotep (ON)

Jonas Kensington estava se sentindo acuado pelos modos de Alex e pelo olhar ansioso de Serpeloni. A notícia certamente o abalara profundamente e ele não sabia quem eram e se podia confiar neles. Seu único porto seguro naquele momento era o Prof. Cowleys, que sabia ser tão amigo de Elias quanto ele mesmo. Sentindo-se assim, foi com certo aliívio que o editor ouviu as palavras mais brandas e convincentes do detetive Sullivan. Ao saber a origem do misterioso símbolo, ele enxuga o suor com um lenço que retira do bolso do paletó e responde, um pouco mais calmo mas ainda confuso:

- Gravado? na testa de Elias? Meus Deus! Agora me lembrei onde vi esse sinal um vez! Foi numa foto em um jornal, há uns dois ou três anos... não me lembro direito dos detalhes, mas agora aquela imagem me veio com clareza à mente: um homem negro, encontrado morto estripado, perto do rio Harlem, aqui em Nova Iorque. E tinha esse mesmo sinal marcado na testa. Depois foram mais alguns casos semelhantes, mas sem repercussão; acho que eram todos pobres, negros e estrangeiros.

Ele para um pouco para pensar, coça a barba e continua:

- Pobre Elias... foi vítima de sua própria curiosidade. Eu sempre o avisei para tomar cuidado com quem ele se envolvia para conseguir suas fontes. Mas ele sempre foi um cabeça-dura, coitado! Mas quem teria feito isso? Algum velho inimigo ou alguém descontente com as coisas que ele publicou nos livros?! Ou teria alguma coisa a ver com a investigação que ele estava fazendo na África?
 
Última edição:
O detetive percebia com interesse a caminhada cautelosa do chinês pelo recinto, não queria ser pego desarmado novamente caso tivesse de enfrentar alguém. Esperou Kensington raciocinar, antes que respondesse, não poderia pressionar mais o homem. Ouviu-o sem interromper, as outras mortes não lhe eram novidade, o tenente Poole já havia as mencionado. Adam tentou esconder sua decepção, achava que o editor pudesse esclarecer alguma coisa sobre o significado da marca. Inimigo? Será que aquilo tudo era mais simples do que imaginava? Alguém que possuísse certa desavença com o professor contratara alguns marginais para fazerem o serviço e adicionara todos aqueles detalhes apenas pela ironia da coisa. Era bem provável, estava acostumado a isso, certamente apostaria nessa hipótese.

- Entendo... Jackson Elias planejava uma viagem, algo relacionado com a Expedição Carlyle. Todos aqui íamos atrás dele para isso, reunidos pelo Prof. Cowleys. Conhece alguma coisa sobre esses contatos que ele se envolvia ou que lugares ele freqüentava? E como andava essa pequisa da África?

Dava todas as razões para que confiasse nele. Era editor de Elias, devia conhecer algo do seu trabalho. Iria revelar os nomes que coletara dos papéis caso Kensington não informasse nada útil, talvez refrescasse sua memória.
 
Sentindo-se menos pressionado, Kesington continua respondendo:

- Sim, ele parecia obcecado com a Expedição Carlyle nos últimos tempos, estava até mesmo convencido de que alguns membros dela tinham sobrevivido. Ele chegou a me mandar uma carta quando estava no Quênia, pedindo dinheiro adiantado, junto com algumas notas sobre o que descobriu lá, material para o livro que queria escrever sobre isso, com alguns tons bem sinistros ali. Mas é o tipo de coisa que sempre estive acostumado a receber de Elias. Talvez possa ajudá-los, se esses assassinos tiverem mesmo a ver com os imigrantes africanos no Harlem. Vou buscar esse material na minha sala, se não se importam.

Kensington então se levanta e vai até a porta, estranhando que ela tivesse sido fechada a chave por um dos membros do grupo. Sem falar nada, ele a abre, sai e volta alguns minutos depois, sem dar tempo para comentários entre os investigadores. Ele traz alguns papéis que coloca sobre a mesa, defronte o grupo: uma (1) carta manuscrita [Carta Elias/Kesington] e um (2) jogo de folhas [notas de Nairobi] escritas a mão com uma caligrafia meticulosa e firme, bem diferente daquela da nota encontrada na mala no quarto. Essa notas estão bem organizadas em oito pequenos montinhos separados com clipes metálicos; há ainda um (3) telegrama [telex Elias/Kesington]. O editor espera que alguém apanhe o material, complementando:

- Isso foi o que ele me mandou de Nairobi, em agosto do ano passado. Depois fiquei meses sem receber notícias, até que em dezembro ele me enviou esse telegrama, de Londres, prometendo que chegaria aqui em janeiro, como de fato chegou, para morrer...

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Novas Pistas:

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As Notas de Nairobi de Jackson Elias:

O PRIMEIRO PACOTE dessas notas indica os escritórios, funcionários públicos e as tribos que Elias no Quênia visitou em busca de material sobre os cultos e rituais africanos que atraíram Carlyle e os outros. Ele não chegou a nada conclusivo, apesar de Elias descartar a versão oficial sobre o massacre da Expedição.

O SEGUNDO descreve sua viagem até o local do suposto massacre. Ele ressalta que a região não é completamente estéril, mas mesmo assim todas as tribos da região evitam o local, dizendo que ela é amaldiçoada pelo Deus dos Ventos Negros, cuja morada é o topo do Montanha.

O PACOTE TRÊS é um resumo de sua entrevista com Kenyatta Johnstone, que diz que os assassinatos dos membros da expedição Carlyle podem ter sido executados pelo culto da Língua Sangrenta. Ele diz ainda que esse culto supostamente está estabelecido na Montanha dos Ventos Negros. Elias se mostra educadamente cético, mas Kenyatta parece insistir nesse ponto. Entre aspas, Elias registra que “as tribos da região temem e odeiam a Língua Sangrenta, já que nenhuma magia tribal é suficiente para protegê-los do culto, cujo deus não tem origem na África negra”.

O QUARTO continua falando da entrevista com Kenyatta. Elias confirma a parti de várias boas fontes na cidade que a Língua Sangrenta existe, embora ele não encontre nenhuma evidência em primeira mão sobre isso. As estórias que ouviu incluem crianças raptadas para sacrifícios, criaturas com grandes asas que descem sobre a Montanha dos Ventos Negros para carregar pessoas. O culto parece adorar um deus desconhecido dos folcloristas, uma divindade fora dos padrões da África subsaariana. Ele cita como uma dessas fontes o nome de Sam Mariga.

O PACOTE CINCO contém uma única página lembrando Elias lembrando Elias que o trecho seguido pela expedição desde o Cairo até o Quênia deve ser cuidadosamente investigado. Ele acredita que a razão que levou Carlyle ao Quênia está em algum lugar no Nilo.
O SEXTO é uma longa entrevista com o Tenente Mark Selkirk, líder dos homens que encontraram os restos da Expedição Carlyle, e que vive no Quênia desde a Grande Guerra. Algo importante é que Selkirk afirma que os corpos estavam incrivelmente bem conservados para o período de tempo em que ficaram em campo aberto “quase como se nem a podridão se atrevesse a chegar perto daquele lugar...”. Diz ainda que os corpos encontrados haviam sido dilacerados por algum tipo de animal, apesar de que ele não podia imaginar que tipo de animal pudesse cortar aqueles cadáveres de forma tão sistemática, algo “inimaginável, inexplicável”. Selkirk concorda que os Nandis podem ter algo a ver com o episódio, mas suspeita que as acusações contra seus líderes foram inventadas para encobrir a falta de uma solução para o caso. Finalmente, o militar confirma que não haviam nenhum indivíduo de raça branca entre os mortos – somente cadáveres de carregadores quenianos espalhados por toda a planície árida.

O PACOTE SETE é outro com apenas uma página. Diz que Elias procurou a ajuda de Nelson Nails no Bar Victoria, em Nairobi. Nelson tinha sido um mercenário a soldo dos italianos na fronteira entre a Somália e a Abissínia, tendo fugido para o Quênia depois de trair seus empregadores. Ele afirma ter visto Jack Brady, braço-direito de Carlyle, vivo em março de 1923, em hong Kong. Menos de dois anos antes de Elias estar no Quênia e anos depois da corte queniana ter declarado Brady e o restante da expedição como mortos. Brady tinha sido amistoso, embora reservado e taciturno e Nelson não forçara a conversa. A partir desse ponto, Jackson Elias reduz seus relatórios e deduz apenas que o restante dos membros da Expedição também poderiam estar vivos.

O OITAVO E ÚLTIMO PACOTE discute uma possível estrutura para o livro que Elias queria escrever sobre a Expedição Carlyle, e não tem nada que não tenha sido mencionado em outras partes, com entradas inexpressivas como “contar o que realmente aconeteceu” e “explicar o porquê”.

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Última edição:
Mais calmo agora por causa do ansiolitico:
" - Criaturas com grandes asas? Que merda de droga esses Africanos estão usando?"

" - Eu diria que, ou Elias estava usando a mesma droga que esses Africanos pra acreditar que a Expedição não foi massacrada, ou ele estava certo e grande parte e por isso foi assassinado. E acho que a segunda opção é mais plausivel, capito?"

Voltou-se para Kensington:
" - O senhor pode nos ajudar de mais alguma forma?"
 
Última edição:
Kensington mais uma vez responde coçando a barba:

- Não sei nem mesmo se isso que lhes passei pode ajudá-los, senhores, espero que sim, e que a polícia descubra a causa desse assassinato... Talvez tenha alguma relação com os cultos de assassinos que ele sempre pesquisou, mas deixo isso para os profissionais. Estou realmente confuso, arrasado com essa notícia. Quando recebi esse telegrama nem dei muita atenção, parecia mais alguma excentricidade de Elias, quem sabe para atrair atenção para seu próximo livro. Mas agora! Não sei, não sei... - ele faz um pausa por uns segundos antes de continuar: - Só agora me ocorreu uma coisa, Professor. Sabemos que Jackson não tinha parentes vivos conhecidos. Como vai se dar o funeral? Acredito que devemos tomar a frente disso, como uma forma de última homenagem a nosso amigo em comum, o que acha?
 
Última edição:
Revezava a leitura dos papéis com os colegas. Imerso, estava completamente compenetrado no que lia, assegurava-se de ter entendido tudo e ainda relia antes de passar adiante o pacote de notas. Tudo era muito enigmático, principalmente as descrições dos cultos e crenças locais. Material fantasioso para o próximo livro, venderia bem para curiosos e ocultistas charlatões. Sullivan ficou particularmente interessado na entrevista de Mark Selkirk, o tenente narrava os fatos de uma estranheza peculiar e confirmava a falta de cadáveres de Carlyle e sua turma. Era a palavra de uma autoridade oficial. O testemunho do tal de Nelson Nails corroborava ainda mais a teoria de Elias. Infelizmente, nada daquilo contribuiria para identificar um possível mandante, contudo indicavam um motivo. Essa hipótese ficava mais forte quando posto que o professor fora assassinado logo que chegara a Nova York. Quantos segredos seguiram para o túmulo com Elias! O telegrama mostrava que havia muito a ser revelado. Ainda assim, Adam desconfiava seriamente que uma boa parte daquilo poderia ser fruto de delírios, conspiração mundial? Improvável. Na Central, poderiam conseguir algum rastro para o verdadeiro criminoso, suspeitos das mortes no Harlem, como estava o homem que o italiano abatera?

- Agradeço por tudo, Sr. Kensington. Isso pode esclarecer muita coisa. – Não queria interromper a conversa entre Cowleys e Jonas, por isso não perguntou mais nada. Retirou-se do recinto para fumar. Trataria de arranjar alguns homens para escoltar o editor com o tenente Poole. Antes que saísse dali, iria mostrar a lista que fizera. Pensava se havia mais alguma coisa a ser feita.

Idea (75):
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Antes que Cowleys e o editor começassem a tratar do assunto do funeral, Alex faz a pergunta, ao que Kesington responde um pouco de má vontade. Ele não estava fazendo nenhuma questão de ser simpático com o inglês:

- A quantia exata é problema da minha contabilidade!!! Enviei a ele o suficiente para custear mais passagens e estadias nas viagens que ele planejava fazer para China e Europa. E claro que usei a Western Union para enviar-lhe o dinheiro¹...

Off: ¹ Naquele época a transferência de fundos era feita através de um depósito num posto dessa companhia, que em seguida comunicava via telegrama o escritório da localidade onde estava o destinatário para que este retirasse lá o valor creditado.

Enquanto se prepara para sair, Sullivan se lembra da inevitável visita à central de polícia. O detetive está com o cérebro a mil procurando imaginar alguma ligação para todos aqueles fatos, mas é algo quase impossível ness momento, deviam faltar muitas peças, como o próprio Elias tinha escrito. E o qual seria a relação entre todos aqueles lugares do mundo visitados ou mencionados nas notas e cartas: Cairo, Nairobi, Shangai, Londres e Nova Iorque?! "Melhor se concentrar nas pistas locais primeiro" - pensa ele.
 
Última edição:
-China...

*Olha para seus companheiros, franzindo a testa*

-Então aquilo realmente não é um simples souvenir que trouxeram para nosso falecido colega...

*Quando termina seu pensamento falado, morde o lábio em preocupação e volta a encarar as janelas e o movimento lá de fora*
 
Ao olhar pela janela, primeiramente Zhi tinha visto um homem negro mal-trapilho andando pela rua próximo da editora e achara isso bastante suspeito. Porém, analisando bem o comportamento do sujeito, remexendo latas de lixo à procura de comida ou algo de valor, o colecionador chega à conclusão de que se trata apenas de mais um mendigo das ruas da grande metrópole.

Off: Pessoal, se estivessemos numa mesa real jogando Rastro de Cthulhu seria hora de eu mostrar esse cartão aqui para vocês:

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Eu deveria ter explicado isso antes, mas vai agora, com as palavras do livro de regras:

Assim que os jogadores tenham recolhido a pista central e a maior parte ou todas as pistas secundárias em uma cena, e a ação começar a se arrastar, mostre o cartão escrito CENA. Quando os jogadores enxergarem isso, sabem que é para seguir em frente (claro que você deve explicar esta sugestão para eles antes do jogo começar). Fácil, eficiente, mas mesmo assim não tão perturbador ou irritante como uma instrução verbal.

Aqui seria desnecessário, mas acho esse recurso bem simpático e vou utilizá-lo daqui por diante, ok? :mrgreen:
 
Alex não se assusta. Tinha esse efeito nas pessoas. Na verdade não ficou irritado, apenas respondeu como estava acostumado a responder aos que ousavam falar como não deviam com ele.
- Sua mente pode lhe faltar, mas sua única utilidade é nos ajudar a montar o quebra-cabeças da morte e da pesquisa de Elias. Se quer bancar o irritado banque, jogue coisas para o alto, mostre o pau para mim, tudo bem. Mas responda minhas perguntas quando o fizer. Isto pode, inclusive salvar a sua vida. - Ele respira fundo. - O que eu quero dizer, já que tenho que desenhar, é que é importante saber quanto você deu a ele para simular o que ele poderia ter comprado, precisado, para onde viajou e outras coisas mais. Consegue me responder agora ou terei de buscar a informação por mim mesmo?
Persuade (65):
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CAPÍTULO 1: NOVA IORQUE
Cena 2: Jonas Kensington
Local: Editora Prospero House, Nova Iorque, 15 de janeiro de 1925 (quinta-feira) - ~ 15:00
Investigadores:
Todos

O editor-chefe se irrita profundamente com o modo do inglês, mas parece ter se convencido a colaborar:

- Meu senhor, eu concordei em recebê-los na minha editora e os estou tratando com respeito e civilidade, que é o mínimo que espero em troca de cavalheiros como eu julgo que todos aqui sejam. Em todo caso, percebo que estão com a verdadeira intenção de ajudar a resolver essa situação, então vou colaborar com os senhores pedindo a minha secretária que busque nos arquivos o recibo do depósito. Mas, aviso, mais uma insolência dessas e os colocarei daqui para fora.

Kesington se levanta mais uma vez e pede a informação à sua funcionária. Ele fica calado e reticente nos vários minutos que ela demora para pesquisar e trazer o tal documento, que ele recebe e coloca sobre a mesa. Trata-se de um recibo da Western Union, datado de 9 de agosto de 1924, no valor de $ 1.500, o que daria para pagar passagens de navio na primeira-classe entre Mombasa e Shangai e de lá para Londres (cerca de 1000), sobrando mais uns 500 dólares para hospedagens e outros gastos que Elias pudesse ter.

- Foi isso que transferi para Elias naquela data. Como já tinha dito, depois não recebi mais notícias dele até dezembro, quando chegou o telegrama de Londres com essas palavras enigmáticas e avisando na chegada dele a Nova Iorque agora, em janeiro. Será que precisam de mais alguma coisa?

Off: Pelo tom acintoso, o teste de Persudade de Alex seria difícil (metade da perícia), ainda assim ele foi bem-sucedido.
 
Última edição:
Alex procurava racionalizar as coisas. Com este dinheiro em mãos Elias podia muito bem ter pago passagens de primeira classe de navio de Mombasa à Shangai e de lá para Londres. PODIA! Elias não parecia ser uma pessoa que primava pelo luxo. Ele não podia. Existe uma lacuna de U$500 mais alguma coisa que ele podia ter bancado com a diferença entre uma passagem mais humilde na embarcação. Claro, tudo isto era apenas um pensamento preliminar. Independente de quanto dinheiro ele tinha, gastou algum em Stumbling Tiger Bar...
Alex então segue Sullivan. Era certo que o editor não tinha mais nada a acrescentar que ajudasse a investigação.
 
CAPÍTULO 1: NOVA IORQUE
Cena 2: Jonas Kensington
Local: Editora Prospero House, Nova Iorque, 15 de janeiro de 1925 (quinta-feira) - ~ 15:15
Investigadores:
Todos

Vendo Sullivan e Alex fazerem as últimas perguntas ao editor, só resta ao grupo também se preparar para sair. Kesington dá uma última olhada na lista de nomes mostrada pelo detetive e diz que realmente não conhece nenhum daquelas pessoas nem sabe qual a possível relação delas com Jackson Elias. Por último ele combina alguns detalhes rápidos com o professor sobre o funeral de Elias e depois os acompanha até a recepção do prédio. Ele deixou que levassem a carta, as notas e o telegrama (mas não o recibo fiscal, de interesse apenas contábil). Cada um está imerso em suas próprias reflexões e conclusões sobre a cada vez mais misteriosa morte do escritor. Mas algumas preocupações imediatas lhes assaltam: como cuidar que o editor também não tenha o mesmo fim? Ir ou não à central de polícia nesse mesmo dia, como haviam se comprometido? Para onde rumar naquele exato momento?
Já tendo passado bastante do horário do almoço e com o ritmo alucinado desde a manhã, a fome e o cansaço começam a incomodar a todos enquanto aguardam os carros que vão levá-los dali.

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FIM DA CENA 2
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Última edição:
Já na recepção do prédio:

“ – Vocês vão até o departamento de policia? Pretendo comer algo e fazer guarda aqui na frente do prédio, e quando der o horário, irei buscá-los no Waldorf-Astoria, capito?”
 
-Eu vou ficar por aqui com ele, também preciso almoçar. Por que a gente não se divide? Vai uns para a delegacia depor e passar a situação atual pro delegado...

*O olhar de Zhi pouse no ex-detetive por uns instantes, para logo terminar de falar*

-Enquanto os outros ficam por aqui, para tentar garantir que nada daquilo aconteça novamente, pelo menos até a polícia chegar...
 
Adam recebeu a sua lista de volta das mãos de Kensington com a negativa de não conhecer nenhum dos nomes. Estava decepcionado, pensava que o editor pudesse dizer que alguém ali mantinha rivalidade com Elias. O nome de “Silas” lhe atraía maior atenção, o estranho sobrenome, provavelmente de origem africana, soava-lhe suspeito. Rumou até a recepção com os companheiros, infeliz, não haviam conseguido uma pista concreta sequer. Era melhor que parassem um pouco, comessem alguma coisa, mal tocaram na refeição servida no quarto de Alex. O detetive concorda com a idéia do italiano, poderia ficar ali, fazendo guarda até que retornassem da Central. Era melhor que todos os outros fossem depor também. Notou o olhar do chinês que já esquecera o nome quando falava de se dividirem.

- Creio que não haja uma opção. Prometemos depor ao Tenente Poole e pode ficar suspeito se um de nós não comparecer. Há uma cafeteria perto da Central onde os oficiais costumam ir, podemos comer alguma coisa lá depois.

Serpeloni conseguiria controlar a situação ali, já fizera uma vez. Além disso, achava que seria imprudente haver um segundo ataque no mesmo dia. Esperava o inglês oferecer o veículo e o italiano o dele, ainda precisariam dos dois. Acreditava que o depoimento seria rápido, não havia muito mais a ser dito do que já fora no Chelsea. Iria perguntar sobre os outros assassinatos ao Tenente Poole, procurar saber se haviam suspeitos. Convenceria colocar alguns homens para proteger Jonas Kensington, era o editor de Elias e podia saber tanto quanto o professor. Citaria também o nome de Silas, quem sabe já não havia uma passagem pela polícia? Esperou os outros se adiantarem, era melhor que fossem logo.
 

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