Encaminhavam-se para a Central, por fim, depois de todos terem entrado de acordo. Adam estava bem receoso, sabia que o Dr. Ward e o Prof. Cowleys fariam bons e sóbrios depoimentos, temia pelo relato do inglês, porém. Não pelo que fosse reconstituído, mas como se portaria na frente do Tenente Poole. Bateu-lhe uma nostalgia ao se aproximarem do grandioso prédio onde funcionava o QG da polícia de Nova York. Caminhar nos corredores fazia-o lembrar de tudo que havia deixado, para viver em desgraça. Tudo por causa daquele incêndio que amaldiçoara sua vida. Não precisava do oficial que se incumbia de levá-los até a sala do tenente, ainda sabia bem onde ficava. Era a mesma porta de vidro opaco onde lia-se “LT. POOLE”. Adentrou o recinto primeiro, cumprimentando o velho amigo. Percebia o aspecto abatido do tenente, conhecia o cotidiano desgastante. Após uma conversa rápida, decidiram-se a ordem dos relatos e Sullivan retirou-se da sala, deporia por último. Não esperou tanto, as oitivas eram rápidas, quinze minutos no máximo e o detetive ainda se distraía conversando com alguns oficiais. Depositava a sua Colt sob a mesa de Pole para que fizessse a inspeção, começou a responder as perguntas, enquanto isso.
(1) Se conhecia a vítima, Jackson Elias, e se sim, qual sua relação com ele?
- Não conhecia Jackson Elias, o contato fora intermediário, feito pelo Prof. Cowleys.
(2) Sabe se ele tinha inimigos?
- Não. Porém, tudo indica isso. Aqueles homens foram contratados para matar Elias a mando de alguém.
(3) O que estava fazendo na cena do crime e a que horas chegou lá?
- Como disse, havíamos todos sido contatados pelo Prof. Cowleys. Partiríamos em uma expedição ou algo assim. Cheguei no Chelsea por volta do meio dia. Recebemos uma ligação desesperada do professor e durante o trajeto, desci do carro para tentar alcançar logo o hotel. O oriental fizera o mesmo e chegara antes no quarto.
(4) O que viu dos criminosos? Seria capaz de descrever o terceiro assassino?
- Vi apenas dois. Um homem negro e um branco. Vestiam-se em farrapos, usavam gorro vermelho. Do que fugiu, nada vi, já partia no automóvel quando desci ao beco.
(5) Como se deu a luta entre vocês e os assassinos?
- O chinês chegara primeiro ao quarto, teria sido morto se não tivesse chegado a tempo. O homem negro ameaçava-o com um facão. Disparei contra ele e imediatamente fui atrás do outro, vi-o saindo pela janela, descia as escadas de incêndio. Disparei dali mesmo, duas vezes, desci até o beco, o homem não demorou a morrer.
(6) Se tem alguma coisa a acrescentar que possa ajudar na investigação.
- Pelos breves contatos que tivemos com Jackson Elias, dias antes, o Sr. Jonas Kensington, editor de seus livros, também estaria presente na viagem. Creio se tratar de uma testemunha vital e que poderia estar mesmo correndo perigo. Além disso, não sei em que rumo estão as investigações, mas deve-se extrair alguma coisa do assassino que pegamos. Relacionar os suspeitos das mortes com o mesmo modus operandi, eles podem saber de algo.
Quando indagado sobre o chinês e o italiano, respondeu:
- O oriental ainda virá depor, estávamos na editora de Kensington, informando-o do ocorrido. Poderia mandar algum homem ir buscá-lo e já deixar alguns lá, temo por Jonas. O outro sujeito, não conhecia, nem mesmo o nome dele cheguei a gravar. Sumiu atrás do outro assassino e não conseguimos contatá-lo depois.
Findo todo o relato, poderia perguntar em que pé andavam as investigações. Estava ansioso em saber algo do homem que renderam. Além de uma possível correlação entre as outras mortes. Deixaria o nome de “Silas N’Kwane ou N’Rwane” por último, talvez Poole já houvesse se cruzado com o homem. Se soasse suspeito, diria ter ouvido durante alguma investigação que fizera no Harlem. Na saída da sala, olhou para o relógio de bolso, estava faminto, apressaria os demais a irem até a cafeteria ali perto.
Persuade (70), se necessário:
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