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Boeing da Gol choca-se com avião menor

Sobre a discussão das informações dadas pela Gol, se são ou não suficientes... bem, vou relatar aqui oq eu conversei ontem com meu amigo cujo pai morreu nesse desastre.

A confirmação completa de q o pai dele estava no avião durou aproximadamente de 10 da manhã as 15:00 horas... contando desde o momento que confirmaram que havia alguém com o nome do pai dele no avião até a confirmação q de fato era o pai dele e q ele havia feito o check in.

Depois disso a Gol vem sempre vindo, por motivos óbvios, divulgando informações atrás da imprensa. Ele no caso fica mais puto com a imprensa em si pq no meio do sábado a TV Record divulgou que haviam achado vários sobreviventes e uma informação falsa dessa realmente desespera os parentes.

Ele é um cara de grande bom senso... não creio q ele culpe a companhia ou pelo menos não notei assim, afinal isso é mesmo uma fatalidade.
 
Pra quem não pôde ler:

New York Times
Joe Sharkey
em São José dos Campos, Brasil


Era um vôo confortável, rotineiro.

Com o quebra-sol da janela fechado, eu estava descansando em meu assento de couro a bordo de um jato executivo de US$ 25 milhões, voando a mais de 11 mil metros acima da vasta floresta tropical Amazônica. Cada um dos sete a bordo do jato para 13 passageiros estava na sua.

Sem aviso, eu senti um solavanco e ouvi uma forte batida, seguida por um silêncio assustador, exceto pelo zunido dos motores.

E então vieram as três palavras que nunca esquecerei. "Fomos atingidos", disse Henry Yandle, um outro passageiro que estava em pé no corredor perto da cabine do jato Legacy 600 da Embraer.

"Atingidos? Pelo quê?" me perguntei. Eu levantei o quebra-sol. O céu estava claro; o sol baixo no céu. A floresta tropical parecia não acabar mais. Mas lá, na extremidade da asa, se encontrava uma aresta dentada, talvez de 30 centímetros de altura, onde uma winglet (ponta da asa) de 1,5 metro devia estar.

E assim começaram os mais angustiantes 30 minutos da minha vida. Me diriam várias vezes nos dias seguintes que ninguém jamais sobreviveu a uma colisão no ar. Eu tinha sorte de estar vivo - e apenas posteriormente é que tomaria conhecimento de que 155 pessoas, a bordo do Boeing 737 em um vôo doméstico que aparentemente se chocou conosco, não estavam.

Os investigadores ainda estão tentando descobrir o que aconteceu, e como - por algum milagre - nosso jato menor conseguiu se manter no ar enquanto o 737 que era mais longo, mais largo e três vezes mais pesado caiu do céu verticalmente.

Mas às 15h59 da tarde da última sexta-feira, tudo o que pude ver, tudo o que sabia, era que parte da asa tinha sido perdida. E estava claro que a situação piorava rapidamente. A borda da asa estava perdendo rebites e começando a se desfazer.

Surpreendentemente, ninguém entrou em pânico. Os pilotos calmamente começaram a estudar seus controles e mapas em busca de sinais de um aeroporto próximo ou, pela janela, um lugar para pousar.

Mas à medida que os minutos passavam, o avião continuava a perder velocidade. Àquela altura todos nós sabíamos que a situação era grave. Eu me perguntava quão dolorida seria uma aterissagem - um termo otimista para queda.

Eu pensei na minha família. Não havia sentido em tentar telefonar com meu celular - não havia sinal. E à medida que nossas esperanças diminuíam, alguns de nós escreveram bilhetes para esposas e entes queridos e os colocaram nas carteiras, na esperança de serem encontrados posteriormente.

Eu estava concentrado em notas diferentes quando o vôo teve início. Eu escrevo semanalmente a coluna "On the Road" para a seção de viagem de negócios do "New York Times", publicada às terças-feiras, há sete anos. Mas eu estava no Embraer 600 para um artigo freelance para a revista "Business Jet Travel".

Os demais passageiros incluíam executivos da Embraer e de uma empresa de vôos charter chamada ExcelAire, a nova dona do jato. David Rimmer, o vice-presidente sênior da ExcelAire, me convidou para pegar uma carona para casa no jato que sua empresa tinha acabado de adquirir na sede da Embraer aqui.

E a viagem até então tinha sido boa. Minutos antes da colisão, eu fui até a cabine para conversar com os pilotos, que disseram que o avião estava voando perfeitamente. Eu li o mostrador que apontava nossa altitude: 37 mil pés (11.277 metros).

Então o choque, que também arrancou parte da cauda de nosso avião.

Imediatamente após, não houve muita conversa.

Rimmer, um homem grande, estava debruçado no corredor à minha frente olhando pela janela para a asa danificada.

"Quão ruim ela está?" eu perguntei.

Ele se voltou para mim com olhar firme e disse: "Eu não sei".

Eu vi a linguagem corporal dos dois pilotos. Eles pareciam soldados de infantaria trabalhando em uma situação difícil, como foram treinados a fazer.

Nos 25 minutos seguintes, os pilotos, Joe Lepore e Jan Paladino, analisaram seus instrumentos à procura de um aeroporto. Nada aparecia.

Eles enviaram um pedido de socorro, que foi recebido por uma avião de carga em alguma parte da região. Não houve contato com nenhum outro avião e certamente não com um 737 no mesmo espaço aéreo.

Lepore então avistou uma pista em meio à mata escura.

"Eu consigo ver um aeroporto", ele disse.

Eles tentaram contatar a torre de controle, que era de uma base militar escondida Amazônia adentro. Ele fizeram uma curva acentuada para reduzir a pressão na asa.

Enquanto se aproximavam da pista, eles receberam o primeiro contato do controle de tráfego aéreo.

"Nós não sabíamos qual era a extensão da pista ou se tinha algo nela", disse Paladino posteriormente, naquela noite na base do Cachimbo na floresta.

A descida foi brusca e rápida. Eu assisti os pilotos lutarem com a aeronave porque muitos dos controles automáticos tinham se perdido. Eles conseguiram parar o avião restando ainda um bocado de pista. Nós cambaleamos para a saída.

"Bela pilotagem", eu disse aos pilotos ao passar por eles. Na verdade, eu inseri uma palavra impublicável entre "bela" e "pilotagem".

"Ao seu dispor", disse Paladino com um sorriso nervoso.

Posteriormente naquela noite, eles nos serviram cerveja gelada e comida na base militar. Nós especulamos interminavelmente sobre o que causou o impacto. Um balão meteorológico desgarrado? Um caça militar cujo piloto ejetou? Um avião nas proximidades que explodiu, lançado destroços contra nós?

Seja qual fosse a causa, ficou claro que estivemos envolvidos em uma colisão no ar na qual nenhum de nós devia ter sobrevivido.

Em um momento de humor negro no quartel onde dormiríamos, eu disse: "Talvez a gente esteja realmente morto e isto seja o inferno -revivendo papos furados de faculdade com uma lata de cerveja pela eternidade".

Por volta das 19h30, Dan Bachmann, um executivo da Embraer e o único entre nós que falava português, veio à mesa na sala com notícias do escritório do comandante. Um Boeing 737 com 155 pessoas a bordo tinha desaparecido no local onde fomos atingidos.

Antes daquele momento, nós todos estávamos brincando e rindo do apuro do qual escapamos. Nós éramos os 7 da Amazônia, vivendo agora um tempo precioso que não mais nos pertencia, mas que de alguma forma tínhamos adquirido. Nós nos encontraríamos anualmente para narrar que uso fizemos deste tempo.

Em vez disso, naquele momento nós baixamos nossas cabeças em um longo momento de silêncio, com o som de lágrimas abafadas.

Ambos os pilotos, com extensa experiência em jatos executivos, ficaram abalados com a situação. "Se alguém devia ter caído deveria ter sido nós", ficava repetindo Lepore, 42 anos, de Bay Shore, Nova York.

Paladino, 34 anos, de Westhampton, Nova York, mal conseguia falar. "Eu estou tentando digerir a perda de todas aquelas pessoas. Está realmente começando a doer", ele disse.

Yandle lhe disse: "Vocês são heróis. Vocês salvaram nossas vidas". Eles sorriram de forma abatida. Estava claro que o peso de tudo aquilo permaneceria com eles para sempre.

No dia seguinte, a base estava repleta de autoridades brasileiras investigando o acidente e dirigindo as operações de busca pelo 737, que um oficial me disse que se encontrava em uma área a menos de 160 quilômetros ao sul de onde estávamos, mas cujo acesso só era possível abrindo densa mata à mão.

Nós também tivemos acesso ao nosso avião, que estava sendo estudado minuciosamente pelos inspetores. Ralph Michielli, vice-presidente de manutenção da ExcelAire e um passageiro do vôo, me levou em um elevador para ver o dano na asa perto da winglet partida.

Um painel perto da borda da asa estava separado em mais de 30 centímetros. Manchas escuras perto da fuselagem mostravam que combustível tinha vazado. Partes do estabilizador horizontal na cauda foram esmagadas, um pedaço pequeno estava faltando no elevador esquerdo.

Um inspetor militar brasileiro ao lado me surpreendeu com sua disposição de conversar, apesar das limitações da conversa devido ao seu fraco inglês e meu português inexistente.

Ele especulava sobre o que tinha acontecido, mas foi isto o que ele disse: ambos os aviões estavam, inexplicavelmente, na mesma altitude e no mesmo espaço no céu. Os pilotos do 737 a caminho do sudeste avistaram nosso Legacy 600, que estava voando para noroeste rumo a Manaus, e fizeram uma manobra evasiva frenética. A asa do 737 -se precipitando no espaço entre nossa asa e a cauda alta, nos atingiu duas vezes, e o avião maior mergulhou em sua espiral fatal.

Soava como uma situação impossível, reconheceu o inspetor. "Mas eu acho que foi isto o que aconteceu", ele disse. Apesar de ninguém ainda ter dito ao certo como o acidente ocorreu, três outros oficiais brasileiros me disseram que foram informados que ambos os aviões estavam na mesma altitude.

Por que eu - o passageiro mais próximo do impacto - não ouvi nenhum som, nenhum barulho de um grande 737?

Eu perguntei a Jeirgen Prust, o piloto de teste da Embraer. Isto ocorreu no dia seguinte, quando fomos transferidos da base em uma aeronave militar para a sede da polícia em Cuiabá. Foi lá que as autoridades estabeleceram a jurisdição e onde pilotos e passageiros do Legacy 600, incluindo eu, seríamos interrogados até o amanhecer por um intenso comandante da polícia e seus tradutores.

Prust pegou uma calculadora e digitou, imaginando o tempo disponível para ouvir o barulho de um jato vindo na direção de outro jato, cada um voando a mais de 800 km/h em direções opostas. Ele me mostrou os números. "É bem menos do que uma fração de segundo", ele disse. Ambos olhamos para os pilotos desabados nos sofás do outro lado da sala.

"Eles e aquele avião salvaram nossas vidas", eu disse.

"Segundo meus cálculos", ele concordou.

Eu posteriormente pensei que talvez o piloto do avião comercial brasileiro tenha salvo nossas vidas, devido ao seu reflexo rápido. Pena que seus próprios passageiros não poderiam dizer o mesmo.

Na sede da polícia, nós fomos obrigados a escrever em uma folha de papel nossos nomes, endereços, datas de nascimento, ocupações e escolaridade, além do nome de nossos pais. Também fomos obrigados a passar por um exame com um médico de cabelo comprido, que vestia uma avental que chegava quase à sua canela. Nós fomos obrigados a nos despir até a cintura para fotografias de frente e costas.

Isto, explicou o médico, cujo nome eu não entendi mas que se descreveu como um "médico perito", era para provar que não tínhamos sido torturados.

O humor negro voltou apesar de nossas tentativas de contê-lo.

"Este sujeito é um legista", me explicou Yandle posteriormente, "eu acho que isto significa que nós estamos realmente mortos".

Mas os risos agora desapareceram, ao nos lembrarmos constantemente dos corpos ainda não recuperados na selva, e como suas vidas e as nossas se cruzaram, literal e metaforicamente, por uma terrível fração de segundo.
 
Pergunta para o Omykron, ou outro que entenda de aviação:

Vamos supor que o piloto do Legacy desligou o TCAS. Que motivos ele teria para isso? Que desvantagem o TCAS traz?
 
Última edição:
Ele poderia estar querendo "dar um pau" e testar o brinquedinho novo. Como o treco transmite posição e tals, ele não queria que a torre soubesse disso.
 
Ele poderia estar querendo "dar um pau" e testar o brinquedinho novo. Como o treco transmite posição e tals, ele não queria que a torre soubesse disso.

Algo do tipo "peguei meu Astra zero, vou ver como ele reage a 180Km/h na BR". Coincidentemente, foi essa a impressão que me passou há um bom tempo.

E agora o tal jornalista tá querendo fomentar confusão, insinuando que a aeronáutica brasileira pode estar manipulando a investigação pra culpar os pilotos do jato. Queria ver se fosse um piloto brasileiro num jatinho que bateu num avião comercial dos EUA...
 
Tem uma coisa que eu não entendo nesse acidente.

A colisão entre os dois aviões claramente não foi grave, nem um choque frontal. Podemos dizer que os aviões "esbarraram" no ar. Se os danos no Legacy não foram muito graves, não consigo imaginar como os danos no Boeing, muito maior, possam ter sido graves.

No entanto, ao que tudo indica logo após o choque o Boeing imediatamente começou a cair. Não houve tempo para o piloto avisar ao controlador de vôo que algo estranho aconteceu, não houve tempo para uma tentativa de pouso, nada.
um choque, de qq que seja a maguinitude, a quase 12.000 metros de altitude, com aeronaves em sentido oposto a mais de 800km/h eh SEMPRE grave.
"outra coisa que está sendo questionada é sobre o por que do legacy estar usando a rota doméstica ao invés da comercial..."
nao existe esse tipo de rota...
todas as aerovias sao utilizaveis, caso a aeronave consiga cumprir os minimos para aquela aerovia.
por exemplo, a aerovia utilizada por ambos (legacy e o gol) eh a chamada aerovia RNAV (ou de navegacao), que a aeronave deve manter o eixo da aerovia sem precisar usar de auxilios navegacao que balizem a aerovia.
Pergunta para o Omykron, ou outro que entenda de aviação:

Vamos supor que o piloto do Legacy desligou o TCAS. Que motivos ele teria para isso? Que desvantagem o TCAS traz?
O TCAS eh ligado diretamente ao transponder, em 2 modos. o TA (Traffic Awareness) que apenas mostra os alvos das aeronaves a 1200ft abaixo/acima da aeronave, e com avisos sonoros de "TRAFFIC" caso alguma aeronave adentre no espaco de seguranca (700ft de altitude entre os alvos). O segundo modo, eh o RA (Resolution and Avoidance), que alem dos modos do TA, ele conta com formas de avisar a razao minima de subida/descida para se evitar a colisao.
se vc desliga o seu transponder, automaticamente vc desliga o seu TCAS.
logo, vc fica cego, alem de ficar "oculto"
a vantagem eh que vc nao precisa obedecer o controlador de voo. a desvantagem eh que vc pode ter sua licensa de piloto cassada.
Ele poderia estar querendo "dar um pau" e testar o brinquedinho novo. Como o treco transmite posição e tals, ele não queria que a torre soubesse disso.
essa eh a suposicao mais aceita, ja que existe a suposicao que o piloto queria subir do nivel de 36000 ft para o 38000ft, e por algum motivo, ele nao queria pedir para o ACC e subiu com o transponder desligado.
deu azar de subir com um trafego no sentido oposto.
mas eh apenas suposicao....
ateh sair o relatorio preliminar da analise do FDR e do CVR do legacy, eh tudo especulacao.
 
Eu vivo falando... o esquema é ter guerreiro, mago e ladrão. Mas aí o povo coloca paladino no grupo, são sempre confiantes demais, deixam tudo nas mãos de Deus.

Para dar prosseguimento às investigações, a Justiça determinou a apreensão do passaporte de Lepore e do co-piloto americano, Jan Paladino
 
E agora o tal jornalista tá querendo fomentar confusão, insinuando que a aeronáutica brasileira pode estar manipulando a investigação pra culpar os pilotos do jato. Queria ver se fosse um piloto brasileiro num jatinho que bateu num avião comercial dos EUA...

alguém tem q avisar pra eles q o Bush não é o nosso presidente
 
se fosse nos eua e os pilotos fossem brasileiros estariam todos f##@@#$

palhaçada esse jornalista querer dizer que o brasil tem falhas no controle da aviação....

foi aqui que 4 aviões escaparam do controle de vôo e se espatifaram contra prédios e pentágono....

putz!!!
 
Tem uma coisa que eu não entendo nesse acidente.

A colisão entre os dois aviões claramente não foi grave, nem um choque frontal. Podemos dizer que os aviões "esbarraram" no ar. Se os danos no Legacy não foram muito graves, não consigo imaginar como os danos no Boeing, muito maior, possam ter sido graves.

No entanto, ao que tudo indica logo após o choque o Boeing imediatamente começou a cair. Não houve tempo para o piloto avisar ao controlador de vôo que algo estranho aconteceu, não houve tempo para uma tentativa de pouso, nada.

Meu pai é piloto da Gol, quando perguntei a ele disse que a principal razão pra isso é que os cabos de comando (quando o comandante puxa o manche eles fazem as abas na asa e profundor se mexerem) passam por lá, e se fossem cortados, o avião ficaria totalmente sem controle.
Outra coisa que pode ter acontecido é ele ter se partido ao meio por ter sido enfraquecido mesmo, apesar que os destroços não tavam tão longe assim pelo que vi.
 
Se uns brasileiros fizessem uma sacanagem dessas nos EUA eles teriam sido detidos imediatamente como possíveis terroristas. Mas como foi aqui os parlamentares de lá queriam que os pilotos voltassem rapidinho. Afinal eles não devem satisfação pro Brasil.


Minha prima não embarcou porque a empresa esqueceu dela na hora de comprar as passagens de volta. As colegas dela morreram.
 
e pq o legacy nao fez KABOOM? :hanhan:

Isso é, essencialmente, o que eu perguntei algumas páginas atrás: por que um choque que não foi tão grave quanto poderia ser[1] permitiu ao Legacy continuar voando, ainda que com um pouco mais de dificuldade, mas no Boeing causou sua queda logo em seguida, sem nem tempo para o piloto tentar pousar?


[1]Eles poderiam ter batido de frente.
 
Não sei se todos aqui sabem, mas eu trabalho como controlador de vôo aqui em Curitiba há 7 anos. O órgão de controle no qual eu trabalho provê um serviço semelhante ao Centro de Controle de Área de Brasília, órgão responsável pelo controle dos tráfegos que colidiram no ar.

Quando recebi a notícia do desaparecimento de um avião, eu estava prestes a ir dormir, mas não consegui mais. Casos como o do lago constance, ou um mais antigo como o de Zagreb, deixam claro que as pessoas numa hora como essa não se contentam apenas em aceitar uma "fatalidade". Elas querem um culpado. Elas querem alguém a quem processar. Elas querem uma caça à bruxas.

Desde a hora que recebi a notícia até receber um relato confiável do que aconteceu, não consegui ficar tranquilo. Não gostaria de estar na pele do garoto que controlava aqueles dois tráfegos. Digo garoto porque ele realmente o é... Cerca de 22 anos, menos de um ano de experiência, vítima de um sistema em frangalhos que poucos conhecem, mas que põe em risco a vida de muito mais do que 154 pessoas todos os dias, em várias partes do Brasil.

Logicamente, esse tipo de informação não é divulgada pela imprensa. E eu me pergunto: Por que?

O Ministro vem à imprensa e afirma que TODO o território nacional é coberto por radares. Eu lhes digo: Não é! Muitas regiões no Pantanal e na Amazônia infelizmente ainda não contam com esse serviço.

Já vi muitas pessoas dizerem que o piloto americano foi imprudente e desligou o transponder deliberadamente para poder modificar a sua altitude, sem que o órgão de controle percebesse. Não é verdade!

As duas aeronaves estavam exatamente na mesma altitude. O piloto do Legacy tentou contato com o controle para solicitar modificação de altitude, porém o meio de comunicação entre eles, uma freqüência VHF sucateada, não funcionou.

Houve pequenas falhas humanas e uma possível falha de equipamento do Legacy.

A falha do equipamento do Legacy foi o desligamento do equipamento transponder, fato que ocorre com relativa frequência. Várias vezes solicitei a um piloto que verificasse o funcionamento de seu tranponder. Um "reset" no equipamento basta pra que o aparelho volte a funcionar ou, se for o caso, utiliza-se o equipamento reserva.

Uma falha humana está relacionada a essa falha de equipamento. O controlador de vôo deveria perceber o desligamento do transponder do Legacy e alertá-lo. Isso não ocorreu. Sem esse equipamento ligado, o TCAS se torna inútil.

A pergunta é: Como o controlador de vôo conseguiria alertar o piloto do Legacy se a sua freqüência não funcionava? Essa pane do sistema de controle do espaço aéreo, na minha opinião, foi a principal responsável pelos danos materias e pelas mortes de 154 pessoas que estavam à bordo do Boeing da Gol.

Houve uma segunda falha humana no incidente. O piloto, ao tentar chamar o Centro de Controle e não obter resposta, deveria iniciar um procedimento que poucos pilotos o fazem. Ele deveria declarar falha nas comunicações, acionando o código 7600 em seu transponder. Nesse caso, ele chamaria a atenção do controle para o seu problema e teria autonomia para cumprir seu plano de vôo, à risca. Tal cumprimento previa a modificação de altitude, após passar Brasília, portanto não haveria colisão.

Agora vamos aguardar o relatório oficial da FAB e ver o que será dito pelos técnicos de investigação. Afinal de contas, tudo o que foi dito até agora, por mim, pela imprensa ou pelas autoridades não passa de especulação. Eu não sou um expert em direito aeronáutico, mas acredito que um bom advogado livra a cara do piloto e do controlador de vôo, imputando culpa ao sistema de controle do espaço aéreo brasileiro.
 
Última edição:
Pelo que eu vi na TV a culpa foi dos pilotos do Legacy. Eles deveriam ter ido para uma altura par mesmo sem conseguir se comunicar.
 
Pelo que eu vi na TV a culpa foi dos pilotos do Legacy. Eles deveriam ter ido para uma altura par mesmo sem conseguir se comunicar.

Não, Balbo.
Essa é mais umas das insanidades que a imprensa vem vinvulando a torto e a direito.

Eu te explico o porquê.

Quando um piloto apresenta um plano de vôo, antes mesmo de decolar, ele está sujeito à autorização de um órgão de controle. Essa autorização contém rota e nível de vôo.

No caso do Legacy, o plano proposto apresentava uma modificação de nível de vôo, após passar por Brasília. Entretanto, o plano de vôo autorizado ainda previa o nível 370. Apesar de ser incorreto, naquele rumo, a mudança no plano de vôo para o nível 360, só pode ser feita com autorização do Centro de Controle ou, como eu disse antes, em caso de falha de comunicações declarada através do acionamento do código 7600 no transponder.
 
Não sei se todos aqui sabem, mas eu trabalho como controlador de vôo aqui em Curitiba há 7 anos. O órgão de controle no qual eu trabalho provê um serviço semelhante ao Centro de Controle de Área de Brasília, órgão responsável pelo controle dos tráfegos que colidiram no ar.

Quando recebi a notícia do desaparecimento de um avião, eu estava prestes a ir dormir, mas não consegui mais. Casos como o do lago constance, ou um mais antigo como o de Zagreb, deixam claro que as pessoas numa hora como essa não se contentam apenas em aceitar uma "fatalidade". Elas querem um culpado. Elas querem alguém a quem processar. Elas querem uma caça à bruxas.

Desde a hora que recebi a notícia até receber um relato confiável do que aconteceu, não consegui ficar tranquilo. Não gostaria de estar na pele do garoto que controlava aqueles dois tráfegos. Digo garoto porque ele realmente o é... Cerca de 22 anos, menos de um ano de experiência, vítima de um sistema em frangalhos que poucos conhecem, mas que põe em risco a vida de muito mais do que 154 pessoas todos os dias, em várias partes do Brasil.

Logicamente, esse tipo de informação não é divulgada pela imprensa. E eu me pergunto: Por que?

O Ministro vem à imprensa e afirma que TODO o território nacional é coberto por radares. Eu lhes digo: Não é! Muitas regiões no Pantanal e na Amazônia infelizmente ainda não contam com esse serviço.

Já vi muitas pessoas dizerem que o piloto americano foi imprudente e desligou o transponder deliberadamente para poder modificar a sua altitude, sem que o órgão de controle percebesse. Não é verdade!

As duas aeronaves estavam exatamente na mesma altitude. O piloto do Legacy tentou contato com o controle para solicitar modificação de altitude, porém o meio de comunicação entre eles, uma freqüência VHF sucateada, não funcionou.

Houve pequenas falhas humanas e uma possível falha de equipamento do Legacy.

A falha do equipamento do Legacy foi o desligamento do equipamento transponder, fato que ocorre com relativa frequência. Várias vezes solicitei a um piloto que verificasse o funcionamento de seu tranponder. Um "reset" no equipamento basta pra que o aparelho volte a funcionar ou, se for o caso, utiliza-se o equipamento reserva.

Uma falha humana está relacionada a essa falha de equipamento. O controlador de vôo deveria perceber o desligamento do transponder do Legacy e alertá-lo. Isso não ocorreu. Sem esse equipamento ligado, o TCAS se torna inútil.

A pergunta é: Como o controlador de vôo conseguiria alertar o piloto do Legacy se a sua freqüência não funcionava? Essa pane do sistema de controle do espaço aéreo, na minha opinião, foi a principal responsável pelos danos materias e pelas mortes de 154 pessoas que estavam à bordo do Boeing da Gol.

Houve uma segunda falha humana no incidente. O piloto, ao tentar chamar o Centro de Controle e não obter resposta, deveria iniciar um procedimento que poucos pilotos o fazem. Ele deveria declarar falha nas comunicações, acionando o código 7600 em seu transponder. Nesse caso, ele chamaria a atenção do controle para o seu problema e teria autonomia para cumprir seu plano de vôo, à risca. Tal cumprimento previa a modificação de altitude, após passar Brasília, portanto não haveria colisão.

Agora vamos aguardar o relatório oficial da FAB e ver o que será dito pelos técnicos de investigação. Afinal de contas, tudo o que foi dito até agora, por mim, pela imprensa ou pelas autoridades não passa de especulação. Eu não sou um expert em direito aeronáutico, mas acredito que um bom advogado livra a cara do piloto e do controlador de vôo, imputando culpa ao sistema de controle do espaço aéreo brasileiro.
bem lembrado alex.
a regiao norte do estado do mato grosso, assim como N outras regioes, principalmente no sudeste, aonde você controla alex, sofrem e muito com as frequencias dos celulares rurais, que usam a frequencia aeronautica, interferindo nas antenas de retransmissao, fazendo com que nao apenas a frequencia "oficial" do setor deixe de funcionar, mas muitas vezes até mesmo a alternativa. você deve ter ciencia disso mais do que eu.

mas sabe o que poderia ter salvado o 1907?
os GTD tinha o INS com update direto do GPS, isso fazia com que ele e o legacy (que também possui esse sistema) voassem precisamente sobre o eixo da aerovia.
se apenas o TD ou o N600XL não tivessem esse sistema, o acidente teria acontecido.
o desvio do INS numa rota dessa, chega a 2 milhas para cada inercial, isso ja contabilizando os updates dos pouquissimos auxilios rádio operacionais.

imaginar que se o avião tivesse menos tecnologia, nada disso poderia ter acontecido.
Não, Balbo.
Essa é mais umas das insanidades que a imprensa vem vinvulando a torto e a direito.

Eu te explico o porquê.

Quando um piloto apresenta um plano de vôo, antes mesmo de decolar, ele está sujeito à autorização de um órgão de controle. Essa autorização contém rota e nível de vôo.

No caso do Legacy, o plano proposto apresentava uma modificação de nível de vôo, após passar por Brasília. Entretanto, o plano de vôo autorizado ainda previa o nível 370. Apesar de ser incorreto, naquele rumo, a mudança no plano de vôo para o nível 360, só pode ser feita com autorização do Centro de Controle ou, como eu disse antes, em caso de falha de comunicações declarada através do acionamento do código 7600 no transponder.
sim alex, mas tem de lembrar que os pilotos americanos NUNCA tinham voado no brasil antes, tinham pouquissima experiencia no equipamento (o cmte tinha menos de 30 horas solo no equipamento, e o copiloto menos que 200horas.)

eh o que eu disse antes. Um acidente aereo não acontece porque simplesmente apenas um cabeçudo errou.
 
No dia que o avião caiu eu quase quotei o post da Mari na primeira página pra comentar como estava triste. Acabei vindo aqui só 2 semanas depois.

Como comentei em meu flog e com pessoas que vieram falar comigo, este tipo de acidente mexe bastante comigo. Eu volta e meia estou viajando de avião, minha namorada também, assim como meus pais (muito mais que eu) e meu irmão. Eu me vejo facilmente em todas aquelas fotos de pessoas chorando no aeroporto. É muito ruim.

Pelo visto tudo leva a crer que aconteceu isso que o Omykrom disse. Várias cagadas ao mesmo tempo. Segundo a Veja (que nunca é uma fonte confiável, mas como eles devem ter copiado estes dados de algum lugar, serve) a chance disso acontecer é de 1 em 200 milhões. É mais fácil ganhar na megasena. MUITO mais fácil.

Então creio que não adianta reponsabilizar uma pessoa só, sejam os pilotos, sejam os controladores...o que aconteceu foi uma grande falha de comunicação e entendimento entre os pilotos e a torre. O jeito agora é trabalhar pra evitar que coisas como esta aconteçam novamente.

Além do que, estes pilotos e controladores terão de suportar o peso de ter deixado interrompido essas 154 vidas de forma tão inesperada, deixando dezenas de famílias e amigos desolados. O próprio jornalista que saiu falando um monte de coisa comentou a respeito da tristeza que se abateu sobre os pilotos quando ficaram sabendo da tragédia. Não deve ser fácil, por mais que você tente jogar a culpa em outras coisas, você sempre saberá que teve responsabilidade sobre o que aconteceu.

O que me intriga é que eu ouvia falar que o sistema de controle de vôos do Brasil é um dos melhores do mundo. Tanto é assim, que aqui acontecem pouquíssimos acidentes aéreos. Fiquei meio chocado (e preocupado) com essa informação a respeito da ineficiência das comunicações em determinados lugares. :tsc:

Pelo menos, a Gol já se dispôs a idenizar as famílias, ainda que não tenha culpa alguma sobre o ocorrido, a priori. Mas, infelizmente, a dor pra essas famílias não cessará de forma alguma....

se fosse nos eua e os pilotos fossem brasileiros estariam todos f##@@#$

palhaçada esse jornalista querer dizer que o brasil tem falhas no controle da aviação....

foi aqui que 4 aviões escaparam do controle de vôo e se espatifaram contra prédios e pentágono....

putz!!!

Também não é pra tanto. Um sequestro não tem nada a ver com um choque entre dois aviões voando supostamente sem problemas.

Mas, que se fossem brasileiros derrubando aviões comerciais americanos, com certeza a coisa ia ser diferente.
 
Leitura da caixa-preta comprova que o equipamento de comunicação do Legacy travou. Pilotos tentaram cinco contatos com o Cindacta1
Pedro Paulo Rezende
Da equipe do Correio


Uma falha no sistema de comunicação do Legacy N600XL da ExcellAire foi o fator determinante para o choque com o vôo 1097 da Gol, que vinha de Manaus para Brasília no final da tarde do dia 29 de setembro, causando a morte de 154 passageiros e tripulantes. A leitura do data recorder (caixa-preta que registra os parâmetros seguidos pelo avião) comprovou que o transponder travou pouco depois de sobrevoar Brasília, impedindo qualquer transmissão e recepção de rádio. Como não existe nenhuma luz de alarme, o problema não foi apontado para os pilotos Joe Lepore e Jan Paladino.

O data recorder também comprovou que os pilotos realizavam um vôo rotineiro e nivelado, ao contrário dos dados registrados pelo 1º Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo (Cindacta 1), sediado em Brasília, e divulgados com exclusividade pelo Correio. Segundo as informações retidas pelo controle-radar, o Legacy variou sua altitude, a partir do Ponto Teres (450km ao norte da capital federal), entre 32 mil pés e 42 mil pés. Os pilotos, segundo a mesma fonte, agora desmentida, também teriam executado manobras bruscas para a direita e a esquerda, chegando a sumir da tela por alguns instantes.

“O data recorder não confirmou esses dados. O avião estava nivelado a 37 mil pés, sem transponder, completamente incomunicável e com o sistema anticolisão não-operacional”, disse uma fonte da Aeronáutica. Sem o transponder, o radar secundário, que serve para estabelecer a altitude do avião, fica completamente inoperante.

Segundo o diretor de Segurança de Vôo do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Carlos Camacho, “as variações registradas pelo Cindacta 1 podem ser atribuídas à falta de precisão do radar primário. Mas não é a primeira vez que transponders Honeywell travam a comunicação de uma aeronave. Por causa de um software defeituoso um modelo mais antigo foi banido do espaço aéreo europeu. Houve até um recall determinado pela fábrica”. O equipamento usado no Legacy é diferente e não apresentara nenhuma falha até a colisão.

Esforço em vão


O voice recorder (gravador de voz) registou cinco tentativas de comunicação dos pilotos do Legacy com o Cindacta 1. Ao mesmo tempo, os controladores tentavam um contato com a aeronave, solicitando que ligassem o transponder. Os conteúdos das mensagens mudaram a partir do momento em que o radar apresentou uma grande variação de altitude. Passaram a pedir que o avião seguisse o plano de vôo.

O último deles, em freqüência aberta, pediu que qualquer piloto próximo retransmitisse a ordem para o Legacy N600XL. “O data recorder do Legacy mostrou que o avião estava sintonizado com a freqüência de Brasília”, disse um investigador que teve acesso à caixa-preta, “mas nenhuma resposta foi registrada até o choque. A partir desse momento, os pilotos mudam para a freqüência internacional de emergência e as comunicações de bordo retornaram. O transponder também voltou a funcionar.”

As investigações agora avaliam os procedimentos adotados pelos controladores de vôo. A última comunicação com o Legacy, realizada pela Torre de Brasília, foi mal interpretada pelos pilotos norte-americanos. “Ela foi sucinta demais”, avalia um investigador. “Apenas confirma o registro do avião e deseja boa viagem, o que pode ter dado margem a erros”. O Cindacta 1 também ficou confuso com a altitude registrada pelo radar primário até o Ponto Teres. “A leitura indicava 36 mil pés, exatamente como previsto no plano de vôo. A partir daí o avião apresenta um, comportamento excêntrico, indicando uma emergência. Só que já se sabia que o transponder não estava funcionando.”
 

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