Um dos traços mais marcantes das obras ficcionais de Lewis, especialmente as infantis, é a alegoria. Por ela são revelados aspectos da realidade, possivelmente ocultos aos leitores, através de analogias que convidam à reflexão por meio do apelo à imaginação. Não é por outro motivo que os contos de fadas, a inspiração mitológica e a cosmovisão cristã conviveram lado a lado nos sete volumes de As crônicas de Nárnia, a grande obra de Lewis voltada para o público infanto-juvenil. Tolkien, por seu turno, alimentava uma concepção radicalmente diferente, pelo menos na aparência, acerca do papel da literatura. Ele não simpatizava em nada com as alegorias. Em entrevista, ele declarou expressamente: "Eu repugno a alegoria sempre que lhe sinto o cheiro." Imagino que essa desavença deve ter dado ensejo a muitas discussões entre os dois grandes amigos. Mas as razões de Tolkien para abominar a alegoria, assim como as de Lewis para empregá-las, encontram sua explicação numa concepção mais ampla. Tolkien não era um entusiasta do uso pedagógico da literatura, isto é, não cria que a exposição da realidade fosse, nesse sentido, seu objetivo principal. E qual era, então, o objetivo principal? A resposta encontra-se, também, na arraigada fé de Tolkien no cristianismo, e é expressa claramente em sua própria obra. Apesar de tudo isso eu acredito que as vezes havia traços da sua realidade nas obras, como já comentaram acima nos posts, é impossível não ser influenciado após ter passado por tantos fatos importantes ocorridos, Guerra, amizade, casamento, amizade, infância ... há sua infância, o Condado foi em parte baseado nos campos onde viveu quando criança. Então ao meu ver acho que houve traços (discretos) de influência da vida real com as suas obras.