egoNullius
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O que eu gostaria de discutir aqui são as influências do mercado cinematográfico e literário. Ambos surgiram da necessidade do homem de registrar os fatos que acontecem consigo. A escrita, uma das primeiras formas encontradas para se guardar informações, permace até hoje, mas agora, em alguns casos, como algo comercial, o mercado literário. Assim como a cinematografia surgiu da necessidade de se registrar o que se ve e o que se ouve, tornando-se hoje, também em alguns casos, o mercado cinematográfico. Ambos de grande alcance na sociedade atual e grande movimentação financeira.
No entanto, há alguns anos, com as inovações tecnologicas, a falta de tempo, paciência e concentração, o mercado cinematrográfico começou a roubar o espaço do literário, que até então era o mais consumido. Enquanto os lucros com grandes e milionárias produções cinematográficas aumentava, as locadoras de vídeo se multiplicavam e o DVD era inventado, a venda de livros começava a cair, as bibliotecas paravam de ser tão freqüentadas para fins não-didáticos e o mercado literário cada vez mais se afundava, sem grandes inovações ou com novidades fracassadas. O objetivismo e a "rápida" duração dos filmes cada vez mais atraiu o público, sem necessidade de grandes interpretações, de imaginar o que se acontece, apenas vendo e ouvindo o que se era apresentado.
Muitos fatores contribuíram para a decadência no consumo de livros, a falta de tempo que ultimamente vem consumindo as pessoas, a grande necessidade de concentração para se ler um (há quem diga que o hábito de assistir aos horários comerciais, nos fez perder a concentração, que agora só conseguimos manter por alguns minutos e após, precisamos de um intervalo para descanso), a grande necessidade de interpretação do que se le, sem imagens já predefinidas ou sons já preparados com uma bela trilha sonora ao fundo. O fato é que o mercado literário, hoje, por si só, não atrai mais o público como atrairia a anos atrás e está quase que absolutamente vinculado ao mercado cinematográfico.
Com muito se pode provar isso. Por exemplo, o livro "O Senhor dos Anéis" que teve suas vendas muito aumentadas no final do ano passado e começa a vender mais novamente no final desse ano em virtude do filme adaptado da obra de Tolkien por Peter Jackson. O tão elogiado filme brasileiro "Cidade de Deus", colocou na lista dos dez livros mais vendidos, o livro de mesmo nome. O último filme de Steven Spilberg, "Minority Report", rendeu agora à Philip Dick um livro de mesmo nome, com vários de seus contos, um dos quais, fonte de inspiração para o filme e outro fonte de inspiração para o excelente cult "Blade Runner". Nesse caso, ainda encontra-se algo mais interessante quanto a este aspecto, pois, durante o tempo entre "Blade Runner" e "Minority Report", Philip Dick e seus contos quase não foram mencionados.
É verdadeira a contestação de que a venda de livros aumenta muito quando esses se relacionam com temas atuais, porém, hoje em dia, é muito mais difícil a ocorrência da compra de um livro por referências de que seja uma boa obra. Não critico o fato de as pessoas comprarem livros apenas porque viram sua história no cinema.
Por outro lado, além do fato de a venda de livros estar muito atrelada ao mercado cinematográfico, o mercado literário é muitas vezes a base para o cinema. Não fossem as histórias publicadas, muitas das grandes obras do cinema não existiriam hoje. O cinema reinventa a maneira de contar a história que se le em um livro, com imagens, sons e outros muitos recursos, porém essa reinvenção nem sempre é benéfica. O que se ve nas telas, é a interpretação do diretor sobre a história que você leu e, muitas vezes, essa interpretação é completamente diferente da sua. Os personagens do livro, quando voltas a le-lo, parecem-lhe com a cara do ator que o interpretou em sua adaptação cinematográfica. Perde-se a capacidade criativa e imaginativa. Ficamos condicionados a ler a história com os olhos do diretor que a adaptou a um filme.
São raras as exceções, como o recente Harry Potter, que fez sucesso por si só, sem precisar de uma adaptação cinematográfica para que vendesse mais. Porém, o fato do livro vender e agradar tanto, tornou inevitável a adaptação deste ao cinema.
Ainda quanto à impulsão que o cinema dá ao mercado cinematográfico, é, hoje em dia, inevitável entrar em uma livraria e não deparar-se com um livro cuja capa é a foto de um filme. Isso aconteceu com "O Senhor dos Anéis", que vendeu muitos exemplares cuja capa trata-se de uma "falsa" imagem dos Argonath. Apenas a assemelhação do livro com o filme à partir dessa foto, mesmo que mal adaptada, rendeu muitos lucros à editora.
O mercado cinematográfico sempre dependeu e, talvez, sempre dependerá do literário, porém esse, hoje, começa a depender também do cinema. Uma dependência recíproca. Os benefícios são mútuos, porém, os prejuízos parecem afetar muito mais a leitura de uma boa história.
No entanto, há alguns anos, com as inovações tecnologicas, a falta de tempo, paciência e concentração, o mercado cinematrográfico começou a roubar o espaço do literário, que até então era o mais consumido. Enquanto os lucros com grandes e milionárias produções cinematográficas aumentava, as locadoras de vídeo se multiplicavam e o DVD era inventado, a venda de livros começava a cair, as bibliotecas paravam de ser tão freqüentadas para fins não-didáticos e o mercado literário cada vez mais se afundava, sem grandes inovações ou com novidades fracassadas. O objetivismo e a "rápida" duração dos filmes cada vez mais atraiu o público, sem necessidade de grandes interpretações, de imaginar o que se acontece, apenas vendo e ouvindo o que se era apresentado.
Muitos fatores contribuíram para a decadência no consumo de livros, a falta de tempo que ultimamente vem consumindo as pessoas, a grande necessidade de concentração para se ler um (há quem diga que o hábito de assistir aos horários comerciais, nos fez perder a concentração, que agora só conseguimos manter por alguns minutos e após, precisamos de um intervalo para descanso), a grande necessidade de interpretação do que se le, sem imagens já predefinidas ou sons já preparados com uma bela trilha sonora ao fundo. O fato é que o mercado literário, hoje, por si só, não atrai mais o público como atrairia a anos atrás e está quase que absolutamente vinculado ao mercado cinematográfico.
Com muito se pode provar isso. Por exemplo, o livro "O Senhor dos Anéis" que teve suas vendas muito aumentadas no final do ano passado e começa a vender mais novamente no final desse ano em virtude do filme adaptado da obra de Tolkien por Peter Jackson. O tão elogiado filme brasileiro "Cidade de Deus", colocou na lista dos dez livros mais vendidos, o livro de mesmo nome. O último filme de Steven Spilberg, "Minority Report", rendeu agora à Philip Dick um livro de mesmo nome, com vários de seus contos, um dos quais, fonte de inspiração para o filme e outro fonte de inspiração para o excelente cult "Blade Runner". Nesse caso, ainda encontra-se algo mais interessante quanto a este aspecto, pois, durante o tempo entre "Blade Runner" e "Minority Report", Philip Dick e seus contos quase não foram mencionados.
É verdadeira a contestação de que a venda de livros aumenta muito quando esses se relacionam com temas atuais, porém, hoje em dia, é muito mais difícil a ocorrência da compra de um livro por referências de que seja uma boa obra. Não critico o fato de as pessoas comprarem livros apenas porque viram sua história no cinema.
Por outro lado, além do fato de a venda de livros estar muito atrelada ao mercado cinematográfico, o mercado literário é muitas vezes a base para o cinema. Não fossem as histórias publicadas, muitas das grandes obras do cinema não existiriam hoje. O cinema reinventa a maneira de contar a história que se le em um livro, com imagens, sons e outros muitos recursos, porém essa reinvenção nem sempre é benéfica. O que se ve nas telas, é a interpretação do diretor sobre a história que você leu e, muitas vezes, essa interpretação é completamente diferente da sua. Os personagens do livro, quando voltas a le-lo, parecem-lhe com a cara do ator que o interpretou em sua adaptação cinematográfica. Perde-se a capacidade criativa e imaginativa. Ficamos condicionados a ler a história com os olhos do diretor que a adaptou a um filme.
São raras as exceções, como o recente Harry Potter, que fez sucesso por si só, sem precisar de uma adaptação cinematográfica para que vendesse mais. Porém, o fato do livro vender e agradar tanto, tornou inevitável a adaptação deste ao cinema.
Ainda quanto à impulsão que o cinema dá ao mercado cinematográfico, é, hoje em dia, inevitável entrar em uma livraria e não deparar-se com um livro cuja capa é a foto de um filme. Isso aconteceu com "O Senhor dos Anéis", que vendeu muitos exemplares cuja capa trata-se de uma "falsa" imagem dos Argonath. Apenas a assemelhação do livro com o filme à partir dessa foto, mesmo que mal adaptada, rendeu muitos lucros à editora.
O mercado cinematográfico sempre dependeu e, talvez, sempre dependerá do literário, porém esse, hoje, começa a depender também do cinema. Uma dependência recíproca. Os benefícios são mútuos, porém, os prejuízos parecem afetar muito mais a leitura de uma boa história.