• Caro Visitante, por que não gastar alguns segundos e criar uma Conta no Fórum Valinor? Desta forma, além de não ver este aviso novamente, poderá participar de nossa comunidade, inserir suas opiniões e sugestões, fazendo parte deste que é um maiores Fóruns de Discussão do Brasil! Aproveite e cadastre-se já!

Pastor remunerado terá sala para trabalhar no Hospital São Vicente

Morfindel Werwulf Rúnarmo

Geofísico entende de terremoto
Após manter silêncio sobre a contratação de um pastor remunerado no Hospital São Vicente de Paulo, o secretário de Saúde, Cláudio Miranda, afirmou ontem que o profissional segue em seu cargo e terá, inclusive, uma sala para fazer seus atendimentos espirituais - com mesa e computador. O local, disse o secretario, não será grande e não comprometerá a parte física do São Vicente - que no mês passado inaugurou um Pronto Atendimento para ter mais espaço e, assim, abrir novos leitos.
"Será em uma área administrativa."

Como revelou o Jornal de Jundiaí Regional com exclusividade ontem, o pastor José Adilson Telles recebe mensalmente R$ 2,5 mil para dar consultas espirituais no hospital, cargo que desempenha desde 13 março. Ele é registrado como auxiliar administrativo.

Atualmente, o São Vicente possui sua capela, de viés católico e, por isso, o secretário acha justo que o pastor também tenha um espaço para suas funções. Miranda explicou a contratação como uma forma de dar mais humanização ao serviço do hospital e encara o cargo como administrativo. Não existe hoje a função de pastor dentro de determinada empresa ou instituição. Ainda assim, o secretário disse que a contratação - com um profissional desempenhando uma função diferente do que consta na folha de pagamento - não é ilegal.

Procurado pela reportagem anteontem, o pastor afirmou que foi indicado por Miranda. Sobre a declaração, o secretário disse não ser verdade e que a indicação foi do Conpas (Conselho de Pastores).

O novo profissional do São Vicente deverá, também, fazer um curso de especialização em capelania e passar seus ensinamentos para outras pessoas, para que isso seja levado a outros hospitais e instituições. Ainda segundo o secretário, o assunto não foi abordado com Pedro Bigardi (PCdoB) e ele não sabia se o prefeito tinha conhecimento do caso. O pastor, além de trabalhar de segunda a sexta-feira, poderá estar presente também aos finais de semana no hospital.

Católicos - Segundo o secretário de Saúde, o padre que trabalha hoje dentro do São Vicente também recebe um salário - de R$ 700 - e a ideia é equipará-lo ao do pastor. De acordo com o padre Jorge Demarchi, coordenador do Setor de Comunicação da Diocese de Jundiaí, entretanto, nunca houve uma remuneração por parte do Hospital São Vicente de Paulo para o padre que ali atua.

"Não tenho conhecimento de que ele receba um salário do hospital. O que existe é uma ajuda de custo, paga pela Cúria Diocesana, para que o padre possa se manter",
afirma padre Jorge. Ele também confirmou o trabalho voluntário feito pela Pastoral da Saúde. A presença de uma outra religião além da católica e da evangélica não se justifica para Miranda, porque o serviço de capelania é apenas desenvolvido por estas duas religiões.

Pedido

O vereador Rafael Antonucci (PSDB) enviou um ofício a Miranda, ontem, pedindo a anulação da contratação do pastor. Cópia do documento foi postada em uma rede social e gerou discussões entre seus usuários.

Procurado, o vereador disse que seu foco não é a religião, que ele respeita, mas a remuneração do pastor. No ofício, ele se refere à contratação como "verdadeira atrocidade financeira". Antonucci ainda cita o Artigo 19 da Carta Maior,
"com o impedimento específico de quaisquer verbas que possam ser definidas como contribuições ou pagamentos a integrantes desta ou daquela religião".

O conselheiro de Saúde Osvaldo Cosmo afirmou que o Comus (Conselho Municipal de Saúde) - do qual Miranda é o presidente - não foi avisado sobre a contratação do pastor e considera a situação constrangedora para o hospital. Osvaldo sabia da presença do pastor, mas não da remuneração e que ainda não conversou com o superintendente do São Vicente, Fued Maluf, sobre o caso.

Miranda, ao ser questionado sobre o motivo de não ter avisado os outros membros do Comus a respeito da contratação de José Adilson, disse tratar-se da entrada de um novo profissional, como qualquer outro.

Agostinho Moretti, presidente do Conselho de Saúde do São Vicente, também se colocou contra a remuneração do pastor.
"Os conselheiros, por exemplo, fazem trabalhos aqui, mas são todos voluntários."
Nós próximos dias, os conselheiros do São Vicente deverão se reunir e o caso do pastor entrará em discussão.

Fonte

_________________________________________________________

Estado laico? Nunca vi, eu só ouço falar!
 
Eu mesmo não sou contra, desde que contratem também um padre, um xamã, etc., ou seja, alguém para realizar aconselhamento espiritual para pessoas em fase terminal ou para confortar as famílias - alguém para colaborar em psicotanatologia.
 
Eu discordo. Serviços religiosos não deviam ser cobrados. Muito menos os "cristãos", pois na bíblia diz "De graça recebestes, de graça dais".

Deus em tese não precisaria de dinheiro... se os sacerdotes cobram, é pra uso próprio. Sou até a favor de cobrar uma ajuda de custo... mas 2500 reais já passou de ajuda de custo há muito.
 
Então, né... tá desempregado, vire pastor. Simples assim! :D

Muita calma nessa hora, "virar" pastor não é essa bagunça que se vê nas neopentecas por aí não. Requer anos, em torno de 5 a 8, de muito estudo em um seminário e uma vida totalmente dedicada a isso, o que impede inclusive que se tenha um emprego paralelo. Normalmente a igreja adota o futuro pastor e o mantém durante esse tempo, se ele não tem uma família com condições pra isso. Em igrejas sérias (sim, elas existem) é assim que funciona, sempre, mas como não há nenhuma lei que regulamenta a profissão de pastor, nada impede que qualquer um leia algumas páginas da bíblia e resolva dizer que é pastor, bispo, apóstolo ou sei lá o que. O que pode acontecer em qualquer profissão não regulamentada.

Sobre o tópico, pastor (ou padre) cobrando por serviço de capelania é ridículo. Se ele já tem o ministério dele, que paga suas contas, qualquer coisa fora isso deveria ser feita de forma voluntária, ou no máximo uma ajuda de custo e ainda assim, o mais certo seria que a igreja, sendo iniciativa dela, pagasse.
 
^Isso pode ocorrer em templos sérios... mas já ouvi que tem "igrejas" aí que formam o "pastor" em 6 meses...

E vai saber de que "crasse" é o Marco Feliciano...
 
Sim, eu deixei claro que é assim em igrejas sérias, é bom não misturar tudo num saco só.
Marcos Feliciano deve ter sido "formado" em 2 horas, e esse da notícia não tem muita informação sobre ele.
 
Eu discordo. Serviços religiosos não deviam ser cobrados. Muito menos os "cristãos", pois na bíblia diz "De graça recebestes, de graça dais".

Deus em tese não precisaria de dinheiro... se os sacerdotes cobram, é pra uso próprio. Sou até a favor de cobrar uma ajuda de custo... mas 2500 reais já passou de ajuda de custo há muito.

Ter um sacerdote à disposição de graça? :rofl: Se for para fazer plantão lá, ele precisa ser remunerado. Agora, se ele for exercer tal função lá de vez em quando, sempre que for chamado, aí já é outra história.
 
Eu não entendi uma coisa. O hospital é público ou mantido por alguma entidade religiosa? Se for o segundo caso acredito que eles podem contratar o profissional que quiserem. Se não é uso indevido do dinheiro público.

no mais nunca vi nenhum hospital negar acesso a religiosos que queiram levar apoio aos doentes. Inclusive nos hospitais daqui é comum religiosos que prestam esse tipo de serviço durante os horários de visita e não cobram nada, portanto acho a contratação desnecessária.
 
Última edição:
Inclusive nos hospitais daqui é comum religiosos que prestam esse tipo de serviço durante os horários de visita e não cobram nada, portanto acho a contratação desnecessária.

Tanto é que os próprios conselheiros do hospital dizem que o trabalho ali é voluntário.
 
Essa é uma das maiores carências da mão de obra na assistência médica no mundo inteiro. A maioria dos graduados em psicologia lida bem com questões de vida mas muitas vezes lhes falta formação e sensibilidade em questões de morte e de reconstrução da sociedade em casos extremos. Em tragédias e calamidades as agências humanitárias convocam também missionários de religiões variadas para dar humanidade ao que ficou, nos hospitais e enterros que tendem a ser feitos de forma mecânica e animalizada sem nenhuma memória, suavidade ou honra para as pessoas que se vão ou se foram. Muitos desses auxiliares religiosos pegam um trabalho difícil de reconstrução de laços e pontes familiares e sociais debaixo de riscos que profissionais comuns da graduação não enfrentariam (a fé é essencial para pacientes e despossuídos) então vale a pena manter perto pessoas de valor e coragem para reinventar a confiança perdida, independente da religião.

Compete também refletir que na saúde, por ser um setor localizado em um local da sociedade em que estouram crises inesperadas (iguais as delegacias), parte dos cargos precisa ser flutuante, de serviço voluntário com manutenção de custos e despesas apoiadas pelo governo (principalmente em locais remotos) por não podermos nos dar ao luxo de escolher (não apenas no Brasil). De modo que se o profissional se submete a um contrato de voluntariado neutro que obedeça a lei federal (laica que abriga todas as pessoas) sendo um representante abrangente do hospital no que a formação religiosa seja um adicional (um "plus"), então eu não me importaria, muito pelo contrário, gostaria de ter alguém diariamente perguntando um pouco da vida ao invés da doença ou para ajudar familiares e amigos dentro do hospital (apesar da religião dele ser diferente da minha).

Dependendo de como for o sistema eu apoio.
 
Última edição:
Ter um sacerdote à disposição de graça? Se for para fazer plantão lá, ele precisa ser remunerado. Agora, se ele for exercer tal função lá de vez em quando, sempre que for chamado, aí já é outra história.

Se for de graça, óbvio que não terá plantão... rs. Até pq é o tempo do cara em jogo.

Mas cobrar pra consolar doentes... não me soa bem.
 

Valinor 2023

Total arrecadado
R$2.434,79
Termina em:
Back
Topo