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Estruturas Narrativas: O Modelo Funcional de Propp

Administração Valinor

Administrador
Colaborador
O Bruce Torres escreve em um blog bem interessante onde comenta algumas questões sobre Literatura, chamado O Básico em Letras. Um de seus artigos mais recentes fala sobre as estruturas narrativas seguindo o modelo de Propp, e utiliza como o exemplo o livro O Hobbit, de J.R.R. Tolkien. Pedi para que ele compartilhasse o texto [...]

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Heroes of Middle-Earth:
J. Campbell’s Monomyth in J.R.R. Tolkien’s The Lord of the Rings (1954-1955)
A Pro Gradu Thesis in English
by
Tutta Kesti


Essa tese aí tem tudo a ver com o tema, afinal de contas, Joseph Campbell só colocou em termos pseudo-religiosos e místicos os correspondentes dos estágios da definição de Propp.

Vladimir Propp was a Russian scholar who published a seminal work on Russian folktales in 1928. His Morphology of the Folk Tale was translated into English in 1958. Although his work concentrated on Russian sources, further scholarship has proven that his work can be applied to broader sources. Much like Joseph Campbell's The Hero With a Thousand Faces or Tammi Cowden's Heroes and Heroines, Propp's morphology is based on the groundbreaking work of Carl Jung's archetypes: the concept that the human race is grounded in common experiences and common strains of character that we all can recognize and that then stand as a model for experiences that come after. However, where Jung and other scholars such as Claude Levi-Strauss searched for meaning within archetypes, Propp's focus was solely on the structure of the narrative itself and how these pieces came together to form the whole.

Outro trabalho sobre isso aí, essa tese já aplica as idéias do monomito à história chinesa do Son Goku : Archetype and Allegory in Journey to the West
By
Kai Zhang
B.Ed., University of Victoria, 2003
B.A., Shanxi Teachers‘ University, 1986
A Thesis Submitted in Partial Fulfillment
of the Requirements for the Degree of
MASTER OF ARTS
in the Department of Pacific and Asian Studies




E essa estrutura realmente tem tudo a ver. O Neil Gaiman até disse que começouj a ler o Campbell , mas preferiu parar porque não queria entender a nível dogmático aquilo que ele tendia a fazer inconscientemente.

Um texto bom aplicando a teoria do ao Senhor dos Anéis está disponível

Aí tem uma bela apresentação de slides com esse tema
 
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Essa tese aí tem tudo a ver com o tema, afinal de contas, Joseph Campbell só colocou em termos pseudo-religiosos e místicos os correspondentes dos estágios da definição de Propp.

O envolvimento de Campbell com a psicologia analítica junguiana explica tal correlação entre os caracteres místicos e os funcionais da Jornada do Heroi. Contudo, apesar de eu não ser um especialista em Campbell, a Jornada me soa mais flexível que as funções de Propp, cujo enfoque era mais fantástico do que psicológico.

E essa estrutura realmente tem tudo a ver. O Neil Gaiman até disse que começouj a ler o Campbell , mas preferiu parar porque não queria entender a nível dogmático aquilo que ele tendia a fazer inconscientemente.

Pois é, mas ocorre que alguns escritores procuram fazer uso de tais estruturas conscientemente. O resultado pode ser tanto um "Star Wars" quanto um "Lanterna Verde". :tsc:

Ah, gostei dos textos, Ilmarinen. Vou procurar lê-los com mais atenção depois. :)
 
Ótimo texto, Bruce, gostei muito! A minha opinião é mais de um curioso e interessado em estruras literárias, o que não tem absolutamente nenhuma relação com a minha profissão de economista, então perdõem qualquer besteira dita. Parece que como Propp e Campbell beberam em fontes parecidas (contos de fadas e histórias mitológicas), os seus dois modelos são bem semelhantes no espírito. É claro, um tem mais etapas do que o outro, mas de qualquer forma é muito difícil fugir daquilo que é a essência de uma aventura, ou seja, o "there and back again" (Mundo Comum - Mundo Especial - Mundo Comum). Gostei muito de conhecer esse outro modelo de estrura narrativa e vou procurar ler mais a respeito.

Também gostei dos artigos postados pelo Ilmarinen. Como sempre, o cara mostrou pq tem tanto karma positivo. Eu li um pedaço do primeiro artigo e achei muito interessante, já que sempre tive dificuldade de juntar OSdA com o Monomito. Essa dificuldade possivelmente é consequencia do meu parco entendimento sobre o trabalho de Campbell e da profundidade da obra de Tolkien. Como não estou com muito tempo agora, escolhi ler sobre a jornada de Gandalf e o que chamou a atenção foi a etapa da "apoteose". Realmente eu concordo com o autor, pois a batalha entre Gandalf e o Balrog de Moria não parece ser o ápice da jornada de Olórin. Aquilo sempre me pareceu mais uma sequencia de Caverna Oculta (quase que literalmente, já que estão em Moria: and they call it a mine, a mine!), Enfrentamento do dragão (de novo, quase que literalmente, já que o Balrog é representado por chamas e escuridão) e Conquista da Espada (Gandalf literalmente perde Glamdring, mas ele próprio se torna a espada quando retorna como O Branco). Na última batalha, nos portões de Gondor, Gandalf enfrenta o seu maior desafio, pois ele precisa liderar um exército que foi abandonado pelo seu próprio regente. Essa pra mim é a grande apoteose, pois se Gandalf falhasse, sua missão perderia o sentido, já que ele estava na Terra-Média justamente para guiar os povos livres contra Sauron.

Enfim, depois eu vou ler o resto com calma, mas Bruce e Ilmarinen merecem karma!
 
Contudo, apesar de eu não ser um especialista em Campbell, a Jornada me soa mais flexível que as funções de Propp, cujo enfoque era mais fantástico do que psicológico.

Provavelmente, porque o Monomito do Campbell se aplica a uma gama mais variada de histórias, comportando mais interpolações que fogem ao esquema tradicional dos fairy-tales , pra citar o JRRT, de "fantasia, escape, recuperação e consolo" que até o Bruno Bettelheim considerava como análise apta da forma dos contos.

e Conquista da Espada (Gandalf literalmente perde Glamdring, mas ele próprio se torna a espada quando retorna como O Branco)

Na verdade, o Gandalf NÃO perdeu a espada, no filme do Jackson ele até a usava pra lançar raios no balrog, já que tinha perdido o "foco" místico mais tradicional que era o cajado, ao parti-lo na ponte de Khazâd-Dum.
 
Última edição:
Na verdade, o Gandalf NÃO perdeu a espada, no filme do Jackson ele até a usava pra lançar raios no balrog já tinha perdido o "foco" místico mais tradicional que era o cajado, ao parti-lo na ponte de Khazâd-Dum.

Sim, mas quando ele volta como O Branco, ele ainda tem a Glamdring? Realmente não lembro sobre isso nem nos livros e nem nos filmes.

--

Correção: Mancada minha, Ilmarinen, você está certo.

- Vamos, vamos! - disse Gandalf - Somos todos amigos aqui. Ou deveríamos ser, pois as gargalhadas de Mordor serão nossa única recompensa se discutirmos. Minha
mensagem é urgente. Aqui, pelo menos, está a minha espada, meu bom Háma. Tome conta dela. Glamdring é seu nome, pois os elfos a fizeram há muito tempo. Agora, deixe-me passar. Venha, Aragon!

Fonte: Capítulo VI, O Rei do Palácio Dourado, As Duas Torres.
 
Última edição:
Provavelmente, porque o Monomito do Campbell se aplica a uma gama mais variada de histórias, comportando mais interpolações que fogem ao esquema tradicional dos fairy-tales , pra citar o JRRT, de "fantasia, escape, recuperação e consolo" que até o Bruno Bettelheim considerava como análise apta da forma dos contos.

E é justamente essa a raiz por trás da crítica de Levi-Strauss ao próprio modelo de Propp: a vontade de criar um sistema a partir de uma estrutura conscientemente limitada pelo estudioso.
 

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