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Bento XVI anuncia que renunciará ao pontificado

Apesar de serem a mesma pessoa, Joseph Ratzinger e o Papa Bento XVI eram duas personalidades diferentes. A opinião é do teólogo e professor universitário Leonardo Boff, um dos poucos brasileiros que conviveram com o líder católico, que anunciou nesta segunda-feira o fim de seu pontificado. Ex-integrante da ordem franciscana e um dos expoentes da Teologia da Libertação no Brasil, Leonardo Boff falou à Agência Brasil sobre o papa Bento XVI "de função ambígua e polêmica" e de atitudes rígidas.

"Uma coisa é o Ratzinger professor e acadêmico, que era extremamente gentil e inteligente, além de amigo dos estudantes. Dava metade do salário aos estudantes latinos e da África. Outra coisa é o Bento XVI, que exerce função autoritária e centralizadora, sem misericórdia com homossexuais e adeptos da camisinha", disse Boff.

O teólogo define Ratzinger da fase pré-papal como um pastor e professor extremamente erudito e de fácil acesso, conforme Boff: "Era pessoa simples que, ao se tornar cardeal, mudou de comportamento e passou a assumir posições duras. Tratava com luvas de pelica os bispos conservadores e com dureza teólogos da libertação que seguiam os pobres".

Segundo Boff, dois aspectos caracterizaram o Ratzinger da fase posterior. "Primeiro, o confronto com a modernidade, no encontro com as culturas e com outras religiões. Tinha a compreensão de que a Igreja Católica era o único porta-voz da verdade, e a única capaz de dar rumo a toda humanidade. Por isso, teve dificuldades com muçulmanos e judeus", afirmou.

O segundo aspecto tem origem à época em que era cardeal. "Ele pedia aos bispos que impedissem que padres pedófilos fossem levados aos tribunais civis. Na medida em que a imprensa mostrou que havia não apenas padres, mas também bispos e cardeais suspeitos dessa prática, o Vaticano teve de aceitar a realidade. Ratzinger carrega essa marca de, quando cardeal, ter sido cúmplice desses crimes", declarou Boff

Na avaliação do ex-franciscano, outro ponto fraco da atuação de Bento XVI como maior líder da Igreja Católica foi o de levar um papado tradicional, voltado para dentro da Europa. Na opinião de Boff, o papa construiu "uma igreja baluarte: fortaleza cercada de inimigos por todos os lados", e contra os quais tinha de se defender. "Acho que o projeto dele era uma reforma da igreja ao estilo do passado, voltada para dentro e tendo como objetivo político a reevangelização da Europa. Nós, fora de lá, consideramos esse projeto como ineficaz e como opção pelos ricos. Projeto equivocado", argumentou. "Não é um papa que deixará marcas na história", completou.

Boff disse não ter recebido com surpresa a notícia de que o Papa deixará o posto e que já sabia que ele vinha tendo problemas de saúde que o comprometiam física e psicologicamente para exercer o ofício. "Recebo com naturalidade essa notícia. Essa decisão segue sua natureza objetiva. Não é praxe um papa renunciar. Ele desmistificou a figura dos papas, que geralmente ficam no cargo até morrer. Provavelmente por entender o papado como um serviço. Essa atitude merece toda admiração e respeito. Esperamos, agora, que até a Páscoa, em meados de março, elejam um novo papa. De preferência um papa mais aberto. Até porque 52% dos católicos vivem no terceiro mundo e não mais na Europa", concluiu.

Fonte: noticias.terra.com.br

As palavras de Leonardo Boff ajudam e muito a entender um pouco os motivos da renúncia de Bento XVI.

...Ou a Igreja Católica Apostólica Romana inicia o processo de mudança e abertura para o mundo do século XXI ou correrá o risco de perder crédito junto aos católicos ( As demandas sociais, políticas e espirituais de hoje são bem diferentes do que na idade média. Alguém no Vaticano deve saber disso) . A questão do uso de preservativo (camisinha) citada pelo Morfindel Werwulf Rúnarmo é só uma das demandas dos novos tempos em que a igreja não consegue se adequar. É uma questão de saúde pública de extrema importância e um ponto que a igreja se mostra resistente e extremamente conservadora com uma pregação fora da realidade. Continuo não acreditando em grandes mudanças na igreja católica com a eleição de um novo Papa, pois o poder da ala conservadora/direita da igreja ainda é grande e dominante.O Papa Bento XVI teve humildade em reconhecer que não poderia continuar, mas será que a igreja católica terá humildade em reconhecer que precisa de realizar algumas mudanças e uma abertura maior para com seus seguidores?
 
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Bom artigo. Só discordo de um ponto: ninguém larga um osso desses. Essa humildade é só pra inglês ver. Fica a ideia de que o Papa é figura decorativa. Importante, mas decorativa. Por trás dessa personalidade existe, sim, os grandes interesses mundanos da Igreja que se apoiam nessa estória de descendente de São Pedro para dar um ar de sagrado às suas ganâncias. Essa renúncia é política, passa longe das questões reflexivas de um homem abnegado, todo bondade e oração.

Talvez o novo Papa represente uma Igreja que se quer mais aberta. Não pela caridade, ou justamente por ela, que caridade cujo fim é em si mesma, como a Igreja adora, cria dependência, e logo engrossa o rebanho. E uma das questões principais é essa: rebanho. A Igreja Católica longe da América Latina e África - principalmente -, como foi com Bento XVI, significa dar de mão beijada a coisa toda aos protestantes que sabem aproximar muito bem a fé da miséria.

No mais, algumas posições serão revistas, mas não por grandeza de ideal.

P.S.: Falo da Igreja Católica de uma maneira geral. É claro que existem padres e bispos realmente preocupados, como verdadeiros cristãos. Esses são as exceções, que confirmam a regra.
 
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Conforme já foi bastante dito aqui foi bastante digna a atitude do Papa.

E se por um lado não foi um pontificado longo, por outro contrariou todos os pessimistas que achavam que só duraria uns dois ou no máximo três anos.
 
Dessa vez, temos dois brasileiros que estão sendo citados como tendo chances reais de suceder Bento XVI: D. Odilo Pedro Scherer, Cardeal-Arcebispo de São Paulo, e D. João Braz de Aviz, Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica e ex-Arcebispo de Brasília.

Mas se eu fosse apostar em alguém apostaria em D. Angelo Scola, Arcebispo de Milão.
 
Devemos lembrar que a Igreja não se limita em seus templos, sacerdotes e fiéis. De acordo com a própria doutrina católica a Igreja tem dimensões que vão muito além daquilo que nossos olhos vêem. A Igreja também abrange as almas redimidas que se encontram no Céu e as almas que se encontram no purgatório, num estado de purificação afim de entrarem no Céu. Logo a Igreja vê a realidade com os dois olhos, um olho espiritual e o olho material.
O Comunismo, onde a Teologia da Libertação tem suas raízes, nega o aspecto espiritual e transcendental do ser humano, limitando-o a uma vida e felicidade puramente materiais. Ora, a vida do homem não se resume em nascer, crescer, se reproduzir e morrer. Ela é muito mais do que isso! Por isso a Teologia da Libertação não corresponde ao Evangelho de Cristo. Eu diria que o primeiro comunista da História foi Judas Iscariotes, pois o evangelista narra:

"Tomando Maria uma libra de bálsamo de nardo puro, de grande preço, ungiu os pés de Jesus e enxugou-os com seus cabelos . A casa encheu-se do perfume do bálsamo. Mas Judas Iscariotes, um dos seus discípulos, aquele que o havia de trair, disse: Por que não se vendeu este bálsamo por trezentos denários e não se deu aos pobres?" (Jo 12, 3-4)

Uma visão transcendental vê a sacralidade em tudo, inclusive na reprodução humana que pode ser chamada de "co-criação", logo os pais de uma criança são chamados seus co-criadores. A não-banalização da sexualidade e reprodução humana da doutrina católica vê dois aspectos nela: o aspecto unitivo e o aspecto procriativo. Separar esses dois significa tornar o ato sexual egoísta (quando se visa somente o prazer venéreo ou a perpetuação da espécie humana). Assim, o uso de camisinha destrói a sacralidade do ato sexual entre marido e mulher quando impede a possibilidade de se gerar vida (aspecto procriativo). Isso tudo e mais é bem explicado na encíclica Humanae Vitae do papa Paulo VI.

A Igreja Católica é talvez (se de fato não é) a mais antiga instituição da História, sobrevivendo mais que as dinastias da China e muito mais que o Império romano. Tem Jesus Cristo por fundador. Cristo escolheu apenas homens para os ministérios sagrados (12 apóstolos). A Igreja segue seu exemplo e escolhe apenas homens para receberem o sacramento da ordem, como podemos ver na carta de João Paulo II:

"Embora a doutrina sobre a ordenação sacerdotal que deve reservar-se somente aos homens, se mantenha na Tradição constante e universal da Igreja e seja firmemente ensinada pelo Magistério nos documentos mais recentes, todavia atualmente em diversos lugares continua-se a retê-la como discutível, ou atribui-se um valor meramente disciplinar à decisão da Igreja de não admitir as mulheres à ordenação sacerdotal. Portanto, para que seja excluída qualquer dúvida em assunto da máxima importância, que pertence à própria constituição divina da Igreja, em virtude do meu ministério de confirmar os irmãos (cf. Lc 22,32), declaro que a Igreja não tem absolutamente a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres, e que esta sentença deve ser considerada como definitiva por todos os fiéis da Igreja." (João Paulo II. Carta Apostólica Ordinatio Sacerdotalis, 4)

O Próprio Cristo manteve-se celibatário e, dentre seus apóstolos nove eram celibatários. Na História da Igreja, desde seus primórdios, houve aqueles que se mantiveram celibatários "por causa do reino dos céus". Foi no ano 303,no concílio de Elvira que o celibato passou a ser recomendado como norma para religiosos, mas tal prática já existia há muito tempo antes do concílio e era comum. Cristo mesmo disse:

"Pois há homens incapazes para o casamento porque assim nasceram do ventre da mãe; há outros que assim foram feitos pelos homens, e há aqueles que assim se fizeram por amor do reino dos céus. Quem puder entender, que entenda". (Mt 19,12)

Quem for capaz de entender, entenda!

E também São Paulo:

"Estás ligado a mulher? Não procures a separação. Estás livre de mulher? Não procures mulher." (1Cor 7,27)

"Eu vos quereria livres de cuidados. O celibatário cuida das coisas do Senhor, de como agradar ao Senhor. O casado deverá cuidar das coisas do mundo, de como agradar à sua mulher, e assim está dividido. A mulher não casada e a virgem só se preocupam com as coisas do Senhor, com ser em corpo e em espírito. Porém a casada se preocupa com as coisas do mundo, como agradar ao marido. Isto vos digo para vossa conveniência, não para vos armar um laço, senão olhando ao que é melhor e ao que vos permite unir-vos mais ao Senhor, livres de impedimentos." (1Cor 7,32-35)

Quisera que todos os homens fossem como eu; mas cada um tem de Deus a sua própria graça; este uma, aquele outra. Contudo, aos não-casados e às viúvas eu digo: é melhor para eles que permaneçam como eu." (1Cor 7,7-8)

Se alguém deseja ser padre ou religioso deve estar consciente da vida que quer abraçar e suas consequências. Ninguém obrigado a isso.

A Igreja, como havia dito, é muito antiga e sobreviveu a situações que pareciam impossíveis de se sobreviver. Exemplos disso foi a queda do Império Romano, a Reforma Protestante, a Revolução Francesa entre muitos outros. Isso sem perder ou ceder sua doutrina e sua fé. Talvez uma prova de sua instituição divina. O apelo ou a perda das multidões não pode modificar a fé da Igreja, o mesmo aconteceu com Cristo após afirmar ser o pão vivo descido do céu:

"Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão, que eu hei de dar, é a minha carne para a salvação do mundo.A essas palavras, os judeus começaram a discutir, dizendo: Como pode este homem dar-nos de comer a sua carne?Então Jesus lhes disse: Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos.[...]Muitos dos seus discípulos, ouvindo-o, disseram: Isto é muito duro! Quem o pode admitir?[...] Desde então, muitos dos seus discípulos se retiraram e já não andavam com ele.Então Jesus perguntou aos Doze: Quereis vós também retirar-vos?Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, a quem iríamos nós? Tu tens as palavras da vida eterna." (Jo 6, 51-53.60.65-68)

Cristo quando fundou a Igreja designou Simão, chamado Pedro, como pastor universal de seu rebanho, mordomo da casa de Deus, e este cargo é exercido por todos os seus sucessores como o Bispo de Roma, o sumo Pontífice. Há evidências históricas e arqueológicas de que Pedro esteve em Roma e lá foi martirizado:

PROVAS HISTÓRICAS

Trinta anos depois do martírio do Apóstolo, o papa Santo Anacleto construiu um oratório no local onde os fiéis se reuniam. Também se acha o testemunho do papa São Clemente Romano, que escreveu uma carta contemporânea do Evangelho de São João (90 d.C.), em que cita a morte gloriosa do pescador da Galiléia.

No século II, Santo Inácio de Antioquia, Pápias de Hierápolis, São Clemente de Alexandria, Tertuliano de Cartago, o bispo Dionísio de Corinto e o denominado Cânon Muratoriano confirmam o martírio dos príncipes da Igreja, Pedro e Paulo, em Roma.

Dos relatos não-cristãos se sobressai a crônica de Celso ao imperador Adriano (117-138), que assegura que o nome de Pedro gozava de grande popularidade na capital do Império. Em princípios do século III, Santo Ireneu, bispo de Lião, escreve a lista dos bispos da Cidade Eterna, na qual diz que "depois dos Santos Apóstolos (Pedro e Paulo) terem fundado a Igreja, Lino passou a ocupar o episcopado romano (mencionado por São Paulo em 2Timóteo 4,21), sendo sucedido por Anacleto e, depois deste, Clemente (Romano), que conheceu Pedro pessoalmente".

No ano 251, São Cipriano chama a Igreja romana de "a sé de Pedro e Igreja principal". Igual opinião possui o historiador eclesiástico Eusébio de Cesaréia, no século IV, baseando-se em documentos do século II.

O CAMPO DA ARQUEOLOGIA

Quanto às provas arqueológicas do sepulcro de Pedro em Roma, tem-se notícias anteriores que se construiu a basílica que leva o seu nome pelo imperador Constantino no século IV exatamente sobre o túmulo do Santo Apóstolo, onde os primeiros cristãos celebravam a Eucaristia e enterravam os mártires nas paredes e solo das galerias, inclusive vários papas dos séculos I a IV.

Em princípios do século XIX, as catacumbas do Vaticano foram identificadas em sua totalidade e, em finais do mesmo século, se descobriu a cripta dos papas com os epitáfios do século III de Ponciano, Fabiano, Cornélio, entre outros. No Vaticano se encontram, além destes, os restos mortais de muitos papas recentes, como os corpos incorruptos de São Pio X e do beato João XXIII, que estão expostos à veneração pública. Em escavações efetuadas em 1915 na gruta da basílica de São Sebastião se encontrou um muro coberto de invocações aos apóstolos Pedro e Paulo, para onde suas relíquias foram transportadas por um certo período, devido às perseguições promovidas pelo imperador Valeriano (253-260).

A partir de 1941 foram realizadas novas investigações nas catacumbas do Vaticano por ordem do papa Pio XII. A equipe era formada por quatro especialistas do Instituto Pontifício de Arqueologia Cristã. Encontraram pinturas, mosaicos com símbolos das origens da Igreja (como o peixe, o pavão, a âncora e o cordeiro), figuras de Cristo e cenas bíblicas, imagens religiosas, moedas e túmulos de cristãos e pagãos.

No ano de 1958, sob o pontificado de João XXIII, deu-se a notícia de que os arqueólogos tinham descoberto um grosso muro vermelho; ao lado, encontraram várias caixas de chumbo cheias de restos de diferentes pessoas e animais domésticos. Em uma das caixas se constatou, mediante exames laboratoriais, a existência de ossos de um homem robusto de cerca de 60 a 70 anos de idade, do século I da nossa Era. Tais ossos foram identificados plenamente por Paulo VI, em 1968, como "relíquias de São Pedro", que já eram mencionadas pelo clérigo romano Caio como "o troféu do Vaticano". Os ossos do Apóstolo foram depositados em uma capela situada sob o altar principal da Basílica de São Pedro e permanecem visíveis através de uma urna de cristal.

Em outra basílica romana, "San Pietro in Vincoli", são conservadas - segundo se crê - as correntes que prenderam o Santo Apóstolo em Jerusalém. Foram encontradas por Eudóxia, esposa do imperador Teodósio II, durante uma peregrinação. Uma parte das ditas correntes ficaram em Constantinopla, sendo que alguns elos foram enviados para Roma. Posteriormente, o papa São Leão Magno uniu estes elos com outros que se conservavam da mencionada corrente.

É por isso e muito mais que estamos seguros que o Apóstolo Pedro viveu e morreu em Roma, sede principal do primado romano. (FONTE: http://www.veritatis.com.br/apologetica/igreja-papado/1247-o-apostolo-pedro-esteve-em-roma )

É de fato lamentável que haja padres e religiosos pedófilos, seus erros são graves e destroem muitas pessoas e não os defendo. Mas são erros desses padres em particular, e não da Igreja como instituição. Todas as leis tem seus infratores, e nem por isso devem ser revogadas. Não devemos esquecer que a grande maioria dos sacerdotes são castos e fiéis ao seu ministério. Há um provérbio chinês que diz mais ou menos assim: "mil árvores que crescem não fazem tanto barulho quanto uma que cai."

Papa Bento XVI, em minha opinião, foi um bom papa até o fim. Foi fiel a fé, doutrina e tradição milenares da Igreja. Preocupou-se com a Europa, um continente que tem raízes indiscutivelmente cristãs e hoje tem "vomitado" a Cristo e o evangelho.

Lembremos que Tolkien, cujas obras nós amamos e admiramos, foi um católico fervoroso, e como os demais católicos foi tachado de "papista" por seus amigos. E se temos o "Legendário"
como é hoje o temos, devemos isso em parte a Igreja Católica e ao Evangelho que ela porta.
 
Bom artigo. Só discordo de um ponto: ninguém larga um osso desses. Essa humildade é só pra inglês ver. Fica a ideia de que o Papa é figura decorativa.

Engraçado que eu entendi o contrário.

Por que "ninguém larga um osso desses" é que é de se admirar a renúncia dele, que poderia ter se apegado a um poder tão grande, mesmo doente, já que poderia ter diminuído a ritmo de trabalho e ficado só no Vaticano, assinando documentos, recebendo visitas e dando ordens.

E porque isso (a renúncia) lhe dá a idéia de que o Papa é figura decorativa?
Não seria o contrário, tipo, alguém doente, incapaz de viajar a serviço da igreja, até mesmo talvez de decidir algo importante, não é muito mais decorativo?
 
Eu li uma notícia que um dos cotados a papa é um cardeal de Gana que é amplamente favorável ao homícidio de homossexuais que aconteceu/acontece em Uganda, a Igreja está no caminho certo!

O Comunismo, onde a Teologia da Libertação tem suas raízes, nega o aspecto espiritual e transcendental do ser humano, limitando-o a uma vida e felicidade puramente materiais. Ora, a vida do homem não se resume em nascer, crescer, se reproduzir e morrer. Ela é muito mais do que isso! Por isso a Teologia da Libertação não corresponde ao Evangelho de Cristo.

Engraçado, na Bíblia há uma citação interessante que foi algo que supostamente Jesus disse:

"É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha que um rico entrar no Reino dos Céus"

Como complemento a isso:

Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me. (Mt 19:21)

Então não tem essa de só espiritual não. É fácil alguém bem alimentado falar em pensar no futuro reino dos céus para alguém que está com fome ou passando necessidades.

Uma visão transcendental vê a sacralidade em tudo, inclusive na reprodução humana que pode ser chamada de "co-criação", logo os pais de uma criança são chamados seus co-criadores. A não-banalização da sexualidade e reprodução humana da doutrina católica vê dois aspectos nela: o aspecto unitivo e o aspecto procriativo. Separar esses dois significa tornar o ato sexual egoísta (quando se visa somente o prazer venéreo ou a perpetuação da espécie humana). Assim, o uso de camisinha destrói a sacralidade do ato sexual entre marido e mulher quando impede a possibilidade de se gerar vida (aspecto procriativo). Isso tudo e mais é bem explicado na encíclica Humanae Vitae do papa Paulo VI.

E isso permite que a Igreja queira tirar a liberdade de todo mundo? Se ele acha isso tudo bem, mas se eu discordo mesmo assim eu tenho que me submeter a ela? E esse argumento é meio cruel, então um homem e uma mulher estéril não podem fazer sexo já que eles não podem ter filhos?

O Próprio Cristo manteve-se celibatário e, dentre seus apóstolos nove eram celibatários

12-9=3. E 3 não eram e Jesus devia saber disso, então ele não era contrário que seus apóstolos praticassem sexo.

A Igreja, como havia dito, é muito antiga e sobreviveu a situações que pareciam impossíveis de se sobreviver. Exemplos disso foi a queda do Império Romano, a Reforma Protestante, a Revolução Francesa entre muitos outros.

Mas a Reforma só teve sucesso por ter apelo, pois todo mundo sabe como a Igreja era corrupta nesse tempo, como a venda de indulgências ao melhor estilo Valdomiro de ser. E a Revolução Francesa foi na França, não era uma ameaça ao Catolicismo que estava na Itália.

Papa Bento XVI, em minha opinião, foi um bom papa até o fim. Foi fiel a fé, doutrina e tradição milenares da Igreja.

Você não leu o texto que o ricardo campos postou, não é? Ele esteve longe de ser bom. Acobertar padres pedófilos está longe de ser classificado como algo bom.

E se temos o "Legendário" como é hoje o temos, devemos isso em parte a Igreja Católica e ao Evangelho que ela porta.

Isso não é um argumento muito válido, também podemos postar muitas coisas ruins que só existiram com o apoio ou até o incentivo dela. E ele por ser católico não quer dizer que tenha se inspirado no Catolicismo para criar. O Legendarium tem mais elementos de mitoogias diversas que do cristianismo, o que não quer dizer que não haja elementos cristãos, e são muitos, mas todos os elementos que aparecem na obra são arquétipos junguianos, existem nas mais variadas mitologias do mundo.
 
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Não seeeei se procede, mas ouvi dizer que a renúncia foi um protesto contra o ban do Paganus.

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Revista diz que papa decidiu renunciar após ler relatório sobre 'Vatileaks'

Cidade do Vaticano, 13 fev (EFE).- O papa Bento XVI decidiu renunciar ao pontificado em 17 de dezembro do ano passado, após receber um novo relatório sobre o escândalo do vazamento de documentos oficiais do Vaticano, conhecido como 'Vatileaks', que apontava uma 'forte resistência' na Cúria romana em relação às medidas de transparência exigidas por ele.

A revelação foi feita por um artigo da revista italiana 'Panorama'.

Segundo a revista do grupo Mondadori, propriedade da família Berlusconi, em 17 de dezembro de 2012 Bento XVI recebeu os três cardeais que nomeou para investigar o vazamento de seus documentos pessoais e do Vaticano, que acabaram publicados em um livro de Gianluigi Luzzi e que levaram à prisão do mordomo do papa, Paolo Gabriele.

Os membros dessa comissão são os cardeais espanhol Julián Herranz, de 82 anos; o italiano Salvatore De Giorgi, de 82 anos, e o eslovaco Jozef Tomko, de 88 anos, que interrogaram cerca de trinta pessoas do Vaticano sobre o caso.

Os três apresentaram um amplo relatório com documentação, entrevistas e interrogatórios, que revelaram, de acordo com a revista, uma grande 'resistência na Cúria à mudança e muitos obstáculos às ações pedidas pelo papa para promover a transparência'.

Segundo a publicação, o papa ficou 'muito impressionado' com os relatórios e só teve forças para contar sobre o conteúdo ao seu irmão, Georg.

'Admitiu, talvez pela primeira vez, ter descoberto uma face da Cúria vaticana que jamais tinha imaginado. Antes do Natal começou a pensar seriamente em sua renúncia', afirmou a 'Panorama' no trecho divulgado pela imprensa italiana.

Bento XVI, de quase 86 anos, disse hoje aos fiéis que renunciou ao pontificado 'em plena liberdade e pelo bem da Igreja' e após constatar que 'lhe faltam as forças necessárias para exercer com o vigor necessário o Ministério Petrino' (o Pontificado).

Em sua última grande missa, realizada hoje por ocasião da Quarta-Feira de Cinzas, o papa destacou a importância do testemunho de fé e vida cristã de cada um dos seguidores de Cristo para mostrar o verdadeiro rosto da Igreja. O pontífice acrescentou, no entanto, que muitas vezes essa face 'aparece desfigurada'.

'Penso em particular nos atentados contra a unidade da Igreja e nas divisões no corpo eclesial', afirmou o papa. O Vaticano garante que Bento XVI renunciou apenas por questões de saúde.

Segundo o diretor do jornal vaticano 'L'Osservatore Romano', Gian Maria Vian, o papa tinha tomado a decisão de renunciar há muito tempo, após a viagem que fez ao México e a Cuba em março do ano passado, devido a sua avançada idade.

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Fonte: http://noticias.br.msn.com/especial/papa-bento-xvi-renuncia/story.aspx?cp-documentid=256252884
 
Engraçado que eu entendi o contrário.

Por que "ninguém larga um osso desses" é que é de se admirar a renúncia dele, que poderia ter se apegado a um poder tão grande, mesmo doente, já que poderia ter diminuído a ritmo de trabalho e ficado só no Vaticano, assinando documentos, recebendo visitas e dando ordens.

E porque isso (a renúncia) lhe dá a idéia de que o Papa é figura decorativa?
Não seria o contrário, tipo, alguém doente, incapaz de viajar a serviço da igreja, até mesmo talvez de decidir algo importante, não é muito mais decorativo?

Clara, eu pensei o seguinte: os objetivos da Igreja ultrapassam a figura pessoal do Papa, seja ele qual for. A Igreja tem suas diretrizes e o Papa, que também opina sobre elas, evidente, é o tal mensageiro divino, herdeiro do trono de São Pedro, que acaba por dar à essas diretrizes políticas e mundanas seu ar de sagrado.
Vejo como relação de poder e deu que decidiram que não dava mais pro Bento XVI, daí a renúncia, não por iniciativa, mas por "sugestões" do grande clero. Há que se ver agora o movimento da Igreja e assim supor suas intenções na troca.

Sei não, mas encontro mais sentido nessa hipótese do que na "humildade" tardia do Bento XVI.
 
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Engraçado, na Bíblia há uma citação interessante que foi algo que supostamente Jesus disse:

"É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha que um rico entrar no Reino dos Céus"

Como complemento a isso:
Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me. (Mt 19:21)
Não há nenhuma apologia ao comunismo nas referidas citações bíblicas. Além disso, o cumprimento dessas exigências se torna absurdo, até mesmo loucura, sem uma visão transcendental da realidade. Como disse São Paulo:

"Se não há ressurreição dos mortos, nem Cristo ressuscitou. Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé [...] E se Cristo não ressuscitou, é inútil a vossa fé, e ainda estais em vossos pecados. Também estão perdidos os que morreram em Cristo [...] Se foi por intenção humana que combati com as feras em Éfeso, que me aproveita isso? Se os mortos não ressuscitam, comamos e bebamos, porque amanhã morreremos." (1 Cor 15,13.17.32)

Afinal, o "Reino dos céus" é algo espiritual que transcende a vida material do homem. Embora o reino de Deus esteja misteriosamente presente nos fiéis de Cristo, ele é algo escatológico, logo, fora da presente realidade.

Então não tem essa de só espiritual não. É fácil alguém bem alimentado falar em pensar no futuro reino dos céus para alguém que está com fome ou passando necessidades.

Em momento algum fale sobre "só espiritual". Isto seria Gnosticismo, uma heresia diametralmente oposta ao comunismo, na qual não partilho. A Igreja tem sim ajudado materialmente os pobres. Um dos maiores ícones deste serviço foi Madre Teresa e sua congregação religiosa, as Irmãs da Caridade.

E isso permite que a Igreja queira tirar a liberdade de todo mundo? Se ele acha isso tudo bem, mas se eu discordo mesmo assim eu tenho que me submeter a ela?

A Liberdade humana é um dom tão sublime e alto que nem o PRÓPRIO DEUS pode destruir. És livre para manter sua opinião e buscar a verdade onde quiseres.

E esse argumento é meio cruel, então um homem e uma mulher estéril não podem fazer sexo já que eles não podem ter filhos?

Quando marido e mulher não podem ter filhos devido a esterilidade de um deles, podem sim ter relações sexuais, já que o obstáculo a vida não foi imposto por eles mas pela natureza.


12-9=3. E 3 não eram e Jesus devia saber disso, então ele não era contrário que seus apóstolos praticassem sexo.

Deve-se observar aqui duas coisas: Jesus não era contrário ao casamento. E, o celibato clerical é uma norma eclesial não divina.
Há, sim, padres casados. Porém, para tanto é necessário uma permissão especial do Vaticano. Nas dioceses de rito oriental e que estão em comunhão com Roma a regra vigente são os presbíteros casados, e isso em nada diminui a dignidade deles. Contudo, tanto o rito ocidental quanto o oriental vêem o celibato com bons olhos.



Mas a Reforma só teve sucesso por ter apelo, pois todo mundo sabe como a Igreja era corrupta nesse tempo, como a venda de indulgências ao melhor estilo Valdomiro de ser. E a Revolução Francesa foi na França, não era uma ameaça ao Catolicismo que estava na Itália.

Tanto a Reforma quanto a Revolução eram contra a Igreja e sua fé.
Lutero pregou contra a Sagrada Tradição, retirou 5 dos 7 sacramentos, suspendeu o celibato, propagou a "Sola Fides" (salvação conseguida somente pela fé sem qualquer participação das obras). Sem esquecer Calvino, que pregou a predestinação (estamos todos predestinados ao Céu ou ao Inferno incondicionalmente) e instigou revoltas camponesas que assolaram a Europa do século XVI. A Igreja, em contrapartida, convocou o concílio de Trento e em nada mudou a doutrina e confirmou os pontos criticados pelos reformadores.
A Revolução foi um dos movimentos mais anti-cristãos que houve, especialmente aos cristãos católicos. Ela tentou extirpar toda e qualquer influência ou resquício da religião da sociedade. Inúmeros católicos foram mortos no período do Terror somente pelo fato de professarem a fé cristã. Em 1796, tropas revolucionárias francesas comandadas por Napoleão Bonaparte invadiram a Itália, derrotaram o exército do Papa e marcharam para Roma. Dois papas foram prisioneiros dos revolucionários (Pio VI e Pio VII), tendo Pio VI morrido em cativeiro, muitos julgavam o fim definitivo do Papado, chamando-o "Pio VI e último". Contra essas expectativas negativas da época houve um conclave e foi eleito o papa Pio VII, que também foi feito prisioneiro por Napoleão por ter recusado aderir as suas políticas. Ele só pode voltar a Roma em 1814.
A Igreja, de fato, passou por maus bocados em sua história.



Isso não é um argumento muito válido, também podemos postar muitas coisas ruins que só existiram com o apoio ou até o incentivo dela. E ele por ser católico não quer dizer que tenha se inspirado no Catolicismo para criar. O Legendarium tem mais elementos de mitoogias diversas que do cristianismo, o que não quer dizer que não haja elementos cristãos, e são muitos, mas todos os elementos que aparecem na obra são arquétipos junguianos, existem nas mais variadas mitologias do mundo.

Concordo que haja elementos de diversas mitologias no Legendarium, muitos de fato, mas discordo que sejam a maioria. Quando falamos da obra de Tolkien estamos nos referindo a tudo, isso significa o Silmarillion, o Hobbit, o Senhor dos Anéis, etc. Ora, o Senhor dos Anéis é "fundamentalmente uma obra religiosa e católica" como diz o artigo na própria Valinor (http://www.valinor.com.br/8383/). Se as mitologias pagãs fossem o principal elemento que constituiu o Legendarium por que a promiscuidade que é tão comum para os deuses e personagens nórdicos, e até considerada divina entre os deuses gregos, foi totalmente banida das obras de Tolkien? Por que não há entre os Valar ou as Valiër um paralelo de, ou pelo menos alguém que agisse como, Freya, ou Afrodite, ou Eros? Isso só é possível se ver a mitologias sob um ponto de vista cristão e, de certa forma, "cristianizá-las".
 
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Tirando a não-promiscuidade e Eru como "Deus único", não vejo mais nenhuma semelhança do Cristianismo com Tolkien.

Até pq como já comentei antes, os Valar e Maiar casavam - ao contrário dos anjos.

PS: A única que citaram ser promíscua nas obras de Tolkien foi Laracna, que por sinal não era humanóide... nem os mais "loks" são promíscuos em Tolkien. Fëanor só ouvia a esposa, etc...
 
Essa vinculação acrítica entre a Teologia da Libertação e o comunismo é bastante enviesada, Limpe.
Por mais que haja pontos de contato entre o marxismo e a TL, o materialismo não é um deles.
Sinceramente, o elo que vejo entre as partes é a identificação da injustiça social como um horizonte adversário. E lembro que as obras de Marx e dos que se seguiram a ele são contribuições importantes à Economia Política. Você não precisa ser um materialista pra apreciar os méritos de um trabalho.

Noto também que você negligenciou completamente a postura lamentável do Ratzinger ao acobertar casos de pedofilia.
Não cabe assumir um tom mais generalista. O ex-papa tem responsabilidade direta em escândalos dessa natureza, conforme apontado inicialmente pelo Morfindel e, depois, pelo texto do ricardo campos.

De minha parte, com todo o respeito aos católicos que aqui manifestaram sua admiração por ele, acho que a ICAR retirou um tumor. Um representante dos setores mais conservadores da Igreja, completamente avesso às novas demandas da modernidade. Foi recebido por protestos na Inglaterra e na Espanha. Sacerdócio feminino, métodos contraceptivos, a questão dos homossexuais, acobertamento de crimes de pedofilia são alguns dos elementos presentes neste caldeirão de descontentamento. A Europa vive, desde o século XVIII, um processo de descristianização, conforme apontado pelo historiador Michel Vovelle. E tal questão é especialmente alarmante, do ponto de vista da Igreja, em alguns países.
 
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Sem esquecer Calvino, (...) e instigou revoltas camponesas que assolaram a Europa do século XVI.

E isso foi ruim? Contra o quê eles se revoltaram? Por serem tão bem tratados? Pela comida em abundância? Por terem tantas terras disponíveis enquanto os nobres coitados não tinham como conseguir se sustentar?

A Igreja, em contrapartida, convocou o concílio de Trento e em nada mudou a doutrina e confirmou os pontos criticados pelos reformadores.

Uma pena.

A Revolução foi um dos movimentos mais anti-cristãos que houve, especialmente aos cristãos católicos. Ela tentou extirpar toda e qualquer influência ou resquício da religião da sociedade. Inúmeros católicos foram mortos no período do Terror somente pelo fato de professarem a fé cristã

E antes e depois dela inúmeros não-católicos foram mortos apenas por não professarem a fé católica. Afinal judeus, muçulmanos, hereges, pagãos, mulheres foram mortos por desobedecerem o papa, o bispo local, a Igreja etc.
 
Com ou sem Bento XVI, uma coisa é certa: estava previsto a viagem do Papa pro Encontro Mundial dos Jovens no RJ. Então ou ele o próximo papa deverá estar por aqui.
 
A Revolução foi um dos movimentos mais anti-cristãos que houve, especialmente aos cristãos católicos. Ela tentou extirpar toda e qualquer influência ou resquício da religião da sociedade. Inúmeros católicos foram mortos no período do Terror somente pelo fato de professarem a fé cristã.

E antes e depois dela inúmeros não-católicos foram mortos apenas por não professarem a fé católica. Afinal judeus, muçulmanos, hereges, pagãos, mulheres foram mortos por desobedecerem o papa, o bispo local, a Igreja etc.

Sem esquecer dos protestantes e a famosa Noite de São Bartolomeu..
 
O Marxismo está na gênese da Teologia da Libertação, Mercúcio.
O desenvolvimento do Marxismo como instrumento de análise social está entre os fatores que deram início à teologia da libertação. O materialismo como horientalização da fé cristã (total ênfase na relação com o próximo em detrimento do aspecto vertical, relação com Deus, da fé) é um dos fundamentos desta teologia. Sem esquecer, é claro, dos sincretismos religiosos que fez, incitação a luta de classes, desvalorização do magistério da Igreja e de sua interpretação dos ensinamentos de Cristo como uma libertação em âmbitos sociais, econômicos e políticos. A Sagrada Congregação para a doutrina da fé já condenou-a como herética e incompatível com a doutrina católica. Vale lembrar que Leonardo Boff, um ícone da teologia da libertação, assessora o MST, movimento claramente de inspiração marxista.

A respeito do erro de Bento XVI em encobertar os casos de pedofilia, não cabe a mim julgá-lo. Porém, não seria justo eu ver apenas seus erros e tachá-lo como "mau papa" e esquecer todas as coisas boas que seu pontificado trouxe. Usando uma analogia simples, não é certo um professor chamar um aluno de "mau aluno" porque errou 1 item e acertou 9 num exame com 10 itens. Se Bento XVI tem responsabilidade direta nesses escândalos, como disseste, ele já pediu perdão pelo fato. E talvez sua atual renúncia seja já uma forma de assumir essa responsabilidade e o começo de uma possível expiação. Mas, para os inimigos da Igreja e aqueles que a odeiam, um pedido de perdão e a renúncia não serão suficientes. “Para aquele que é impiedoso, os atos de compaixão são sempre estranhos e estão sempre fora do alcance de sua compreensão.”


E isso foi ruim? Contra o quê eles se revoltaram? Por serem tão bem tratados? Pela comida em abundância? Por terem tantas terras disponíveis enquanto os nobres coitados não tinham como conseguir se sustentar?

Os camponeses foram iludidos por Thomas Müntzer, teólogo que pensava ser ele mesmo o restaurador da sociedade. Müntzer não conseguiu o apoio da nobreza para colocar seus planos em ação (o que incluía a eliminação de todos aqueles que se oporem a “vontade de Deus”) então voltou-se ao campesinato. Müntzer chegou a enviar uma carta ao conde Ernesto de Mansfeld, ligado ao imperador Carlos V, com a seguinte mensagem:
“O Deus eternamente vivo nos ordenou destronar-te com a força que nos foi outorgada.”
O próprio Lutero reprovou a revolta dos camponeses e encorajou os príncipes a sufocá-la, classificou Müntzer como um dos “profetas do assassínio” (o que mostra a total falta de coerência entre os reformadores). Como resultado, a revolta foi esmagada, os camponeses foram todos mortos, enquanto o exército da nobreza perdou apenas seis homens.
A respeito de Calvino, vale lembrar que ele presidiu a condenação à fogueira de Miguel Servet, o médico espanhol que descobriu a circulação do sangue.

A revolução não matou somente os cristãos. Matou todos os que a ela se oporam. Foram os revolucionários que guilhotinaram Lavoisier, considerado o pai da química moderna, o que rendeu o comentário de um dos seus contemporâneos:
“Não bastará um século para produzir uma cabeça igual à que se fez cair num segundo.”

E antes e depois dela inúmeros não-católicos foram mortos apenas por não professarem a fé católica. Afinal judeus, muçulmanos, hereges, pagãos, mulheres foram mortos por desobedecerem o papa, o bispo local, a Igreja etc.
A Inquisição romana, se é disso que falas, não condenava judeus. Estes foram condenados pela Inquisição Espanhola, organizada e chefiada pelos reis de Aragão e de Castela, Fernando e Isabel respectivamente. Com os muçulmanos foi o mesmo. A respeito dos hereges, se fossem comprovados na heresia, estes eram entregues ao poder secular e este se encarregava da punição. Acho que este texto pode ser mais esclarecedor:

Durante toda a sua existência se considerou a Igreja obrigada a combater a heresia; e foi naturalmente aos bispos, encarregados de olharem pelo tesouro da fé, que ficou confiada esta missão de vigilância e das salutares admoestações, e, sendo necessário, de usar de repressão.



Nos começos do cristianismo eram as penas espirituais as que se empregavam, e especialmente a excomunhão; e bem duras eram, como é sabido, as penitências a que os excomungados se sujeitavam para alcançarem a reconciliação com a Igreja.



Da legislação civil é que depois vieram as penalidades temporais, aplicadas contra os hereges. Apenas se firmou a paz com a Igreja, começaram logo os imperadores cristãos a impor pelos seus códigos penas severas contra as heresias, equiparadas aos crimes de lesa majestade; e mais de uma vez chegaram os juízes imperiais a punir com a pena de morte os maniqueus, os donatistas e os prescillianistas. Não eram estes castigos pedidos pelos chefes da Igreja; e a maioria dos S. Padres, entre outros Santo Ambrósio, S. João Crisóstomo e S. Martinho, mostravam-se-lhes abertamente adversos. E Santo Agostinho, que ao princípio não queria contra os hereges senão as penas espirituais, mudou depois de parecer, ao reparar nas grandes desordens praticadas pelos donatistas na África, e admitia que se usasse com eles a luta comedida, por meio de multas contra os hereges vulgares e do exílio contra os cabeças; mas protestou sempre contra a pena de morte, aplicada aos hereges. E foi este o sentir que adotaram a maioria dos Papas do Ocidente.



Também os bárbaros, depois que se converteram, consideraram a heresia como um crime social, que devia ser, como os demais, punido pela autoridade civil; e assim, já muito entrada a Idade Média, não foram poucos os casos de hereges castigados pelos juízes civis com penas temporais, e até com pena de morte, depois de condenados pelos tribunais dos bispos. E por vezes nem o povo esperava pela condenação em regra, senão que se apoderava do delinqüente e lhe dava a morte; e os bispos, que geralmente seguiam o pensar de Santo Agostinho, protestavam contra tais violências e quanto possível as impediam. (FONTE: http://www.veritatis.com.br/component/content/article/8976-a-historia-da-inquisicao)

Os pagãos não foram objeto da Inquisição, tampouco as mulheres. Se estás falando das feitiçeiras, estas foram perseguidas pela Inquisição, e sim por Estados e tribunais civis independentes, sem qualquer ligação com a Inquisição.
 

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