Adorei a sua resposta, Pim!
Só não concordo com a passagem que eu grifei, por eu interpretá-la de modo diferente.
Interpretei a sua transformação da fauna local mais como mudanças físicas, os animais tornando-se monstruosidades ("bestas terríveis, ferozes e venenosas" - eu já pensei ne monstros desses filmes). Só que acho que isso não ocorreu assim e passagem se refere de modo diferente.
Os venenosos se referem aos pântanos, ao "adoecimento" daquela região.
Enquanto que "as feras se transformaram em monstros de chifre e marfim e tingiram a terra de sangue." diz respeito mais a uma mudança comportamental. A presença de Melkor na região modificou o comportamento dos animais, quebrando o equilíbrio moldado inicialmente por Yavanna, ou seja, os animais passaram a ser mais agressivos, derramando o sangue de outros animais de forma descontrolada.
Enfim, isso é só a minha visão. Então, o que você acha? Gostaria da sua opinião a respeito.
Obrigada, Dorak!
Olha, eu vejo o seguinte, sobre o trecho a seguir:
E, embora os Valar ainda nada soubessem a respeito, mesmo assim a perversidade de Melkor e a influência maléfica de seu ódio emanavam de lá, e a Primavera de Arda foi destruída. Os seres verdes adoeceram e apodreceram, os rios foram obstruídos por algas e lodo; criaram-se pântanos, repelentes e venenosos, criatórios de moscas; as florestas tornaram-se sombrias e perigosas, antros do medo; e as feras se transformaram em monstros de chifre e marfim e tingiram a terra de sangue.
Bom, como 'magia', no mundo de Tolkien, é super sutil, eu interpretei o negrito como influência do poder natural do vala. Se eu sou uma deusa, menor em poder apenas que O Criador, meus sentimentos mudam onde eu cerco, porque o que eu sinto,
per se, tem poder e influência. As palavras e pensamentos sempre tiveram autoridade em Arda e, neste caso, teriam o poder mutagênico de uma radiação vinda do 'polo Morgoth'.
Em diversos momentos, quando o foco da história contada passava pelos valar, grandes mudanças aconteceram simplesmente porque um destes 'sentiu' algo, e este algo foi mágico. O nascimento das Árvores mesmo, se não me engano, foi dessa maneira; Yavanna cantava extasiada, todos admiravam, Nienna chorava e da união desse momento, brotaram Telperion e Laurelin.
Tendo isso em mente, podemos partir pra próxima questão: as alterações das criações de Yavanna foram corporais ou comportamentais? Indubitavelmente as alterações foram comportamentais! Entretanto, no excerto 4, inclusive, dá pra gente perceber que houveram mudanças físicas sim!
Lá o Senhor das Trevas reuniu todos os poderes maléficos do mundo. Seu número parecia sem limites, e Melkor nunca se cansou de criar novas e mais terríveis formas. Espíritos cruéis, fantasmas, demônios habitavam os corredores de Utumno. Todas as serpentes do mundo foram geradas em um reino escuro que era lar de Lobisomens e Vampiros e inúmeros monstros e insetos, que se alimentavam de sangue, voavam, rastejavam e deslizavam.
É bem verdadeiro que mudanças comportamentais e ambientais são acompanhadas de mudanças físicas, e isso é pura biologia! Vocês lembram dos tentilhões observados por Darwin, que tinham diferentes bicos porque seus hábitos (alimentares, no caso) e seus meio ambientes mudaram? Vale a mesma coisa pra cá. Com o ambiente sendo mudado pelo poder subcriativo de Morgoth, os animais, que também estavam sendo afetados pela emanação do vala, foram naturalmente se adaptando ao novo meio criado.
Além disso, há a referência direta de que
"Melkor nunca se cansou de criar novas e mais terríveis formas". É possível criar algo novo a partir do nada, ou ao modificar o já existente. Acredito que Melkor tenha feito ambos, mesmo que o primeiro seja de modo consciente (como criar os dragões ou as serpentes) e o segundo inconsciente (já que seus sentimentos alteravam o meio, os animais que viviam nele tiveram que se adaptar para sobreviver e, ao fazerem isso, tiveram seus corpos alterados, mesmo que não de forma drástica).
Os venenosos se referem aos pântanos, ao "adoecimento" daquela região.
Eu também vi dessa forma, mas acredito que em pântanos venenosos possam possuir animais venenosos ou peçonhentos. É também, meio pelo Darwinismo, meio pela alteração por campo subcriativo gerado pelos sentimentos de Morgoth, que consigo ver lindos e inócuos sapinhos
que não lavam o pé porque não qué morrerem em massa com o envenenamento do pântano e alguns, os mais resistentes, incorporarem o veneno deste e tornarem-se venenosos/peçonhentos.