Mas depois de toda a teoria, ele nem responde sobre a relevância de se falar em uma literatura local, ou se faz diferença a literatura ser feita em Pernambuco ou outros lugares... =/
Sobre a relação universal/local, é inevitável citar aquela frase do Tolstoi: "Se queres ser universal, começa pintando a tua aldeia". O problema é lembrar de que supostamente vivemos em uma "aldeia global" agora. Como ficamos? Todas as cidades grandes se parecem? Há mesmo essa homogeneização cultural do mundo que alguns críticos da globalização (marxistas?) citam?
Em relação ao país, acho que talvez faça mais diferença o fato de escrever em português do que de um país de economia secundária no mundo. Em relação a identidade de uma cidade, estado ou região, é mais complicado. Não acho que caiba o regionalismo no modelo antigo, do pitoresco. E será que cabia antes também? O princípio era descrever as partes de um país para descrever o todo?
Sobre o declínio da historiografia, os argumentos dele, tirados do Acízelo de Souza, são o declínio do nacionalismo e o fim da linearidade. São argumentos interessantes. Um outro seria o fim da "extensividade". A pretensão ao global é motivo de desconfiança, como não era no século XIX. Os críticos podiam escrever sozinhos UM livro sobre TODA a história literária de um país, mas hoje isso é visto como impossível. Devido ao grau de especialização das coisas, o conhecimento de uma pessoa sempre vai ser superficial em algumas áreas.