É diferente: o Sauron da Primeira Era se comprazia nas vitórias de Morgoth como a se comprazer consigo mesmo, porque ele sentia orgulho de ser servo de alguém tão poderoso (logo que Morgoth caiu, ele se humilhou perante um igual, Eönwë, lembremos), se sentia co-responsável, enfim se unia aos triunfos do Mestre. Ele amava e respeitava não Melkor, mas o que ele conquistou, e tentou fazer o mesmo por inveja e desejo de poder.
Por outro lado, ele não libertaria Morgoth se pudesse. A não ser que pudesse usar seus poderes sem ser escravizado por eles. Sauron tinha um grande poder nas mãos, não era idiota, ele provavelmente teria que cedê-lo totalmente a Morgoth e isso ele jamais faria, uma vez que tenha provado tal poder, uma vez que tenha tal poder e por conquista sua e não por vassalagem a um outro.
Sauron queria ser Senhor, do contrário, toda sua existência e labuta teriam sido em vão, se ele não sentia nada pelo Mestre, já que amor e até fidelidade é algo alienígena para os escravos da Sombra. Ele não sentia esse tipo de obrigação, queria o poder pelo poder, Morgoth voltar seria um obstáculo, ele era o novo Senhor do Escuro, assumira esse posto, o usurpara e ninguém o removeria daí a não ser pela força.
Se ele poderia libertá-lo? Duvido, o espírito de Sauron, principalmente após a Queda de Númenorë e ainda mais com a separação do Um, se tornara uma sombra rancorosa e impotente de agir a não ser pela insuflação de sua vontade em forma de pavor sobre os seus servos, aliados e inimigos. Ele não teria acesso aos Círculos do Mundo, o Vazio já se tornara inatingível para ele.