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Red - Nick's Curse

Galvão

Usuário
[align=center]Bom, estou começando hoje à escrever a primeira parte de 3, de uma série totalmente minha (claro). É a primeira vez que escrevo para bastante pessoas assim, espero que tudo vá como o planejado.

Ah, sim, não tenho muito tempo sobrando para escrever, hoje é um dia que conseguí, e espero que continue assim. Bom, boa-sorte para mim :)

Logo logo trarei a capa da Novela se tudo for bem. Agora, para a história :)
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[size=large]RED[/size]

Nick's Curse[/align]

O ano é 2019.
O mundo explodiu em uma guerra idealistica e religiosa.
Nada é como antes.
Poucos foram os sobreviventes.
Entre eles, está Nick Ivan Pectra, um russo perdido nas ruínas que o mundo se tornou, à busca de sobreviventes, respostas e salvação.

Nick vivia num tipo de abrigo subterrâneo, como muitos outros na Rússia. Este, como muitos outros na Rússia, foi destruido de dentro para fora. Este abrigo foi fechado no início da guerra, em 2010, depois disso, ninguém entrou, ninguém saiu.
Porém, ficar preso por 9 anos em algum lugar pode fazer certas pessoas ficarem loucas... Foi o que ocorreu.
Nick conseguiu escapar com vida, junto de alguns "fugitivos". Porém, cada um foi para um lado. Talvez tenham morrido, talvez não.

Nick está à 3 meses andando pelos destroços de seu amado país. 3 dias atrás, ele encontrou uma cidade. Tinha uma roda gigante lá, foi a primeira coisa que ele encontrou. A "casa de máquinas" dela ainda estava intacta, então, resolveu dormir ali mesmo.

São 5:53 da manhã.
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Uma voz grave fala, vindo de uma sombra distante.
- Nick. Grande e velho Nick. Por que tinha que sair? Por que tinha que nos abandonar?
- E-Eu não abandonei ninguém...
A voz se altera, se tornando uma voz feminina.
- Por que você me deixou para trás, Nick?
- E-Eu...
A voz se altera, se tornando uma voz serena, uma voz masculina.
- Você os abandonou mesmo, Nick? Você fez isso? Quem mais você abandonou? Quantos mais abandonará?
- CHEGA!
- QUANTOS MAIS TEREI QUE LEVAR?


O suor tinha enxarcado sua blusa e o chão, que improvisara como cama. Ele levantou rápido do sonho ruim, seu coração parecia estar pedindo um pouco de ar puro, forçando sua caixa toráxica.
Ficou de pé e saiu da pequena casinha aos pedaços. O Sol quente da manhã estava chegando. Um céu de um azul quase que infinito se mostrou imponente sobre sua cabeça.
Pegou sua mochila, pulou algumas ferragens da velha roda gigante, foi embora.

Sua mochila continha poucas coisas: duas garrafas com água, uma garrafa de vodka (que achara com muita sorte no meio das ferragens de um carro) e um sanduiche e meio, já bem velhos. Era o melhor que se podia encontrar. Nick se sentia com sorte a cada vez que olhava para dentro da mochila, repetia a sí mesmo "Sou o pó mais rico entre o pó".

Talvez, se tivesse ficado no "Buraco" (como era chamado o abrigo), tivesse que comer ainda aquela ração processada amarelada, e beber aquilo... Sim, "aquilo". Ninguém sabia dar um nome para aquele líquido. Não tinha cor, não tinha cheiro, não tinha gosto... Mas definitivamente não era água. Pelo menos não água potável... Talvez água pura... Ou como costumavam brincar: "Vodka sem álcool".

Após uma pequena caminhada, Nick chega até um tipo de supermercado bem acabado. Aqueles de estrada, com um pequeno estacionamento e algumas máquinas de refrigerante ali.
Claro, talvez estejam vazias, mas nunca se sabe.
Ele se aproxima, olha, aperta alguns botões, dá um tapa... E desce aquele chute. A lataria amassa, e um pouco de refrigerante espirra em sua calça, depois começa a escorrer pela pequena rachadura causada pelo russo.

Ele chacoalha a perna, fala alguns palavrões, dá uma risada e entra no supermercado, que já havia sido arrombado antes. A luz não entra por nenhum lugar a não ser pela porta. Todas as janelas tem madeiras impedindo a passagem de luz. Talvez este já tenha sido um esconderijo.

Após uma dura revista pelo local, Nick encontra uma lanterna ainda funcionando, pacotes de comida, e dinheiro no caixa.
"... E pensar que as guerras começaram porque todo mundo queria isso, agora não serve nem para limpar o suor que perdí para ganha-lo" Ao terminar a frase mental, ele pega uma nota do caixa, que se desfaz em sua mão. Ele fica parado por alguns segundos.

14 horas. Seu estômago começa a implorar por um pedaço daquele sanduíche embolorado. Ele tira a mochila das costas, e pega o sanduíche que estava ao lado da lanterna recém-obtida. Ao retornar sua visão ao horizonte, ele vê um homem loiro, com um chápeu coco preto na cabeça. Olhos azuis, e um tipo de meia-estrela de várias pontas embaixo do olho direito.
Camisa, calças, sapatos, todos brancos, impecáveis. Somente a gravata, cinto e os suspensórios fogem dessa regra. São pretos. Ele carrega uma begala e está sentado sobre o pedaço de um prédio, a cerca de 10m do chão.

Sua voz é de uma tranquilidade incrível.
- Então Nick, como vão as coisas?
Nick, ainda com o pedaço de pão na boca, fica se perguntando deste quando este cara estava ali, e como sabe seu nome.
- Então, como vai a familia?
Não há resposta do lado do russo.
- Os amiiiigos?
Nada.
- Sinceramente Nick! Não vá dizer que já esqueceu de mim! Somos tão iguais...

Nick era um homem alto, cerca de 1,89m de altura. Forte, de musculatura (já não tão) definida, traços fortes no rosto, um cabelo mau cortado, e uma barba por fazer, que não corta a 1 semana (encontrara um tipo de lâmina que usou para se barbear. Arrancou mais pele que pelo).

- Nick, Nick... Será que não se lembra? Será que me abandonou também Nick?
Seu sanduíche e sua mochila atingem o chão. Só podia ser brincadeira.
- HAHA! Acertei não acertei? Vamos lá! Me dê mais uma dica!! Por favor! Essa sua expressão é impagável!
Seria possível que esse homem fosse o mesmo de seus sonhos? Nick já não entendia mais nada mesmo, talvez fosse só sua mente pregando uma peça nele...
- Ahh, vai parar é? Ok, também paro, seu sem senso de humor. Mas eu volto, quando você estiver com um humor mais... Persuadível. Até.

Nick começou a ignorar o homem, e foi buscar seu sanduíche no chão. Ao voltar seu olhar, o homem já não estava mais ali.
Deu uma olhada no sanduíche e o jogou fora.

- Maldito bolor.

Tirou a vodka da mochila e deu um longo gole que desceu como uma navalha.

São 16 horas.
_______
Claro que continua.
 
Dias se passaram, e Nick não viu nada de novo em sua jornada. Eram somente ruínas, morte, e a solidão.

Tá, não era tão só. Já se passaram 2 semanas deste que aquele homem de branco apareceu, deste então nunca mais o viu. Sua voz o atormentava nos sonhos, que sempre atrapalhavam o seu dia.
Sabe, até que Nick gostava de andar pelos restos de seu país... Mas algumas vezes, seus sonhos o deixava tenso, sem tempo para pensar no que poderia ser aquela casa, ou quantas crianças já brincaram naquele antigo playground.

Meses andando.
Meses vagando e pensando. "Será que a guerra poderia ter sido evitada?", "Como será que o mundo estaria agora se tudo isso não tivesse acontecido?"

Antes de continuar com as indigações de Nick, ele tinha que se aprofundar em suas memórias, e buscar o começo da guerra...
Os Estados Unidos começou a perder dinheiro em uma guerra ideológica contra países pobres na Faixa de Gaza. Um grupo de países, vendo isso, começaram um planejamento economico. Japão, Rússia e a União Européia começaram a boicotar planos americanos, e manipular resultados de conflitos em áreas de risco.
Minas de pretóleo encontradas do dia para a noite.
Prisioneiros de guerra feitos.
Senadores sequestrados...

Logo, tudo isso começou a envolver os países da América do Sul. As Farc fogem para a Venezuela e para o Equador. A Colômbia invade o Equador, e a Venezuela decide se juntar ao Equador e atacar a Colômbia. A Colômbia cria um hype em cima disso, mas dura pouco.
As Farc crescem dentro desses dois países, como um vírus, e se espalha, dando poder à grande e revolucionária Colômbia.

Não demorou muito tempo para a guerra explodir na América do Sul. As drogas e o poder político eram os assuntos principais. Mortes, prostituição, tráfico, rebeliões, o caos.
As forças do outro lado do Atlântico decidiram fazer alguma coisa. Estavam há alguns anos quebrando a economia dos (não mais) soberanos Estados Unidos da América.
Quando as forças da UE botaram os pés em solo Colômbiano, foi como pisar no acelerador, em destino ao holocausto nuclear.

Ninguém sabe como ou porque, porém, a Inglaterra dormiu tranquila e acordou no outro dia com uma cratera do tamanho do Texas. No mesmo dia, a Itália foi destruida, Cuba sumiu do mapa, como fez também parte da Austrália e a Florida.
Depois disso, uma grande guerra de proporções nunca antes vista começou.
Armas bioquimicas, nucleares, etc e tal.
Ao ver o inicio eminente da guerra, a Rússia abriu abrigos nucleares para "salvar" as pessoas. "Pobrezinhos", pensava Nick, "Uma vez lá dentro, só seu espírito sai. Se é que esse maldito Governo também não controla isso".
De fato, os "S.A.F.E" (Sistema Anti Fuzilagem e Explosões) eram um tipo de prisão, uma vez lá dentro, seu nome era tomado, e você recebia um número. O de Nick era algo como 1613, ele não se lembrava.
Tudo aquilo não passava de uma prisão de segurança máxima disfarçada. Você não tinha contato com o mundo lá fora, não podia sair, não podia falar muito com os outros... Você estava preso para o resto da eternidade naquele lugar imundo e comendo seja-lá-o-que-fosse-aquilo.

Depois disso, Nick não sabe mais de nada. Só que está aqui fora, e seu país fora dezimado.

No meio de seu pensamento, ele é pego de surpresa por um papel que "pousa" em seu pé. Ele o pega, e o lê...

"sE vOcÊ esTá LeNdO iSsO talVeZ SEja taRde. iVaN fICoU lOUco cOm A idÉIa de SaIR dO bUrACo. pOr FaVOr, sE estÁ poR PerTo, venHA aTÉ o S.A.F.E de NúMeRO #5, nA aUtO-ViA 450"

A idéia de encontrar suprimentos e sobreviventes deu um nó no estômago de Nick.
A letra daquele bilhete era uma letra feminina e bem sofrida. Quem sabe não era tão tarde?
Nick levanta a gola de sua blusa, tampando sua boca e corre, deixando para trás uma cidade e uma placa que dizia: "Bem-Vindo à Chernobyl".
 
A poeira bate em seus ouvidos e o vento forte trás um zumbido que mais lhe parece o som desesperado de uma mulher dando a luz. Nick já estava andado faziam 4 horas e a idéia de encontrar suprimentos e pessoas estava alimentando mais do que 500 sanduiches embolorados com vodka.

"'Auto-Via 450', estou perto" foi o que ele pensou ao ver a placa ao lado de uma estrada toda quebrada e rachada, coberta de areia.

O vento parou, o Sol estava baixando.
"Desisto, eu devo ter lido errado..." ele repetia para sí mesmo, enquanto andava aos redores da auto-via pensando que aquilo poderia ter sido uma pegadinha, uma piada, ou ele poderia ter lido errado, quem sabe? Talvez somente mais um truque de sua mente, como fora com aquele cara de branco que não aparecera deste aquela vez.
Enquanto ele andava, tropeçou em algo metálico, que lhe machucou o pé e o fez praguejar: A Porta o S.A.F.E. que ele tanto procurava.

Começou a cavar feito um louco, mas a areia fazia com que seus esforços fossem em vão.
Ele não podia desistir, ele não podia deixar essa chance lhe ser tirada por um punhado de areia! Ele era o que afinal de contas? O único homem que ainda se atreve à andar nessas ruínas esquecidas por deus (qualquer um deles), ou um fraco "que foge de tudo que não pode suportar"... "Que foge de tudo que não pode suportar", aquela voz familiar e completamente serena... Não havia dúvidas, não lhei foi preciso olhar para trás, aquele homem já estava do seu lado, com a mão em seu ombro, observando seu esforço em vão.

- Pois é Nick, haha, parece que você se deu mal denovo. Não será dessa vez que você irá encontrar pessoas para te "ajudar" - O tom irônico posto nessa palavra, fez Nick tremer - não é? Bom, eu estou aqui para te ajudar! Vamos lá, a primeira coisa que devemos fazer, é te tirar daqui.

As mãos acabadas e tatuadas do homem alcançaram seus dois braços. Mesmo sendo pegado de lado, Nick foi jogado para o outro lado da estrada, cerca de 50 metros da onde estava.
Ao se levantar, aquele homem já estava ao seu lado, de pé, olhando para o local da escavação frustrada de Nick.

- Pois é, estou aqui para te ajudar, quer saber porque?

O homem dá alguns passos à frente e pega um pedaço do asfalto quebrado, um pedaço de pedra do tamanho de uma laranja, e joga certeiro contra o local onde (possivelmente) estava a porta do S.A.F.E. . A pedra bate em algo, alguns segundos se passam... BOOM! Uma explosão grande o suficiente para arrancar um braço e uma perna de Nick acabara de se formar em sua frente, jogando areia para todos os lados junta de alguns pedaços de pedra, que cortaram suas mãos que estavam protegendo seu rosto.

- UHUL, que explosão, meu amigo... Poderia ter lhe matado, huh?

Os olhos do russo agora estavam arregalados, e ele em estado de choque. Como aquele homem sabia o que havia ali?! Por que quando Nick mexer ali, nada ocorreu? O que diabos estava acontecendo?
Enquanto essas perguntas brotavam em sua cabeça, o homem já estava na "boca" da entrada para o S.A.F.E., observando.

- Acho que agora dá para entrar.

O andarilho se viu tentado à ir olhar o buraco que a explosão poderia ter formado, e lá foi ele. Ao chegar lá, Nick viu que, de fato, agora havia uma abertura, grande o suficiente para ele cair de braços abertos, porém, seus olhos nada podiam lhe revelar. A escuridão de lá era tão grande, e agora que o sol estava baixando, então a luz ficava mais escassa ainda.
Então sentiu, por um segundo, seu corpo mais leve, seus pensamentos sumirem, sua alma lhe abandonar. Quando voltou à si, estava cuspindo o sangue de sua boca que fora cortada quando caiu da beira da entrada do "buraco".

- HAHA, desculpa viu, mas é que, você tava tão bem olhando pra cá... Pensei que gostaria de ver o que mais há aqui dentro, então te trouxe comigo.

Ele olhou para cima, mas a voz não vinha de lá, vinda de algum lugar a sua frente. Ele apertou os olhos, e quando eles se acostumaram com a escuridão, pôde ver as roupas brancas daquele homem caminhando em direção à uma porta enorme de aço, com um mini computadorzinho do lado.
Nick se aproximou.

- Olha só isso, olhe para esses controles: Não há poeira neles! Alguém deve ter visto aquele aviso antes eim! - Terminando essa frase, o homem deu um cutucão com o cotovelo em Nick, e piscou para ele. O russo não entendeu nada. - Então... QUE VENHA A AVENTURA!

Um apertar de botão caracterizou o momento mais lento da vida de Nick: Uma porta de metal enorme se abrindo sobre o ruído de engrenagens e um enorme vapor saindo pelos lados. Ao abrir, um cheiro podre de coisa velha invadiu o nariz dele, o deixando enjoado por alguns segundos.
O que encontraria ali? Pessoas? Sobreviventes? Suprimentos? Inimigos? Aliados?
Dúvidas e mais dúvidas brotavam na cabeça de Nick, mas a que mais o intrigava era...
"Quem é esse homem?"
 

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