Então, mas vão proibir o cara de exercer a função baseados em quê? Dei o ótimo no post da notícia pois é um excelente tema para discussão.
juridicamente falando, o cara cumpriu a pena (que né, extremamente mal aplicada...3 anos em um hospital por arruinar a vida de algumas crianças...ela obviamente não teve enfoque em retribuição, mas sim restauração do indivíduo social). ele respondeu criminalmente, e tem o direto garantido por toda a estrutura jurídica brasileira de reintegrar a sociedade como um cidadão comum, livre de restrições especiais.
nós não vivemos em uma sociedade que utiliza a tecnocracia como critério jurídico; ou seja: a definição técnica psiquiátrica não dita como será este caso. mesmo que, cientificamente, se comprove que ele mantém as características que o fizeram praticar o ato, dentro do nosso sistema, ninguém pode ser "pré-culpado" por um crime antes que ele seja consumado (é importante lembrar que esse fundamento é extremamente importante e coerente, base para todo o nosso paradigma de liberdade). portanto, a iniciativa dos professores não tem nem pé nem cabeça, no contexto brasileiro vigente.
eu acho bastante válido os professores abrirem a discussão, mas é importante saber que eles estão pré-destinados a perder, se alguns dos pilares do nosso código penal mantiverem a vigência. claro. supondo um processo "justo". porém, só pelo fato de estar na mídia, tem uma boa chance de ser injusto com o cidadão.
da questão do CFM, temos aqui um trecho interessante:
Fonte
o único problema é que, apurar através de perícia médica que o cara realmente é incapacitado, deve dar até um doutorado
e eticamente? por um lado temos a definição técnica determinística que diz que o cara fatalmente abusará de outras crianças, sustentado pelo fato de que, como médico, terá posição vantajosa neste cenário, combinado com o fato dele ter essa pré-disposição "biológica". por outro lado, temos a idéia de que ele pode conscientemente/racionalmente controlar a sua condição e não repetir o ato. na minha opinião ele deve sim ser tratado como um crimonoso potencial, e punido (ou seja: deve ser impossibilitado de se tornar médico).
mas é importante que quem pensa assim saiba que estamos violentamente sacrificando um dos princípios da liberdade civil.