Matheus Spier
Usuário
Saudações amigos.
Estou começando agora minha atividade neste Fórum. Minha intenção principal é receber críticas e conselhos de meus escritos; recentemente terminei uma peça tetral escrita em versos brancos e prosa (utilizei a estrutura shakespereana - em outro post irei falar mais sobre isso), e gostaria de receber críticas. Estou conversando com alguns editores para publicar a obra no futuro, porém sei que não será nada fácil conseguir tal objetivo (uma peça de teatro, escrita em grade parte em verso, com mais de 400 páginas, é algo que não soa como boa-vendagem para ninguém). Pois bem: isso não quer dizer que eu não possa ter leitores de alto-nível. Verifiquei as mensagens e escritos dos membros do fórum, e descobri que eu jamais poderia pedir por melhores leitores do que vocês. Da mesma forma, espero poder ser um bom leitor do material produzido pelo pessoal do Fórum (espero poder ajudar muitas pessoas).
Não pretendo expor aqui o enredo da peça que criei (vou fazê-lo depois), mas vou falar brevemente sobre o trecho que quero postar agora para a leitura.
O trecho que escolhi mostra Harut, um gênio (um espírito como aqueles que vagam pelo deserto no mundo das Mil e Uma Noites), discursando acerca das leis humanas. Na cena em que o trecho em questão ocorre o gênio Harut havia sido libertado por outros personagens de uma prisão onde vivia há séculos: uma cítara de madeira (cítara é um instrumento musical indiano). Para Harut a liberdade foi um enorme presente, porém, para poder brincar com os jovens que o libertaram, o gênio finge que está brabo, e que deseja punir o jovem que o libertou com a morte. Ele está se fingindo de mau, dizendo que, segundo suas leis (as leis dos gênios) um outro personagem da peça merece morrer (na verdade, como foi dito, ele está só querendo assustar tal personagem, brincar com ele...para isso, porém, cria para si um papel de extrema seriedade). O personagem que acha que será executado é auxiliado por outro personagem, que fala que as leis dos gênios não deveriam ser aplicadas ao mundo humano, e sim as leis humanas. Segue-se um debate acerca do direito e de sua filosofia, que culmina na fala exposta em seguida, na qual Harut diz que todas as leis são artificiais, que a moral, na realidade, é uma criação humana. Ele refere que, para a natureza, leis humanas (ou mesmo as leis dos gênios) nada significam. O que o trovão, a chuva, o fogo, as montanhas, a gravidade, etc., tem a ver com nossas legislações?
Mas chega de papo furadoEis o trecho (é escrito em versos brancos, ou seja: 10 sílabas poéticas em sua métrica, porém sem rimas; os acentos tônicos costumam cair na 6ª e na 10ª sílabas, mas por vezes caem na 4ª, 8ª e 10ª):
HARUT: Quais divindades são os teus juízes?
Os senhores do mundo: quem são eles?
As únicas leis sólidas e ordens
Imutáveis estão na natureza,
Porém ela não tem moral; não julga,
Condenações e prêmios não semeia:
Existe apenas, bóia em meio ao nada,
Sem exigir de si mesma um sentido.
Mas e a justiça: alguém já viu seu rosto,
Segurou sua mão, beijou seus lábios?
É a justiça quem guia os elementos?
São eles cães em seu quintal, restringem
Seus prazeres por ordem da moral?
Se a escuridão da noite te dá medo
Pode algum deus bebê-la, qual café,
E depois arrotar morna manhã
E a gema do sol cuspir para ti?
O eletromagnetismo é teu macaco,
Mico-Leão de juba incandescente?
O estalo dos teus dedos o fará
Dançar? Irá comer amendoins
Em tuas mãos? Que leis vão alisar
As disformes feições da gravidade?
Como impedir que suas fortes mãos
E seus dedos dissonantes
Sufoquem o correr dos pés do tempo
E na carne do espaço cavem fendas?
Quem põem coleira no fogo brilhante
Que, a salivar fumaça, com pelagem
De chamas corre sobre os tenros bosques?
Quais regras segue o furação, de estômago
Repleto de tormentas fermentantes,
Quando devora os céus, quando as mãos e unhas
Dos vendavais estripam as cidades?
A coreografia dos tornados:
Quem a compôs? Qual mente redigiu
Os tratados de lógica que os raios,
Viajantes elétricos dos cúmulos,
Estudaram? Quem guia seus mergulhos?
Preces vão impedir o maremoto
De engolir ilhas com gargantas verdes
E com exércitos de línguas líquidas
Dissolver construções, pisotear povos,
Vomitando argamassa de cadáveres,
Mingau apodrecido de ruínas
E pântano confuso de destroços?
Quais ordens servirão de barricada
Para o ciclone ártico, o faminto
Urso polar de pelo nebuloso?
Como conter o açougue congelante
Da afiada mandíbula espiral?
Eis as reais leis, eis nossos juízes,
Mas será útil implorar aos seus ouvidos?
Quando chuvas afogam as colheitas
E sufocam o trigo e o milho em mofo,
Derretendo as planícies num lodo de lágrimas,
Será que sentem pena dos famintos?
Quando as águas inundam plantações
Enquanto ainda são berçário para
Viscosos bebês brotos e delgados
Ramos adolescentes de cabelos frágeis,
Sentem dor moral? Quando o lavrador
Derrama seu suor nos lábios ásperos
Da terra ressecada do deserto
Ele a comove? Faz com ela acordo?
Nascerão oferendas da oferenda?
O peito branco e cristalino hálito
Da nevasca não mais há de uivar gelo
Por ouvir um bebê chorar de frio,
Com coxas e bracinhos azulados,
No colo da mãe pobre e sem abrigo?
A glória cintilante dos flocos de neve
E as flores prateadas da geada
Não sentem pena pelos desgraçados
Que abraçam em lençóis fantasmagóricos.
A natureza fica comovida?
Quando massacres sujam o planeta
E a violência, no cio, emana sangue,
Os pássaros, de luto, não mais cantam?
O sol esconde o rosto cuja glória
Desfila sobre o mundo (as feições que
Revivem os céus com pompa brilhante)
Atrás de nuvens negras e vapor
Amargo, p’ra chorar triste geada?
Não! Uma torre de carniça e corpos,
A hospedar moscas, pode repousar
Sobre um campo de brancas margaridas
Sem ferir as narinas de nenhuma flor:
Nenhuma delas fecha, em dor, as pétalas.
Queres justiça? Pois então responda:
Que justiça há para o javali
Quando os leões lhe estão abrindo o ventre,
Mergulhando em seus órgãos os focinhos?
Que ouvidos terão pena de seus gritos,
Quando rasteja nas savanas o
Som de sua dor? Onde está a justiça
Quando a serpente injeta seu horror
Venenoso no ninho dos filhotes
Pelados e indefesos de algum pássaro?
O medo nas pupilas da gazela
Haverá de fazer com que a justiça,
Comovida, a resgate das mandíbulas
Do crocodilo? Há leis contra seus dentes?
Quando em nuvens de vírus se transforma a morte,
E a pestilência, em névoa sombria,
No ar é bombeada, como sangue negro
E corrosivo, rumo ao coração
Dos países, que leis as barrarão?
Ordens judiciais podem contê-las?
O fato de um menino ter vivido
Poucos anos vai dissolver em pena
O câncer que o devora? Que moral
Amordaçará a fome da gangrena
De gengivas de pus que engole os membros
Daquele infeliz? Quais artigos vetam
A marcha dos exércitos da lepra
Sobre a carne doente? Tens respostas
Para solucionar tantos problemas?
Como obrigar as larvas a cessarem
Seu festim sobre o corpo no caixão?
Como processar vermes que abrem túneis
Nas entranhas com bocas e ventosas?
É possível detê-los com ações
Possessórias, barrar os parasitas
Em seu selvagem usucapião?
Por qual razão a morte humana é triste
Mas ninguém chora por estrelas quando
Explodem seus esféricos incêndios
Em supernovas? Que é o corpo humano
Frente a elas? Piolho, lêndea, pulga?
Por que para teu povo tais colossos
São apenas espinhas inflamadas
Com fogo na face da noite, meros
Poros a suar luz, enquanto que bebês
(que, aos olhos da existência, não são mais
Que bolinhos de carne, recheados
Com miúdos e sangue) são milagres:
As bochechas rosadas da esperança
E macio rosto onde dorme o futuro?
A tribo humana tem uma rainha
Na vaidade: desejam que as leis cósmicas
Sejam remodeladas ao sabor
De seu prazer e dor, do eterno mar
Ondulante e maré de seu humor.
Porém vocês não são legisladores;
Também seus deuses não rabiscam leis:
Nos tinteiros do céu não hiberna a moral.
A existência, que o útero do nada
E ventre do vazio rasgou, é a autora
Verdadeira das leis que nos governam.
Esse embrião primordial de fogo,
Sopa disforme, evoluiu no corpo
Do infinito, na escura anatomia
(pontilhada com a áurea catapora
Das estrelas) do cosmo, o leopardo
Sombrio, manchado pelos arquipélagos
Das galáxias, do qual somos só células.
O universo: eis o dono do direito;
As biológicas leis do seu corpo
São imutáveis, são gerais, são únicas:
Nenhum lápis jamais as riscará,
Nenhum ato jamais vai violá-las.
Pode, então, nosso pensamento, os sonhos
Que vivem em nós, em nós, simples átomos,
Terem algum valor para o absoluto?
Que lhe importa o cochicho das moléculas?
Escuridão e luz, ordem e caos,
Bem e mau: tais pilares nada dizem
Ou significam, mas apenas são.
Porém, se aqui na Terra cada povo
Tem as suas leis, vou cumprir as minhas.
É isso ai pessoal, espero que gostem. No futuro pretendo citar mais trechos da peça que escrevi.
Abraços.
Matheus:traça:
Estou começando agora minha atividade neste Fórum. Minha intenção principal é receber críticas e conselhos de meus escritos; recentemente terminei uma peça tetral escrita em versos brancos e prosa (utilizei a estrutura shakespereana - em outro post irei falar mais sobre isso), e gostaria de receber críticas. Estou conversando com alguns editores para publicar a obra no futuro, porém sei que não será nada fácil conseguir tal objetivo (uma peça de teatro, escrita em grade parte em verso, com mais de 400 páginas, é algo que não soa como boa-vendagem para ninguém). Pois bem: isso não quer dizer que eu não possa ter leitores de alto-nível. Verifiquei as mensagens e escritos dos membros do fórum, e descobri que eu jamais poderia pedir por melhores leitores do que vocês. Da mesma forma, espero poder ser um bom leitor do material produzido pelo pessoal do Fórum (espero poder ajudar muitas pessoas).
Não pretendo expor aqui o enredo da peça que criei (vou fazê-lo depois), mas vou falar brevemente sobre o trecho que quero postar agora para a leitura.
O trecho que escolhi mostra Harut, um gênio (um espírito como aqueles que vagam pelo deserto no mundo das Mil e Uma Noites), discursando acerca das leis humanas. Na cena em que o trecho em questão ocorre o gênio Harut havia sido libertado por outros personagens de uma prisão onde vivia há séculos: uma cítara de madeira (cítara é um instrumento musical indiano). Para Harut a liberdade foi um enorme presente, porém, para poder brincar com os jovens que o libertaram, o gênio finge que está brabo, e que deseja punir o jovem que o libertou com a morte. Ele está se fingindo de mau, dizendo que, segundo suas leis (as leis dos gênios) um outro personagem da peça merece morrer (na verdade, como foi dito, ele está só querendo assustar tal personagem, brincar com ele...para isso, porém, cria para si um papel de extrema seriedade). O personagem que acha que será executado é auxiliado por outro personagem, que fala que as leis dos gênios não deveriam ser aplicadas ao mundo humano, e sim as leis humanas. Segue-se um debate acerca do direito e de sua filosofia, que culmina na fala exposta em seguida, na qual Harut diz que todas as leis são artificiais, que a moral, na realidade, é uma criação humana. Ele refere que, para a natureza, leis humanas (ou mesmo as leis dos gênios) nada significam. O que o trovão, a chuva, o fogo, as montanhas, a gravidade, etc., tem a ver com nossas legislações?
Mas chega de papo furadoEis o trecho (é escrito em versos brancos, ou seja: 10 sílabas poéticas em sua métrica, porém sem rimas; os acentos tônicos costumam cair na 6ª e na 10ª sílabas, mas por vezes caem na 4ª, 8ª e 10ª):
HARUT: Quais divindades são os teus juízes?
Os senhores do mundo: quem são eles?
As únicas leis sólidas e ordens
Imutáveis estão na natureza,
Porém ela não tem moral; não julga,
Condenações e prêmios não semeia:
Existe apenas, bóia em meio ao nada,
Sem exigir de si mesma um sentido.
Mas e a justiça: alguém já viu seu rosto,
Segurou sua mão, beijou seus lábios?
É a justiça quem guia os elementos?
São eles cães em seu quintal, restringem
Seus prazeres por ordem da moral?
Se a escuridão da noite te dá medo
Pode algum deus bebê-la, qual café,
E depois arrotar morna manhã
E a gema do sol cuspir para ti?
O eletromagnetismo é teu macaco,
Mico-Leão de juba incandescente?
O estalo dos teus dedos o fará
Dançar? Irá comer amendoins
Em tuas mãos? Que leis vão alisar
As disformes feições da gravidade?
Como impedir que suas fortes mãos
E seus dedos dissonantes
Sufoquem o correr dos pés do tempo
E na carne do espaço cavem fendas?
Quem põem coleira no fogo brilhante
Que, a salivar fumaça, com pelagem
De chamas corre sobre os tenros bosques?
Quais regras segue o furação, de estômago
Repleto de tormentas fermentantes,
Quando devora os céus, quando as mãos e unhas
Dos vendavais estripam as cidades?
A coreografia dos tornados:
Quem a compôs? Qual mente redigiu
Os tratados de lógica que os raios,
Viajantes elétricos dos cúmulos,
Estudaram? Quem guia seus mergulhos?
Preces vão impedir o maremoto
De engolir ilhas com gargantas verdes
E com exércitos de línguas líquidas
Dissolver construções, pisotear povos,
Vomitando argamassa de cadáveres,
Mingau apodrecido de ruínas
E pântano confuso de destroços?
Quais ordens servirão de barricada
Para o ciclone ártico, o faminto
Urso polar de pelo nebuloso?
Como conter o açougue congelante
Da afiada mandíbula espiral?
Eis as reais leis, eis nossos juízes,
Mas será útil implorar aos seus ouvidos?
Quando chuvas afogam as colheitas
E sufocam o trigo e o milho em mofo,
Derretendo as planícies num lodo de lágrimas,
Será que sentem pena dos famintos?
Quando as águas inundam plantações
Enquanto ainda são berçário para
Viscosos bebês brotos e delgados
Ramos adolescentes de cabelos frágeis,
Sentem dor moral? Quando o lavrador
Derrama seu suor nos lábios ásperos
Da terra ressecada do deserto
Ele a comove? Faz com ela acordo?
Nascerão oferendas da oferenda?
O peito branco e cristalino hálito
Da nevasca não mais há de uivar gelo
Por ouvir um bebê chorar de frio,
Com coxas e bracinhos azulados,
No colo da mãe pobre e sem abrigo?
A glória cintilante dos flocos de neve
E as flores prateadas da geada
Não sentem pena pelos desgraçados
Que abraçam em lençóis fantasmagóricos.
A natureza fica comovida?
Quando massacres sujam o planeta
E a violência, no cio, emana sangue,
Os pássaros, de luto, não mais cantam?
O sol esconde o rosto cuja glória
Desfila sobre o mundo (as feições que
Revivem os céus com pompa brilhante)
Atrás de nuvens negras e vapor
Amargo, p’ra chorar triste geada?
Não! Uma torre de carniça e corpos,
A hospedar moscas, pode repousar
Sobre um campo de brancas margaridas
Sem ferir as narinas de nenhuma flor:
Nenhuma delas fecha, em dor, as pétalas.
Queres justiça? Pois então responda:
Que justiça há para o javali
Quando os leões lhe estão abrindo o ventre,
Mergulhando em seus órgãos os focinhos?
Que ouvidos terão pena de seus gritos,
Quando rasteja nas savanas o
Som de sua dor? Onde está a justiça
Quando a serpente injeta seu horror
Venenoso no ninho dos filhotes
Pelados e indefesos de algum pássaro?
O medo nas pupilas da gazela
Haverá de fazer com que a justiça,
Comovida, a resgate das mandíbulas
Do crocodilo? Há leis contra seus dentes?
Quando em nuvens de vírus se transforma a morte,
E a pestilência, em névoa sombria,
No ar é bombeada, como sangue negro
E corrosivo, rumo ao coração
Dos países, que leis as barrarão?
Ordens judiciais podem contê-las?
O fato de um menino ter vivido
Poucos anos vai dissolver em pena
O câncer que o devora? Que moral
Amordaçará a fome da gangrena
De gengivas de pus que engole os membros
Daquele infeliz? Quais artigos vetam
A marcha dos exércitos da lepra
Sobre a carne doente? Tens respostas
Para solucionar tantos problemas?
Como obrigar as larvas a cessarem
Seu festim sobre o corpo no caixão?
Como processar vermes que abrem túneis
Nas entranhas com bocas e ventosas?
É possível detê-los com ações
Possessórias, barrar os parasitas
Em seu selvagem usucapião?
Por qual razão a morte humana é triste
Mas ninguém chora por estrelas quando
Explodem seus esféricos incêndios
Em supernovas? Que é o corpo humano
Frente a elas? Piolho, lêndea, pulga?
Por que para teu povo tais colossos
São apenas espinhas inflamadas
Com fogo na face da noite, meros
Poros a suar luz, enquanto que bebês
(que, aos olhos da existência, não são mais
Que bolinhos de carne, recheados
Com miúdos e sangue) são milagres:
As bochechas rosadas da esperança
E macio rosto onde dorme o futuro?
A tribo humana tem uma rainha
Na vaidade: desejam que as leis cósmicas
Sejam remodeladas ao sabor
De seu prazer e dor, do eterno mar
Ondulante e maré de seu humor.
Porém vocês não são legisladores;
Também seus deuses não rabiscam leis:
Nos tinteiros do céu não hiberna a moral.
A existência, que o útero do nada
E ventre do vazio rasgou, é a autora
Verdadeira das leis que nos governam.
Esse embrião primordial de fogo,
Sopa disforme, evoluiu no corpo
Do infinito, na escura anatomia
(pontilhada com a áurea catapora
Das estrelas) do cosmo, o leopardo
Sombrio, manchado pelos arquipélagos
Das galáxias, do qual somos só células.
O universo: eis o dono do direito;
As biológicas leis do seu corpo
São imutáveis, são gerais, são únicas:
Nenhum lápis jamais as riscará,
Nenhum ato jamais vai violá-las.
Pode, então, nosso pensamento, os sonhos
Que vivem em nós, em nós, simples átomos,
Terem algum valor para o absoluto?
Que lhe importa o cochicho das moléculas?
Escuridão e luz, ordem e caos,
Bem e mau: tais pilares nada dizem
Ou significam, mas apenas são.
Porém, se aqui na Terra cada povo
Tem as suas leis, vou cumprir as minhas.
É isso ai pessoal, espero que gostem. No futuro pretendo citar mais trechos da peça que escrevi.
Abraços.
Matheus:traça: