Mas Fingol, musical é cantado em playback mesmo, todos são. A diferença é que nesse ficou parecendo que a voz não era deles...
Pois é, eu tava inquieto na cadeira vendo o filme. Tecnicamente ele é um desastre. Em primeiro lugar, pra adaptar uma peça musical pro Cinema não basta só transpor os números da mesma forma pra tela. Pra isso existem movimentos de câmera, edição, arranjos novos. Se eu quiser ver uma tela parada com tudo acontecendo, eu vou ao teatro, onde pelo menos eu posso ouvir o elenco cantando ao vivo.
O cinegrafista parece que tinha preguiça de se mexer. Deve ter largado a câmera lá no tripé, gravando, e saía pra tomar um cafezinho. O filme é cansativo, enfadonho, e os grandes culpados são a fotografia e a edição. Era sempre aquela câmera preguiçooooooooosa, se mexendo devagar, com tomadas longas, totalmente em desacordo com as músicas que tavam rolando. Faltou o vigor de Moulin Rouge e Chicago, só pra citar os exemplos mais conhecidos.
Outro grande problema é o roteiro. Não vi a peça, mas me parece que praticamente não foi adaptado. O que é um grande problema, já que deve funcionar muito bem no teatro, mas no cinema ficou um samba do crioulo doido. As coisas importantes aconteciam muito rápido e com pouca explicação. E eu tiraria tranquilamente uns três ou quatro números musicais do filme... isso funcionou muito bem em Chicago.
Nas atuações, nenhuma de destaque. A Emmy Rossum, aliás, é bem fraquinha. A voz não é muito boa, a atuação idem, e além de tudo ela não é bonita.
E pra piorar, o que era aquela maquiagem? O Fantasma usava umas máscaras microscópicas, e quando revela a deformação do rosto, ocupa quase um lado inteiro. Isso sem falar no cabelo...
Com relação à edição, a segunda parte melhora um pouquinho, a partir de "Masquerade", mas só um pouquinho. A parte do Don Juan é um ds poucos momentos melhores do filme. Mesmo assim, melhor que a porcaria do resto, pois continua inferior a um nível aceitável.
Enfim, o filme só é bom pra quem gostar de sofrer imaginando onde ele poderia melhorar. A cada cena eu visualizava mentalmente uma muito melhor... e continuo o coro: que falta faz um Baz Luhrmann.