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Morrissey

bahh. faz tempo q eu ñ ouço meu velho ídolo de guerra, Mozza.
ainda ñ parei pra ouvir years of refusal.
gosto bastante da carreira solo, mas tbm prefiro smiths.
ele sempre fazendo alguma coisa pra chocar...aquela outra foto q saiu na imprensa faz um bom tempo já eu acho, q era supostamente a parte traseira dele..e nela estava tatuado "Your arsenal", :sacou: tbm causou uma baita polêmica.
:rofl:
 
Pra quem é fã dos Smiths e do Moz(igual a mim),dá pra ficar com água na boca com essa enciclopédia:


Mozipedia, de Simon Goddard

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por Marco Antonio Bart​

Não existem muitas enciclopédias dedicadas a artistas de rock, por mais populares que sejam. Beatles têm mais de uma, mas outros casos não vêm à mente de imediato. Então, quando a aparição de “Mozipedia - The Encyclopedia of Morrissey and The Smiths”, naturalmente intriga e interessa. Afinal, mais interessante que o formato e o conceito do livro, só mesmo seu assunto: Morrissey & seu mundo. As cifras impressionam. São 544 página e um total de 350 mil palavras divididas em cerca de 600 verbetes em ordem alfabética cobrindo aparentemente todos os aspectos da vida de Steven Patrick Morrissey, sobre o ou fora do palco, antes, depois e durante os Smiths.

Parece não ter ficado coisa alguma de fora – dos “grandes temas” que regem a vida do cantor (ambiguidade sexual & celibato, New York Dolls, vegetarianismo, a parceria com Johnny Marr) a minúsculas minúcias como os programas de TV favoritos de Morrissey durante a adolescência e detalhes sobre sua dieta (basicamente “batatas, torradas e ovos”). A revista Q classificou o calhamaço como “a obra de um maníaco”. O autor, Simon Goddard, tem estofo para a tarefa. O cara escreveu “The Smiths: Songs that Saved Your Life”, considerado a análise definitiva do cancioneiro smithiano (música a música, num formato similar ao de “Revolution in the Head”, sobre os Beatles). Há dois bons cadernos de fotos, misturando imagens de todas as fases da carreira do mancuniano e retratos de seus ídolos – Oscar Wilde, os citados New York Dolls, a dramaturga Shelagh Delaney, atores como Terence Stamp, Harvey Keitel e Dirk Bogarde.

A escolha do formato deve ter sido a forma que o autor – naturalmente um smithófilo/morrisseymaníaco juramentado – encontrou para manter o distanciamento crítico em relação ao assunto. E também para garantir a própria confecção do livro. Biografias de rock costumam seguir dois padrões. Um é o texto corridão, que garantiu narrativas já clássicas como os livros sobre Dylan, Zeppelin e, uma vez mais, os Beatles. A hipótese se provaria difícil, sabendo-se previamente que o personagem principal não colaboraria. Avesso a expor sua intimidade, Morrissey não falou nem com Johnny Rogan, autor da biografia definitiva dos Smiths (“Morrissey & Marr: The Severed Alliance”). E também não conversou com Goddard para a enciclopédia (os outros membros da banda falaram). No prefácio, Goddard diz que muitos dos amigos, ex-amigos e associados de Morrissey não toparam falar ou só quiseram falar em off – e vários deram para trás em cima da hora, temendo a fúria de cantor. Essas dificuldades não inviabilizariam, mas sem dúvida dificultariam o trabalho de apuração. A outra opção de formato seria a tal da história oral, que se provou válida em livros como “Mate-me Por Favor” e, que coisa, o “Anthology” dos Beatles. Ora, uma história oral de Morrissey sem falas do próprio seria… nada.

Há incontáveis referências, todas minuciosamente pesquisadas, aos filmes / livros / discos / atores / atrizes / escritores / novelas de TV favoritas de Morrissey. Todos os artistas obscuros que ele já citou como influência, especialmente nos primeiros anos dos Smiths, estão lá (com direito a alentados verbetes biográficos). Trechos das cartas que o cantor trocava com amigos nos anos 70. Excertos das resenhas escritas por Morrissey nos breves anos em que tentou ser jornalista musical freelancer. Seus jogadores de futebol favoritos. Fontes originais de onde saíram cada uma das citações, por mais crípticas que sejam, a figurar nas letras do cantor. Os fatos por trás das várias polêmicas que o artista já protagonizou, sejam inventadas por ele (como o mito do celibato ou sua sempre nebulosa opção sexual), seja aquelas para as quais foi arrastado (como as acusações de racismo, xenofobia e associação com a extrema direita britânica). É uma obra fanática, feita por um fã e dirigida apenas aos outros fãs. E nesse quesito, é irresistível e insuperável.

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Morrisseyianos são seres devotos, obcecados e minuciosos no que tange o objeto de sua adoração. Sim, é IMPORTANTE saber que os Smiths, em sua fase mais embrionária, pensaram em gravar uma versão da música “I Want a Boy for Birthday” (hit menor do grupo vocal The Cookies), apenas pelo potencial provocativo/andrógino do título. É FUNDAMENTAL saber que, apesar de dizer publicamente que nunca usara drogas, Morrissey batia na porta do baixista Andy Rourke pedindo o que chamava de “docinhos” – tranquilizantes e antidepressivos. É ESSENCIAL saber do paradeiro (desconhecido, aliás) de Annalisa Jablonska, moça que o cantor diz ter sido sua namorada (!) no começo dos anos 80 – e que só foi vista por Marr e o resto da banda uma ou duas vezes, tendo depois desaparecido. Se Morrissey é, para usar uma expressão criada por Wilde, uma “esfinge sem segredos”, é NECESSÁRIO apreender todos os fragmentos possíveis de sua persona, tentando capturar o incapturável: sua essência, tão debatida em milhares de entrevistas, e mesmo assim tão nebulosa.

Como toda enciclopédia, a “Mozipedia” não foi feita para ser lida direto, e sim consultada quando em dúvida. (Mas que fã resistiria?) O retrato que emerge não é 100% agradável. Steven Patrick cresceu superprotegido pela mãe, que o influenciou a tornar-se vegetariano e o apoiou incondicionalmente em cada decisão de sua vida. Sabemos como pessoas criadas assim podem ser “difíceis” e “sensíveis”, certo? O cantor é um declarado misantropo. E ainda assim busca sempre estar cercado de amigos e colaboradores – que podem ser descartados sem aviso prévio, em geral por terceiros (e não pelo próprio Morrissey). Brigou com sucessivos parceiros (Stephen Street, Mike Joyce, Mark Nevin) por comportar-se como um unha de fome incorrigível, protelando pagamentos e negando royalties. No verbete dedicado a David Bowie, Goddard explica como Morrissey abandonou na cara dura a turnê conjunta que empreendeu em 1995 com o Camaleão… e saiu falando cobras e lagartos do (ex?-)ídolo. No relacionamento com os vários melodistas com quem compôs após separar-se de Marr, o cantor assume um papel passivo (ops): os músicos mandam constantemente ideias para novas canções em fitas-demo e o vocalista, olimpicamente, seleciona as que julga mais dignas de seus versos. Goddard sugere, mais de uma vez, que isso já causou fricções entre os guitarristas Boz Boorer e Alain Whyte, principais parceiros do cantor desde 1993 (Whyte teria até gabado-se: “Eu sei do que Morrissey gosta”).

Morrissey é um ser humano extremamente complicadinho – em todos os sentidos da expressão – e isso fica evidente em suas entrevistas e mais ainda em suas letras. O calhamaço de Goddard dá as pistas para o caminho através do qual essas complicações foram construídas. Garoto nos anos 60, “Steven” cresceu assombrado por uma Inglaterra cinzenta, empobrecida e melancólica, uma construção mental que se deve menos à observação da realidade do que à sua obsessão com os filmes, peças de teatro e livros sobre a classe operária britânica. Esse interesse por uma imagem (romantizada) do povão inglês permanece até hoje, manifesto no apreço do cantor por boxe, futebol e pubs estilo pé-sujo. A confusão/ambiguidade sexual sem dúvida foi amplificada pelos role models que o adolescente Morrissey adotou – Bolan, Bowie, Jobriath, os New York Dolls (sem esquecer Oscar Wilde). O advento do punk afinal permitiu que o vislumbre de uma carreira musical se tornasse realidade. Quando ele se encontra com Marr, em 1982, “Steven” já era Morrissey; e não se engane, a persona ambígua, irônica, depressiva e contraditória foi cuidadosamente construída, projetada para causar o máximo impacto num cenário pop marcado por frivolidades e fru-frus.

Há desconfiança de que Goddard deixou o lado fã falar mais alto. Ao “limitar-se” a apresentar os fatos, com um mínimo de interpretação e/ou de intervenção, o jornalista certamente escolheu o caminho mais exaustivo. Mas também evita a tentação de explicar o mito, algo que seria quase inevitável num livro de narrativa mais convencional. Não por acaso, na introdução ele compara seu trabalho ao do repórter que protagoniza “Cidadão Kane” – mas exime-se de apontar o que seria o Rosebud de Morrissey. Ele joga todas, ou praticamente todas, as peças do quebra-cabeças lá, e cabe ao leitor juntar tudo. Talvez Goddard, ao juntar as peças por conta própria, tenha chegado à mesma conclusão pouco agradável de que Morrissey é, ora essa, humano também. E por isso lavou as mãos. Admiração absoluta não rima com conhecimento absoluto. Voltando a Goddard: “Aprendi a amar Morrissey pelo grande artista que ele é”. Bem, nós também. Ou não?


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A Mozipedia pode ser encomendada no site da Livraria Cultura por R$ 93 (veja aqui). Na Amazon dos EUA pode ser encontrada por menos de US$ 20 (veja aqui).


Retirado lá do Scream & Yell
 
só para contar que a minha mozipedia chegou hj e é linda s2

e paguei mó barato na better world books :dente:
 
Anica disse:
só para contar que a minha mozipedia chegou hj e é linda s2

e paguei mó barato na better world books :dente:


Confesso que bateu uma certa inveja por aqui Anica...


E por falar em Morrissey:


Avesso a entrevistas, Morrissey comenta o fato de ser renegado pelas gravadoras e analisa sua participação em Glastonbury


Desde o CD "Years of refusal", de 2009, Morrissey não lança nenhum trabalho novo oficialmente. Apesar disso, há duas semanas, ele apresentou três músicas inéditas na rádio BBC e o que parecia uma perspectiva de lançamento caiu como balde de água fria nos fãs. É que o cantor inglês afirmou que só vai gravar suas novidades quando assinar com uma grande gravadora, mas aparentemente nenhuma está interessada.

Avesso a entrevistas, Morrissey aceitou responder a algumas perguntas por e-mail sobre o assunto ao aclamado site Pitchfork. Nela, o artista falou sobre sua polêmica com as gravadoras e fez uma análise sobre sua apresentação no festival Glastonbury, que aconteceu no último fim de semana.




- Você disse que seu novo álbum está completamente composto, mas que não vai gravá-lo sem a ajuda de uma gravadora. Neste ponto de sua carreira, você espera que os selos lhe procurem ou você corre atrás delas?
Morrissey: Não tem muito o que eu possa fazer. Quando se torna pública a notícia de que você não tem acordo com nenhuma gravadora, você espera que qualquer pessoa que queira o seu trabalho venha lhe procurar

- As pessoas vão ficar surpresas ao saber que nenhuma gravadora está interessada no seu trabalho, quando há bandas desconhecidas e pouco prestigiadas gravando discos. Existe algum problema específico no seu caso?
Morrissey: Sim, eu acho que gravadoras querem fazer descobertas para que ela seja creditada como a responsável pela invenção de determinado artista. Nem todas querem artistas que já tenham suas marcas, porque seu sucesso, geralmente, está atribuído a alguma outra gravadora, em outro lugar e outro tempo. Muitos artistas só são lembrados pelo trabalho que os tornou bem-sucedidos. A imprensa só se refere a mim como sendo do Smiths. E o fato de eu ter três álbuns solo ou 25 anos de carreira solo nunca é mencionado.

- Você acha que as pessoas ficariam intimidadas ao fazer um contrato para lançar seu trabalho?
Morrissey: Eu acho que sim, apesar de não haver nenhuma razão para isso. Eu não passo de um tradicionalista.

- Considerando seu nome de peso, você consideraria "autolançar" um álbum como fez o Radiohead?
Morrissey: Não, não tenho nenhuma necessidade de ser inovador neste sentido. Ainda estou preso no sonho de um álbum que venda bem não por causa do marketing, mas porque as pessoas gostam das músicas.

- Qual sua opinião sobre a mudança da música nos últimos 30 anos - com mais foco em fazer shows e menos em produzir álbuns? Você acha que é melhor ou pior?
Morrissey: Obviamente, é muito pior, porque toda a indústria - como deve ser chamada - foi destruída de muitas formas. A internet enxugou a música do mapa. matou o mercado de vendas e matou a paciência das gravadoras, que acham que vender 300 mil álbuns não é bom. A imprensa musical morreu por causa da internet. Todo mundo agora é um crítico expert. Todo mundo é substituível.

- Você acha que falta respeito com os artistas veteranos?
Morrissey: Não necessariamente. Muita gente que passou pela indústria nos últimos dez anos é pouco relevante. É difícil pensar em alguém que tenha créditos.

- Você tocou três músicas novas na BBC recentemente, o que significa doá-las para a internet. Foi excitante lançar músicas em uma rádio como essa, sem grande promoção?
Morrissey: Sim, foi muito bom. Sem exageros promocionais. Só entrar e tocar minhas canções.

- Você viu isso como uma maneira de as pessoas quererem pagar pelo álbum?
Morrissey: Não PAGAR, mas QUERER que o álbum seja gravado.

- Tem alguma outra canção nova que você esteja particularmente ansioso para lançar? Quais os temas?
Morrissey: Todas são muito fortes. Não queremos divulgar mais faixas, para que o álbum não seja lançado antes que entremos no estúdio.

- Glastonbury ainda é um lugar especial para se apresentar?
Morrissey: O show foi bom, mas a chuva estava muito fria e o público estava ensopado, congelado e sujo de lama. Além disso, estava escuro e toda vez que eu abria minha boca, me afogava em água. Sob essas condições, não dá para esperar muito da plateia. Acho que eles estavam lá pelo U2 e é compreensível. Não posso competir com o espetáculo promovido por eles. Tudo o que eu posso oferecer são canções.

Fonte: O Globo


Inacreditável se nenhuma gravadora realmente não estiver interessada pelo trabalho do Morrissey.
 
Anica disse:
só para contar que a minha mozipedia chegou hj e é linda s2

e paguei mó barato na better world books :dente:

Só estou esperando o meu Visa internacional ficar pronto para importar algumas coisinhas... Uma delas é precisamente a Mozipedia. :sim:
 
P*RRA, Mozz!

Esquece essas gravadoras chinfrins (nenhuma te merece) e vende só pela net!
 
Alguém tá pensando em ir nesses shows que ele vai fazer por aqui esse ano? To achando o preço do ingresso um pouco caro...
 
Eu ia, quando tinha show em Porto Alegre marcado.
Agora cancelaram e vão fazer em Belo Horizonte.
Não vou. Azar. Posso viver sim isso, por mais que eu goste do Mozz.
 
Aproveitando a passagem que o Morrissey fará pelo Brasil, segue esta ótima matéria com toda a discografia dele comentada.



Discografia comentada: Morrissey

por Marcelo Costa​

Entre 1982 e 1987, Steven Patrick Morrissey esteve à frente dos Smiths, um grupo que lançou quatro elogiados álbuns de estúdio, 20 singles, um disco ao vivo e quatro coletâneas (“Hatful of Hollow”, uma delas, é considerada por muitos um disco de carreira do quarteto de Manchester) sacudindo o cenário musical com letras cínicas, entrevistas provocadoras e arpejos byrdianos de guitarra em um período que Michael Jackson, Madonna e Bruce Springsteen caminhavam como reis sobre a Terra.

Dos oito álbuns lançados enquanto a banda existia, cinco bateram na posição 2 da parada britânica, e apenas “Meat is Murder” alcançou o topo, em fevereiro de 1985, mas isso não dá conta do tamanho do barulho causado pela dupla Morrissey/Marr em uma Inglaterra que enfrentava a recessão conduzida pelo punho de aço de Margareth Thatcher, Primeira Ministra que Morrissey sonhava ser coberta de cacetadas em sua cama (apesar de ele dizer em “Bigmouth Strikes Again” que só estava “brincando”).

Desgastados, os Smiths acabaram em 1987. Johnny Marr, afundado em alcoolismo e sofrendo de stress, pediu as contas, outro guitarrista chegou a ser convocado, gravou algumas coisas, mas o trio não se adaptou à nova formação e o grupo encerrou suas atividades. Morrissey passou cinco anos nos Smiths, e segue 24 anos em carreira solo, mas alguns de seus álbuns passaram completamente desapercebidos pelo público (colabora o fato do cantor ter se envolvido em uma pendenga com o selo Mercury, que lhe impediu de gravar durante 7 anos).

Como sobreviver a uma grande banda? Robert Plant lançou alguns grandes discos (como “Raising Sand”, em parceria com Alison Krauss), mas o Led Zeppelin o assombrará eternamente. O mesmo pode ser dito sobre personas tão dispares quanto Mick Jagger, Paul McCartney, Brian Wilson, Bob Mould, Frank Black, Ian McCulloch, Thom Yorke e Eddie Vedder (e muitos outros), gente que até lançou grandes álbuns na carreira solo (“Wandering Spirit” e “Band On The Run”, por exemplo), mas que seguem a sombra de suas grandes bandas.

Morrissey frequenta este grupo seleto. Ele já lançou nove álbuns solo, dois discos ao vivo, uma dezena de compilações (algumas que, inclusive, se confundem com seus álbuns oficiais) e mais de 40 singles, mas o que todo mundo sempre quer saber é: ele ainda toca canções dos Smiths em seus shows? Sim, ele toca (entre quatro e seis, dependendo do humor, de clássicos como “Ask”, “There Is a Light That Never Goes Out”, “Still Ill”, “How Soon Is Now?” e “Hand in Glove” a não hits como a sublime “Death of a Disco Dancer” e a definitiva “I Know Is Over”).

Ainda assim se faz necessário lançar luz sobre uma obra solo recheada de pérolas e confusão: ao longo dos anos, EMI e RCA reeditaram seus álbuns da primeira fase (entre 1988 e 1998) com capas diferentes das originais e trackings lists modificados, isso sem contar as dezenas de coletâneas que preenchem estantes de lojas de CDs, e que pouco se diferenciam uma das outras. O que segue abaixo é uma tentativa de organizar o caos de uma discografia de um artista que sobreviveu ao próprio mito e que, sim, produziu momentos brilhantes.


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Viva Hate, 1988
Seis meses após o fim dos Smiths, Morrissey estreava solo com um álbum que rivalizava em qualidade com seus melhores momentos ao lado da ex-banda. Produzido por Stephen Street (que assina todas as canções em parceria com o cantor além de tocar guitarra e baixo), arranjado por Vini Reilly, do Durutti Column (que toca guitarra e teclados) e contando ainda com um sexteto de cordas, “Viva Hate” alcançou o número 1 da parada britânica e o 48 da Billboard (melhor posição do que qualquer disco dos Smiths – futuramente ele alcançara o número 11) embalado por dois hits pungentes: “Suedehead” e “Everyday Is Like Sunday”. Da abertura noisy e forte de “Alsatian Cousin” passando pela derrocada de um ator infantil em “Little Man, What Now?” a canções que fariam parte do sexto disco dos Smiths como a crítica “Bengali in Platforms” (“Ele quer adotar sua cultura, e ser seu amigo para sempre”), “Viva Hate” deixa a raiva escorrer pelo canto da boca enquanto se apoia em cordas (“Angel, Angel, Down We Go Together”), namora os Smiths (“The Ordinary Boys”, “Dial-A-Cliché”) e o barulho (“I Don’t Mind If You Forget Me”). “Margaret on the Guillotine”, em que Morrissey sonhava o dia em que a Primeira Ministra iria morrer, causou polêmica. “Viva Hate” foi relançando em 1997 com nova capa e oito faixas bônus, entre elas as excelentes “Let the Right One Slip In” (“Deixe os velhos sonhos morrerem / Deixe as pessoas erradas irem embora”, canta Morrissey sobre uma base potente de guitarras) e “Pashernate Love” (as duas produzidas por Mick Ronson), uma boa parceria com Andy Rourke, ex-baixista dos Smiths (“Girl Least Likely To”) e a primeira canção de Morrissey com Boz Boorer, “I’d Love To” (produzida por Steve Lillywhite), que seguirá como seu braço direito até os dias atuais.

Nota: 10


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Bona Drag, 1990
Afeito aos singles, Morrissey não se preocupou em lançar um sucessor para “Viva Hate” apressadamente, mas foi liberando vários compactos, todos eles reunidos nesta coletânea, que carece de unidade e serviu como um balde de água fria para aqueles que acreditavam em uma colaboração mais extensa entre o cantor e Vini Reily. Há de pequenas obras primas como “November Spawned a Monster” até bobagens como “Ouija Board, Ouija Board”. Durante um bom tempo (até o começo dos anos 2000) serviu para que os fãs do cantor (principalmente os de fora do Reino Unido) tivessem acesso a canções como “The Last of the Famous International Playboys”, “Hairdresser on Fire” e “Piccadilly Palare” e bons lados b como “Will Never Marry” e “Yes, I am Blind” (outra parceria com Rourke), mas perdeu sentido com o lançamento do box triplo “HMV/Parlophone Singles ‘88-’95” (2009), que reúne todos os singles lançados por Morrissey no período (“Bona Drag” inteiro e mais 48 músicas). A EMI não perdeu tempo: relançou o álbum em edição remasterizada com seis sobras inéditas de sessões entre 1987 e 1990. “Happy Lovers at Last United” coloca o bardo na função de cupido (“Estou orgulhoso de ter feito algo bom desta vez”). “Lifeguard On Duty” traz o cinismo habitual: “Sempre fui tão gentil… com doentes e parcialmente cegos”. “Please Help the Cause Against Loneliness” foi escrita para Sandie Shaw (que amou e a gravou em 1988), e surge numa versão demo deliciosamente smithiana. “The Bed Took Fire” é rascunho de “At Amber” e “Oh Phoney” aparece numa versão mais bacana que a contida no bootleg “Revelation”. E ainda tem “Suedehead” e “Everyday Is Like a Sunday”…

Nota: 6


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Kill Uncle, 1991
Segundo álbum solo de Morrissey, “Kill Uncle” explicita a paixão do cantor pelo rockabilly e pelo rock and roll dos anos 50, mas é um disco de transição em sua carreira. Ele havia rompido a parceria com Stephen Street (que o acompanhara desde “Strangeways, Here We Come”, o último disco dos Smiths) e Vini Reilly, e ainda não tinha encontrado seus futuros parceiros. O baterista Andrew Parisi, que gravou “Viva Hate”, segue o acompanhando, e Morrissey assina quase todas as canções em parceria com o guitarrista Mark E. Nevin (da banda escocesa Fairground Attraction), mas a produção dividida entre Clive Langer e Alan Winstanley não consegue dar consistência ao álbum (com uso excessivo de teclados), o que de certa forma explica a frieza com que o disco foi recebido. A imprensa inglesa chegou a cogitar o fim da carreira do cantor. Ainda assim, “Kill Uncle” guarda um belo single, “Sing Your Life”, conduzido por bateria, baixo, teclados e Morrissey intimando: “Cante sua vida: qualquer idiota consegue pensar em palavras que rimam”. Há ainda bons momentos em “Our Frank”, “Found Found Found” e nas três climáticas faixas de encerramento: “The Harsh Truth of the Camera Eye” (“Eu não quero ser julgado, eu quero ser amado”), “(I’m) The End of the Family Line” (“Nossa árvore genealógica atingiu o declínio”) e “There’s A Place In Hell For Me And My Friends” (“Há um lugar no inferno reservado para mim e meus amigos / E se alguma vez eu quiser apenas chorar / eu vou chorar / porque eu posso”), mas Morrissey podia mais. Só precisava encontrar as pessoas certas…

Nota: 5


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Your Arsenal, 1992
É aqui que efetivamente começa a carreira solo de Morrissey, e três pessoas merecem crédito: os guitarristas Alain Whyte e Boz Boorer, egressos da cena rockabilly britânica, e o produtor Mick Ronson, guitarrista que acompanhou David Bowie entre 1970 e 1973 (e gravou os álbuns “The Man Who Sold the World”, 1970; “Hunky Dory”, 1971; “The Rise and Fall of Ziggy Stardust and Spiders from Mars”, 1972; “Aladdin Sane” e “Pin Ups”, 1973). Alain Whyte assina oito das dez canções do disco (as outras duas ainda são frutos/sobras da parceria do cantor com Mark E. Nevin) e Mick Ronson coloca as guitarras no talo já na abertura porrada com a cínica “You’re Gonna Need Someone on Your Side” (“Alguém me contou que você desperdiçou oito das suas nove vidas / Você vai precisar de alguém ao seu lado / E aqui estou eu / Bom, você não precisa parecer tão agradecido”) e as guitarras permanecem apitando em “Glamorous Glue”, que crava “Londres está morta”. “We’ll Let You Know” começa baladinha e cresce até as guitarras voltarem a apitar e causou alvoroço por soar uma defesa dos hooligans britânicos assim como “The National Front Disco” também fez barulho por contar a história de David, um jovem que se afastou dos amigos e da família para se juntar à Frente Nacional, uma organização de extrema-direita que só aceita brancos e prega “Uma Inglaterra para ingleses” (o refrão da música). A coisa toda suaviza na batidinha sixtie de “Certain People I Know” (“Eu confio nas opiniões de certas pessoas que eu conheço / Elas olham para o perigo e caem na gargalhada”) e no primeiro single do álbum, a auto-explicativa “We Hate It When Our Friends Become Successful”. A divertida “You’re the One for Me, Fatty” (uma piada com Chas Smash, vocalista do Madness) também foi single e “I Know It’s Gonna Happen Someday” foi regravada por David Bowie no álbum “Black Tie White Noise”. Um baita disco de rock and roll.

Nota: 9,5


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Vauxhall and I, 1994
A perda de Mick Ronson (morto aos 46 anos em 1993 devido a um câncer) e de dois amigos próximos dá o tom fúnebre para aquele que Morrissey (e vários fãs) considera(m) seu melhor disco solo. Alain Whyte e Boz Boorer dividem quase que igualmente as parcerias com o cantor, que convocou para a produção um dos homens responsáveis pela sonoridade do U2, Steve Lillywhite (ele produziu os três primeiros discos do grupo: “Boy”, “October” e “War”). Não é estranho, então, notar aqui e ali os dedilhados característicos de The Edge, que batem ponto na belíssima “Now My Heart Is Full” e na potente “Spring-Heeled Jim”, as duas primeiras faixas do disco. “Billy Budd” poderia ser uma canção dos Smiths (apesar da guitarra encharcada de fuzz no canal direito) e é a única faixa que remete diretamente a “Your Arsenal”. As outras oito faixas são baladas ora calmas e intensas como “Hold on to Your Friends”, que pede para não se perder tempo brigando com as pessoas que se ama, ora aceleradas e suaves como as duas grandes canções do disco: “Why Don’t You Find Out for Yourself” (em que Morrissey pede: “Não desenterre meus erros / Eu sei exatamente quais são eles”) e seu maior hit solo, “The More You Ignore Me, the Closer I Get”, que levou o álbum ao Top 20 da Billboard. A suave “I Am Hated for Loving” soa uma carta de intenções (“Eu ainda não pertenço a ninguém - Eu sou meu”) enquanto o falsete sussurrado de “Lifeguard Sleeping, Girl Drowning” impressiona. Duas canções singelas – “Used to Be a Sweet Boy” e “The Lazy Sunbathers” – fazem a transição do álbum para o final, com uma guitarra com som de motoserra atravessando a melodia de “Speedway”, que encerra “Vauxhall and I” de forma bastante intensa: “No meu próprio jeito doentio / Eu sempre fui verdadeiro com você”.

Nota: 9,5


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Southpaw Grammar, 1995
Um ano após lançar seu álbum mais vendido, Morrissey muda de direção completamente e lança um disco noise com duas das nove faixas ultrapassando os dez minutos de duração – e nenhuma balada! O tour-de-force do disco anterior foi mantido: Alain Whyte e Boz Boorer nas guitarras potentes e Steve Lillywhite na produção. A cruelíssima “The Teachers Are Afraid of the Pupils”, com 11 minutos e 20 segundos, abre o álbum misturando a 5ª Sinfonia de Shostakovich com microfonia em alto volume. A tempestade é tão forte que “Reader Meet Author”, uma das grandes canções do álbum, até parece suave, apesar da corpulência das guitarras, que voltam a comandar o barulho em “The Boy Racer”. Não espere calmaria. “Você briga com a mão direita / E acaricia com a mão esquerda / Todo mundo que eu conheço está cheio de você”, canta Morrissey em “The Operation”. “Este é você em um dia ruim”, define em “Do Your Best and Don’t Worry”. “Há algo que você deveria saber: a garota dos seus sonhos está aqui completamente sozinha”, provoca em “Southpaw”, que fecha o álbum após 10 minutos intensos. “Southpaw Grammar” foi relançando em 2009 com tracking list modificado, outra capa e quatro canções a mais, entre elas “Fantastic Bird”, sobra das sessões de “Your Arsenal”, “You Should Have Been Nice to Me”, única balada do período (e que balada), e o b-side grandioso “Nobody Loves Us”. Um álbum corajoso.

Nota: 7


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Maladjusted, 1997
Uma constante: Morrissey parece sempre andar em círculos alternando momentos de sujeira com melodia. Aqui, uma nova mudança de direção: saem as guitarras explosivas de “Southpaw Grammar”, volta o rock melodioso e melancólico que alcançou seu ápice em “Vauxhall and I”. A raivosa faixa título abre o álbum com guitarras enfurecidas ambientadas de forma distante na mixagem por Lillywhite. “Alma Matters”, com dedilhados e belos riffs, acabou sendo o primeiro single e a grande canção do disco, que ainda destaca as baladaças “Trouble Loves Me” (“Ah, por favor, me complete / Por outro lado, me mate / A encrenca me ama / A encrenca precisa de mim”) e “Wide to Receive” (“Eu nunca me senti tão sozinho como me sinto agora”), além do acerto de contas “Sorrow Will Come in the End”, em que de forma discursiva e sobre uma base de cordas, Morrissey conta a sua versão do processo que Mike Joyce, dos Smiths, o impingiu em 1997 devido a royalties dos tempos da ex-banda – o baterista ganhou cerca de 1 milhão de libras do cantor, que abre a letra falando em “roubo legalizado”, e ameaça: “Não feche os olhos: eu vou te pegar”. A ótima “Satan Rejected My Soul” fechava o álbum, que também foi relançado com nova capa e novo tracking list em 2009: duas faixas do lançamento original ficaram de fora (”Papa Jack” e o terceiro single do disco, “Roy’s Keen”) enquanto seis b-sides engordaram a nova edição, entre elas “Lost” (“Todo mundo está perdido… e finge que não está”), “Heir Apparent” (“Eu me sinto mal em minha velha cidade”) e “The Edges Are No Longer Parallel” (“Meu único erro é ter esperança”).

Nota: 7,5


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You Are the Quarry, 2004
Uma volta triunfal após sete anos de silêncio. Produzido por Jerry Finn, que deixou o som de bateria mais metálico, “You Are The Quarry” acumula um punhado de baladas cortantes (“I Have Forgiven Jesus”, “I’m Not Sorry”, “Let Me Kiss You”) com melodias apaixonadas pelos fifties e letras indo das lamentações típicas do cantor até seus famosos ataques de cinismo. Há espaço para bons rocks como “How Could Anybody Possibly Know How I Feel” e “First Of Gang To Die”. Morrissey, então morando em Los Angeles, sacaneia os Estados Unidos pré-Obama logo na abertura do disco ao dizer que “a América é a terra dos livres e das oportunidades, mas o presidente não pode ser negro, mulher ou gay” (“América In Not The World”). Já “Irish Blood, English Heart”, amparada por guitarradas no refrão, versa sobre os conflitos raciais e religiosos entre Inglaterra e Irlanda enquanto “The World Is Full of Crashing Bores” tornou-se um dos grandes momentos de seus shows, sempre precedida por uma provocação. “You Are The Quarry” bateu na 11ª posição da Billboard vendendo 1 milhão de cópias (provavelmente mais do que todos os discos dos Smiths juntos) e, para comemorar o feito, Morrissey reeditou o álbum acrescentando nove b-sides ao tracking list original: há a rendição as guitarras na dobradinha “Don’t Make Fun of Daddy’s Voice” e “It’s Hard To Walk Tall When You’re Small” e mais baladas (“Friday Mourning”, “The Never Played Symphonies” e “My Life Is a Succession of People Saying Goodbye”). Em “I Am Two People”, com o violão conduzindo a melodia, ele define: “Eu sou duas pessoas / Uma você conhece, mas não gosta / A outra você não conhece, e nem quer conhecer/ Eu tenho duas caras / Uma das quais você conhece / A outra, pelo seu bem, eu nunca vou mostrar”.

Nota: 9


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Ringleader of the Tormentors, 2006
Nova mudança, desta vez de cidade: cansado de George Bush, Morrissey trocou Los Angeles por Roma em busca de felicidade, amor e luxuria. E Tony Visconti, produtor e colaborador de longa data de David Bowie, que conseguiu dar ao álbum uma sonoridade suntuosa. Com pegada oriental, guitarras pesadas e bateria marcial, “I Will See You In Far Off Places” abre o álbum falando disfarçadamente sobre morte e explicitamente sobre as bombas que os EUA podem jogar sobre todos nós enquanto o cantor abre mão do papel de messias: “Ninguém sabe nada sobre a vida humana: de onde viemos, para onde vamos. Por que eu iria saber?”. A roqueira “You Have Kill Me” cita “entidades” italianas como os diretores Pier Paolo Pasolini, Luchino Visconti e a atriz Anna Magnani enquanto “The Youngest Was the Most Loved” traz um coro de crianças no refrão apoiando Morrissey em uma história típica do filhinho mimado que se transforma em assassino. Em “In The Future When All’s Well”, amparado novamente por guitarras, Morrissey conta que “todos os dias joga um jogo chamado tristeza”. Na bonita “To Me You Are A Work Of Art”, ele crava: “Eu vivo a vida. Sinto a dor para cantar esta canção”, e conclui cinicamente: “Para mim, você é um trabalho de arte. Eu te daria o meu coração, se eu tivesse um”. Duas grandes canções se destacam: a baladaça matadora “Dear God, Please Help Me”, que conta com um delicado arranjo de cordas de Ennio Morricone e a frase “Estou cansado de fazer as coisas certas”; e o épico “Life Is A Pigsty”, com breaks conduzidos por violão e linda climatização. É um disco bonito com base na ironia e na melodia (próximo a “Vauxhall and I” e “Maladjusted).

Nota: 8


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Years of Refusal, 2009
Primeiro álbum de Morrissey desde 1992 sem a presença do guitarrista Alain Whyte, que pediu as contas, mas deixou cinco canções (e foi trabalhar com Chris Brown, Rihanna e Black Eyed Peas), “Years of Refusal” traz de volta o produtor Jerry Finn, mas o álbum segue uma linha diferente de “You Are the Quarry”, com guitarras sujas e altas batendo ponto desde a primeira faixa, “Something Is Squeezing My Skull”, em que o cantor diz não ter “esperança na vida moderna”. O guitarrista Jesse Tobias, um dos responsáveis pelo peso do disco anterior, foi efetivado e contribuiu com duas porradas, “I’m OK by Myself” (“Isso pode surpreender você, mas acho que eu estou bem comigo mesmo”) e “Sorry Doesn’t Help” (“Desculpas não vão nos salvar / Desculpas não vão trazer minha adolescência de volta”) enquanto Jeff Beck coloca uma tonelada de peso no riffzinho básico da ótima “Black Cloud”. Os três grandes momentos do álbum: a baladaça de ótimo riff “I’m Throwing My Arms Around Paris” (“Só pedra e aço aceitam o seu amor”) o rock conduzido por uma linha suja de baixo “All You Need Is Me” (“Você me pergunta o que serei quando eu crescer e me tornar um homem: Hum… nada”) e a excelente “That’s How People Grow Up”, de letra direta e refrão potente, uma das melhores canções de toda carreira solo do cantor: “Eu estava desperdiçando meu tempo tentando me apaixonar / A decepção veio até mim / Me chutou, me encheu de hematomas e me feriu / Mas é assim que as pessoas crescem”. Repetiu o exito do cantor com “You Are the Quarry” alcançando novamente a 11ª posição na Billboard.

Nota: 7,5


Discos ao vivo
Centenas de bootlegs de shows do Morrissey circulam pela internet, mas oficialmente o cantor lançou apenas dois álbuns oficiais e dois discos bônus ao vivo. O primeiro, “Beethoven Was Deaf”, flagra a passagem da tour barulhenta de “Your Arsenal” por Paris e Londres, em dezembro de 1992, em que até “Suedehead” ganhou corpo e sujeira. O segundo, mais comportado, é “Live at Earls Court”, e traz Morrissey cantando em dezembro de 2004, para 17 mil pessoas, clássicos dos Smiths (“How Soon Is Now?”, “Bigmouth Strikes Again”, “There Is a Light That Never Goes Out”, “Last Night I Dreamt That Somebody Loved Me” e “Shoplifters of the World Unite”), da carreira solo (”November Spawned a Monster”, “The More You Ignore Me, the Closer I Get”), b-sides (”Friday Mourning”, “Don’t Make Fun of Daddy’s Voice”) e até um cover de Patti Smith, “Redondo Beach”. Bonus da edição especial do album “Greatest Hits” (2008), “Live at the Hollywood Bowl” traz nove canções registradas no mítico palco de Los Angeles, entre elas “That’s How People Grow Up”, “Irish Blood, English Heart” e “First of the Gang to Die” enquanto a edição especial de “Swords”, compilação de b-sides dos anos 2000 de Morrissey, trazia como bônus o álbum “Live in Warsaw 2009”, com oito faixas, entre elas “I’m Throwing My Arms Around Paris” e “You Just Haven’t Earned It Yet, Baby” (dos Smiths).


Coletâneas
São tantas, e com pequenas mudanças de tracking list (que geralmente acrescenta um b-side raro), que se confundem: “World of Morrissey” (1995), “Suedehead: The Best of Morrissey” (1997), “My Early Burglary Years” (1998) e “The Best of Morrissey” (2001) além dos dois boxes “The CD Singles ‘88–91′” e “The CD Singles ‘91–95′” são todos dispensáveis hoje em dia. O melhor a fazer: ignorar todas elas e concentrar-se no box triplo (vendido pelo preço de um CD) “The HMV/Parlophone Singles ‘88–’95”, com todos os singles e b-sides que Morrissey gravou entre 1988 e 1995. São 62 músicas, entre elas “That’s Entertainment” (cover do Jam), duas versões de “Moonriver” (famosa com Audrey Hepburn no filme “Bonequinha de Luxo”), um registro ao vivo de “Cosmic Dancer”, do T-Rex, e três versões de “Interlude”, belo dueto com Siouxsie. Os recentes “Greatest Hits” (2008) e “Very Best of Morrissey” (2011) não trazem nada de novo (com exceção da edição especial do primeiro, que traz de extra o álbum “Live at the Hollywood Bowl”). O que vale mesmo encarar é “Swords” (2009), que trata de material raro mais novo, pós-retorno com “You Are The Quarry” (2004), e destaca grandes canções relegadas a b-sides como “Because Of My Poor Education”, “Shame Is the Name” (com Chrissie Hynde nos backing vocals) e “Don’t Make Fun Of Daddy’s Voice” além de uma versão ao vivo de “Drive-In Saturday”, de David Bowie.


DVD
Lançado em VHS em 1990 e relançado em DVD em 2004, “Hulmerist” compila em 46 minutos os sete primeiros clipes do cantor (entre eles, “Everyday Is Like Sunday”, “Suedehead” e “Sister I’m a Poet”) intercalados com imagens de um show no Wolverhampton Civic Hall, em 1988. “The Malady Lingers On” (lançado em 1992 e relançado em 2004) é a continuação de “Hulmerist”, com mais oito vídeos. Mais interessante é “Live in Dallas”, registro de 16 músicas de um show em 1991 que termina de forma clássica: dezenas de fãs invadem o palco, rasgam a camisa do cantor, que sai de cena antes da canção terminar. Foi lançado em DVD na gringa (e LD no Japão). Outro item interessante é “Introducing Morrissey” (1996), que registra um show do cantor em Londres, 1995, com “The More You Ignore Me, the Closer I Get”, “You’re the One for Me, Fatty”, a cover de “Moon River”, e mais 13 faixas. Só saiu em VHS na época e permanece inédito em DVD. Em 2000 foi lançado “¡Oye Esteban!”, coleção de 19 clipes da carreira do cantor, que preguiçosamente deixou de fora “Sister I’m a Poet” e “Ouija Board, Ouija Board”, de “Hulmerist” e “Certain People I Know”, de “The Malady Lingers On”. Mais atual, “Who Put the M in Manchester?” flagra Morrissey ao vivo num show de 2004. Nos extras, mais cinco canções de outro show em Manchester e os clipes do álbum “You are The Quarry“.


Link retirado do site Scream & Yell
 
Eu tentei curtir os discos mais recentes dele mas não me desceram muito bem. Alguém mais na mesma? Acabo ouvindo sempre os antigos. Depois de Years of Refusal não costumo escutar mais nada. XD
 
Eu tentei curtir os discos mais recentes dele mas não me desceram muito bem. Alguém mais na mesma? Acabo ouvindo sempre os antigos. Depois de Years of Refusal não costumo escutar mais nada. XD

aqui tb (tanto que a primeira coisa que passou na minha cabeça foi "o moz lançou algo depois do years of refusal?" :rofl: ). e nem é por causa de

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só não acho que tenha saído algo que realmente esteja fora da média, parece um pouco cópia da cópia da cópia.
 
Pois lançou uns três ou quatro discos depois. Eu ouvi tudo, ao menos uma vez cada um, mas não me fisgaram. 🤷‍♂️ As opiniões políticas realmente não me interessam nem afetam nada. 99% das coisas que ouço eu nem faço ideia de que opiniões tenham rs.
 
Última edição:
Eu sempre dou pelo menos uma ouvida por consideração a carreira dele solo e logicamente nos Smiths. Apesar de nos últimos 5 anos, ele ter engatado uma boa sequência de álbuns em intervalos mais curtos, nesse século até agora só dois me agradaram: You Are the Quarry e Years of Refusal.
 

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