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Notícias Morre Jean-Luc Godard, precursor da Nouvelle Vague

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Melian

Período composto por insubordinação.

Quem foi o cineasta Jean-Luc Godard, precursor da Nouvelle Vague​

O premiado diretor franco-suíço morreu nesta terça-feira e foi um dos criadores do movimento que lançou uma nova linguagem para o cinema autoral na década de 1960.​

Por g1
13/09/2022 06h34 Atualizado há 17 minutos​

Jean-Luc Godard, morto nesta terça-feira (13) aos 91 anos, foi um cineasta franco-suíço que esteve entre os criadores do movimento de vanguarda Nouvelle Vague ("nova onda", em tradução literal), que ousou ao criar uma nova estética na linguagem cinematográfica na década de 1960. Considerado uma lenda do cinema autoral, influenciou gerações de cineastas.

Ao lado de nomes como François Truffaut, Alan Resnais, Claude Chabrol, Agnès Varda e Éric Rohmer, Godard levou, com a Nouvelle Vague, a busca pela quebra da linearidade no modo de se filmar, com forte influência dos movimentos estudantis do conturbado maio de 1968.

Cortes bruscos, câmera em mãos e diálogos existenciais são algumas das características que definem a estética do movimento. Crítico do cinema tradicional de sua época, este grupo de cineastas fugia dos padrões de Hollywood em defesa da experimentação.
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Crítico de cinema e criador de obra-prima​


Antes de começar a filmar, Godard escreveu para a revista de crítica cinematográfica "Cahiers du Cinéma". O primeiro longa-metragem de sua carreira, "Acossado" (1960), é considerado uma obra-prima do cinema. O filme, uma produção barata, estabeleceu uma nova definição de cinema moderno. As obras de Godard não seguiam um gênero definido e criavam uma linguagem própria, juntando o que é considerado alta cultura com a popular, e uma constante crítica à sociedade de consumo. Anna Karina, que foi esposa e musa de Godard, estrelou vários de seus primeiros filmes.

Nascido em Paris em 1930, Jean-Luc Godard era de uma família franco-suíça, filho de um médico e neto de um dos fundadores do banco francês Paribas.​

Citado por Legião Urbana e Paralamas do Sucesso​

No Brasil, o cineasta chegou a ser citado na icônica música "Eduardo e Mônica", da Legião Urbana, numa referência a um certo tipo de intelectualidade. "Eduardo e Mônica trocaram telefone, depois telefonaram e decidiram se encontrar. O Eduardo sugeriu uma lanchonete, mas a Mônica queria ver um filme do Godard", diz a letra. O cineasta também é citado na faixa "Selvagem", dos Paralamas do Sucesso. "O governo apresenta suas armas // Discurso reticente, novidade inconsistente // E a liberdade cai por terra aos pés de um filme de Godard".​

70 anos de carreira e mais de 40 longas​

Godard, que na juventude abandonou a faculdade de antropologia para fazer cinema, seguiu carreira como premiado diretor até os últimos anos de sua vida, tendo em seu currículo clássicos como "Acossado" (1960), "Viver a Vida" (1962), "Alphaville" e "O Demônio das Onze Horas", ambos de 1965, "Week-End à Francesa" (1967), "Carmen" (1983), "Eu Vos Saúdo Maria" (1985) e "Adeus à Linguagem" (2014).

Ao longo de quase 70 anos de carreira, o cineasta produziu mais de 40 longas-metragens, numerosos curtas, documentários experimentais, ensaios cinematográficos e vídeos de música. Em 2014, Godard ganhou o prêmio do júri do Festival de Cannes por "Adeus à Linguagem". Em 2018, concorreu pela Palma de Ouro em Cannes com "Imagem e Palavra", uma reflexão sobre o cinema e o mundo.

Além de vários Ursos em Berlim e Leões em Veneza, ele recebeu homenagens pelo conjunto de sua obra em premiações como o César, o Oscar e em Cannes. Em março de 2021, então com 90 anos, ele anunciou que faria mais dois filmes antes de se aposentar. Seu filme mais recente, “Imagem e Palavra (The Image Book)”, foi lançado em 2018 durante o Festival de Cannes.​

Fonte.


Chegou um dos dias que eu não queria que chegasse: morreu GODard, meu diretor preferido.
 
Uma das poucas coisas boas que tenho saudade de ter morado na Grande SP, foi poder ter visto vários filmes do Godard no Cinema, em espaços mais alternativos que valorizavam muito a obra dele. Alguns o sentimento de apreciação estética só é pleno, verdadeiro e total como obra de arte só vendo na tela grande. Foi-se um gigante!
 
Meu amor pela sétima arte se confunde com o meu amor pela filmografia do Godard.
 
Houve uma época em que eu usava avatar da Anna Karina em Pierrot Le Fou 🥰, aqui no fórum.
 

"O cinema é um pouco como um antibiótico."

"A história deve ter um começo, um meio e um fim, mas não necessariamente nessa ordem."

"Tudo o que você precisa para fazer um filme é uma arma e uma garota."

"O cinema nunca foi feito. Tudo já estava criado. É como se eu tivesse descoberto bruscamente cinco séculos de pintura."

"Todos os filmes, em geral, têm dois personagens que passam de um cômodo ao outro. E aí eis que o filme acaba."

"Para mim, a linguagem não é o idioma. Talvez um ou outro sejam diferentes, com origens únicas, como o basco e o finlandês. A linguagem é outra coisa, como a pintura e todos os grandes escritores, como James Joyce, que buscavam ir mais além do que é a língua falada."

"A palavra é minha voz, vem da minha garganta, não da minha língua. A pintura é ação com a mão. Escrever no computador não é."

"As pessoas diziam que estou ocupado com a política, com a revolução, mas cada vez mais estou preocupado com o cinema e com a realidade."

"Silêncio é algo que a gente diz muito no set antes de falar 'ação'. A dificuldade do cinema de hoje é que ele só pensa na 'ação' e não pensa o 'silêncio'. No entanto, o 'silêncio importa muito durante a filmagem."

"Eles [os americanos] são mais felizes, mas nós [os franceses] rimos mais."

"Estou terminando minha vida no cinema —sim, a vida de cineasta— fazendo dois roteiros e, depois, direi adeus, cinema."
 

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