Lynoka
Like a lady, ya!
Markus Zusak
“O ser humano não tem um coração como o meu. O coração humano é uma linha, ao passo que o meu é um círculo, e tenho a capacidade interminável de estar no lugar certo na hora certa. A consequência disso é que estou sempre achando seres humanos no que eles têm de melhor e de pior. Vejo sua feiura e sua beleza, e me pergunto como uma mesma coisa pode ser as duas. Mas eles têm uma coisa que eu invejo. Que mais não seja os humanos tem o bom senso de morrer.”
Markus Zusak - A menina que roubava Livros.
“O ser humano não tem um coração como o meu. O coração humano é uma linha, ao passo que o meu é um círculo, e tenho a capacidade interminável de estar no lugar certo na hora certa. A consequência disso é que estou sempre achando seres humanos no que eles têm de melhor e de pior. Vejo sua feiura e sua beleza, e me pergunto como uma mesma coisa pode ser as duas. Mas eles têm uma coisa que eu invejo. Que mais não seja os humanos tem o bom senso de morrer.”
Markus Zusak - A menina que roubava Livros.
Um pouco sobre o autor:
Markus Frank Zusak (Sydney, 23 de junho de 1975) é um escritor australiano, famoso pelo seu best-seller internacional "A Menina que Roubava Livros".
Mais novo de quatro filhos de um austriaco e uma alemã, Markus cresceu ouvindo histórias a respeito da Alemanha Nazista, sobre o bombardeio de Munique e sobre judeus marchando pela pequena cidade alemã de sua mãe. Ele sempre soube que essa era uma história que ele queria contar.
"Nós temos essas imagens das marchas em fila de garotos e dos 'Heil Hitlers' e essa ideia de que todos na Alemanha estavam nisso juntos. Mas ainda havia crianças rebeldes e pessoas que não seguiam as regras e pessoas que esconderam judeus e outras pessoas em suas casas. Então eis outro lado da Alemanha Nazista", disse Zusak numa entrevista com o The Sydney Morning Herald.
Aos 30 anos, Zusak já se firmou como um dos mais inovadores e poéticos romancistas dos dias de hoje. Com a publicação de "A Menina que Roubava Livros", ele foi batizado como um "fenômeno literário" por críticos australianos e norte-americanos. Zusak é o autor vencedor do prêmio de quatro livros para jovens: "The Underdog", "Fighting Ruben Wolfe", "Getting the Girl", e "Eu sou o Mensageiro", receptor de um Printz Honor em 2006 por excelência em literatura jovem. Markus Zusak vive em Sydney com sua esposa e sua filha. Gosta de surfar e assistir filmes em seu tempo livre.
Um pouco sobre a sua maior Obra:
Raros autores revelam uma poética tão inteligente, refinada, bem-humorada e sarcástica como Markus Zusak. A poesia que perpassa “A Menina que Roubava Livros” emociona o leitor sem ser piegas desperta nele tanto alegria como tristeza, tanto revolta, quanto certo conforto moral. Há muito tempo o escritor pensava em escrever sobre um personagem que furtava livros, mas sua ideia ainda não estava amadurecida. Quando pensou em unir este desejo ao de retratar o que seus pais haviam experimentado na época do Nazismo, nasceu este livro inesquecível.
Markus destaca neste romance a importância das palavras em um dos momentos mais dolorosos já vividos pela Humanidade. Realmente, ao lado da protagonista, Liesel Meminger, e de seu companheiro de aventuras Rudy Steiner, brilham as palavras, personagens especiais deste enredo, sempre no centro da ação, nas entrelinhas ou na tessitura da narrativa. Palavras que constroem e destroem que Liesel ama e odeia. As cores também se sobressaem nesta história que se passa na época do Nazismo, em plena Alemanha hitleriana, narrada por ninguém menos que a Morte, sob o ponto de vista desta e com seus comentários geniais intercalados à narrativa. Aliás, esta narradora tem um jeito bem peculiar de interpretar as lembranças de Liesel, gravadas em seu diário – na verdade um livro, no qual a menina se reconcilia com as palavras e grava a essência de sua existência -, perdida durante a Guerra e resgatada pela Morte, que o traduz ao leitor.
Para a narradora, não importa saber o que vai ocorrer no final do romance, o mistério suspenso, mas sim o trajeto narrativo e toda a riqueza inerente a ele – os recursos estilísticos, a prosa poética, a magia oculta nas entrelinhas, a emoção e o humor inusitado que se revelam aqui e ali, as surpresas linguísticas, as tiradas metanarrativas, muitas vezes irônicas, doadas ao leitor pelo autor, através de sua narradora. Desta forma, o escritor questiona a narrativa tradicional, os mecanismos estratégicos que geram e mantêm o suspense, até a solução final do enigma, os quais condicionam a história à resolução deste, desprezando muitas vezes o valor da narração, as riquezas que dela podem ser extraídas. O autor propõe aqui uma valorização do percurso, dos recursos narrativos, da apropriação da linguagem como o próprio núcleo do enredo.
Nesta obra, o autor, através da Morte, tenta provar a si mesmo e ao leitor que a vida, apesar de tudo, vale a pena. Ele se confronta com os fantasmas de seu próprio passado, presentes na trajetória de sua família durante o Nazismo. Reflexões inusitadas, de pura ironia lírica, conquistam os que lêem este romance, desde as primeiras linhas, quando se percebe claramente quem é a contadora desta e de outras histórias, e qual é o seu estilo. Mesmo assim, pode-se dizer que cada etapa da leitura nos surpreende e encanta, até quando acreditamos que o autor já esgotou toda a sua capacidade criativa. Passagens como “As labaredas cor de laranja acenavam para a multidão, à medida que papel e tinta se dissolviam dentro delas. Palavras em chamas eram arrancadas de suas frases”, referentes a uma fogueira de livros proibidos, dão espaço a outras ainda mais poéticas e irônicas. Elas se sucedem na tentativa de transmitir ao leitor o clima perturbador que pairava sobre a Alemanha Nazista.
Os caminhos da Morte e de Liesel Meminger se cruzam três vezes entre 1939 e 1943. Mas Liesel é uma sobrevivente, o que impressiona a ceifadora de vidas. Assim esta, fascinada pela garota, decide narrar sua história, ao se apropriar involuntariamente de seu diário. Esta narrativa é apenas uma entre as que a Morte poderia contar, escolhida no acervo de experiências que ela transporta em si, tentando compreender a natureza humana e a importância de sua existência. Liesel também está em busca do sentido de tudo que vive, em meio à miséria, à morte e à destruição. Nesta cruzada pela compreensão da essência da vida, a garota é guiada pelas palavras, que coincidentemente ou não a persegue desde sua primeira perda, a do irmãozinho que ela vê morrer a seu lado, em um trem no qual é levada para uma nova vida, não necessariamente desejada por ela. Neste momento, ela se encontra diante da primeira oportunidade de furtar um livro, e é justamente a companhia das histórias que dão à menina, no centro da destruição provocada pela guerra – que oferece à Morte um trabalho redobrado -, um eixo de sustentação e certo sentido para sua existência.
Todos um dia terão um encontro marcado com a narradora desse livro, mas apenas Liesel Meminger tem o privilégio de ter sua história narrada por ela. Mas também não é qualquer um que sobrevive a uma guerra como esta, vendo tudo e todos desabarem à sua volta, não é qualquer uma que amadurece e permanece viva ao encontrar um propósito maior para sua vida, justamente nas páginas de um livro, ou posteriormente, de um diário. Sim, parece que a Morte, ao contrário de todos os prognósticos, tem coração, e o revela ao escolher a trajetória de Liesel para transmitir ao leitor. Aliás, há muitas passagens em que esta narradora revela seu lirismo, sua ternura, seus cuidados com almas exaustas e envenenadas pela dor e pela crueldade da Guerra, até mesmo sua indignação e revolta com os extremos da desumanidade que atingem os requintes nazistas. Nestes momentos, a Morte, que é uma ótima observadora, percebe reflexos desta ideologia bárbara na própria Natureza, ora na “fuga das próprias nuvens”, ora nos contornos loiros do Sol ou no imenso e assustador “olho azul do ar” que não se consegue mais respirar.
Outras histórias dentro da história aparecem ao longo do enredo – as dos livros roubados pela Menina, as dos que ela ganha em seus aniversários, desde o narrativo inerente ás obras até as que envolvem seu furto ou a forma como foram presenteados – cigarros trocados por livros, ou histórias escritas e pintadas em um livro como o “Mein Kampf” (“Minha Luta”), de Adolph Hitler. Cada uma destas estórias é um retrato a seu modo da Alemanha Nazista, e enriquece ainda mais a narrativa principal. Cores, desenhos, palavras, livros, aventuras vividas por Liesel e Rudy, amizades construídas sobre a dor, a miséria, a luta pela sobrevivência, como a da garota e seu pai adotivo, Hans, e a da menina com Max, um judeu que cruza sua vida e a marca definitivamente. Desta forma o autor vai tecendo o panorama desta época sombria, compondo seus contornos cada vez mais macabros, mas também permeados por aventuras infantis e sentimentos nobres.
A história de forma mais resumida:
Entre 1939 e 1943, Liesel Meminger encontrou a morte três vezes. E saiu suficientemente viva das três ocasiões para que a própria, de tão impressionada, decidisse nos contar sua história, em 'A menina que roubava livros'. Desde o início da vida de Liesel na rua Himmel, numa área pobre de Molching, cidade próxima a Munique, ela precisou achar formas de se convencer do sentido de sua existência. Horas depois de ver seu irmão morrer no colo da mãe, a menina foi largada para sempre aos cuidados de Hans e Rosa Hubermann, um pintor desempregado e uma dona-de-casa rabugenta. Ao entrar na nova casa, trazia escondido na mala um livro, 'O manual do coveiro'. Num momento de distração, o rapaz que enterrara seu irmão o deixara cair na neve. Foi o primeiro dos vários livros que Liesel roubaria ao longo dos quatro anos seguintes. E foram esses livros que nortearam a vida de Liesel naquele tempo, quando a Alemanha era transformada diariamente pela guerra, dando trabalho dobrado à Morte. O gosto de roubá-los deu à menina uma alcunha e uma ocupação; a sede de conhecimento deu-lhe um propósito. E as palavras que Liesel encontrou em suas páginas e destacou delas seriam mais tarde aplicadas ao contexto da sua própria vida, sempre com a assistência de Hans, acordeonista amador e amável, e Max Vanderburg, o judeu do porão, o amigo quase invisível de quem ela prometera jamais falar. Há outros personagens fundamentais na história de Liesel, como Rudy Steiner, seu melhor amigo e o namorado que ela nunca teve, ou a mulher do prefeito, sua melhor amiga que ela demorou a perceber como tal.
Entre 1939 e 1943, Liesel Meminger encontrou a morte três vezes. E saiu suficientemente viva das três ocasiões para que a própria, de tão impressionada, decidisse nos contar sua história, em 'A menina que roubava livros'. Desde o início da vida de Liesel na rua Himmel, numa área pobre de Molching, cidade próxima a Munique, ela precisou achar formas de se convencer do sentido de sua existência. Horas depois de ver seu irmão morrer no colo da mãe, a menina foi largada para sempre aos cuidados de Hans e Rosa Hubermann, um pintor desempregado e uma dona-de-casa rabugenta. Ao entrar na nova casa, trazia escondido na mala um livro, 'O manual do coveiro'. Num momento de distração, o rapaz que enterrara seu irmão o deixara cair na neve. Foi o primeiro dos vários livros que Liesel roubaria ao longo dos quatro anos seguintes. E foram esses livros que nortearam a vida de Liesel naquele tempo, quando a Alemanha era transformada diariamente pela guerra, dando trabalho dobrado à Morte. O gosto de roubá-los deu à menina uma alcunha e uma ocupação; a sede de conhecimento deu-lhe um propósito. E as palavras que Liesel encontrou em suas páginas e destacou delas seriam mais tarde aplicadas ao contexto da sua própria vida, sempre com a assistência de Hans, acordeonista amador e amável, e Max Vanderburg, o judeu do porão, o amigo quase invisível de quem ela prometera jamais falar. Há outros personagens fundamentais na história de Liesel, como Rudy Steiner, seu melhor amigo e o namorado que ela nunca teve, ou a mulher do prefeito, sua melhor amiga que ela demorou a perceber como tal.
"'Silencio: ausencia de som ou ruido. vocabulos correlatos: quietude, calma, paz.'
Agora, mais do que nunca, o numero 33 da rua himmel tornou-se um lugar de silencio, e não passou despercebido que o dicionario duden estava completa e profundamente errado, em especial nos seus vocabulos correlatados. O silencio não era nem quietude nem calma, e não era paz."
Agora, mais do que nunca, o numero 33 da rua himmel tornou-se um lugar de silencio, e não passou despercebido que o dicionario duden estava completa e profundamente errado, em especial nos seus vocabulos correlatados. O silencio não era nem quietude nem calma, e não era paz."
Fontes:
http://www.infoescola.com/literatura/a-menina-que-roubava-livros/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Markus_Zusak
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