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[Thoriën][Lendas do que vive]
LENDAS EM CONTOS
por Thoriën
A LENDA DO AMOR INACABADO
1ª Parte
Chovia naquele dia na maior parte do mundo, e de todos os lugares do reino em que Maddas poderia estar, aquele em que ela estava, os campos, era o mais desfavorável.
Fazia tempo que ela não ia até lá. Na verdade, nunca gostou daquele lugar. Estava ali por causa das ervas: unicamente pois haviam lhe pedido para ir lá buscá-las. Eram ervas antigas, que serviam para os mais diversos tipos de coisas: desde o fumo até os ungüentos e chás curativos.
Suas roupas estavam encharcadas, e ela havia colhido poucas ervas. O caminho de volta ao palacete onde morava era tortuosos e enlameado, e ela não queria voltar por aquela estrada.
Maddas não era humana, nem uma elfa, muito menos; era uma anã, membra de uma raça próspera e pequena, que crescia até, ao máximo, 1,50m. Ela era tida com uma anã alta, de um metro e quarenta e poucos. Maddas Verdoliv era filha do ordenador (Rei) daquela província, e era, sobretudo, muito rica.
Ela era, infelizmente, muito esnobe por isso, e nunca travara uma amizade verdadeira com alguém – muito menos um amor. Na verdade, ninguém daquele mundo amava ninguém. Todas as uniões eram feitas visando a riqueza, o poder ou a glória de poucos. Sobretudo, tudo era visto como fonte de renda e poder, e os sentimentos não achavam lugar na vida daqueles seres.
Da estrada que vinha do Reino, agora se ouvia um barulho de tropas. Pelo que Maddas pôde constatar, eram soldados anões que haviam sido expulsos do reino recentemente por se recusarem a ir a uma guerra. “Covardes! Ratos imundos!”, pensou ela. Os homens não trajavam armaduras ou armas, e vinham em um pequeno bando, de três ou quatro, no máximo. Quando a viram, entreolharam-se, e disseram algumas palavras grosseiras entre si.
– Ora, se não é a linda senhora Maddas, filha do rei que nos expulsou!
Maddas não respondeu. Encarou os anões com máximo desprezo e repugnância. Eles, porém, continuaram:
– E o que faz aqui, “senhora”?
– O que faço ou não faço não é da conta de vocês, subordinados. Cuidem da sua vida repulsiva, e me deixem em paz.
O grupo não se sentiu ofendido. Encarou tudo aquilo como uma oportunidade. Eles estavam em um grupo de quatro, tinham raiva, ódio e desejos ocultos; ela estava sozinha, tinha flores, beleza e uma propícia (à eles) vulnerabilidade.
E então os anões vieram a perseguir Maddas pelos campos, em busca da vingança contra o Rei. Em suas mentes arcaicas e possessivas, ela seria um objeto “deles e para eles”, e eles a usariam como bem entendessem, obtendo prazer com isso.
LENDAS EM CONTOS
por Thoriën
A LENDA DO AMOR INACABADO
1ª Parte
Chovia naquele dia na maior parte do mundo, e de todos os lugares do reino em que Maddas poderia estar, aquele em que ela estava, os campos, era o mais desfavorável.
Fazia tempo que ela não ia até lá. Na verdade, nunca gostou daquele lugar. Estava ali por causa das ervas: unicamente pois haviam lhe pedido para ir lá buscá-las. Eram ervas antigas, que serviam para os mais diversos tipos de coisas: desde o fumo até os ungüentos e chás curativos.
Suas roupas estavam encharcadas, e ela havia colhido poucas ervas. O caminho de volta ao palacete onde morava era tortuosos e enlameado, e ela não queria voltar por aquela estrada.
Maddas não era humana, nem uma elfa, muito menos; era uma anã, membra de uma raça próspera e pequena, que crescia até, ao máximo, 1,50m. Ela era tida com uma anã alta, de um metro e quarenta e poucos. Maddas Verdoliv era filha do ordenador (Rei) daquela província, e era, sobretudo, muito rica.
Ela era, infelizmente, muito esnobe por isso, e nunca travara uma amizade verdadeira com alguém – muito menos um amor. Na verdade, ninguém daquele mundo amava ninguém. Todas as uniões eram feitas visando a riqueza, o poder ou a glória de poucos. Sobretudo, tudo era visto como fonte de renda e poder, e os sentimentos não achavam lugar na vida daqueles seres.
Da estrada que vinha do Reino, agora se ouvia um barulho de tropas. Pelo que Maddas pôde constatar, eram soldados anões que haviam sido expulsos do reino recentemente por se recusarem a ir a uma guerra. “Covardes! Ratos imundos!”, pensou ela. Os homens não trajavam armaduras ou armas, e vinham em um pequeno bando, de três ou quatro, no máximo. Quando a viram, entreolharam-se, e disseram algumas palavras grosseiras entre si.
– Ora, se não é a linda senhora Maddas, filha do rei que nos expulsou!
Maddas não respondeu. Encarou os anões com máximo desprezo e repugnância. Eles, porém, continuaram:
– E o que faz aqui, “senhora”?
– O que faço ou não faço não é da conta de vocês, subordinados. Cuidem da sua vida repulsiva, e me deixem em paz.
O grupo não se sentiu ofendido. Encarou tudo aquilo como uma oportunidade. Eles estavam em um grupo de quatro, tinham raiva, ódio e desejos ocultos; ela estava sozinha, tinha flores, beleza e uma propícia (à eles) vulnerabilidade.
E então os anões vieram a perseguir Maddas pelos campos, em busca da vingança contra o Rei. Em suas mentes arcaicas e possessivas, ela seria um objeto “deles e para eles”, e eles a usariam como bem entendessem, obtendo prazer com isso.