MartinsIV
Damm Right, I Got the Blues!
Tá aqui uma pequena crônica que criei a partir de uma pequena música do meu avô (cujo final era o msm )
Martins
Crônica
O Táxi
O Táxi
O suor escorria-lhe pela testa, e seus pés batiam ao chão em um ritmo contínuo de impaciência. A pasta, apoiada em um ombro, não hesita a escorregar; e toca a levantá-la de novo. Volta e meia olhava para o relógio. Da última vez, era meio-noite. Agora, meia-noite e dois.
Barba mal feita, cabelo desarrumado, alça em um ombro. Facilmente a figura de um adolescente cansado poderia ser confundida ali, naquela esquina; mas de adolescente nada havia, tudo indicava mais de quarenta. E pelo menos mais de um e oitenta, na altura.
Já era hora de estar em casa; a mulher, ciumenta, interrogava sempre que o marido chegava tarde. Típico. Pelo menos hoje havia uma ótima desculpa: "Querida, o táxi atrasou". O que era verdade, afinal, fazia mais de uma hora não passava táxi (e nem outro carro) por ali.
Mas a maré de azar estava passando, ou pelo menos achava assim, quando o homem viu um táxi chegando. Mas era muito pequeno, deixou passar.
Logo após dele, veio outro, menor ainda. Deixou passar. Agora sim, passou um alto, espaçoso. Mas o motorista balançou a cabeça, já estava na sua hora também. Deixou passar. Depois veio outro, que parecia estar chegando perto. Mas o motorista olhava para o outro lado; não vira o homem, e este resolveu nem fazer nada. Deixou passar. Logo veio um outro, que passou do outro lado da rua, e, cansado, o homem nem fez sinal. Deixou passar. Mas foi então que chegou um táxi, andando do mesmo lado da rua, devagar. O homem, alegre, perdeu todo o cansaço e gritou: "Táxi!"
"Tá ocupado..."
Martins
Crônica
O Táxi
O Táxi
O suor escorria-lhe pela testa, e seus pés batiam ao chão em um ritmo contínuo de impaciência. A pasta, apoiada em um ombro, não hesita a escorregar; e toca a levantá-la de novo. Volta e meia olhava para o relógio. Da última vez, era meio-noite. Agora, meia-noite e dois.
Barba mal feita, cabelo desarrumado, alça em um ombro. Facilmente a figura de um adolescente cansado poderia ser confundida ali, naquela esquina; mas de adolescente nada havia, tudo indicava mais de quarenta. E pelo menos mais de um e oitenta, na altura.
Já era hora de estar em casa; a mulher, ciumenta, interrogava sempre que o marido chegava tarde. Típico. Pelo menos hoje havia uma ótima desculpa: "Querida, o táxi atrasou". O que era verdade, afinal, fazia mais de uma hora não passava táxi (e nem outro carro) por ali.
Mas a maré de azar estava passando, ou pelo menos achava assim, quando o homem viu um táxi chegando. Mas era muito pequeno, deixou passar.
Logo após dele, veio outro, menor ainda. Deixou passar. Agora sim, passou um alto, espaçoso. Mas o motorista balançou a cabeça, já estava na sua hora também. Deixou passar. Depois veio outro, que parecia estar chegando perto. Mas o motorista olhava para o outro lado; não vira o homem, e este resolveu nem fazer nada. Deixou passar. Logo veio um outro, que passou do outro lado da rua, e, cansado, o homem nem fez sinal. Deixou passar. Mas foi então que chegou um táxi, andando do mesmo lado da rua, devagar. O homem, alegre, perdeu todo o cansaço e gritou: "Táxi!"
"Tá ocupado..."