CAPÍTULO 5 - Caminho até a montanha.
Na manhã seguinte já estava tudo preparado para Lucy partir em busca do Dragão, ela carregava o Arco, espada e malha de prata do Dhik, estava com uma pequena mochila onde carregava seu livro e comida, todos os Gnomos Hakki, como era chamada a sua raça, estavam se despedindo dela e lhe desejando boa sorte. Deram um mapa pra ela também, e uma bússola, para não se perder. Apenas Gluk não estava presente para se despedir de Lucy, e, quando ela já estava quase partindo com dois Hakki acompanhando ela para até fora do Vilarejo, Gluk apareceu:
--- Lucy, espere!
Ela se virou e viu que era Gluk, que continuou:
--- Boa sorte. ((eu ia escrever que a força esteja com vc mas...)
Ela sorriu em resposta e foi embora. Os dois Hakki acompanharam-na até a entrada secreta para a floresta dos Espíritos, explicaram que depois dessa floresta havia um pântano, e de lá ela já conseguiria avistar a montanha onde mora o Dragão.
Agora Lucy estava sozinha, naquela floresta sinistra, só com a cara e a coragem. Quando a noite veio, ela fez uma pequena fogueira em uma clareira na floresta, e passou a noite em claro, descansando um pouco de vez em quando, mas estava muito ansiosa para chegar ao Dragão. Logo de manhã comeu um pouco de comida de sua mochila e pegou o livro, ela o abriu e parecia que os dragões vermelho e branco haviam virado um pouco, mas nada muito significativo, então Lucy fechou o livro e continuou sua caminhada.
Parou um pouco para descansar, o sol estava alto e brilhante, então começou a escutar uma canção, que parecia estar bem longe, logo ela foi ficando mais alta e Lucy pode reconhecer que era A Past and Future Secret, do Blind Guardian, ela era fanática por Blind e Rhapsody, aliás, naquela época, quem não era? Então, a medida que a música se aproximava ela começou a ficar com medo. Resolveu sentar atrás da arvore, e aguardar, mas, como na outra noite não havia dormido, acabou adormecendo ali mesmo, ao som da música.
Quando Lucy acordou, ainda estava deitada apoiada na árvore, ela se levantou rapidamente, e pensou que a musica fora apenas um sonho. Olhou dos lados e depois para a bússola, resolveu seguir em frente. Após duas horas de caminhada, um cheiro horrendo chegava de um lugar longe dali, então Lucy resolveu se afastar um pouco e contornar a floresta, indo para o lado. Até que ela chegou em um rio, lá bebeu água e encheu suas garrafinhas, mas ainda deveria passar por ele. Como não havia outra solução, iria nadar até o outro lado, afinal ele não parecia ser muito comprido. Ela pulou e começou a nadar, mas percebeu no fundo um brilho cor prata muito belo, mergulhou um pouco para checar o que era aquele brilho, mas parecia que a medida que ela chegava mais perto, o brilho afundava ainda mais, não tendo o rio fim. Ela voltou a superfície, acabou desistindo dele pois estava ansiosa a chegar até o Dragão, ela chegou até a margem e continuou um pouco o caminho, até aquelas grandes árvores escuras lhe darem um pouco de sol, ela tirou suas vestes e deixou secar um pouco, colocou de novo, comeu o pouco que sobrara em sua mochila e estava pronta para chegar até a montanha.
O dia começou a ficar escuro, á medida que ela chegava mais perto do pântano. Então, cansada já de andar, percebeu que era a noite mais escura que havia tido desde que partira da cidade. Ela se deitou, estava mais cansada do que o normal, de repente ela viu uma luz branca e pálida, que chegava cada vez mais perto, ela estava de todos os lados, e espíritos mortos apareciam do lado dela, e, com medo começou a gritar: “saiam daqui!! Saiam daqui!!!” Mas eles se aproximavam ainda mais, ficavam rondando ela. Olhos escuros e vermelhos apareciam, e deles surgiam lobos-fantasmas. Ela corria, mas aparecia cada vez mais, até que caiu, bateu a cabeça e desmaiou.
Lucy acordou, com muita dor na cabeça, mas não havia nada em volta dela. Aos poucos se lembrava da noite medonha anterior. Estava com sede, e bebeu mais um pouco da água do rio que estava em sua mochila. Dessa vez prosseguia com cuidado, com a espada á mão. Mas não eram nem meio dia e ela estava com um cansaço infernal, e de novo o dia ia escurecendo, até que ela deitou em uma pedra, procurando descansar, não havia cochilado nem cinco minutos e, quando abriu os olhos novamente, tudo estava escuro. Os brilhos brancos e pálidos voltavam, assim como os olhos dos lobos-fantasmas. Lucy se levantou com cuidado, e pegou a espada, mas estava tão cansada que deixou-a cair no chão. Agora zumbis também apareciam, e criaturas jamais imaginadas na terra também, cavalos-fantasmas alados, vermelhos como sangue vinham na direção dela, e, quando o espírito chegou até ela, ela desmaiou, não suportando olhar por muito tempo aquela criatura morta.
O fato se repitira de novo, Lucy havia percebido, ela acordou e não havia mais ninguém. Mas agora estava com muita sede, e, quando pegou a garrafa, matou a charada: “A água!! A água deve estar envenenada ou coisa assim. Ela deve ter me causado alucinações! Isso não deveria me surpreender...”
Então ela jogou toda aquela água fora, e continuou a caminhar, o dia começou a ficar escuro de novo, mas dessa vez era por causa de chuva: começou a pingar e dar um vento frio em toda a floresta. Até que finalmente conseguiu atravessar a floresta. Estava no pântano, ela afundava a cada passo no lodo que se formava. Ia atravessando com dificuldade e lerdeza, então as floretas cada vez mais se abriam, mas Lucy ainda não podia ver a luz do sol, com toda aquelas nuvens escuras. Quando ela conseguiu chegar em uma árvore razoavelmente fácil de subir, ela escalou-a até sua copa, e de lá pela primeira vez contemplou a mais linda montanha que havia visto em toda a sua vida: A montanha Zimbelo, ou montanha do Dragão.
Ela ficou horas lá, só olhando para a montanha e para a floresta interminável que havia atravessado. Tomando chuva e vento; até começar a espirrar e descer da árvore.
O pântano não era muito comprido, mas era difícil de se atravessar. Ela pretendia chegar na montanha antes do anoitecer, pois naquele pântano sinistro não gostaria de passar a noite. Aquele lugar parecia ser mais comprido do que se esperava, apesar de tudo estar aparentemente tranqüilo. Já eram quase meia noite, só havia atravessado metade do pântano, agora podia ver a montanha claramente, ainda longe a sua frente. Com muita sorte, achou no meio daquele mato e lodo um vilarejo de pedras, pedras grandes. Então ela subiu em uma delas e agradeceu seu mestre por finalmente achar um lugar para descansar.
Agora Lucy estava com uma expressão séria. A manhã estava escura, não havia tido aurora. Lucy continuava com precaução, mas ela via que nenhum ser habitava por aquelas terras. “Dragões não são amigos de ninguém” repitia isso várias vezes. O sol começou a aparecer, e ela estava agora ao pé da grande Zimbelo, pronta para enfrentar um Dragão. Mas o problema é que ela nunca havia enfrentado um dragão de verdade, então sua confiança foi abaixando a medida que chegava mais perto. Mas mesmo que não quisesse, não teria outra opção...