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Há algo de podre no meio editorial

Melian

Período composto por insubordinação.
Ouçamos o episódio desta semana do Podcast Rádio Novelo, CPF na nota?, para tentarmos entender o imbróglio mais recente no meio editorial. Vi comentários esparsos, no Bluesky, mas quero saber o que originou tudo isso. Imagino que vocês também gostarão de saber.

P.S.: Trata-se da segunda história contada no episódio.​
 
Quem ouvir primeiro, faz um resumão pra galera. :dente: Não tenho o hábito de ouvir podcasts. Se eu conseguir ouvir o episódio, é puro fruto da curiosidade.
 
Tem a transcrição em formato PDF. Aparentemente, não dá pra avançar o áudio e ir direto ao que interessa. Só que a transição tem, tipo, umas 15 páginas A4. E não é exatamente o que eu tinha planejado pra ler neste sábado. Então, se alguma alma caridosa souber do que se trata, venha resumir pra nóis. :timido:
O mais provável é que a Anica já saiba de tudo isso aí.
 
A internet já foi melhor. Vamos ter de ouvir um episódio de podcast pra saber do que todos estão falando. (Acho que parte disso é porque tem gente com quem ninguém quer se complicar, aí falam as coisas por códigos).​
 
Achei umas dicas, soltas em posts do Bluesky (já que nenhum de nós ainda teve paciência para ouvir o podcast):

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De modo geral, escritores, editores, jornalistas envolvidos com literatura... tudo podre? :cry: :cry: :cry:
 
a vanessa barbara fez uma participação na radio novelo falando do relacionamento dela com o ex-marido. é quase o mesmo conteúdo do operação impensável, um roman à clef que saiu lá em 2015 (falei dele no meu bró na época), mas aqui ela deixa claro para o público que o que ela está contando aconteceu, e envolve pessoas que geral admira. tá todo mundo dizendo que é "fofoca conhecida do meio editorial", mas eu penso muito que a reação das pessoas AGORA é uma questão de timing. em 2015 era fofoca. hoje, num pós-me too e tão colado com o caso do neil gaiman, as pessoas estão recebendo a história de um jeito diferente.

o abuso que ela sofreu do ex-marido é escancarado - os gritos, os objetos arremessados, as mentiras. mas o que piora a coisa toda (e daí ela contar a história como algo que criou um trauma) é que pessoas que ela considerava próximas, amigas, estavam em um grupo de email ajudando o marido a encobrir a traição.

e eu sei que isso fica parecendo que é só fofoca também, mas o que ela conta é que nesse grupo de email os caras que nós percebemos como ~~boas pessoas, progressistas e aliados~~ escancaram um lado bem misógino. pode ser peer pressure e NEM TOOOODOS (já que é o mantra de sempre), mas do que ela comenta era coisa do tipo tratar mulher como objeto mesmo - de chamar de xoxota, tirar sarro sobre como algumas gurias eram na cama e falar em compartilhar com os amigos quando cansavam de comer uma guria. enfim. a gente já fez o rolê "dá para ter talento e ser fdp" essa semana mesmo, então, né, nada mais a acrescentar.

eu não vou dar nomes aos bois aqui primeiro porque o jurídico não permite, segundo porque não adianta nada. mesmo sabendo quem são, vocês vão continuar comprando livro da editora do tito e elogiando livros do joseph e cia porque né, eles são o mercado editorial atual e até por isso a vanessa barbara ficou sumida por tanto tempo, mesmo sendo tão boa escritora/tradutora/revisora/preparadora. e aposto dérreal que não dá uma semana e todo esse ciclo de ultraje vai se converter em "eles eram só uns guris, uns moleques, não sabiam o que estavam fazendo" e segue o barco. isso se simplesmente não for esquecido em troca da nova fofoca da semana.

se querem meu conselho (e se estão realmente putos e querendo alguma forma de justiça pelo que foi feito com a vanessa barbara), comprem os livros dela. o três camadas de noite (saiu ano passado) é excelente.
 
Um dos lixosos (será o joseph?) até publicou um livro por uma grande Cia editora, meio que contando a versão dos supostos e falando dos perigos de se "tirar mensagens do contexto".
Aí é aquilo, em que contexto se referir às próprias esposas e namoradas como "xoxotas" e achar divertido um trote universitário chamado "rodeio de gordas" é aceitável? Talvez o bonitão explique no livro dele, sei lá. :gotinha:
Eu ia postar o nome do livro mas melhor deixar quieto, não faz sentido dar ibope pra essas coisas.
Eu ouvi o podcast e ó, que preguiça, viu? Porque é bem o que a Anica escreveu:

aposto dérreal que não dá uma semana e todo esse ciclo de ultraje vai se converter em "eles eram só uns guris, uns moleques, não sabiam o que estavam fazendo" e segue o barco. isso se simplesmente não for esquecido em troca da nova fofoca da semana.
 
Eu ouvi o podcast, ontem, depois de já ter visto a suposta lista. Aí que a cada coisa que a Vanessa falava que o povo da lista fazia, eu imaginava o rosto dos caras e a sensação de desespero/agonia/impotência parecia me engolir. Quando terminei de ouvir o episódio, fiquei tão sem rumo, que nem consegui comentar aqui. Como a Vanessa disse: ela passou por tudo isso e foi para o limbo, os homens lixosos todos tiveram êxito, e estão no topo da cadeia alimentar do mercado editorial.

O tito tem uma editora, os outros são autores publicados e famosos. Aos jornalistas, não falta trabalho. Quanto à vítima? Foi taxada como mais uma mulher exagerada, vingativa que tira as coisas de contexto. Esse tribunal, não é, mesmo? (contém ironia e dica. Beijos).

Detalhe: como a Anica falou, os homens vão continuar a admirar e comprar livros dos escritores da lista que escreviam poemas gordofóbicos (e rolavam de rir do Rodeio das gordas — em 2010, alunos da Unesp criaram uma competição de montar por 8 segundos em alunas acima do peso) e teciam elogios entre si.

Um dado curioso é que tem gente (homem) que eu conheço que idolatrava alguns dos nomes da lista que é bem ativa na internet que, mesmo com isso bombando, ontem, não falou uma única palavra. E é homem que se diz progressista, parceiro, 'sas coisas. É por isso que eu tenho muita dificuldade de acreditar em homem feminista: porque homem acha mais importante defender homem do que combater a misoginia.​
 
Agora eu quero ler Operação impensável. (É hiperfoco que chama?) Acontece que estou com mil leituras em andamento e não seria prudente iniciar mais uma. Mas não consigo parar de pensar no fato de que a Vanessa Barbara ficcionalizou o acontecido para tentar dar conta do trauma. Vou botar o trem no kindle e seja o que os deuses da leitura quiserem!

P.S.: Embora o povo que tem/teve contato com o mundo da Literatura esteja falando que todo mundo já ouviu falar sobre a história, eu só fui saber sobre isso ontem. Ainda vou demorar um tempo para processar essa merda toda e estou muito chocada. Não que eu nutrisse algum afeto pelos caras envolvidos, nada disso (acho que só li um livro de um dos caras da lista, pra falar a verdade), estou chocada porque eu ainda teimo em acreditar nas pessoas e fico enojada quando elas mostram o quão escrotas podem ser.​
 
Só pesquei dois nomes nessa história toda. Já sei que nunca os apreciei mas queria a lista completa, por curiosidade. Me mandem por MP. :P
 
Um dos lixosos (será o joseph?) até publicou um livro por uma grande Cia editora, meio que contando a versão dos supostos e falando dos perigos de se "tirar mensagens do contexto".

o autor da resposta dos bróder não é o joseph, mas é bem como você disse, não tem contexto que explique. por outro lado, e aqui eu volto a insistir, nossa mentalidade mudou muito daquele tempo para cá. e quando digo nossa, falo de nós mulheres: coisas que tolerávamos e ou achávamos normais e passamos a perceber pelo que são.

Aí é aquilo, em que contexto se referir às próprias esposas e namoradas como "xoxotas" e achar divertido um trote universitário chamado "rodeio de gordas" é aceitável? Talvez o bonitão explique no livro dele, sei lá. :gotinha:
Eu ia postar o nome do livro mas melhor deixar quieto, não faz sentido dar ibope pra essas coisas.

vou unir a resposta ao outro comentário da melian:

Eu ouvi o podcast, ontem, depois de já ter visto a suposta lista. Aí que a cada coisa que a Vanessa falava que o povo da lista fazia, eu imaginava o rosto dos caras e a sensação de desespero/agonia/impotência parecia me engolir. Quando terminei de ouvir o episódio, fiquei tão sem rumo, que nem consegui comentar aqui. Como a Vanessa disse: ela passou por tudo isso e foi para o limbo, os homens lixosos todos tiveram êxito, e estão no topo da cadeia alimentar do mercado editorial.​

então. eu sabia da história dela e do ex, e sabia que era um roman à clef, então tinha alguma ideia dos abusos, mas agora eu realmente não consigo lembrar se ela chegou a descrever o conteúdo dos emails no livro como no podcast ou não. como disse, tínhamos uma outra mentalidade ali no começo dos 10 e muita coisa vista como "normal" até por quem sofre o abuso virou uma baita red flag.

por um lado fico feliz por ter mudado minha mentalidade para conseguir perceber coisas que não percebia mesmo sendo mulher (porque veja bem, para homem tanto faz isso tudo, hoje mesmo já li um no bsky dizendo "os homens da minha geração são todos assim mesmo", como quem dá de ombros e comenta sobre menino que puxou o cabelo da coleguinha no recreio), por outro fico extremamente envergonhada de ter deixado algumas coisas passar.

O tito tem uma editora, os outros são autores publicados e famosos. Aos jornalistas, não falta trabalho. Quanto à vítima? Foi taxada como mais uma mulher exagerada, vingativa que tira as coisas de contexto. Esse tribunal, não é, mesmo? (contém ironia e dica. Beijos).

Detalhe: como a Anica falou, os homens vão continuar a admirar e comprar livros dos escritores da lista que escreviam poemas gordofóbicos (e rolavam de rir do Rodeio das gordas — em 2010, alunos da Unesp criaram uma competição de montar por 8 segundos em alunas acima do peso) e teciam elogios entre si.​

o tribunal tão cruel que eles seguirão normalmente a vida deles tão logo se estabeleça que "isso é coisa de piá mesmo e que o que é que se pode fazer". e é tão fácil, gente, tão fácil. eu com 44 agora olho para aquele período e vejo em alguns deles uns piazotes deslumbrados porque estavam mudando de cidade, trabalhando na área que gostavam, saindo em lista da granta e sendo reconhecidos. por outro lado, a mesma coisa aconteceu na época com gente como a vanessa barbara, carol bensimon, veronica stigger e a luisa geisler e até onde eu sei elas nunca criaram uma lista de emails para ficar compartilhando pica, sugerir rodeio dos calvos ou falar de quem era corno e brocha. enfim.

Um dado curioso é que tem gente (homem) que eu conheço que idolatrava alguns dos nomes da lista que é bem ativa na internet que, mesmo com isso bombando, ontem, não falou uma única palavra. E é homem que se diz progressista, parceiro, 'sas coisas. É por isso que eu tenho muita dificuldade de acreditar em homem feminista: porque homem acha mais importante defender homem do que combater a misoginia.​

a coincidência é que depois do livro de resposta dos bróder eu meio que dei um pause em homens da literatura nacional. lembro que cheguei a comentar com um amigo que tinha só um que "não fica na bronha de dicklit", que continuei lendo e que sim, eu realmente admiro o trabalho. mas repetindo, como a gente já estabeleceu com o caso gaiman, talento e misoginia não são excludentes.

Agora eu quero ler Operação impensável. (É hiperfoco que chama?) Acontece que estou com mil leituras em andamento e não seria prudente iniciar mais uma. Mas não consigo parar de pensar no fato de que a Vanessa Barbara ficcionalizou o acontecido para tentar dar conta do trauma. Vou botar o trem no kindle e seja o que os deuses da leitura quiserem!​

o livro é ótimo, vale demais não só pelo rolê todo do podcast.

P.S.: Embora o povo que tem/teve contato com o mundo da Literatura esteja falando que todo mundo já ouviu falar sobre a história, eu só fui saber sobre isso ontem. Ainda vou demorar um tempo para processar essa merda toda e estou muito chocada. Não que eu nutrisse algum afeto pelos caras envolvidos, nada disso (acho que só li um livro de um dos caras da lista, pra falar a verdade), estou chocada porque eu ainda teimo em acreditar nas pessoas e fico enojada quando elas mostram o quão escrotas podem ser.​

rodou ontem no bsky um print de twitter de um deles acusando a vanessa barbara de "monetização de trauma". eu fiquei tão chocada na hora que peguei minha roupinha de visitar o twitter:

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e fui checar. não achei a postagem e a pessoa em questão não twittava desde o ano passado. ele pode ter apagado (porque obviamente uma cagada gigante falar esse tipo de coisa) ou ele pode simplesmente não ter postado isso. então tb fiquem atentos aí com esses prints. de forma alguma quero passar pano para quem não merece, mas é bem o momento para outras pessoas aproveitarem para botarem na roda os desafetos de anos e começarem a espalhar umas mentiras nada a ver.
 
Parei um pouquinho para dar uma olhada no livro e li 26%. O início é muito gostosinho.​

ela é ótima. no três camadas de noite tb dá para pegar bem o estilo dela: ela consegue tirar humor de umas situações que a gente só pensaria em sentar e chorar. mas é um humor delicado, não é aquela coisa hahaha engraçado heeeeeim.
 

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