Um dos lixosos (será o joseph?) até publicou um livro por uma grande Cia editora, meio que contando a versão dos supostos e falando dos perigos de se "tirar mensagens do contexto".
o autor da resposta dos bróder não é o joseph, mas é bem como você disse, não tem contexto que explique. por outro lado, e aqui eu volto a insistir, nossa mentalidade mudou muito daquele tempo para cá. e quando digo nossa, falo de nós mulheres: coisas que tolerávamos e ou achávamos normais e passamos a perceber pelo que são.
Aí é aquilo, em que contexto se referir às próprias esposas e namoradas como "xoxotas" e achar divertido um trote universitário chamado "rodeio de gordas" é aceitável? Talvez o bonitão explique no livro dele, sei lá.

Eu ia postar o nome do livro mas melhor deixar quieto, não faz sentido dar ibope pra essas coisas.
vou unir a resposta ao outro comentário da melian:
Eu ouvi o podcast, ontem, depois de já ter visto a suposta lista. Aí que a cada coisa que a Vanessa falava que o povo da lista fazia, eu imaginava o rosto dos caras e a sensação de desespero/agonia/impotência parecia me engolir. Quando terminei de ouvir o episódio, fiquei tão sem rumo, que nem consegui comentar aqui. Como a Vanessa disse: ela passou por tudo isso e foi para o limbo, os homens lixosos todos tiveram êxito, e estão no topo da cadeia alimentar do mercado editorial.
então. eu sabia da história dela e do ex, e sabia que era um roman à clef, então tinha alguma ideia dos abusos, mas agora eu realmente não consigo lembrar se ela chegou a descrever o conteúdo dos emails no livro como no podcast ou não. como disse, tínhamos uma outra mentalidade ali no começo dos 10 e muita coisa vista como "normal" até por quem sofre o abuso virou uma baita red flag.
por um lado fico feliz por ter mudado minha mentalidade para conseguir perceber coisas que não percebia mesmo sendo mulher (porque veja bem, para homem tanto faz isso tudo, hoje mesmo já li um no bsky dizendo "os homens da minha geração são todos assim mesmo", como quem dá de ombros e comenta sobre menino que puxou o cabelo da coleguinha no recreio), por outro fico extremamente envergonhada de ter deixado algumas coisas passar.
O tito tem uma editora, os outros são autores publicados e famosos. Aos jornalistas, não falta trabalho. Quanto à vítima? Foi taxada como mais uma mulher exagerada, vingativa que tira as coisas de contexto. Esse tribunal, não é, mesmo? (contém ironia e dica. Beijos).
Detalhe: como a Anica falou, os homens vão continuar a admirar e comprar livros dos escritores da lista que escreviam poemas gordofóbicos (e rolavam de rir do Rodeio das gordas — em 2010, alunos da Unesp criaram uma competição de montar por 8 segundos em alunas acima do peso) e teciam elogios entre si.
o tribunal tão cruel que eles seguirão normalmente a vida deles tão logo se estabeleça que "isso é coisa de piá mesmo e que o que é que se pode fazer". e é tão fácil, gente, tão fácil. eu com 44 agora olho para aquele período e vejo em alguns deles uns piazotes deslumbrados porque estavam mudando de cidade, trabalhando na área que gostavam, saindo em lista da granta e sendo reconhecidos. por outro lado, a mesma coisa aconteceu na época com gente como a vanessa barbara, carol bensimon, veronica stigger e a luisa geisler e até onde eu sei elas nunca criaram uma lista de emails para ficar compartilhando pica, sugerir rodeio dos calvos ou falar de quem era corno e brocha. enfim.
Um dado curioso é que tem gente (homem) que eu conheço que idolatrava alguns dos nomes da lista que é bem ativa na internet que, mesmo com isso bombando, ontem, não falou uma única palavra. E é homem que se diz progressista, parceiro, 'sas coisas. É por isso que eu tenho muita dificuldade de acreditar em homem feminista: porque homem acha mais importante defender homem do que combater a misoginia.
a coincidência é que depois do livro de resposta dos bróder eu meio que dei um pause em homens da literatura nacional. lembro que cheguei a comentar com um amigo que tinha só um que "não fica na bronha de dicklit", que continuei lendo e que sim, eu realmente admiro o trabalho. mas repetindo, como a gente já estabeleceu com o caso gaiman, talento e misoginia não são excludentes.
Agora eu quero ler Operação impensável. (É hiperfoco que chama?) Acontece que estou com mil leituras em andamento e não seria prudente iniciar mais uma. Mas não consigo parar de pensar no fato de que a Vanessa Barbara ficcionalizou o acontecido para tentar dar conta do trauma. Vou botar o trem no kindle e seja o que os deuses da leitura quiserem!
o livro é ótimo, vale demais não só pelo rolê todo do podcast.
P.S.: Embora o povo que tem/teve contato com o mundo da Literatura esteja falando que todo mundo já ouviu falar sobre a história, eu só fui saber sobre isso ontem. Ainda vou demorar um tempo para processar essa merda toda e estou muito chocada. Não que eu nutrisse algum afeto pelos caras envolvidos, nada disso (acho que só li um livro de um dos caras da lista, pra falar a verdade), estou chocada porque eu ainda teimo em acreditar nas pessoas e fico enojada quando elas mostram o quão escrotas podem ser.
rodou ontem no bsky um print de twitter de um deles acusando a vanessa barbara de "monetização de trauma". eu fiquei tão chocada na hora que peguei minha roupinha de visitar o twitter:
e fui checar. não achei a postagem e a pessoa em questão não twittava desde o ano passado. ele pode ter apagado (porque obviamente uma cagada gigante falar esse tipo de coisa) ou ele pode simplesmente não ter postado isso. então tb fiquem atentos aí com esses prints. de forma alguma quero passar pano para quem não merece, mas é bem o momento para outras pessoas aproveitarem para botarem na roda os desafetos de anos e começarem a espalhar umas mentiras nada a ver.