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Eu entendo sinceramente a diferença entre bolsonaro e Guedes.

Eu entendo também a empolgação de muitos com a perspectiva de ter Guedes como "ministro posto Ipiranga" e em tese gestor de fato do país.

Eu sei que isso é normalmente visto como coisa de Farialimer, mais eu estou dizendo aqui que eu não fiquei presa na minha bolha e troquei ideia com bastante gente e principalmente com meus amigos do mercado financeiro.

Eu me considero de centro esquerda pragmática, porque eu defendo um estado de bem estar social no modo europeu (com muitos auxílios, muitos serviços públicos gratuitos) mas eu sei que a Europa pode prover isso ao seu povo principalmente porque eles exploraram outros países tudo que deu (e seguem explorando).

Eu sei que governos de esquerda podem estourar os cofres públicos sem pouco se lixar para o amanhã, porque pode ser que venha um outro mandatário de um partido rival para ter que lidar com a bomba.

Sei também que o governo Lula 1 foi muito inteligente no aspecto econômico, mas sob a Dilma a coisa afundou em parte porque ela é economista e preferiu ser cabeça dura a escutar outros economistas. Não foi só por isso que o governo dela flopou, mas foi um fator.

Estou ciente disso tudo.

Dito isso:

Como pode alguém ainda defender o Guedes?

Notem que eu nem falei do elefante na sala (o fato de que qualquer um que aceita trabalhar por este governo mostra sua imoralidade, sua concordância em trabalhar por uma pessoa que viola constantemente todos os valores da república, visto mandetta, moro, Guedes etc... Mesmo que depois pule do barco alegando motivos éticos).

O meu ponto aqui é o seguinte: o Guedes não deu uma dentro.

OK, a parte sobre o dólar subir acabou tendo muito a ver com a pandemia. Mas o real foi a moeda que mais desvalorizou durante a pandemia, de longe, e o motivo disso foi sim culpa do governo: a instabilidade gerada pela conduta absurda do bolsonaro.

Investidores não vão querer investir em um país que segue sendo o último a falar em cloroquina , que nega ciência, que combate vacina... Cujo presidente só se preocupa com 2 coisas: passar os 4 anos do mandato dele dialogando com os 30% do povo que o apoiam (em eterna campanha eleitoral para tentar a reeleição), e salvar sua própria pele e a de seus filhos.

E o guedes segue lá. Como??

Mas não bastasse isso, os anúncios dele foram provados errados repetidamente.

Isso me dá uma vergonha alheia sem tamanho.

Cada dia que passa que o guedes não sai é um dia a mais que ele joga a credibilidade dele no lixo.

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Bolsonaro e Crivella: essa parceria é nota 10
Thaís Oyama -- Colunista do UOL -- 22/12/2020 09h55

O presidente Jair Bolsonaro saiu em defesa do ministro do Supremo Tribunal Federal Kassio Nunes Marques.

Ontem, seu apadrinhado no STF foi espinafrado pelo mundo jurídico e nas redes sociais por tentar extinguir com uma canetada o que o plenário do Supremo construiu a duras penas: uma lei que afasta políticos corruptos da política por um bom tempo.

Nunes Marques, o novato que inovou, nas sempre ofídicas palavras do seu colega Marco Aurélio de Mello, deu uma liminar que, na prática, reduz para oito anos o prazo em que criminosos são proibidos de se candidatar.

No caso — improvável — de a decisão de Nunes Marques continuar valendo, vários políticos enrolados na Lava Jato poderão sair do cantinho do pensamento e concorrer a um cargo eletivo já nas eleições de 2022.

"Quem erra tem de pagar, mas não pode pagar ad eternum", disse o presidente Bolsonaro sobre a liminar que, na opinião dele, não tem "nada demais".

"O pessoal fica na maldade", completou.

O pessoal fica na maldade e o presidente Bolsonaro fica cada vez mais crédulo.

Seu aliado, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, acaba de ser preso numa operação da Polícia Civil que leva o sugestivo nome de "QG da Propina".

Seu filho Eduardo Bolsonaro é alvo de uma apuração preliminar na Procuradoria Geral da República por ter usado 150 mil reais em dinheiro vivo para completar o pagamento de dois apartamentos na Zona Sul do Rio de Janeiro, entre 2011 e 2016, conforme revelou o jornal O Globo.

Seu principal aliado na Câmara, Arthur Lira, réu duas vezes no STF por corrupção e improbidade administrativa, opera a céu aberto no Congresso para viabilizar sua eleição à presidência da Câmara. (E aqui, "operar" significa apenas oferecer cargos e emendas a parlamentares, coisa feita à luz do dia e que exclui o que a vista não alcança).


Continua no ar, para quem quiser ver, o vídeo intitulado "Esta parceria é 10!", em que o presidente pede votos para o agora temporariamente privado de liberdade Marcelo Crivella, cujo partido, o Republicanos, abriga metade do clã Bolsonaro.

Diante disso, é de se perguntar: o presidente da República foi quem saiu em defesa da liminar do ministro Nunes Marques que beneficia corruptos ou foi a liminar do ministro Nunes Marques que pretendeu sair em defesa do presidente e seus aliados?

Fonte: UOL
 
"Era o único jeito de tirar o PT" ainda é de longe o que eu mais ouço, de quem votou e consegue enxergar a catástrofe que é esse governo. E não duvido mesmo que seja a causa preponderante de essa tragédia ter acontecido.

PT tinha que ser punido nas urnas mesmo. Não me arrependo de ter votado no Bolsonaro em 2018 e não pretendo votar em 2022. Tem algum absurdo nisso?
 
Tinha que ter bunda na sua analogia.

Da mesma forma poderia dizer que não ter votado nele é tipo tomar corno, pegar doença da esposa e premiar ela e o amante com dois carros, uma casa na praia e uma viagem internacional.

Enfim, a gente pode ficar criando analogias infinitamente aqui, mas minha opinião é apenas que o argumento anti-PT teve lá sua lógica em 2018 (que não precisa ser compartilhada por todos, claro), mas não se sustenta mais para 2022.
 
Para continuarem o papo sobre bundas, vão lá para o CTI; ou para o Cinema, deve ter tópico sobre o Cheiro do Ralo, lá. :rofl:
 
  • Haha
Reactions: fcm
Peraí, só tinha o PT e o Bolsonaro concorrendo?
Pois é!
A direita foi conquistada por uma pauta liberal na economia e conservadora nos costumes e por isso votou no Bolsonaro. Alguns viúvos da ditadura vieram juntos também, saudosos da pujança econômica da época. (Algo similar aos viúvos do Lula da pujança econômica pré-crise de 2008).

Já a esquerda brasileira não tem perdão! Como votar no PT depois de anos de pilhagem, ex-presidente preso e outro impedido. Poderiam ter votado no Ciro, Marina e até no Alckmin para bater Bolsonaro, mas ficaram iludidos e acreditando até o fim no partido mais corrupto da história desse país (alô PSDB? Fiquei na dúvida).
 
Eu discordo. Para alguém que pode ganhar milhões na esfera privada, não tem motivo para se queimar a esse ponto a troco de uns 20 mil por mês.
Tira o dinheiro da equação. Substitui por poder. E não é um poder de curto prazo. É poder e trânsito dentro de alto escalão.

O Brasil criou mumias de poder como Delfim Netto, que até 2018, com quase 90 anos, tava envolvido em esquema de corrupção.

Poder no Brasil é muito mais que dinheiro.
 
Pois é!
A direita foi conquistada por uma pauta liberal na economia e conservadora nos costumes e por isso votou no Bolsonaro. Alguns viúvos da ditadura vieram juntos também, saudosos da pujança econômica da época. (Algo similar aos viúvos do Lula da pujança econômica pré-crise de 2008).

Já a esquerda brasileira não tem perdão! Como votar no PT depois de anos de pilhagem, ex-presidente preso e outro impedido. Poderiam ter votado no Ciro, Marina e até no Alckmin para bater Bolsonaro, mas ficaram iludidos e acreditando até o fim no partido mais corrupto da história desse país (alô PSDB? Fiquei na dúvida).

Rapaz, eu ainda não sei porque eu caio nessas pilhas...

Sabe por que "alguns" viúvos da ditadura foram juntos, @fcm ? Porque o presidente que vocês elegeram é ele mesmo um viúvo da ditadura, admirador de torturadores, defensor dos assassinatos e desaparecimentos forçados. É o cara que acha que a ditadura militar brasileira deveria ter matado muito mais. É o cara que já havia tecido inúmeros elogios às milícias - antes de ser presidente e depois. É o cara que sempre defendeu a barbárie, sempre foi essa coisa truculenta, autoritária, misógina, homofóbica, etcéteras a perder de vista. É o cara que, fora do país, era capaz de escandalizar até mesmo a líder da extrema-direita francesa, enquanto empolgava a escória residual da Ku Klux Klan nos EUA. É a essa gente que vocês se associaram. "Conservadora" nos costumes, você diz. Tente reacionária e até mesmo antiliberal...

Um deputado do baixo clero, que sempre esteve ali no pântano fisiológico do nosso legislativo, alçado à política por interesses corporativos das forças de segurança do Rio de Janeiro, irrelevante como parlamentar - e que de repente, nessa vaga de antipetismo, de antipolítica, de fragilização dos grandes partidos, foi alçado à condição de "alternativa razoável", afinal de contas se tratava de uma "difícil" escolha. E ele que se fez politicamente a partir da ode aos governos militares - todos eles estatistas, com algumas ressalvas aqui sobre o Castelo Branco - no espaço de uns dois meses, de maneira oportunista, se converteu a um liberalismo de cartilha, raso como um pires, e foi eleito dizendo que não sabia nada de nada, que não entendia nada de nada, que tudo se resolveria num passe de mágica, curvando-se ao gênio de Paulo "Posto Ipiranga" Guedes.
Em 2018, todo mundo sabia o que o Bolsonaro era. Eu consigo entender como gente despolitizada, sem instrução, com raiva, enredada no clima de polarização que tomou o país, optou pelo Bolsonaro desde o primeiro turno. Até porque - além de tudo - ainda teve a facada no meio do caminho, que estancou o desgaste do Bolsonaro. Mas gente instruída, estudada, bem instrumentada, culta... aí eu tenho um pouco mais de dificuldade de aceitar.

Sobre o PT e os casos de corrupção: é ilusório achar que o nosso presidencialismo já não funcionasse à base de uma indústria de propinas e engrenagens outras de cooptação nada republicanas. Apenas para esclarecer... eu não acho que a corrupção seja um não-problema. Mas tampouco acho que a corrupção seja algo que você enfrente com uma carta de boas intenções, confiando apenas na suposta virtude de um indivíduo específico, que se quer alçar à condição de mandatário.
Aliás, esse esquema atravessou todo o quadro partidário, de maneira transversal - inclusive o PP, de Paulo Maluf e, até um tempo atrás, de Jair Bolsonaro. Os governos petistas optaram pela composição e integraram-se a essa engrenagem, em nome da governabilidade, da real politik, o que seja. Nisso, foram diferentes dos outros governos?
Eu me pergunto quais são os seus parâmetros para definir "o partido mais corrupto da história do país". Como você estabelece essa métrica? Por aquilo que virou notícia e foi investigado? Se o parâmetro é esse, você dá razão a quem considerava a ditadura militar a "era da moralidade pública", um país onde a corrupção não tinha vez (nem as denúncias, nem a imprensa, nem o jornalismo investigativo).
Durante muito tempo, o discurso petista enfatizou que muitos escândalos de corrupção vinham à tona durante o seu governo porque eles fortaleceram as instituições, garantindo autonomia para o MP e para a PF. E há certa verdade nisso. Aliás, quando o Moro se demitiu do atual governo, alegando interferências do presidente na Polícia Federal, ele próprio disse que isso não acontecia nos governos anteriores, o que teria sido fundamental para os resultados da Lava Jato.

Você cita o fato de o Lula ter sido preso. Sim, num processo eivado de nulidade, com concertação entre o juiz e o Ministério Público, violando o sistema acusatório e a lei processual brasileira. Sinceramente, qualquer um que entenda minimamente de processo penal, sabe que o processo contra o Lula foi repleto de atropelos e ilegalidades. Mas contra o Lula vale tudo. Lembro aqui o Reinaldo Azevedo - autor de O País dos Petralhas - a dizer que no Brasil você tem um Código de Processo Penal e, à parte, um processo penal específico para o Lula. Está tudo documentado.
Eu queria ver o STF ter culhão de declarar nulo o processo. Porque isso importaria, entre outras coisas, em reconhecer que o Lula - que mesmo preso, liderava as pesquisas em 2018 - foi tirado do páreo ilegitimamente. Mas ali também, uma ala do STF, foi contaminada pelo lavajatismo.
Aliás, o juiz que condenou o molusco, concorrendo para tirá-lo do pleito, tratou de retirar o sigilo de um trecho da delação do Palocci há poucos dias da eleição de 2018, sem nenhuma justificativa razoável para isso e sem provocação do Ministério Público, apenas para gerar manchete contra a candidatura do Haddad, e em seguida ir beijar a mão do candidato que ele favoreceu, utilizando a toga. Mas isso não causa escândalo, não é mesmo? Aliás, o próprio STF reconheceu esse ato de Moro como quebra de imparcialidade, decidindo pela exclusão da delação de Palocci do processo.
Também vale mencionar que estamos tratando de um juiz que, em sua sentença, ignorou, por exemplo, dois documentos procedentes da Alvarez e Marçal - empresa para a qual ele trabalha hoje e um monte de gente parece achar tudo muito normal - dizendo que o triplex não era do Lula.
E não - eu não acho que o Lula fosse a santa do altar. Mas como aquilo que eu acho não deveria ser o bastante para condenar ninguém - mormente se as regras processuais são francamente desrespeitadas e se instâncias do judiciário e do MP agem deliberadamente para interferir no jogo político...

E aqui eu abro um parêntese: sinceramente, ainda acho menos grave um sujeito que eventualmente é pego por corrupção passiva do que um sujeito com evidentes vinculações com milícias, gente da pesada mesmo, que comete e manda cometer assassinatos, etc. Mas há quem se sinta confortável com isso. Enfim...

Você também citou o impeachment da Dilma. O pretexto foi uma manobra contábil, uma pedalada fiscal - que era prática corrente em todos os governos, em todas as esferas da nossa federação. Se você considera isso uma espécie de "mácula moral" - já que você encadeou isso, no seu texto, à prisão do molusco - bem... o atual presidente em menos de dois anos acumulou tantos e tão mais graves crimes de responsabilidade, não é mesmo?
E você mesmo só declarou ter abandonado o barco por causa da indicação de um jurista tido por garantista ao STF. Com toda sorte de descalabros que vimos até aqui, foi isso o que mais te incomodou...

Bolsonaro, em razão do contraste, faz com que Dilma, Collor, Jânio - enfim, escolham! - pareçam estadistas. Seu governo representa um retrocesso civilizatório e o reino do caos, da falta de coordenação, da incompetência, do tensionamento das instituições democráticas. Não sabe administrar sequer as nossas vantagens comparativas e nos transforma em párias no cenário internacional - o que o seu chanceler considera uma coisa boa - criando sérios problemas para a nossa agroindústria de exportação. E pra piorar aquilo que já não poderia ter dado certo desde o início, veio a pandemia quando estamos sob este desgoverno e estamos pagando muito caro por isso.
Tenho absoluta convicção de que um governo Haddad, ou um governo Alckmin, ou um governo Marina, ou um governo Ciro... teriam sido melhores que isso que temos hoje e que teriam causado menos dano ao país.

Dito isso, falo por mim: eu nunca votei no PT num primeiro turno. Mesmo considerando a minha formação política de esquerda, fui crítico do lulopetismo quando este ainda era governo e minha participação aqui no fórum inclusive depõe sobre isso.
Votei em Ciro em 2018, teria votado em Haddad no segundo turno - mas não pude viajar pra votar no segundo turno, por restrições financeiras mesmo (não me inscrevi para fazer o voto em trânsito desde o início, porque eu fiz questão de votar para as eleições do legislativo e isso teria sido um impeditivo). E num segundo turno contra o Bolsonaro, eu teria votado pragmaticamente no Alckmin, teria votado pragmaticamente no Aécio se ele fosse candidato (e eu sou mineiro e tenho sérias restrições ao Aécio), teria votado pragmaticamente na Marina, teria votado até no camarada @Grimnir , com quem não tenho lá muitas convergências políticas. Isso porque todas essas escolhas seriam, a meu juízo, escolhas civilizatórias, ainda que com insuperáveis divergências em outras esferas - divergências estas que depois poderiam ser colocadas às claras, na luta política. A opção por Bolsonaro foi uma opção pela barbárie.
 
Rapaz, eu ainda não sei porque eu caio nessas pilhas...

Sabe por que "alguns" viúvos da ditadura foram juntos, @fcm ? Porque o presidente que vocês elegeram é ele mesmo um viúvo da ditadura, admirador de torturadores, defensor dos assassinatos e desaparecimentos forçados. É o cara que acha que a ditadura militar brasileira deveria ter matado muito mais. É o cara que já havia tecido inúmeros elogios às milícias - antes de ser presidente e depois. É o cara que sempre defendeu a barbárie, sempre foi essa coisa truculenta, autoritária, misógina, homofóbica, etcéteras a perder de vista. É o cara que, fora do país, era capaz de escandalizar até mesmo a líder da extrema-direita francesa, enquanto empolgava a escória residual da Ku Klux Klan nos EUA. É a essa gente que vocês se associaram. "Conservadora" nos costumes, você diz. Tente reacionária e até mesmo antiliberal...

Um deputado do baixo clero, que sempre esteve ali no pântano fisiológico do nosso legislativo, alçado à política por interesses corporativos das forças de segurança do Rio de Janeiro, irrelevante como parlamentar - e que de repente, nessa vaga de antipetismo, de antipolítica, de fragilização dos grandes partidos, foi alçado à condição de "alternativa razoável", afinal de contas se tratava de uma "difícil" escolha. E ele que se fez politicamente a partir da ode aos governos militares - todos eles estatistas, com algumas ressalvas aqui sobre o Castelo Branco - no espaço de uns dois meses, de maneira oportunista, se converteu a um liberalismo de cartilha, raso como um pires, e foi eleito dizendo que não sabia nada de nada, que não entendia nada de nada, que tudo se resolveria num passe de mágica, curvando-se ao gênio de Paulo "Posto Ipiranga" Guedes.
Em 2018, todo mundo sabia o que o Bolsonaro era. Eu consigo entender como gente despolitizada, sem instrução, com raiva, enredada no clima de polarização que tomou o país, optou pelo Bolsonaro desde o primeiro turno. Até porque - além de tudo - ainda teve a facada no meio do caminho, que estancou o desgaste do Bolsonaro. Mas gente instruída, estudada, bem instrumentada, culta... aí eu tenho um pouco mais de dificuldade de aceitar.

Sobre o PT e os casos de corrupção: é ilusório achar que o nosso presidencialismo já não funcionasse à base de uma indústria de propinas e engrenagens outras de cooptação nada republicanas. Apenas para esclarecer... eu não acho que a corrupção seja um não-problema. Mas tampouco acho que a corrupção seja algo que você enfrente com uma carta de boas intenções, confiando apenas na suposta virtude de um indivíduo específico, que se quer alçar à condição de mandatário.
Aliás, esse esquema atravessou todo o quadro partidário, de maneira transversal - inclusive o PP, de Paulo Maluf e, até um tempo atrás, de Jair Bolsonaro. Os governos petistas optaram pela composição e integraram-se a essa engrenagem, em nome da governabilidade, da real politik, o que seja. Nisso, foram diferentes dos outros governos?
Eu me pergunto quais são os seus parâmetros para definir "o partido mais corrupto da história do país". Como você estabelece essa métrica? Por aquilo que virou notícia e foi investigado? Se o parâmetro é esse, você dá razão a quem considerava a ditadura militar a "era da moralidade pública", um país onde a corrupção não tinha vez (nem as denúncias, nem a imprensa, nem o jornalismo investigativo).
Durante muito tempo, o discurso petista enfatizou que muitos escândalos de corrupção vinham à tona durante o seu governo porque eles fortaleceram as instituições, garantindo autonomia para o MP e para a PF. E há certa verdade nisso. Aliás, quando o Moro se demitiu do atual governo, alegando interferências do presidente na Polícia Federal, ele próprio disse que isso não acontecia nos governos anteriores, o que teria sido fundamental para os resultados da Lava Jato.

Você cita o fato de o Lula ter sido preso. Sim, num processo eivado de nulidade, com concertação entre o juiz e o Ministério Público, violando o sistema acusatório e a lei processual brasileira. Sinceramente, qualquer um que entenda minimamente de processo penal, sabe que o processo contra o Lula foi repleto de atropelos e ilegalidades. Mas contra o Lula vale tudo. Lembro aqui o Reinaldo Azevedo - autor de O País dos Petralhas - a dizer que no Brasil você tem um Código de Processo Penal e, à parte, um processo penal específico para o Lula. Está tudo documentado.
Eu queria ver o STF ter culhão de declarar nulo o processo. Porque isso importaria, entre outras coisas, em reconhecer que o Lula - que mesmo preso, liderava as pesquisas em 2018 - foi tirado do páreo ilegitimamente. Mas ali também, uma ala do STF, foi contaminada pelo lavajatismo.
Aliás, o juiz que condenou o molusco, concorrendo para tirá-lo do pleito, tratou de retirar o sigilo de um trecho da delação do Palocci há poucos dias da eleição de 2018, sem nenhuma justificativa razoável para isso e sem provocação do Ministério Público, apenas para gerar manchete contra a candidatura do Haddad, e em seguida ir beijar a mão do candidato que ele favoreceu, utilizando a toga. Mas isso não causa escândalo, não é mesmo? Aliás, o próprio STF reconheceu esse ato de Moro como quebra de imparcialidade, decidindo pela exclusão da delação de Palocci do processo.
Também vale mencionar que estamos tratando de um juiz que, em sua sentença, ignorou, por exemplo, dois documentos procedentes da Alvarez e Marçal - empresa para a qual ele trabalha hoje e um monte de gente parece achar tudo muito normal - dizendo que o triplex não era do Lula.
E não - eu não acho que o Lula fosse a santa do altar. Mas como aquilo que eu acho não deveria ser o bastante para condenar ninguém - mormente se as regras processuais são francamente desrespeitadas e se instâncias do judiciário e do MP agem deliberadamente para interferir no jogo político...

E aqui eu abro um parêntese: sinceramente, ainda acho menos grave um sujeito que eventualmente é pego por corrupção passiva do que um sujeito com evidentes vinculações com milícias, gente da pesada mesmo, que comete e manda cometer assassinatos, etc. Mas há quem se sinta confortável com isso. Enfim...

Você também citou o impeachment da Dilma. O pretexto foi uma manobra contábil, uma pedalada fiscal - que era prática corrente em todos os governos, em todas as esferas da nossa federação. Se você considera isso uma espécie de "mácula moral" - já que você encadeou isso, no seu texto, à prisão do molusco - bem... o atual presidente em menos de dois anos acumulou tantos e tão mais graves crimes de responsabilidade, não é mesmo?
E você mesmo só declarou ter abandonado o barco por causa da indicação de um jurista tido por garantista ao STF. Com toda sorte de descalabros que vimos até aqui, foi isso o que mais te incomodou...

Bolsonaro, em razão do contraste, faz com que Dilma, Collor, Jânio - enfim, escolham! - pareçam estadistas. Seu governo representa um retrocesso civilizatório e o reino do caos, da falta de coordenação, da incompetência, do tensionamento das instituições democráticas. Não sabe administrar sequer as nossas vantagens comparativas e nos transforma em párias no cenário internacional - o que o seu chanceler considera uma coisa boa - criando sérios problemas para a nossa agroindústria de exportação. E pra piorar aquilo que já não poderia ter dado certo desde o início, veio a pandemia quando estamos sob este desgoverno e estamos pagando muito caro por isso.
Tenho absoluta convicção de que um governo Haddad, ou um governo Alckmin, ou um governo Marina, ou um governo Ciro... teriam sido melhores que isso que temos hoje e que teriam causado menos dano ao país.

Dito isso, falo por mim: eu nunca votei no PT num primeiro turno. Mesmo considerando a minha formação política de esquerda, fui crítico do lulopetismo quando este ainda era governo e minha participação aqui no fórum inclusive depõe sobre isso.
Votei em Ciro em 2018, teria votado em Haddad no segundo turno - mas não pude viajar pra votar no segundo turno, por restrições financeiras mesmo (não me inscrevi para fazer o voto em trânsito desde o início, porque eu fiz questão de votar para as eleições do legislativo e isso teria sido um impeditivo). E num segundo turno contra o Bolsonaro, eu teria votado pragmaticamente no Alckmin, teria votado pragmaticamente no Aécio se ele fosse candidato (e eu sou mineiro e tenho sérias restrições ao Aécio), teria votado pragmaticamente na Marina, teria votado até no camarada @Grimnir , com quem não tenho lá muitas convergências políticas. Isso porque todas essas escolhas seriam, a meu juízo, escolhas civilizatórias, ainda que com insuperáveis divergências em outras esferas - divergências estas que depois poderiam ser colocadas às claras, na luta política. A opção por Bolsonaro foi uma opção pela barbárie.

Pena que não tem mais opção de dar karma, Mercucio!


Tira o dinheiro da equação. Substitui por poder. E não é um poder de curto prazo. É poder e trânsito dentro de alto escalão.

O Brasil criou mumias de poder como Delfim Netto, que até 2018, com quase 90 anos, tava envolvido em esquema de corrupção.

Poder no Brasil é muito mais que dinheiro.

Está certíssimo, Omy.
 
Peraí, só tinha o PT e o Bolsonaro concorrendo? :think:
O antipetismo pode até explicar, em partes, o Bolsonaro ter ganho o segundo turno, mas não explica ele ter ido para o segundo turno. Esse é o grande absurdo.
Estou aqui falando do meu voto no 2º turno. Se for para debatermos pq Bolsonaro sequer foi para o segundo turno, aí é outro papo, pq o meu voto no primeiro ele não teve.
 
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