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Flores para Algernon (Daniel Keyes)

Béla van Tesma

Nhom nhom nhom
Colaborador
Queria criar um tópico sobre este livro porque o li um tempo atrás e o achei demais. Também "Não chorei lendo", como diz a resenha, mas foi por pouco. :timido: Durante a pandemia recomendei e emprestei à minha irmã, que o leu também e adorou, embora sobre ele tenha me resumido a experiência, no zapzap, com dois emojis: 🥺💔

Mas, por preguiça de escrever eu mesmo uma resenha (até porque já me esqueci dos detalhes para fazê-lo), colo aqui uma que achei na web e serve bem para o proprósito de lhes recomendar a leitura e, com sorte, despertar o interesse:




Aos 32 anos, Charlie trabalha na padaria Donners, ganha 11 dólares por semana e tem 68 de QI. Porém, uma cirurgia revolucionária promete aumentar a sua inteligência, considerada gravemente baixa. O problema? Enxergar o mundo com outros olhos e mente pode trazer sacrifícios para a sua própria realidade. E resta saber se Charlie Gordon está disposto a fazê-los.

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Não chorei lendo Flores para Algernon, mas desconhecia essa capacidade de sentir tamanha tristeza. Foram quase 300 páginas da mais legítima sensação de decepção com a humanidade. Somos tão pequenos. Somos tão grandiosos. Somos tudo que a ciência não consegue explicar. Somos versões infinitas do que a física mais avançada já descobriu. E no livro de Daniel Keyes acompanhamos um homem realizar o maior sonho de sua vida: ser inteligente.

Charlie Gordon tem um Q.I. abaixo da média. Bem a baixo na verdade. Ele não consegue aprender coisas novas com tanta facilidade e sua capacidade física o permite fazer trabalhos mais manuais e repetitivos. Ele não possui pensamento crítico sobre nada e sequer se apaixonou alguma vez. Ele foi abandonado pelos pais e trabalha em uma padaria com o tio – há mais de 17 anos ele realiza as mesmas atividades nesse lugar. Charlie é um adulto com pensamentos e comportamentos de uma criança de 6 anos.

Clássico da ficção científica da década de 60, esse livro envereda pela psicologia. Não existem tantas explicações técnicas/químicas/tecnológicas sobre o que acontece com Charlie, como verificamos na maioria dos livros sci-fi, mas as ponderações sobre a mente humana em variadas camadas são perturbadoras. De verdade.

Charlie se torna cobaia em um experimento para torná-lo mais inteligente. É desconfortável vê-lo competir com um rato de laboratório – que dá nome ao livro. Sim, Algernon é o rato [com] que Charlie disputa incontáveis desafios no início do livro e que também foi exposto ao experimento dos cientistas no comando de tudo.

O livro é narrado todo em primeira pessoa pelo próprio protagonista. Charlie é obrigado a manter uma espécie de diário de progresso, onde ele conta tudo que sente e aprende. Seus avanços e retrocessos precisam estar registrados para futuros estudos. As primeiras páginas são de um português totalmente errado porque Charlie não sabia escrever. O tempo vai o deixando mais culto e independente, e logo ele que não dominava nem a gramática mais básica, se vê lendo, ouvindo e escrevendo em mais de 6 idiomas. É incrível acompanhar essa evolução. Seu amadurecimento é bizarro.

Sinto medo. Não da vida ou da morte ou do nada, mas de desperdiçá-la como se eu não tivesse existido.
Não é spoiler dizer que a história vai narrar o antes e depois de Charlie diante dessa cirurgia inovadora. Charlie acaba se tornando mais inteligente que seus próprios criadores – porque podemos afirmar que ele é uma criação da ciência mais moderna?

Sua deficiência intelectual é tão grande que Charlie não armazena memórias sobre sua infância ou adolescência. Após a cirurgia ele começa a ter flashbacks de seu crescimento e foram essas lembranças que me fizeram ler o livro inteiro com algo entalado na garganta. Sua mãe sempre tão dura, seu pai sempre tão esperançoso e sua irmã sempre tão cruel. Uma crueldade que Charlie não percebia, não entendia. Uma inocência que ele leva para a vida adulta na padaria. É tão doído quanto. As passagens no seu ambiente de trabalho são bem absurdas. Quando adquire um Q.I. gigante, Charlie percebe que as pessoas se afastam dele. Ninguém quer um sabe-tudo por perto. As pessoas sentem falta de zoá-lo, humilhá-lo e tê-lo como brinquedo. Todo esse contexto social que o livro aborda é um tapa na cara. Impossível não se perder em pensamentos sobre a sociedade egoístas e por vezes desonesta que vivemos.

De nada vale ser o mais inteligente de todos se há a falta de tato e sensibilidade. No fim das contas, nossa capacidade de ser empático é o que nos torna humanos.

Quando o leitor percebe tudo que vai acontecer nas páginas finais, o coração despedaça.

Ficam as lições. Muitas.

Queria presentear a todos com esse livro.

Fonte: Aqui.
 
Há algum tempo, pedi recomendações de livros que eu, certamente, amaria, e me disseram para ler Flores para Algernon. À época, cheguei a colocar na listinha de livros desejados, na Amazon, mas acabei me esquecendo de comprar.
 
Eu li "Flores para Algernon" no ano passado, junto com o Clube de Leitura.

Leitura sofrida mesmo. Em alguns momentos tive que colocar o livro um pouco de lado, porque te bate uma bad.
É um livro triste pra caramba. Diante das violências das quais Charlie vai tomando conhecimento de que era vítima, há momentos em que você tem vontade de chorar, de tristeza e de raiva. Escancara-se o pior lado do ser humano, o preconceito, a crueldade, o ódio e o desprezo gratuito ao diferente. Mas o livro traz uma discussão de fundo quanto a uma visão humanizada de pessoas com esse tipo de deficiência intelectual, que merecem ser respeitadas em sua dignidade, em sua condição humana, de indivíduo. Também suscita boas questões sobre os limites éticos da ciência.

Mas pra mim, mais interessante que o conteúdo do livro, foi mesmo o formato.

Pode não ter nada a ver, mas cheguei a especular que o fato de o autor, Daniel Keyes, ter vindo do mundo dos quadrinhos (ele inclusive trabalhou com o Stan Lee) talvez se relacione de alguma maneira a essa sacada de recorrer a um formato tão gráfico, tão visual, tão concreto. É quase como se o leitor tivesse em mãos não um romance, mas os documentos da pesquisa conduzida pelo Professor Nemur e pelo Dr. Strauss. :think:
Porque realmente é uma escolha muito inteligente. Você vai percebendo gradativamente o progresso do Charlie não só pelo desaparecimento dos erros de grafia e pontuação, mas pela capacidade de abstração e pela densidade das reflexões, dos dilemas que ele vai descobrindo. De repente, num relatório, você percebe um recurso à linguagem metafórica, à analogia... e isso é uma coisa de que o "Velho Charlie" seria incapaz. É realmente muito interessante.
 
Vou começar a leitura de Flores para Algernon. Fiz chá, preparei os lenços. Se a leitura ficar pesada, eu vejo uns episódios de Lúcifer para parar de chorar. :timido:

P.S.: Eu acho "para parar" um trem lindo demais da conta. Não me cancelem, por favor.
 
Coitado do migo Eriadan. Acho que ele pensa que está num fórum sobre a obra de Tolkien. :dente:

Ainda estou no início da leitura, mas quero abraçar o Charlie, e dizer que vai ficar tudo bem. Ele já fez a cirurgia, e voltou a trabalhar na padaria. Acho pesadíssimo quando ele conta dos amigos rindo dele e, depois, fala que eles são amigos dele, mesmo, que gostam, mesmo, dele. Quase morro, gente.
 
Pra quem tem assinatura do Prime da Amazon, esse livro está nos livros do Prime Reading, ou seja, você pode ler de "grátis" (não é grátis, pq você paga os 9,90 da assinatura, mas vocês entenderam)
 
Acabei de ler uma parte muito fofa. Tive de falar: "É nóis que voa, Charlinho!" Os "amigos" tentaram pregar uma peça no Charlie, que acabou ganhando uma promoção no trabalho: "Então agora ao invés de intregar encomendas e lavar os banheiros e levar o lixo pra fora, eu sou o novo misturador de massa". :abraco:
 
Tá muito leeeenta essa leitura, Valentina. Menos Valinor, mais Aragorn Algernon. :chibata:
Ei, sou eu quem comanda o chicote nesta relação, Lufe!

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