Queria criar um tópico sobre este livro porque o li um tempo atrás e o achei demais. Também "Não chorei lendo", como diz a resenha, mas foi por pouco.
Durante a pandemia recomendei e emprestei à minha irmã, que o leu também e adorou, embora sobre ele tenha me resumido a experiência, no zapzap, com dois emojis: 

Mas, por preguiça de escrever eu mesmo uma resenha (até porque já me esqueci dos detalhes para fazê-lo), colo aqui uma que achei na web e serve bem para o proprósito de lhes recomendar a leitura e, com sorte, despertar o interesse:

Não chorei lendo Flores para Algernon, mas desconhecia essa capacidade de sentir tamanha tristeza. Foram quase 300 páginas da mais legítima sensação de decepção com a humanidade. Somos tão pequenos. Somos tão grandiosos. Somos tudo que a ciência não consegue explicar. Somos versões infinitas do que a física mais avançada já descobriu. E no livro de Daniel Keyes acompanhamos um homem realizar o maior sonho de sua vida: ser inteligente.
Charlie Gordon tem um Q.I. abaixo da média. Bem a baixo na verdade. Ele não consegue aprender coisas novas com tanta facilidade e sua capacidade física o permite fazer trabalhos mais manuais e repetitivos. Ele não possui pensamento crítico sobre nada e sequer se apaixonou alguma vez. Ele foi abandonado pelos pais e trabalha em uma padaria com o tio – há mais de 17 anos ele realiza as mesmas atividades nesse lugar. Charlie é um adulto com pensamentos e comportamentos de uma criança de 6 anos.
Clássico da ficção científica da década de 60, esse livro envereda pela psicologia. Não existem tantas explicações técnicas/químicas/tecnológicas sobre o que acontece com Charlie, como verificamos na maioria dos livros sci-fi, mas as ponderações sobre a mente humana em variadas camadas são perturbadoras. De verdade.
Charlie se torna cobaia em um experimento para torná-lo mais inteligente. É desconfortável vê-lo competir com um rato de laboratório – que dá nome ao livro. Sim, Algernon é o rato [com] que Charlie disputa incontáveis desafios no início do livro e que também foi exposto ao experimento dos cientistas no comando de tudo.
O livro é narrado todo em primeira pessoa pelo próprio protagonista. Charlie é obrigado a manter uma espécie de diário de progresso, onde ele conta tudo que sente e aprende. Seus avanços e retrocessos precisam estar registrados para futuros estudos. As primeiras páginas são de um português totalmente errado porque Charlie não sabia escrever. O tempo vai o deixando mais culto e independente, e logo ele que não dominava nem a gramática mais básica, se vê lendo, ouvindo e escrevendo em mais de 6 idiomas. É incrível acompanhar essa evolução. Seu amadurecimento é bizarro.
Sua deficiência intelectual é tão grande que Charlie não armazena memórias sobre sua infância ou adolescência. Após a cirurgia ele começa a ter flashbacks de seu crescimento e foram essas lembranças que me fizeram ler o livro inteiro com algo entalado na garganta. Sua mãe sempre tão dura, seu pai sempre tão esperançoso e sua irmã sempre tão cruel. Uma crueldade que Charlie não percebia, não entendia. Uma inocência que ele leva para a vida adulta na padaria. É tão doído quanto. As passagens no seu ambiente de trabalho são bem absurdas. Quando adquire um Q.I. gigante, Charlie percebe que as pessoas se afastam dele. Ninguém quer um sabe-tudo por perto. As pessoas sentem falta de zoá-lo, humilhá-lo e tê-lo como brinquedo. Todo esse contexto social que o livro aborda é um tapa na cara. Impossível não se perder em pensamentos sobre a sociedade egoístas e por vezes desonesta que vivemos.
De nada vale ser o mais inteligente de todos se há a falta de tato e sensibilidade. No fim das contas, nossa capacidade de ser empático é o que nos torna humanos.
Quando o leitor percebe tudo que vai acontecer nas páginas finais, o coração despedaça.
Ficam as lições. Muitas.
Queria presentear a todos com esse livro.
Fonte: Aqui.



Mas, por preguiça de escrever eu mesmo uma resenha (até porque já me esqueci dos detalhes para fazê-lo), colo aqui uma que achei na web e serve bem para o proprósito de lhes recomendar a leitura e, com sorte, despertar o interesse:
Aos 32 anos, Charlie trabalha na padaria Donners, ganha 11 dólares por semana e tem 68 de QI. Porém, uma cirurgia revolucionária promete aumentar a sua inteligência, considerada gravemente baixa. O problema? Enxergar o mundo com outros olhos e mente pode trazer sacrifícios para a sua própria realidade. E resta saber se Charlie Gordon está disposto a fazê-los.

Não chorei lendo Flores para Algernon, mas desconhecia essa capacidade de sentir tamanha tristeza. Foram quase 300 páginas da mais legítima sensação de decepção com a humanidade. Somos tão pequenos. Somos tão grandiosos. Somos tudo que a ciência não consegue explicar. Somos versões infinitas do que a física mais avançada já descobriu. E no livro de Daniel Keyes acompanhamos um homem realizar o maior sonho de sua vida: ser inteligente.
Charlie Gordon tem um Q.I. abaixo da média. Bem a baixo na verdade. Ele não consegue aprender coisas novas com tanta facilidade e sua capacidade física o permite fazer trabalhos mais manuais e repetitivos. Ele não possui pensamento crítico sobre nada e sequer se apaixonou alguma vez. Ele foi abandonado pelos pais e trabalha em uma padaria com o tio – há mais de 17 anos ele realiza as mesmas atividades nesse lugar. Charlie é um adulto com pensamentos e comportamentos de uma criança de 6 anos.
Clássico da ficção científica da década de 60, esse livro envereda pela psicologia. Não existem tantas explicações técnicas/químicas/tecnológicas sobre o que acontece com Charlie, como verificamos na maioria dos livros sci-fi, mas as ponderações sobre a mente humana em variadas camadas são perturbadoras. De verdade.
Charlie se torna cobaia em um experimento para torná-lo mais inteligente. É desconfortável vê-lo competir com um rato de laboratório – que dá nome ao livro. Sim, Algernon é o rato [com] que Charlie disputa incontáveis desafios no início do livro e que também foi exposto ao experimento dos cientistas no comando de tudo.
O livro é narrado todo em primeira pessoa pelo próprio protagonista. Charlie é obrigado a manter uma espécie de diário de progresso, onde ele conta tudo que sente e aprende. Seus avanços e retrocessos precisam estar registrados para futuros estudos. As primeiras páginas são de um português totalmente errado porque Charlie não sabia escrever. O tempo vai o deixando mais culto e independente, e logo ele que não dominava nem a gramática mais básica, se vê lendo, ouvindo e escrevendo em mais de 6 idiomas. É incrível acompanhar essa evolução. Seu amadurecimento é bizarro.
Não é spoiler dizer que a história vai narrar o antes e depois de Charlie diante dessa cirurgia inovadora. Charlie acaba se tornando mais inteligente que seus próprios criadores – porque podemos afirmar que ele é uma criação da ciência mais moderna?Sinto medo. Não da vida ou da morte ou do nada, mas de desperdiçá-la como se eu não tivesse existido.
Sua deficiência intelectual é tão grande que Charlie não armazena memórias sobre sua infância ou adolescência. Após a cirurgia ele começa a ter flashbacks de seu crescimento e foram essas lembranças que me fizeram ler o livro inteiro com algo entalado na garganta. Sua mãe sempre tão dura, seu pai sempre tão esperançoso e sua irmã sempre tão cruel. Uma crueldade que Charlie não percebia, não entendia. Uma inocência que ele leva para a vida adulta na padaria. É tão doído quanto. As passagens no seu ambiente de trabalho são bem absurdas. Quando adquire um Q.I. gigante, Charlie percebe que as pessoas se afastam dele. Ninguém quer um sabe-tudo por perto. As pessoas sentem falta de zoá-lo, humilhá-lo e tê-lo como brinquedo. Todo esse contexto social que o livro aborda é um tapa na cara. Impossível não se perder em pensamentos sobre a sociedade egoístas e por vezes desonesta que vivemos.
De nada vale ser o mais inteligente de todos se há a falta de tato e sensibilidade. No fim das contas, nossa capacidade de ser empático é o que nos torna humanos.
Quando o leitor percebe tudo que vai acontecer nas páginas finais, o coração despedaça.
Ficam as lições. Muitas.
Queria presentear a todos com esse livro.
Fonte: Aqui.