Ivan
Vai passar do joelho
Tava escrevendo um e-mail pra Valinor Obras, resolvi cortar e fazer um tópico aqui. Vejam o que acham:
Quanto à eterna derrota e volta dos mesmos inimigos (até a possível ressurreição de Ancalagon, como o Deriel apontou há algum tempo atrás), não é bem assim. Apesar das lutas entre Trevas e Luz seguirem ciclos, o tempo de Arda é linear e nunca se repete. Sempre há mudança da forma com a qual a luta é travada ou dos seus atores. As primeiras lutas de Melkor contra os Valar enquanto a Terra ainda estava "fresca" se assemelham pouquíssimo à Guerra das Jóias onde um Morgoth imperial confronta hostes de Filhos. Da mesma forma, o mal ressurge em Sauron, mas com bases, estratégias e objetivos diferentes. Semelhantes, mas diferentes. E muda ainda mais quando mal deixa de estar personificado. O mal sempre ressurge pela multiplicação deste impertrada por Morgoth, e portanto enquanto este durasse o mal nunca terminaria de fato. Então para que Arda seja curada será necessário o fim definitivo de Melkor e todo o mal associado a ele. Portanto será necessário uma batalha final, e é inevitável. Por mais que os Valar fizessem contra Melkor ele estava além da destruição total por parte deles. Eles podiam o aprisionar, tirar seus direitos "jurídicos", destruir seus agentes e até mesmo o assassiná-lo ( e é o que fazem ao fim da Guerra da Ira) mas ainda sim seu espírito existiria, e com ele seu poder, que podia ser recuperado lentamente e alimentado pelo poder que havia espalhado pela matéria de Arda. Portanto é certo que Morgoth se levantará novamente e que seu fim deverá ser conquistado de forma diferente das anteriores. Isso é que acho mais interessante. Está além do poder de qualquer ser criado levar um outro à inexistência, e de certa forma está fora da lógica. O que existe não pode lidar com o que não existe. Então como essa última morte de Melkor poderia reduzí-lo de fato a nada? Uma possibilidade é que será dado à Túrin o poder de desfazer o feito naquele momento. Ou Eru simplesmente destruirá o espírito de Melkor após sua morte. Mas Eru iria fazer isso? Como poderia o Criador também ser o Nulificador? Sim, ele era onipotente, mas essa potência abstrata estaria dentro do Desígnio d'Ele? Além disso, não seria estranho que Eru revogasse o Livre-Arbítrio de Melkor após tê-lo deixado usufruir deste até aquele momento? Isso não é contra a própria idéia de Livre-Arbítrio? Eu não acredito que a destruição de Melkor passará por Eru, até porque qual seria o sentido de Tolkien ter feito o mal como algo auto-destrutivo e colapsante se o fim não confirmasse isso? Seria inclusive incoerente, já que Melkor recupera potência no fim. Então eu especulo que se dará de forma diferente, pela ação do próprio Melkor. E se no seu último esforço Melkor vá muito além do que já foi? Se todos os seus movimentos em direção à nulidade e à matéria (por incrível que pareça, não é incoerência, os dois são negação à existência e ao espírito, ou seja, a Eru) forem levados ao máximo possível? Se no seu último esforço pra destruição e escárnio de Eru ele se tornasse uma besta completa, mudasse completamente seu estado original para outro totalmente diverso? Se se encarnasse completamente, absolutamente, se tornasse um espírito material? Um ser de poder material insuperável, capaz de obliterar toda a Arda, mas totalmente dependente da matéria e portanto passível a destruição física? Isso seria o auge da negação a Eru antes da simples auto-destruição, uma negação do estado natural criado, um terrível auto-tirania, uma corrupção ainda mais ofensiva a Eru que a que gerou os orcs. Eu considero que é a isso que Melkor chegará, e é assim que se torna possível que uma ação violenta , o golpe final de Túrin, pode terminar definitivamente com uma vontade.
Quanto à eterna derrota e volta dos mesmos inimigos (até a possível ressurreição de Ancalagon, como o Deriel apontou há algum tempo atrás), não é bem assim. Apesar das lutas entre Trevas e Luz seguirem ciclos, o tempo de Arda é linear e nunca se repete. Sempre há mudança da forma com a qual a luta é travada ou dos seus atores. As primeiras lutas de Melkor contra os Valar enquanto a Terra ainda estava "fresca" se assemelham pouquíssimo à Guerra das Jóias onde um Morgoth imperial confronta hostes de Filhos. Da mesma forma, o mal ressurge em Sauron, mas com bases, estratégias e objetivos diferentes. Semelhantes, mas diferentes. E muda ainda mais quando mal deixa de estar personificado. O mal sempre ressurge pela multiplicação deste impertrada por Morgoth, e portanto enquanto este durasse o mal nunca terminaria de fato. Então para que Arda seja curada será necessário o fim definitivo de Melkor e todo o mal associado a ele. Portanto será necessário uma batalha final, e é inevitável. Por mais que os Valar fizessem contra Melkor ele estava além da destruição total por parte deles. Eles podiam o aprisionar, tirar seus direitos "jurídicos", destruir seus agentes e até mesmo o assassiná-lo ( e é o que fazem ao fim da Guerra da Ira) mas ainda sim seu espírito existiria, e com ele seu poder, que podia ser recuperado lentamente e alimentado pelo poder que havia espalhado pela matéria de Arda. Portanto é certo que Morgoth se levantará novamente e que seu fim deverá ser conquistado de forma diferente das anteriores. Isso é que acho mais interessante. Está além do poder de qualquer ser criado levar um outro à inexistência, e de certa forma está fora da lógica. O que existe não pode lidar com o que não existe. Então como essa última morte de Melkor poderia reduzí-lo de fato a nada? Uma possibilidade é que será dado à Túrin o poder de desfazer o feito naquele momento. Ou Eru simplesmente destruirá o espírito de Melkor após sua morte. Mas Eru iria fazer isso? Como poderia o Criador também ser o Nulificador? Sim, ele era onipotente, mas essa potência abstrata estaria dentro do Desígnio d'Ele? Além disso, não seria estranho que Eru revogasse o Livre-Arbítrio de Melkor após tê-lo deixado usufruir deste até aquele momento? Isso não é contra a própria idéia de Livre-Arbítrio? Eu não acredito que a destruição de Melkor passará por Eru, até porque qual seria o sentido de Tolkien ter feito o mal como algo auto-destrutivo e colapsante se o fim não confirmasse isso? Seria inclusive incoerente, já que Melkor recupera potência no fim. Então eu especulo que se dará de forma diferente, pela ação do próprio Melkor. E se no seu último esforço Melkor vá muito além do que já foi? Se todos os seus movimentos em direção à nulidade e à matéria (por incrível que pareça, não é incoerência, os dois são negação à existência e ao espírito, ou seja, a Eru) forem levados ao máximo possível? Se no seu último esforço pra destruição e escárnio de Eru ele se tornasse uma besta completa, mudasse completamente seu estado original para outro totalmente diverso? Se se encarnasse completamente, absolutamente, se tornasse um espírito material? Um ser de poder material insuperável, capaz de obliterar toda a Arda, mas totalmente dependente da matéria e portanto passível a destruição física? Isso seria o auge da negação a Eru antes da simples auto-destruição, uma negação do estado natural criado, um terrível auto-tirania, uma corrupção ainda mais ofensiva a Eru que a que gerou os orcs. Eu considero que é a isso que Melkor chegará, e é assim que se torna possível que uma ação violenta , o golpe final de Túrin, pode terminar definitivamente com uma vontade.