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[Discussão] Quem será Imortal da ABL nos próximos anos?

Pips

Old School.
Depois da apresentação de Paulo Coelho como Imortal, muitas pessoas viraram o nariz para a Academia Brasileira de Letras (muitos já tinham asco), mas com a sucessão de Geraldo Holanda eu vos pergunto: num futuro próximo, quem serão os imortais? Baseando-se no leque de escritores que temos hoje em dia no país.
 
[align=justify]Meu problema está em justamente não conhecer quem são os escritores que teriam, em tese, alguma chance para entrar na ABL. Saberia me dizer alguns nomes?[/align]
 
Se fosse para colocar todas as fichas em apenas um nome, já teria minha escolha: Milton Hatoum. Mas talvez esteja cedo para ele.

Não conheço tanto de literatura brasileira para apontar vários candidatos, mas acredito que o Moacyr Scliar também tenha grandes chances.
 
Ou algum politico dono de algum estado, se escrever um livro de poesias, já garante sua poltrona como imortal.
 
Acho que o Milton Hatoum dava pra entrar aí.

Agora, qual o verdadeiro valor disso para nós, leitores? Eu nunca comprei um livro porque sabia que fulano era membro da ABL. Na verdade, nem sei quem é membro da ABL.
 
HAHAHAHAHAHAHAHA! Podiam dar uma cadeira pro Caetano Veloso pra piada ficar mais engraçada! [2]

Desculpem minha ignorância, mas também não entendo qual é a importância da ABL. Tá foi ideia do Machado de Assis, mas e daí? Qual era a intenção dele em criar a ABL? São as mesmas de hoje? Ou os caras se reunem para tomar o famoso cha? ABL??? WTF???
 
Nunca dei muita bola para a ABL, gostei da eleição do Scliar, escritor que admiro muito, mas isso não muda em nada pra mim, gostava dele antes, e tipo PC é imortal mas o meu amado salve, salve Erico Verissimo desdenhou a instituição, fecho com ele XD
Li um artigo na ocasião da morte do Mindlin sobre a disputa acirrada pela vaga dele, falava sobre as premissas para conseguir se eleger, é apenas mais um jogo de poder político. Vou caçar o artigo depois dou um up aqui.

estrelinhas coloridas...
 
Eu tambem não consiquo imaginar a função da ABL, e eu não sei absolutamente NADA de literatura brasileira para fazer uma previsão.
 
Achei o artigo.

Disputa pela vaga de José Mindlin é uma das mais acirradas em 20 anos
Por Márcia Vieira
O Estado de São Paulo

Não faltam aspirantes à imortalidade. É assim desde o tempo em que Machado de Assis e um grupo de intelectuais se reuniram numa salinha emprestada no Centro do Rio, no fim do século 19, para criar a Academia Brasileira de Letras. Em 123 anos, a atração que a casa exerce entre uma boa parcela da intelectualidade brasileira só fez aumentar. O assédio é tão intenso que Marcos Vilaça, atual presidente, contabilizou um a um os pretendentes. Chegou a uma lista de 43 interessados esperando a hora certa de se candidatar. Com tantos pretendentes, chama atenção que apenas 4 tenham se inscrito na eleição para a cadeira 29, vaga desde 28 de fevereiro com a morte de José Mindlin.

Prova de que não basta querer ser um imortal. “É preciso saber o momento exato de apresentar a candidatura”, ensina o acadêmico Domício Proença Filho. Estratégia é fundamental. Medalhões como o crítico Antonio Candido, que nunca aceitou se candidatar, são sempre bem-vindos. Mas não há um critério claro que justifique a escolha de cada 1 dos 40 acadêmicos. Nem sempre o que mais conta são os dotes literários ou intelectuais do candidato. Vale muito mais amizade e simpatia do que capacidade intelectual.

A eleição do dia 2 de junho é uma das mais disputadas dos últimos 20 anos. O favorito até agora é o embaixador Geraldo Holanda Cavalcanti, de 81 anos, famoso por suas traduções de poetas italianos. Seu livro de estreia, Encontro em Ouro Preto, foi finalista do Prêmio Jabuti e mereceu elogios entusiasmados do imortal Moacyr Scliar. Corre por fora o ministro do Supremo Tribunal Federal, Eros Grau, de 69 anos, que conta com o precioso apoio do senador José Sarney. O presidente do Senado é o acadêmico mais antigo e tem muita influência na casa, apesar de só aparecer no Petit Trianon, sede da ABL, em raras ocasiões.

Grau é autor de livros jurídicos e apenas um romance, o polêmico Triângulo no Ponto, que chamou mais atenção pelas suas descrições eróticas do que pelo estilo do autor. Também está na disputa o presidente da Biblioteca Nacional, Muniz Sodré, autor de livros sobre teoria da comunicação e amigo de vários acadêmicos. O estranho no ninho é Martinho da Vila, de 72 anos, autor de sambas magistrais e de dez livros infantis. “Eu me candidatei porque sou sempre convidado para os eventos da Academia. Alguns acadêmicos viviam me dizendo “você tem que ser um dos nossos”. Resolvi tentar.” Ainda não se arrependeu, mas não imaginou que seria tão formal.

Martinho estranhou a liturgia que o candidato à imortalidade tem de cumprir. De fato, é um ritual sui generis. Não basta comunicar ao presidente por carta a intenção de disputar a eleição. É preciso enviar telegramas a cada um dos 39 acadêmicos anunciando a sua candidatura. “Não serve e-mail. Tem de ser por telegrama”, estranha Martinho. Em seguida, o candidato manda um livro de sua autoria. É de bom tom também fazer visitas aos acadêmicos e promover almoços.

Cartilha. Nada disso combina com o estilo de Martinho. “Não fico muito ligado nesse negócio de fazer campanha. Se quiserem me ter na casa, ficarei feliz. Se não for eleito, não vou ficar aborrecido.” Eros Grau, ao contrário, segue a cartilha do bom candidato. Não dá entrevistas porque aprendeu que quanto menos aparecer nos jornais melhor. Segue um roteiro de visitas aos acadêmicos no Rio, apesar de morar em Brasília. Há 15 dias esteve na sede da Academia para encontrar Ana Maria Machado, secretária-geral da casa. Como de praxe, levou um livro, mas preferiu um de tema jurídico em vez do romance erótico.

Muniz Sodré também segue à risca a regra de não dar entrevistas, mas ainda não começou o périplo de visitas. Geraldo Holanda Cavalcanti é o que mais conhece os meandros da casa de Machado de Assis. Frequenta a ABL há dez anos. Antes mesmo de surgir uma vaga, mandou uma carta anunciando que um dia adoraria ser candidato. Tem o apoio de acadêmicos influentes, como Eduardo Portela e Tarcísio Padilha. Cordial, aceitou fazer por escrito uma declaração sobre a sua tentativa para ocupar a cadeira que foi de seu amigo José Mindlin. “Os acadêmicos votam soberanamente levando em conta, por um lado, a apreciação que já tenham da personalidade e da obra dos candidatos e, por outro, a contribuição que deles esperam”, escreveu.

Cavalcanti é casado com Dirce, filha de Dilermando de Assis, o homem que matou, numa troca de tiros, o imortal Euclides da Cunha. “Isso não faz diferença para a Academia”, garante Domício. O que pesa mesmo nesta eleição é a fidelidade dos amigos. E qual dos quatro é o mais querido? “É muito difícil qualquer prognóstico. A eleição está muito disputada”, diz um acadêmico.

A disputa está tão ferrenha que afastou candidatos. Fernando Henrique Cardoso nega que tenha pensado em se candidatar, mas o que circula na ABL é que ele espera um momento mais propício. Há tempos que o seu nome circula entre os imortais. “Ele não quer cumprir as formalidades, quer fazer como Getúlio Vargas”, diz um acadêmico que não concorda com a estratégia. A entrada de Vargas é uma página negra na história da ABL. Durante o Estado Novo, Vargas foi eleito por aclamação. Sem concorrentes e sem enviar a tal carta.

Ziraldo. Atualmente, quem mais corteja os imortais, apesar de não ser candidato, é Ziraldo. Ele está sempre por lá apesar, de ter sido derrotado em 2008, quando disputou com outros 21 pretendentes a cadeira que pertenceu a Machado de Assis. “O Vilaça o aconselhou a esperar mais um pouco”, diz outro acadêmico que acompanha de perto a saga do criador do Menino Maluquinho. O cerco de Ziraldo e outros escritores aos imortais reforça o prestígio da Academia. “Ser imortal é um privilégio”, orgulha-se Vilaça. Além do prestígio que a imortalidade traz, cada acadêmico recebe jetons de R$ 1 mil por cada sessão semanal que comparece, além de plano de saúde e mausoléu no cemitério.

Por que estes recusam o fardão

Apesar de ter eleições sempre muito disputadas, há escritores que, mesmo cortejados pelos imortais, não aceitam fazer parte da Academia Brasileira de Letras. Cada um tem seus motivos.

Antonio Candido, 91 anos. Seria aclamado na casa, onde tem amigos. Mas nunca quis se candidatar. Alega que não participa de grupos ou academias. Prefere ficar em casa estudando.

Chico Buarque, 65 anos. Quando Getúlio Vargas foi eleito para a Academia, durante o Estado Novo, vários escritores, entre eles seu pai, Sérgio Buarque de Holanda, e o poeta Carlos Drummond de Andrade, assinaram uma carta comprometendo-se a jamais entrar naquela casa. A um acadêmico que o procurou oferecendo a imortalidade, Chico Buarque respondeu que esse tipo de compromisso é hereditário. “Nem Chiquinho (seu neto mais velho) poderá entrar na Academia”, diz.

Luis Fernando Verissimo, 73 anos. “Uma vez, depois que teve um enfarte, meu pai (Érico Veríssimo) foi convidado a se candidatar à ABL e justificou: “Mas eu já sou quase uma vaga!” Quando o amigo Vianna Moog insistiu para que ele se candidatasse, respondeu: “Está bem, Moog. Vou me candidatar para a tua vaga.” E o Moog nunca mais tocou no assunto. Meu pai era contra qualquer tipo de formalidade ou solenização e acho que não se sentiria bem num fardão, apesar de ter amigos na Academia, e respeitá-la. Eu não me candidato porque não tenho uma obra literária que mereça a honra, nem o físico para o fardão, ainda mais depois que o Scliar (o escritor e imortal Moacyr Scliar) me contou que a gente não fica com a espada. Mas também tenho amigos lá dentro e respeito a instituição. Nada contra.”

Vi aqui

Adorei estas histórias sobre os que esnobam a academia XD
 
Ah não!
Não ficam com a espada? Também não ia querer entrar! :rofl:

Pra não perder o costume, vai aí uma citação do Woody Allen (obviamente não se referia à ABL mas aplica-se):
Eu não quero alcançar a imortalidade através da minha obra. Eu quero tornar-me imortal não morrendo.
 
A Academia dá várias bolas fora, mas deve-se levar em consideração que ela uma entidade privada que necessita de público e interessados nela nos dias de hoje. Acho que ela não consegue promover tanto seus projetos de incentivo a leitura ou algo que o valha.
 
Pips disse:
A Academia dá várias bolas fora, mas deve-se levar em consideração que ela uma entidade privada que necessita de público e interessados nela nos dias de hoje. Acho que ela não consegue promover tanto seus projetos de incentivo a leitura ou algo que o valha.

Acho que ela está muito distante do leitor, por isso que não consegue fazer essa promoção de incentivo a leitura. Eu particularmente desacredito uma instituição que "imortaliza" o Sarney e a partir disso já descambo para uma generalização, que é óbvio que por si só já é obtusa, já que Mindlin também estava lá XD

Partindo do pressuposto que o artigo mostra mesmo como são feitas as eleições, ficamos sem subsídios literariamente falando para fazermos nossas apostas, mas se fosse para escolher um a despeito do artigo, acho que fecho com Gigio e aposto Milton Hatoum.

estrelinhas coloridas...
 
Mi Müller disse:
Acho que ela está muito distante do leitor, por isso que não consegue fazer essa promoção de incentivo a leitura. Eu particularmente desacredito uma instituição que "imortaliza" o Sarney e a partir disso já descambo para uma generalização, que é óbvio que por si só já é obtusa, já que Mindlin também estava lá XD

Na verdade acho que eles até tentam, afinal colocar o Paulo Coelho lá foi para mostrar que eles ligam para os mais conhecidos e vendáveis, ou seja, eles precisam de incentivo fiscal para continuarem funcionando. Todavia, não creio que consigam nem passar por ilustres ou figuras importantes que têm peso, por exemplo, no incentivo a leitura no Brasil.

Por que um Imortal não é ministro da educação? Ou por que nunca há notícias sobre o que ocorrem nas reuniões e decisões? Parece que após anos, a Academia virou, nada menos, que um asilo para senhores com histórias para lá de chatas que os netos não querem mais ouvir.

Vejo que a Academia teve um prestígio há tempos, quando escritores como Guimarães Rosa queriam entrar.

Mesmo assim, acho que falta na ABL um pouco mais de participação como: lançamento de escritores novos, mais concursos para promover a escrita e reunião de novos talentos, palestras, oficinas, etc.
 
Roberto Bolaño disse:
Que reação te dá saber que Arturo Pérez Reverte é atualmente o escritor mais lido em língua espanhola?

Pérez Reverte ou Isabel Allende. Dá no mesmo. Feuillet era o autor francês mais lido de sua época.

E o fato de Arturo Pérez Reverte ter ingressado na Real Academia?

A Real Academia é uma caverna de crânios privilegiados. Não está lá Juan Marsé, não está Juan Goytisolo, não está Eduardo Mendoza nem Javier Marías, não está lá Olvido García Valdez, não me lembro se Alvaro Pombo está (provavelmente se estiver se trata de um equívoco), mas está Pérez Reverte. Bom, Paulo Coelho também está na Academia Brasileira.
 

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