1 - Eu faria a mesmissima coisa em situação semelhante.
1 - Quem anda armado tem que estar sempre alerta para o ambiente a sua volta, é preciso ter a capacidade de se antecipar a uma situação de tensão/risco para você poder agir da melhor maneira possível = preservar sua vida e de terceiros (se existentes no local). Se o promotor pudesse tê-lo feito, talvez com um disparo para cima teria afugentado o motoboy. Talvez não.
Se eu estou parado no trânsito, com mais alguém no carro e sou abordado por algum meliante, eu iria simplesmente ceder meus pertences. Não reagiria.
Mas se eu estou armado, e mesmo que não esboce reação, e o assaltante perceba ambas as coisas, as chances dele me mandar ir "sentar no colo do capeta" com um balaço na cara são muito maiores.
Por isso, se conseguisse antecipar o assalto, ou então, se percebesse que alguém sacaria uma arma, reagiria e iria para o tudo ou nada. Sem dó.
3 - A legítima defesa é aceitável se justamente provocada (eu acredito que foi o caso) e se usadas os meios que a vítima tinha para se defender, sem exageros (aqui mora a controvérsia) impedindo o ataque do agressor.
Impedir o ataque do agressor = critério subjetivo. Um pontapé pode cessar o ataque do meu primo de 8 anos de idade. Seria covardia - e assassinato - repelí-lo com um tiro de .44 na cara.
Mas se eu sou atacado por uma pessoa do mesmo porte físico, e eu dou o primeiro tiro e ela continua vindo e minha direção, ou, mesmo caída demonstra iniciativa de sacar uma arma e atirar contra mim, atiro denovo, e denovo, até eu me sentir completamente seguro.
Mas o contexto e o ambiente podem fazer com que a vítima pense diferente de um espectador, ou do terceiro que analisa os fatos depois de terem ocorrido.
4 - Eu dúvido que o pessoal que acha absurda a quantidade de disparos efetuados, se estivessem em uma situação de estresse e com uma arma de mesmo calibre da usada pelo promotor (9 mm) derrubaria um agressor com apenas um tiro, estando a mesma distância que o promotor se encontrava do motoboy.
Aliás, dúvido muito que, mesmo sabendo que seriam atacadas e antevendo um eventual disparo do motoqueiro, lograssem êxito nisso com apenas um disparo.
Tanto que a maioria das vítimas mortas por apenas um tiro preciso, peito ou cabeça, foram executadas, e não resultado de uma troca de tiros.
5 - O que me incomoda nesses casos é a "demonização" dos envolvidos pela imprensa e a aceitação disso por grande parte da população sem nem ao menos questionar a situação e todos os fatores envolvidos. O promotor já foi condenado por grande parte do público, antes mesmo de investigado e julgado.
Se ele fosse morto nesse mesmo assalto, e alguém colocasse a notícia aqui, aposto que vários comentariam da seguinte forma: "Ninguém mandou reagir, agora não adianta reclamar."
6 - A propósito, o grande erro do promotor foi utilizar munição exclusiva de policia/exercito. Deve pagar por isso.