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Dias atrasados

Pips

Old School.
Dias atrasados

[size=x-small]por Pips[/size]

A cidade sugou todos há muito tempo. Antes do amanhecer, os dias raiam atrasados. Desviando dos mesmos caminhos e dos mesmos atalhos e, mesmo assim, nunca encontrando as mesmas pessoas. Um ou outro que em um breve momento perguntamos “Tudo bem?” sem parar para ouvir a resposta e elas nos replicam com “Tudo bem?”.

Deixar-se apaixonar na rua. Tantas as mulheres sem graça que passam apressadas, sorrindo para si mesmas – fugindo de olhares. Mulheres apáticas, vestidas para matar todos de tédio de tão industrializadas. Embora muitas vezes no meio da multidão apareça uma que chame atenção sem chamar, não faz o meu tipo, não faz o tipo de ninguém. Não é simétrica, proporcional apenas para flertes rápidos – sem palavras, com os sons do movimento cotidiano e mundano, da força citadina. De passagem.

Todos se vestem para adaptar-se ao ambiente; serem o que não são. Em seus dias úteis, aqueles em que sentem, ou pensam, fazer tudo acontecer: o mundo girar, o dinheiro correr, a vida passar rápido para gastarem os seus viveres em casa – exaustos de tudo; sempre indo um pouco mais longe de lugar algum. Durante à noite fogem do que se tornaram. Quando um encontro com o casual é outro ritual de passagem, encontrar alguém com algo em comum, mas seria melhor encontrar alguém incomum a nós. Que nos surpreenda pelo “ser o mesmo ser”, estar apto a mudanças, porém não extravagantes. Ler nossos pensamentos, não em voz alta e muitos menos questioná-los ou desvendá-los, porque todos nós precisamos de algo apenas nosso. Saber ser sem ser, não querer ser, apenas ser longe de si, longe de tudo, longe disso. Cheio de coincidências, ironias e questionamentos. Os momentos a sós, escondendo alegria e compartilhando tristeza, no silêncio infinito que é estar com um desconhecido, encontrando todos os dias algo para admirar nos gestos involuntários e tímidos.

A paixão de passagem poderia escrever uma história linda, se a tivesse parado na rua, inventando uma desculpa. Numa noite qualquer quem sabe não a encontro. Não importando se veste o que aparentemente vai ser seu “eu verdadeiro”, que estava escondido no seu “eu cosmopolita”. Basta um pouco de verdade quando me perguntar: “Tudo bem com você?” e notarei que deixei o dia atrasar um pouco mais.
 
Muito bom Pips!

Esse atraso dos dias de hoje, o cotidiano atual, são assuntos que nos levam a pensar como mudou o mundo, já estamos na pós-pós-modernidade
 
Como mudou e como ficou, como voltou e como não mudou.

O mundo está sempre em um vai e vem estático. Só a gente que não percebe tempo e espaço. Estamos sempre atrasados mesmo.
 
Ninguém mais tem tempo pra parar nos dias de hoje e preferem se esconder atrás de visuais, estilos, uniformes, camuflagens!
Perfeito, as usual!
 
Roupas pra determinadas ocasiões, comportamentos para certos lugares, horas para chegar, compromissos que podem valer uma carreira e uma vida principalmente! Realmente pips, a vida cotidiana não é fácil não cara, e quando aquela rotina nos bate a cabeça, levam coisas que não costumamos pensar: em como tudo isso sempre foi uma grande loucura, e continuará sendo! Muito bom mesmo!
 
"Ler nossos pensamentos, não em voz alta e muitos menos questioná-los ou desvendá-los, porque todos nós precisamos de algo apenas nosso."

Pra variar um pouco, eu babando pelas frases do Pips... :)

Bem... Acho que a beleza está em justamente encontrar esse alguém que mesmo dentro dos padrões seja tão original, uma raridade... "E no meio de tanta gente eu encontrei você/Entre tanta gente chata sem nenhuma graça, você veio" by Marisa Monte... (na verdade não estou pensando única e exclusivamente em relacionamentos, mas em pessoas que fazem tudo ficar diferente...)

O "clichê" me agonia profudamente, a menos que seja verdadeiro (pq mesmo os clichês se encaixam perfeitamente como originais em alguma situação)! É mais fácil ser uma cópia, padronizado, gasta-se menos energia... O sitema de produção é Ford, em série, peças iguais, papéis iguais, vicíos iguais... A moda que alguém comprou já era vitrine na década passada... Mas temos que levar em consideração que a vida acontece em ciclos... Tudo tende a se repetir...

"Basta um pouco de verdade quando me perguntar: “Tudo bem com você?” e notarei que deixei o dia atrasar um pouco mais"

Às vezes me pergunto se já não perdi esse feeling... Ou essa vontade de ter encontros realmente raros... Espero que não!
 
Marco disse:
Ninguém mais tem tempo pra parar nos dias de hoje e preferem se esconder atrás de visuais, estilos, uniformes, camuflagens!
Perfeito, as usual!

Alguns até quando saem do cotidiano costumam usar uniformes. Se dizem roqueiros, mas não são. Cults, mas não entendem. Usam cachecol e sentam para tomar café discutindo Saramgo e cruzando as pernas. Vai entender. Eu não entendo pessoas que se camuflam todos os dias e também quando estão fora. Não se adaptam.

Fernando Giacon disse:
Roupas pra determinadas ocasiões, comportamentos para certos lugares, horas para chegar, compromissos que podem valer uma carreira e uma vida principalmente! Realmente pips, a vida cotidiana não é fácil não cara, e quando aquela rotina nos bate a cabeça, levam coisas que não costumamos pensar: em como tudo isso sempre foi uma grande loucura, e continuará sendo! Muito bom mesmo!

O pior é quando a rotina bate e não conseguimos acompanhar. Sabemos como vai ser nossos dias, mas são tão rápidos que não aproveitamos nem a rotina.

Amélie disse:
"Ler nossos pensamentos, não em voz alta e muitos menos questioná-los ou desvendá-los, porque todos nós precisamos de algo apenas nosso."

Pra variar um pouco, eu babando pelas frases do Pips... :)

Bem... Acho que a beleza está em justamente encontrar esse alguém que mesmo dentro dos padrões seja tão original, uma raridade... "E no meio de tanta gente eu encontrei você/Entre tanta gente chata sem nenhuma graça, você veio" by Marisa Monte... (na verdade não estou pensando única e exclusivamente em relacionamentos, mas em pessoas que fazem tudo ficar diferente...)

O "clichê" me agonia profudamente, a menos que seja verdadeiro (pq mesmo os clichês se encaixam perfeitamente como originais em alguma situação)! É mais fácil ser uma cópia, padronizado, gasta-se menos energia... O sitema de produção é Ford, em série, peças iguais, papéis iguais, vicíos iguais... A moda que alguém comprou já era vitrine na década passada... Mas temos que levar em consideração que a vida acontece em ciclos... Tudo tende a se repetir...

"Basta um pouco de verdade quando me perguntar: “Tudo bem com você?” e notarei que deixei o dia atrasar um pouco mais"

Às vezes me pergunto se já não perdi esse feeling... Ou essa vontade de ter encontros realmente raros... Espero que não!

Espero que não tenha perdido. Várias vezes penso se perdi o ânimo da novidade e da descoberta. E outras vezes se realmente quero saber como as pessoas estão.


Muito obrigado por terem lido!
 
Pips disse:
O pior é quando a rotina bate e não conseguimos acompanhar. Sabemos como vai ser nossos dias, mas são tão rápidos que não aproveitamos nem a rotina.

Nem me fale...eu já levanto acabado quando sei exatamente o que vai acontecer, tudo é tão prevísivel...que a gente fica desmotivado pra caramba de se empenhar em algo=/
 
formataram a mentira
deram nome nickname

e pra quem gosta de nós
é um prato cheio
vento vai veloz
vamos sem rodeio

No meio de tudo você
me salva na selva
me salva na selva

Gessinger

ps: vivemos em nossa selva, mental, presa, cotidiana e rotineira e não sabemos como sair disso, o acaso agora tem hora marcada pra acontecer.
 
Lindo Pips =D

Ah se eu pudesse usava pijama o dia inteiro *-*
Rotina? O legal é quebrá-la :joy:
faço muito isso com um bom livro :lendo:
 

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