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[CTHULHU] Nas Trincheiras [ON]

Ao ver a decisão tomada pelos companheiros, Mitchell concorda com um aceno com cabeça e começa a se mexer para acompanhá-los. Antes disso ele tira a jaqueta do uniforme e a camisa de baixo, que deveria ser branca, mas no momento está escura de tanto suor e sujeira, e a estende num galho de árvore que acha ao lado do local onde estão. Então, vocês se põem em pé, caminhando lentamente na direção da área cercada, com as mãos levantadas e os rifles pendurados pela bandoleira. Vão ainda empurrando Martin, pedindo a Deus que o pobre poeta não tome nenhuma atitude tresloucada nesse momento.

Off: Zweger pode, se quiser, declarar qualquer ação que achar pertinente para o Martin nesse momento.
 
PVT. EARL MARTIN

As coisas não pareciam bem para Martin. Ele, que até horas atrás contemplava estupefato a desconhecida névoa que engolira a caverna e falava sem parar, agora estava pálido e travado. Suas pernas, que já se movimentavam com dificuldade, agora estavam cravadas no chão. Então, jovem começa a tremer de forma descontrolada e a revirar os olhos assustadoramente. O surto dura alguns instantes e pára repentinamente, quando o poeta desmaia.
 
Enquanto caminham lentamente na direção da área cercada pelo arame, olhando temerosos o que parece um ninho de metralhadora oculto por arbustos, vocês tentam ser os mais cautelosos possíveis, indo com as mãos levantadas em sinal de submissão. De repente, Martin, que ia sendo empurrado suavemente por Mitchell, começa a ter uma espécie de ataque epilético, tremendo dos pés a cabeça, babando e caindo ao solo enlameado estático, desacordado. Isso dura poucos segundos, ao final dos quais vocês ouvem um preocupante barulho metálico (uma arma sendo destravada?) vindo do lado da trincheira poucos metros adiante, logo depois do arame farpado.

Vocês tem poucos instantes para fazer alguma coisa...
 
Ryan estava em um momento desesperador e precisava fazer alguma coisa, ele então grita:

-Somo Americanooo!!! Soldado Ryan do 77º Divisão! 1ºou2º(?) Batalhão de Artilharia do 308º Regimento! Estava sob as órdem do Sargento Maddox! Por favor não atire! Estamo com um soldado ferido!!!

Era a cartada final. E que Deus nos ajude. Pensa ele
 
- Por favor, não atirem! Somos Americanos....
Parks não pensa em mais nada além das mãos levantadas e as palavras já comuns.
 
Cena 10
4 de outubro de 1918
O reencontro com o 308º - ~ 20:00


Alguns segundos se passam entre o ataque sofrido por Martin, o apelo de Ryan e Parks e a reação dos homens entrincheirados logo a frente de vocês. A temida rajada de metralhadora não vem, mas sim alguns focos de luz lançados por lanternas, que os deixam cegos momentaneamente. Então, vocês percebem a movimentação de duas sentinelas saindo da trincheira e vindo na direção de vocês, cautelosos, com os rifles prontos para atirar, suspeitando de algum truque dos alemães. Um deles grita, com a voz demonstrando um pouco de medo:

- Alto lá, joguem as armas ao chão!! Identifiquem-se todos!

Quando vocês fazem isso, e dizem seus nomes, um dos soldados, que vocês conhecem como sendo Harris, um rapaz simpático e ordeiro da companhia, solta um "hurra" e fala:

- São eles, do 2º Pelotão! Eles estão vivos! vivos!

Dizendo isso, ele começa a cortar um pedaço do arame farpado para que vocês passem, carregando o corpo desacordado de Martin. Outros homens saem felizes da trincheira, apertando as mãos de vocês e dando-lhe abraços e tapas nas costas. Em seguida, o soldado Harris se oferece para levá-los até o Major Whittlesey, comandante do batalhão.

Enquanto são levados para lá, notam o rosto incrédulo, mas contente, dos colegas de tropa, que mal acreditam ao vê-los de volta. Martin é colocado numa padiola e levado para a improvisada tenda médica do acampamento.

Vocês notam que o vale onde estão está devastado pelos contínuos ataques alemães. Praticamente todas árvores foram derrubadas ou se mantém em pé como esqueletos chamuscados e enegrecidos. Crateras de bombardeio estão por toda a parte do terreno, deixando o cenário parecido com uma visão da lua. Seus companheiros, apesar da alegria de reencontrar sobreviventes, não parecem nada bem, cabisbaixos, com os uniformes sujos e rasgados, os rostos demonstrando medo, cansaço e fome. O número de soldados parece ter diminuído sensivelmente. Em pequenos grupos de três ou quatro eles se apinham entre as trincheiras, cobertos de barro, confortando aos feridos ao calor de débeis fogueiras. Vocês passam ao lado de um homem que morreu congelado enquanto dormia. Ninguém ali parece se alimentar direito e logo vocês constatam que quase não há comida. Os remédios já acabaram e os médicos quase nada podem fazer, ficando um dos poucos alívios aos mais feridos os sermões do capelão. Alguns olham para vocês ainda com a esperança que tenham trazido alguma boa notícia das tropas lá fora, perguntando baixo: "não fomos esquecidos, né?", "o general conseguiu romper o cerco?", "vocês viram nossas tropas chegando?". Alguns vão seguindo-os aguardando algum sinal positivo, enquanto a chuva fria recomeça a cair com mais força.

Perto do centro do vale vocês chegam a uma grande cratera coberta por uma lona branca. Debaixo dela vocês vêem o Whittlsey ao lado de alguns oficiais em condições tão difíceis quanto a dos praças. O rosto triste do major os observa quando vocês entram na pequena tenda, seus óculos brilhando à luz da lamparina. O sentinela o avisa:

- Senhor, estes são os sobreviventes da companhia C.

Whittlesey tenta da melhor forma possível um sorriso e os saúda com apertos de mão, perguntando:

- Muito bem rapazes! Fico felizes por vê-los de volta, vivos. O que me informam?

1071266023_5_thumb%5B2%5D.jpgMajor%20Whittlesey
 
Última edição:
Ryan cumprimenta o Major com o aperto de mão e simplesmente não diz mais nada.
Ele não tinha o que dizer, falar sobre os monstros? Que haviam salvado a maldita alemanha dos malditos chupacabras e zumbis e todo o resto? O que dizer?

Que apenas haveria mais sofrimento se saissem dali? Que bombardeios e toda a confusão de uma guerra "normal" era música para seus ouvidos?

O que resta ao simples fazendeiro era abaixar a cabeça e permanecer em silêncio, apenas tentando não se esquecer de sua querida casa.
 
Enquanto isso, na improvisada tenda médica, os enfermeiros verificam que Martin não tem nada grave fisicamente e conseguem reanimá-lo cheirando um pouco de álcool.

O poeta abre os olhos e se vê cercado por dois oficiais da equipe de saúde, sem saber direito onde está. Sua cabeça continua girando e doendo.

[off: esta foi a deixa para o Martin postar alguma coisa antes de eu fechar a aventura, se assim quiser. Depois todos terão um espaço para o epílogo]
 
Última edição:
Parks pensa inúmeras coisas. Pensa em tudo que passaram depois que o Bunker alemão cedeu. Nas mortes de seus companheiros mais chegados após a batalha na colina; McNally, Mason, Grimm; Depois lembra gente que não era de sua companhia, Sgt Maddox e os outros na colina; Até mesmo alemães sendo comidos por criaturas monstruosas; Aí soldados meio-vivos meio-mortos; Cultistas malditos com cetros que brilham e salmos que caducam a mente; E então a criatura. Aquela imagem que ainda assolava Parks e sempre que piscava lá estava ela a assombrar suas costas... Não! Não há nada disso que eu possa contar. Ele percebe que Ryan e Mitchell pensam o mesmo e, mesmo não sendo o mais apto a dizer nada esboça um começo de reporte.

- Caímos numa armadilha, Senhor. Foi um massacre. Os Alemães nos matavam como insetos na colina. Sgt Maddox foi o primeiro e a ele se juntaram muitos dos três pelotões enviados para encontrar as companhias B e D. Quando a sorte começava a mudar os malditos alemães soltaram uma espécie de bomba que nos atordoou e matou tantos do nosso pelotão e até os alemães. Ficamos caídos lá por não sei quanto tempo. Quanto retornamos havia muita gente morta e nós estávamos perdidos e sem bússola. Vagamos por alguns lugares até encontrarmos uma bússola e conseguirmos nos direcionar para cá. Martin está louco, Senhor. Todos nós estamos atordoados.
 
Martin tinha os olhos vidrados e o rosto pálido. Confuso, sem entender muito bem onde estava senta-se na cama repentinamente, gritando:

- Os mortos andam, SALVEM SUAS VIDAS! Seremos DEVORADOS!!! AHHHHHHHHH!!!

Realmente parecia que o poeta havia perdido completamente a noção da realidade. Preso a um pesadelo sem fim, ainda acreditava estar sob ameaça dos servos de Cthulhu.
 
Ao verem Martin acordar e começar a gritar insana e desesperadamente, os oficiais médicos e enfermeiros olham com pena para o pobre soldado. Não tem muito o que fazer, já que no acampamento não há mais nenhum tipo de sedativo ou analgésico, então eles se limitam a segurá-lo e amarrá-lo para que não se machuque ou ataque alguém. Era mais uma vítima da guerra, pensam eles, não física, mas mentalmente abalado, talvez para sempre. Com certeza a visão dos corpos ensanguentados e dilacerados nos campos de batalha havia sido demais para aquele jovem rapaz.

Não longe da pequena tenda médica, os outros de vocês escutam vagamente os gritos do poeta e relembram o estado do companheiro e tudo o que tinham passado nas últimas horas e que levara Martin à loucura. Com isso em mente, Mitchell apenas se limita a dizer, concordando com a estória contada por Parks:

- Sim, major, foi isso mesmo que aconteceu... demos sorte, só um pouco mais que Grimm, McNally, Mason e Martin.

Vendo o estado físico e mental do grupo, o major Whittlesey não insiste nas perguntas e os dispensa, mais uma vez parabenizando-os pela coragem e tenacidade. Saindo da tenda dos oficiais, vocês se dirigem para a trincheira mais próxima, onde tentam da melhor maneira possível se ajeitar para dormir, guardando os últimos nacos da ração para quando a fome realmente apertar.

De tempos em tempos um ou outro morteiro alemão estourava mais ou menos distante, explosões essas não exatamente para acertá-los, mas para manter o clima de desespero e isolamento tentar quebrar a vontade do pelotão até fazer com que vocês desistam e se entreguem.

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Epílogo
4 - 5 de outubro de 1918
Ainda resistindo - ~ 20:00-07:00


Por mais que tentem descansar tranquilamente, tudo o que lhes aconteceu e mais a situação em volta não lhes permite mais do que breves cochilos atormentados pelas visões dos zumbis, dos ghouls e da monstruosidade na caverna.

Conversando com os companheiros de pelotão, enquanto o pobre Martin permanece amarrado na tenda médica, vocês ficam sabendo do que ocorreu no acampamento desde que o deixaram dois dias antes. Depois da saída do grupo do Sgt. Maddox, o major Whittlsey percebera que estavam realmente isolados do grosso do exército americano na floresta de Argonne, cercados por numerosas tropas inimigas. A munição foi sendo gasta enquanto trocavam tiros com os alemães, que os bombardeavam incansalvelmente. No dia seguinte à saída de vocÊs do acampamento, havia 550 homens vivos no vale e tinham recebido do comandante a mensagem que a missão era manter a posição a qualquerr custo, já que não há nenhuma possibilidade de retirada sem apoio externo. Whittlsey mandava mensagens sobre a posição e acondição do pelotão para o general amareicano via pombos-correio. Seus compatriotas tentam avançar, mas são contidos pelo alemães. Ouvem-se mais e mais trocas de artilharia pesada de ambos os lados, ficando os homens de Whittlsey no meio, sem ter muito o que fazer além de esperar.

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De repente, algumas horas antes do retorno de vocês, uma chuva de bombas vindas do lado americano começa a arrasar as tropas. O major usa sua última pomba, chamada "Cher Ami" para avisar ao general Pershing que estavam bombardeando suas próprias tropas, pedindo que parassem o ataque, mas isso não acontece antes que mais 80 homens tivessem perecido ante o fogo amigo. É sob esse clima desolador que vocês se encontram, com a moral dos companheiros quase destruída pelos ataques e pela fome. A madrugada demora a passar, mas por fim o sol começa a raiar na cinzenta floresta de Argonne, prenunciando novos ataques dos inimigos.
 
Última edição:
Epílogo: ainda resistindo
5 de outubro de 1918 - Sábado
Argonne - ~07:00-20:00


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Pela manhã, durante os bombardeios da artilharia alemã, uma esperança surge para vocês vinda dos céus: aviões aliados sobrevoam a a planície onde o seu pelotão está isolado e lançam as tão desesperadamente necessitadas provisões. Infelizmente, vocês todos veem com o coração partido que as caixas caem de paraquedas fora do alcance de suas tropas, entre a "zona de ninguém" que os separa dos inimigos e mesmo dentro do território adversário.

O major Whittlesey passa o resto do dia percorrendo o acampamento assegurando aos seus comandados que os reforços chegarão em breve, em tom encorajador:

- Rapazes, não esmoreçam! Lá fora há dois milhões de soldados americanos e aliados vindo em nosso socorro... eles estão chegando, lutando para fazer isso o mais rápido possível. Conseguiremos, sim, mas precisamos fazer nossa parte e aguentar!

Enquanto isso, os alemães voltam a suas posições arrasando o vale com mais granadas durante toda a tarde, muitas vezes lançando até seis granadas amarradas em cabos de uma vez. A artilharia mais pesada felizmente diminui, sinal que talvez o outro lado também esteja ficando sem munição para desperdiçar livremente.

Vocês ficam em dúvida se realmente a ajuda vai chegar, se do outro lado surgiram a qualquer momentos seus compatriotas, livrando-os de mais esse inferno. Conforme o dia avança e a fome aperta, vocês mastigam mais alguns nacos da ração, procurando esquecer a fome conversando amenidades com os colegas ou cochilando dentro das trincheiras. Mas toda vez que fecham os olhos para descansar, voltam à baila as mesmas cenas de terror, o que os faz pensar se, na verdade, ao invés dos alemães, não sofrerão pela noite o ataque daqueles demoníacos soldados zumbis...

O estado de Martin melhora um pouco ao longo do dia. O poeta para de gritar e se debater e é desamarrado pelos médicos. Fraco, ele se limita a se arrastar de lá para cá no acampamento, com os olhos esbugalhados e babando, sem nada de coerente falar, por vezes soltando palavras em algum idioma incompreensível para a maioria, mas que vocês, Parks, Ryan e Mitchell, reconhecem com o sangue gelando ser o mesmo cântico que entoaram na caverna.

A noite chega de novo, e com ela a neblina, a garoa e o frio enregelante. E nada dos aliados ou, felizmente, dos inimigos sobrenaturais. Mas até quando?!
 
Última edição:
Epílogo: ainda resistindo
6 de outubro de 1918 - Domingo
Argonne - ~07:00-16:00


Amanhece sem novidades boas ou ruins no acampamento. Desta vez, nada de aviões aliados ou novos suprimentos. As caixas lançadas ontem continuam na "zona de ninguém", mas tentar alcançá-las certamente custaria a vida de muitos soldados, então o major Whittlesey desiste de fazer isso, ficando à espera de uma solução dada pelo comando.

Pelo final da tarde, os alemães lançam seu pior ataque desde que o pelotão caiu cercado no vale: enquanto despejam mais obuses de artilahria, fazem avançar pela desolada planície um esquadrão com lança-chamas na vanguarda. Encarando jorros de chamas de quase 30 metros de comprimento, a maioria das sentinelas abandona o posto e se põe a correr em pânico:

- FOGO!!! FOGO LÍQUIDO!!!

O major, vendo o avanço dos inimigos, tenta levantar a moral e grita para que todos voltem a seus postos e respondam atirando. O capitão Holderman é ferido gravemente, mas apesar de fragmentos de uma granada em suas costas, e usando dois rifles como muletas, ele tentar reagrupar os homens dispersos e responder com um contra-ataque.

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Vocês, numa trincheira não tão próxima aos limites do acampamento, veem tudo isso abismados e indecisos quanto ao que fazer...

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PS: Mais uma cena complementar. Devo postar de novo em dois dias, então se alguém quiser tomar parte da ação até lá, fique à vontade...
 
(se for possível, Ryan irá atacar tentado abatar o máximo de alemães que puder)

Ryan ergue a cabeça um pouco na trincheira e busca uma visão da apróximação dos inimigos, tentando manter o máximo de cobertura possível. Assim tenta abater o maximo de alemães que for possível.

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Malditos alemães! Vamo tê que mata esses infeliz e saí daqui com as própria perna.
 
Estava viajando e só cheguei ontem a noite. Me desculpe a demora para postar. Vamos ver como está minha sorte.

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Mitchell, inspirado pelos brados do major e pela coragem de Ryan e de outros companheiros, também se põe em risco para enfrentar o ataque dos lança-chamas e responder ao inimigo que avançava:

Ataques de Mitchell (35%):
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Sorte (65):
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Ataques genéricos doa alemães:
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Epílogo: ainda resistindo
6 de outubro de 1918 - Domingo
Argonne - ~16:00-24:00


A situação parece crítica com o avanço das tropas alemãs abertas pelos homens com lança-chamas, que vão semeando o medo entre vocês, cansados e com a moral abatida. Muitos são de suas posições e viram as costas para o inimigo, facilitando ainda mais o ataque. Mas a coragem do capitão Holderman, que mesmo ferido com gravidade por uma granada, se apoia em dois rifles como muleta e continua dirigndo as tropas, faz com que os homens vão se reagrupando para resistir e contra-atacar.

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Ryan e Mitchell estão entre os primeiros a seguir o capitão, deslocando-se pela trincheira para uma posição frontal ao grosso do ataque. O francês dá vários tiros a esmo, sem atingir ninguém, mas sua ação ajuda a tirar a concentração dos flamethrowers, que começam a ser abatidos por outros soldados, como Ryan, que consegue derrubar dois dos malditos incendiários. Num acesso de fúria, o jovem de Dean´s Corner descarrega sua arma e se distrai quando vai tentar recarregá-la, e isso quase lhe custa a vida: ele é atingido no rosto por uma feixe de chamas, que lhes desfiguram o belo rosto e incendeiam sua roupa. Mitchell e outros, nesse momento, correm em seu auxílio, apagando o fogo da farda e carregando o rapaz para longe do front.

Na barraca médica, quase nada os oficiais podem fazer por ele, mas felizmente Parks se lembra do equipamento médico alemão que Martin encontrara e recorre a ele, que continua balbuciando coisas sem sentido, e encontra em sua mochila o tal kit, que contém analgésicos e medicamento em pó para queimaduras, que são aplicados em Ryan. O fazendeiro está desacordado e não corre perigo, mas carregará uma feia cicatriz no rosto pelo resto de sua vida.

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Para a mente abalada de Martin, as chamas dos ataques alemães lhe lembravam a figura de Cthugha, outro deus sobre o qual lera no maldito livro Unnasprechlichen Kulten.

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Nesse ínterim, o combate prossegue encarniçado, com várias baixas do lado americano, mas a reação rápida acaba com os operadores dos lança-chamas e faz retroceder a infantaria alemã. Ainda assim, o lado de vocês perder, além de mais alguns homens mortos ou feridos, duas metralhadoras, além de seguir sem alimentos, salvo as provisões abandonadas fora do alcance, na zona de ninguém entre os dois lados.

O restante do dia transcorre sem mais novidades, com os alemães não lançando novos ataques e tendo diminuído consideravelmente o lançamento de granadas.
 
Última edição:
Epílogo: ainda resistindo
7 de outubro de 1918 - Segunda
Argonne - ~6:00-18:00


Pouco antes do amanhecer, nove valentes soldados saem silenciosamente do acampamento, sem ordens dos comandantes, em busca das provisões perdidas lançadas por avião. Pelo caminho, cruzam com uma patrulha alemã que matam cinco deles e aprisionam os outros quatro.

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Horas depois, os alemães enviam de volta o soldado raso Lovvel Hollingshead com uma mensagem para o comandante em que é exigida a rendição incondicional de todo o batalhão, pela compaixão dos seus comandados. A mensagem adverte que as tropas alemãs lançarão um novo ataque com os incineradores nessa mesma tarde e que é a última chance de vocês se entregarem e saírem vivos da floresta de Argonne. A mensagem termina assim:

O sofrimento de seus homens pode ser ouvido aqui de nossas linhas, então apelamos a seu senso de humanidade que se renda. Uma bandeira branca hasteada por um de seus homens nos confirmará que aceitam nossas condições. Por favor, trate o soldado Lovvel R. Hollingshead de forma honrosa. Ele é um combate valoroso.

Ass: Cap Wilhelm Prinz

O major Whittlesey manda chamar os capitães McMurtry e Holderman e lhes mostra a carta. Depois de lê-la, os oficiais riem:

- Estão suplicando nossa rendição! – diz McMurtry – Estão mais preocupados do que nós...

Whittlesey repreende o soldado Hollingshead por ter abandonado seu posto e o envia de novo aos seus afazeres. Ordena então que sejam colocadas sinais indicativos para a avião aliada, caso eles façam outro sobrevôo, desejando que o inimigo não confundisse isso com a aceitação da rendição.

O conteúdo da mensagem vai correndo de trincheira em trincheira até chegar a vocês. A clemência de Prinz surte um efeito contrário ao que o alemão esperaria e todos vocês se sentem indignados, levando-o a maioria absoluta a adotar o tom otimista e galhofeiro do capitão Holderman:

- Ei, bastardos comedores de chucrutes! Venham nos buscar, se puderem!!! – grita alguém e logo se segue um coro ensurdecedor de obscenidades contra os alemães do outro lado do front.

Não muito depois, os inimigos replicam com um ataque feroz. A frente da batalha está Holderman, coxeando com sua muleta improvisada e atirando com a pistola. O intrépido capitão acaba sozinho com cinco alemães, mas recebe outros ferimentos, mas vocês conseguem mais uma vez resistir e desbaratar o assalto a seu flanco. Os alemães chegam muito próximo dessa vez e chega-se mesmo a combates corpo-a-corpo em alguns pontos do acampamento, mas outra vez a coragem e a vontade de viver de vocês consegue se sobrepor e o inimigo recua.


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Cap. George McMurtry

Tem início mais uma noite fria e chuvosa e vocês, apesar da vitória parcial e da moral mais elevada, ficam se perguntando quando tempo mais poderão resistir praticamente sem comida nem munição, e onde afinal estão as tropas aliadas...

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Epílogo: ainda resistindo
7 de outubro de 1918 - Segunda
Argonne - ~18:00


Em meio à garoa gelada e o cair da noite, vocês se agrupam cada vez mais próximos uns dos outros dentro da trincheira para espantar o frio. Alguns, de tanta fome, cortam pedaços do couro dos cintos e os mascam, o que também ajuda a se distrair. A maioria nada fala, poupando energias.

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Martin fica quieto num canto, rabiscando em sua agenda versos sem sentido e esboços de criaturas que os assustam, por vezes murmurando aquelas mesmas palavras que os salvaram (?) dentro da caverna.

Parks e Mitchell estão taciturnos, com medo de dormir e serem vítimas de mais um ataque alemão. O jovem fica lembrando das belas garotas da faculdade e se arrependendo em cada fibra de ter vindo para a guerra. Ao menos ele tem a pedra negra, o cristal e o pergaminho, mas que de nada lhe servirão se não sobreviver a essa guerra inferna. O francês apenas pensa que fugiram de uma morte rápida nas mãos dos monstros demoníacos para cair numa agonia lenta naquele acampamento.

Ryan desperta em meio a muita dor provocada pelas queimaduras em seu rosto. Ele escuta os tiros do combate à tarde e sente por não poder estar ajudando seus companheiros. Depois, fica sabendo da vitória e agradece aos céus. O jovem fazendeiro não perde as esperanças, orando fervorosamente pela chegada de seus compatriotas, pois para ele não faz nenhum sentido que eles sejam abandonados por seus irmãos em armas.

Por volta das 18:00, quando o sol começa a se por, vocês percebem um alvoroço no acampamento. Pensam que as sentinelas talvez tenham avistado o avanço dos inimigos e se preparam para o pior. Mas não, é algo totalmente diverso... logo gritos de alegria, urras e choro emocionados se espalham por todas as trincheiras:

- SÃO ELES! NOSSAS TROPAS CHEGARAM! ESTAMOS SALVOS!!!

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Vocês saem correndo de onde estão, ainda incrédulos, e constatam que um grande contingente de fuzileiros do Exército americano está chegando pela planície. Sem disparar um tiro, já que o grosso dos alemães já tinha recuado depois que a 1ª Divisão havia debilitado suficientemente as posições inimigas, eles chegam fazendo grande alvoroço por terem, finalmente, encontrado o Batalhão Perdido...

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Epílogo: O Fim da Guerra
8 de outubro de 1918 - terça-feira
Argonne


Em pouco tempo chegam os suprimentos tão necessários, além dos oficiais médicos e dos remédios. A madrugada transcorre com a tropa se recuperando e comemorando com os recém-chegados.

Pela manhã, o major Whittlesey dá ordens para que todos abandonem o acampamento e sai marchando pela planície e pela floresta devastada ao lado de 194 companheiros relativamente sadios, entre eles Mitchell e Parks. 190 outros, dentro os quais Ryan e Martin, estsão muito feridos ou debilitados e saem em macas. Outros 170 foram mortos nos cinco dias de cerco, além de 63 que desapareceram fora do acampamento, dentre os quais o Sgt. Maddox, o Cb Grimm e os soldados McNally e Mason. O paradeiro desses últimos será para sempre um mistério, mas não para vocês, que viram bem o que lhes aconteceu...

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Horas depois o major Whittlesey se reúne com o General Alexander na velha estrada romana que conduz para fora da planície que vocês tão bravamente defenderam. O general o saúda e o promove ali mesmo a Tenente-coronel, ao que Whittlesey apenas responde com um sorriso amarelo e um aceno de cabeça, enquanto olha com lágrimas no olhos para o que restou de sua tropa e pensando nos outros tantos que morreram tentando chegar até ali.

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Vocês também são homenageados por bravura e recebem medalhas de mérito e honra, sobretudo Ryan, por sua valentia frente ao inimigo.

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34 dias mais tarde, em 11 de novembro de 1918 com vocês ainda em território francês, mas já longe do front, chega pelo jornal a notícia tão aguardada pelo mundo ocidental:

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A I Guerra finalmente havia terminado e vocês podem, finalmente, voltar para casa... mas o que levam consigo, em seus corpos e almas, e pior, o que ainda ficara naquela caverna, ninguém pode imaginar...

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FIM
 
Última edição:
Adorei mestrar este cenário. Quem sabe um dia, com novos (ou velhos) jogadores, mais tempo e menos problemas na minha vida, não possa retomar as aventuras aqui neste fórum... saudades!!!
 

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