De fato, para alguns dos ensaios do primeiro volume creio que não haverá problema algum, mas há outros em que a tradução será quase mínima e restrita a um amontoado de notas, visto que tratam do estudo de expressões em inglês mesmo, como o ensaio de Carl F. Hostetter sobre a versão em inglês médio de Tolkien do poema Sir Orfeo: sim, o poema original já é em inglês médio, mas Tolkien resolveu reescrevê-lo com o que ele imaginava ser o inglês médio que deveria ter sido usado pelo poeta caso ele realmente fosse proveniente de uma determinada região da Inglaterra. No ensaio, o poema em inglês médio é publicado na íntegra, com diversas notas comparando as palavras nessa língua com seus equivalentes em inglês moderno e ainda com outras variantes do poema em inglês médio mesmo.
Imagina traduzir isso pro português! Pra começar, perderá todo o sentido e propósito do ensaio (que é o de análise do poema na língua original), e praticamente não será traduzido no corpo do texto em si, no máximo terá notas e mais notas que, somadas às notas já existentes no ensaio em si, virarão uma bagunça tremenda. Fora que não creio que hajam muitas pessoas fluentes o suficiente em inglês médio para fazer uma tradução do poema em si, hehe.
Se a intenção for traduzir o livro inteiro, problemas como esse surgirão constantemente. Mas se a intenção for a de traduzir apenas alguns dos textos, então seria melhor (e quase inevitável) deixar este do Sir Orfeo de fora.