Sentinela
.............
Programa maratona da Mostra de SP 2010, ''Carlos'' é longo mas imperdível
Não se deixe assustar pela duração. “Carlos”, de Olivier Assayas, tem 5h30. E vale cada um de seus preciosos minutos. Não é apenas a extensão que dá o seu aspecto monumental. Idealizado para a televisão, o filme assume um ar épico numa história que tem, até certo ponto, um cunho intimista. Uma razão a mais para se esforçar para assisti-lo, em sua última sessão, nesta terça, é que, apesar de sua qualidade, ainda não encontrou distribuidor para lançá-lo no Brasil.
O personagem é Illich Ramíres Sanches, que ganhou seu apelido, Carlos, o Chacal, nos anos de 1970, quando se tornou um dos terroristas mais procurados do mundo. Nascido em 1949, filho de um advogado venezuelano marxista, fez treinamento na União Soviética, e mais tarde se juntou à Frente Popular para a Libertação da Palestina, que marca o começo de sua carreira.
Usando uma boina e costeletas, Carlos parece gêmeo de Che Guevara. Aliás, é possível estabelecer similaridades entre o épico de Assayas e o díptico de Steven Soderbergh sobre o revolucionário argentino, “Che” – apresentado na Mostra há dois anos. Nenhum dos dois diretores está interessado em desmontar completamente a mitologia que cerca seus personagens. A certa altura, quando Carlos começa a ganhar fama, ele entra em cena mais parecendo uma estrela de rock do que um terrorista procurado no mundo todo.
Conhecido por obras intimistas, como “Horas de verão” e “Clean”, Assayas combina a grandiosidade dos épicos com a profundidade dos retratos pessoais, ao olhar a fundo Carlos, sem buscar explicações ou razões para suas escolhas, mas retratando sua ascensão e sua queda. Obviamente, de forma sutil, o diretor estabelece paralelos entre o passado e o presente. Não apenas com “Che”, mas também como o alemão “O grupo Baader Meinhof”, “Carlos” retrata o idealismo – que pode se transformar em violência. Esses filmes remetem diretamente ao mundo pós-11 de setembro, no qual o encontro entre idealismo e violência gerou resultados trágicos.
http://cinema.uol.com.br/mostra/201...de-sp-2010-carlos-e-longo-mas-imperdivel.jhtm
http://www.imdb.com/title/tt1321865/
--------------------
Alguém aqui viu?
Não se deixe assustar pela duração. “Carlos”, de Olivier Assayas, tem 5h30. E vale cada um de seus preciosos minutos. Não é apenas a extensão que dá o seu aspecto monumental. Idealizado para a televisão, o filme assume um ar épico numa história que tem, até certo ponto, um cunho intimista. Uma razão a mais para se esforçar para assisti-lo, em sua última sessão, nesta terça, é que, apesar de sua qualidade, ainda não encontrou distribuidor para lançá-lo no Brasil.
O personagem é Illich Ramíres Sanches, que ganhou seu apelido, Carlos, o Chacal, nos anos de 1970, quando se tornou um dos terroristas mais procurados do mundo. Nascido em 1949, filho de um advogado venezuelano marxista, fez treinamento na União Soviética, e mais tarde se juntou à Frente Popular para a Libertação da Palestina, que marca o começo de sua carreira.
Usando uma boina e costeletas, Carlos parece gêmeo de Che Guevara. Aliás, é possível estabelecer similaridades entre o épico de Assayas e o díptico de Steven Soderbergh sobre o revolucionário argentino, “Che” – apresentado na Mostra há dois anos. Nenhum dos dois diretores está interessado em desmontar completamente a mitologia que cerca seus personagens. A certa altura, quando Carlos começa a ganhar fama, ele entra em cena mais parecendo uma estrela de rock do que um terrorista procurado no mundo todo.
Conhecido por obras intimistas, como “Horas de verão” e “Clean”, Assayas combina a grandiosidade dos épicos com a profundidade dos retratos pessoais, ao olhar a fundo Carlos, sem buscar explicações ou razões para suas escolhas, mas retratando sua ascensão e sua queda. Obviamente, de forma sutil, o diretor estabelece paralelos entre o passado e o presente. Não apenas com “Che”, mas também como o alemão “O grupo Baader Meinhof”, “Carlos” retrata o idealismo – que pode se transformar em violência. Esses filmes remetem diretamente ao mundo pós-11 de setembro, no qual o encontro entre idealismo e violência gerou resultados trágicos.
http://cinema.uol.com.br/mostra/201...de-sp-2010-carlos-e-longo-mas-imperdivel.jhtm
http://www.imdb.com/title/tt1321865/
--------------------
Alguém aqui viu?