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As escolas matam a criatividade

JLM

mata o branquelo detta walker
Vídeo do TED onde Sir Ken Robinson aborda algumas temáticas relacionadas com o sistema de ensino atual.

 
Última edição por um moderador:
Coincidência, o Marcelo Rubens Paiva escreveu sobre isto (estou me baseando no título, ainda não assisti) no Estadão ontem:

We don´t need more education

http://blogs.estadao.com.br/marcelo-rubens-paiva/we-dont-need-more-education/


Marcelo Rubens Paiva



Nos anos 50, vislumbrava-se a revolução que viria na década seguinte.

O rebolar de Elvis, os três acordes que compunham a maioria das músicas de rock, a poética e o comportamento beat desmataram a trilha para a manada que mudou o mundo, a da contracultura e revolução sexual.

O mesmo parece ter ocorrido nos anos 90.

O surgimento dos “browsers” [depois navegadores] popularizaram a internet, rede criada para manter cientistas e forças armadas conectadas 24 horas.

Veio o boom do e-mail, sites de notícias e os primeiros passos dos sites de busca.

O Yahoo começou com dois estudantes de Stanford, que foram capas de revistas por se associarem a Wall Street pela “fortuna” de US$ 10 milhões, quando ainda não tinham trocado a carteirinha de estudante por uma de trabalho.

Depois, outros dois malucos de Stanford inventaram o Google.

O e-mail passou a ser gratuito.

O MSN possibilitava o papo distante e concomitante.

Bill Gates assustava o mundo. Seria o anticristo?

Pelos corredores das grandes empresas de comunicação, perguntavam onde era o abrigo para o apocalipse dos seus negócios.

Os mais lúcidos sugeriam que o lance era se associar a esta gente que não usava terno e gravata e não frequentava as quadras de esporte.

Ao mesmo tempo, os celulares ficavam menores, mais baratos e com aplicativos.

Fez história a palestra que Marluce Dias [então na cabeça das Organizações Globo] proferiu em Angra para os diretores da empresa, anunciando que o maior concorrente da TV passava a ser o celular.

Acharam que a chefe estava delirando.

A inflação da maioria dos países parecia sob controle.

Os juros bancários despencavam.

O mercado financeiro e os fundos bilionários precisavam de novas aplicações.

Seria AOL ou Amazon o negócio do futuro? O Google?

Um site brasileiro de buscas chegou a ser comprado por uma telefônica por R$ 300 milhões?

Talvez a revolução digital fosse um delírio de “college guys”, atualmente apelidado como nerds, ou geeks.

É uma ansiedade do mercado, uma roubada como o laserdisc (não tive um), o sistema Betamax (venceu o NTSC), o computador Dismac (eu tive um), o Second Life e tantas bugigangas tecnológicas que não decolaram?

Eu e meu incrível Dismac, made in brazil

Entramos no ano 2000 sem o bug do milênio e com a revolução ganhando forma.

O controle da informação implodiu.

A palavra de ordem foi: internet [conteúdo] nasceu para ter custo zero.

Começou com o Napster, que em 2001 já tinha 8 milhões de piratinhas trocando músicas.

A revolução recuou um passo e avançou dois.

Músicas, filmes, fotos e livros estão na rede.

Surgem Lime Wire, My Space, The Pirata Bay, UTorrent, 4Share, YouTube e uma infinidade de meios de troca de arquivos em paralelo ao Orkut e outras ferramentas chamadas de redes sociais.

Um nerd com cara de bobo de Harvard e um algoritmo bem sacado enfeitiçou com seu FaceBook.

Lawrence Lessing em seu discurso na reunião do G8 mês passado foi além.

Lembrou que, curiosamente, tudo nasceu no portão de entrada do sistema educacional, ou nas redondezas, não depois do baile de formatura.

Tradução: as não empresas que estão desenhando o futuro, moleques solitários, jubilados, desistentes.

O capital não gera novidades. Compra.

O Skype embrulhou a telefonia mundial livre e ameaça empresas de telefonia; o YouTube, emissoras de TV; o Netflix, operadoras de TV a cabo.

1. Netscape, o primeiro browse, foi criado por um desistente da faculdade.
2. Hotmail, por um imigrante indiano e vendido à Microsoft por US$ 400 milhões.
3. O ICQ, por um garoto israelense cujo pai tentou vender o programa à AOL por US$ 400 milhões.
4. O Google, por dois jovens que pularam fora de Stanford.
5. O Napster, por um desistente da faculdade.
6. O YouTube e o Yahoo, por dois alunos de Stanford quenão se formaram.
7. O Kazaa e o Skype, por jovens da Dinamarca e da Suécia.
8. O Facebook, a gente viu o filme.
9. O Twitter, inventado por outro que não esperou o diploma.

Outra coisa em comum: a maioria foi criada por jovens que largaram os estudos ou não são norte-americanos.

Hoje suas empresas valem mais do que toda a indústria automobilística.

A inovação vem de fora.

Prova de que a universidade [o Estado] não tem cumprido o seu papel.

Ou que talvez não precisemos mais dela para desenvolver tecnologia digital.

Pink Floyd tinha razão:

We don’t need no education

We don’t need no thought control


* * * * * *

Pois é.

Mas tem uma coisa também.

As pessoas são diferentes e a gente (o Rubens Paiva, inclusive) sempre se esquece disso.

"A inovação vem de fora. Prova de que a universidade [o Estado] não tem cumprido o seu papel."

A inovação sempre vem de "fora". A universidade, a educação é sempre "mais do mesmo". Na verdade, ela é fornecida pelo sistema para que as pessoas se conformem, se adaptem ao sistema. Tem gente que não se adapta, alguns vão virar os inventores do twitter, outros vão pro tráfico, é assim mesmo e faz parte do jogo.

Mas existe uma maioria aí que é rebanho, e que faz aquilo "programado". não lamento, não critico, não sei se eu mesmo não sou rebanho na maioria do tempo. Talvez seja uma exigência "prática" ou "biológica" da vida em sociedade.

A Universidade é uma "fôrma". O "Estado" quer que as coisas "fiquem como sempre estiveram, em "estado normal" e acomodado. Facilita as coisas. Mas pra inovar é preciso quebrar paredes, desapropriar, e isto nunca é fácil.
 
Esta notícia também saiu ontem, mas pela Folha. Se eu sofresse de paranoia, já ia suspeitar de conspiração. Uma coisa que não foi dita pela matéria é que o preço das mensalidades nas universidades norte-americanas aumentou muitíssimo desde a década de 70 para cá, conforme o documentário Inside Job, que, aliás, recomendo. O mundo anda hipócrita demais e é bom abrirmos os olhos (INDEPENDENTE de POSIÇÃO POLÍTICA).

[size=large]EUA questionam educação superior[/size]

http://www1.folha.uol.com.br/mundo/929093-eua-questionam-educacao-superior.shtml

ANDREA MURTA
DE WASHINGTON

Na esteira da crise econômica, os EUA vivem uma mudança de paradigma no que se refere à importância conferida à educação superior. Cada vez mais gente questiona se vale a pena investir na qualificação acadêmica.

Esse questionamento se espalhou tanto que já foi criado o termo "bolha educacional" para descrever os efeitos da cultura generalizada de que todo mundo deveria ir para a faculdade.

"Essa tendência de rever a "síndrome da universidade para todos" não é nova", disse à Folha o economista Robert Lerman, que estuda educação e emprego no Instituto Urban de Washington. "Mas, com o desemprego em 9,1%, a atenção a ela aumenta."

Por um lado, o mercado não dá conta de absorver as hordas de formandos nas faculdades; por outro, a dívida adquirida para pagar universidades caríssimas já ultrapassa a de cartões de crédito para americanos --deve chegar a US$ 1 trilhão em 2011.

Em 2010, 68,1% dos que terminaram o ensino médio se matricularam em universidades no ano seguinte, segundo o Birô de Estatísticas do Trabalho. Entre 1972 e 1980, essa taxa era de 50%.

No entanto, só 56% dos que se formaram em universidades em 2010 tiveram ao menos um emprego até agora. Outros 22% estão desempregados, e 22% estão em empregos para os quais não necessitam do diploma.

"O grande problema é que não desenvolvemos alternativas de alta qualidade para quem não tem diploma superior", diz Lerman. "Isso é ruim para os estudantes e para a produtividade do país."

VALOR

A mudança de atitude já é visível nas pesquisas. Estudo do instituto Pew deste mês mostra que mais da metade (57%) dos adultos americanos acham que a educação superior não vale o que é preciso gastar para se formar.

O ceticismo se alia à explosão dos preços de cursos. Enquanto a inflação para o consumidor subiu cerca de 107% de 1986 até o fim de 2010 nos EUA, mensalidades de universidades aumentaram 467% no mesmo período.

De acordo com o Conselho de Faculdades dos EUA, para cursos de quatro anos, um diploma universitário custa em média US$ 30 mil para quem vai a instituições públicas (que não são gratuitas) e US$ 109 mil para as privadas.

Apesar do debate, os dados ainda mostram que quem tem curso superior se dá melhor no mercado americano. O desemprego para esse grupo, 4,5%, é menos da metade em relação aos que têm só ensino médio (9,7%).
 
Isso mostra como o Brasil está atrasado. Nos próprios EUA há uma 'bolha educacional', e aqui ainda vendemos a ideia errônea, a ideologia mais cafajeste do futuro promissor comprado pela entrega das vidas e mentes a um sistema educacional torto, falido. Já era velho e antiquado quando funcionava. Agora nem funciona mais...
 
Esse Sir Ken Robinson é muito espirituoso! Até parece stand up comedy, mas engraçado.

Um dos pontos que mais me fizeram refletir é sobre a herança do sistema educacional dada pela Revolução Industrial. Não é a toa que engenheiros e advogados têm mais status do que historiadores e bacharéis em letras. O sistema favorece quem é formado para o mercado. E hoje nós temos essa situação em que o profissional com ensino superior enfrenta o desemprego ou trabalhos que não tem nada a ver com sua formação, ou precisa de mestrado ou doutorado pra obter uma vaga que precisava de menos graus.

Cada vez mais não se precisa de tantos advogados, médicos e engenheiros. Enquanto isso, faltam pedagogos e filósofos. Será que um dia os pedagogos ganharão, em média, mais que médicos?

E mesmo nas artes existe uma distinção de nobreza. Pintura lá em cima e dança lá em baixo. Enquanto isso, quadrinhos não são literatura e skate não é esporte. Vai entender...

Como ele disse, o sistema educacional forma professores universitários! Uns colegas meus diziam que quem sabe ensinar vira professor, porque se soubesse fazer virava engenheiro.
 
Certo, as escolas matam a criatividade. Pode até ser, mas quem disse que as escolas foram criadas para promover a criatividade? É uma crítica superficial, porque se antes a produção social precisava de engenheiros em maior quantidade, hoje a sociedade da informação precisa justamente desse tipo de gente que o Rubens Paiva menciona. Não é meio estranho? Se vamos fazer uma crítica real da situação, precisamos refletir em nome do que as escolas vem sendo criticadas no momento: uma crítica da crítica...
Além disso, ninguém pode exigir que se forme milhares de inovadores todos os anos. A meu ver essa é uma expectativa mais desumana que esperar que todo mundo entenda matemática e línguas.
 
As escolas no Brasil são, antes de qualquer outra coisa, centros de ocupação de tempo, infelizmente.

As Universidades, em muitos pontos, também não diferem.

A questão da criatividade é suplantada pelos planos de ensino enfiados goela abaixo e pelas diretorias completamente alienadas, que pensam somente em números e em cumprir os cronogramas.
 

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