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A grande treta das passagens da 123 Milhas

dermeister

Ent cara-de-pau
Certeza que muitos estão acompanhando a Grande Treta da 123 Milhas que deixou na mão os clientes que compraram, em promoção, passagens com partida entre setembro e dezembro dessa ano.

As promoções era atraentes e as passagens eram baratas *mesmo*, bom demais para ser verdade ou sustentável, e o esquema só funcionou por um tempo porque o negócio da empresa é (era?) vender passagens aéreas com muita antecedência e partida flexível (um dia antes ou depois de uma data de referência) para o cliente final mas só comprá-las, usando programas de milhas de outros clientes, mais perto dessa data. Na prática a passagem vendida podia nem mesmo existir e a empresa confiava que ela apareceria antes da partida ... não me parece necessariamente uma pirâmide, pode ser só um poliedro convexo com quatro faces triangulares compartilhando um ponto comum e uma base quadrada mesmo :rofl:

Alguém aqui teve passagens canceladas? Não estamos em um período de muita viagem por aqui (exceto ficar pulando entre Jaraguá e Curitiba rs), pura influência da peste e uma reforma grande em casa comendo recursos e exigindo presença constante, então meio que estive por fora de todo o hype com eles.


Estava para postar isso aqui na semana passada mas fui enrolando e juntando matérias sobre o ~causo~pra citar, então segue uma pequena coletânea delas até agora:

- Dia 18/08, a empresa cancela todas as passagens vendidas para setembro e até o final do ano, supostamente oferecendo um reembolso atualizado em 150% do CDI (matéria, mirror);

- Logo ficou claro que o reembolso não só era em vales, mas como esses também eram picotados em parcelas de R$ 500,00, o que basicamente obriga a pessoa a comprar mais passagens da mesma empresa para usá-los (matéria, mirror);

- No Sábado (19), os ministérios do Turismo e da Justiça anunciam medidas para investigar a empresa através da Senacon (matéria, mirror). (outra matéria, mirror);

- No domingo (20), a Instituto Brasileiro de Cidadania entra com um processo judicial exigindo bloqueio das contas da empresa para garantir o pagamento aos credores (matéria, mirror);

- Na segunda (21/08), a CPI das pirâmides financeiras começa a investigar o caso (matéria, mirror) (outra matéria, mirror);

- Advogados explicam que os clientes lesados não precisam aceitar os vales e que a empresa é obrigada a devolver as passagens em dinheiro, eventualmente cobrindo perdas e danos também (matéria, mirror);

- Ainda na segunda, o secretário nacional do consumidor compara o caso com uma pirâmide em uma matéria da CNN (mirror): “Sem querer antecipar, mas, nesse aspecto [de pirâmide], é aquela velha história: se tem pelo de gato, rabo de gato, focinho de gato, orelha de gato e mia… provavelmente é gato”. :gato:

- O Ministério do Turismo suspenda da 123 Milhas de um programa de empréstimos subsidiados e coloca-a sob investigação (matéria, mirror);

- O PROCON de SC notifica a empresa solicitando esclarecimentos (notícia, mirror);

- Ainda na segunda, uma matéria da Folha (mirror) faz um bom resumo da situação: confirma que a empresa não pretende devolver o dinheiro ("Procurada, a 123milhas disse que o dinheiro não será devolvido e que a única forma de ressarcimento será por meio do vale-compra") e entrevista advogados que recomendam às vítimas entrar com processos judiciais;

- PROCON de Florianópolis também notifica a 123 Milhas (matéria, mirror);

- Na quarta-feira, 23/08, uma juíza concede tutela antecipada obrigando a 123 Milhas a emitir as passagens de um cliente que havia comprado um bilhete para 01/09. (matéria, mirror);

- Na quarta-feira, 23/08, a CPI das pirâmides financeiras aprova as quebras de sigilo bancário e fiscal da 123Milhas. (matéria, mirror);

- Na quinta-feira, 24/08, outro juiz, dessa vez em SP, concede liminar obrigando a 123 Milhas a emitir as passagens que um cliente comprou para o feriado de 07/09 (
matéria, mirror);

- Ainda na quarta, a Justiça de SP bloqueia R$ 45k das contas da empresa para garantir a devolução das passagens de um cliente (matéria, mirror);

- Matéria da Seu Dinheiro (mirror) resumindo os eventos até 24/08;

- Matéria da Folha (mirror) de 24/08 traçando um perfil dos sócios e uma análise do modelo de negócio da empresa;

- Após receber uma resposta insatisfatória, o PROCON de SP instaura um procedimento para investigar a 123 Milhas (matéria, mirror);

- Dia 25/08 a Justiça do RJ dá prazo de 5 dias para que a empresa apresente garantias para o ressarcimento dos consumidores lesados; o Procon pede o bloqueio de R$ 5M e indenizações por dano moral de R$ 1M. matéria (mirror), outra matéria (mirror);

- E, por fim, a CPI convocou os sócios (mirror) para depor na próxima terça-feira (29/08).
 
A treta continua. Eu não sabia que essa HotMilhas (que tem uns anúncios bem gritantes em aeroportos também) era parte da 123 Milhas e bom, o esperado aconteceu hoje:

Aeroin disse:
HotMilhas suspende a venda, compra e pagamento de milhas aéreas, seguindo a 123 Milhas
Por Carlos Martins -
27 de agosto de 2023

A subsidiária da 123 Milhas, a HotMilhas, seguiu a matriz e entrou em colapso, suspendendo as negociações com milhas aéreas. Ao entrar no site da empresa mineira, que também é do mesmo grupo financeiro da MaxMilhas, se observa o aviso “Atenção! As vendas de milhas estão temporariamente suspensas“.
Desde ontem, o AEROIN tem recebido vários relatos de pessoas que tinham vendidos suas milhas pelo site, e não estavam recebendo os pagamentos no prazo devido.
Como falado antes, com a crise gerada pela 123, as empresas irmãs Max e Hot poderiam ir no mesmo caminho do colapso. E, pelo fato das três terem praticamente 100% do mercado de comércio de milhas aéreas no país, poderiam resultar num colapso do setor.
Nenhuma justificativa ao público foi dada e nenhuma orientação adicional foi passada pela HotMilhas – e nem para as empresas irmãs 123 Milhas e Max Milhas.
Fonte (mirror)
 
A treta continua: segundo essa matéria de agora a pouco do G1 (mirror), parece que a subsidiária demitiu todos os funcionários de ontem pra hoje.

Trecho relevante:
G1 disse:
Funcionários da 123 Milhas, que anunciou, na última semana, a suspensão de pacotes e da emissão de passagens de sua linha promocional, relatam demissão em três setores da empresa: recompra, promo e emissão.
Uma fonte que preferiu não se identificar afirmou que, ao menos, centenas de pessoas já foram desligadas. Ainda, segundo funcionário, os gerentes de cada setor ficaram responsáveis por anunciar a demissão, que aconteceu às 9h desta segunda-feira (28).
O g1 entrou em contato com a 123 Milhas e aguarda retorno. O Ministério Público do Trabalho (MPT/MG) também foi procurado pela equipe de reportagem.
 
Ainda bem que raramente uso avião, mas não escondo que tinha um certo carinho pela ferramenta de pesquisa dessa empresa.
 
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Folha de S. Paulo disse:
123milhas pede recuperação judicial e declara dívidas de R$ 2,3 bilhões
Empresa já tinha feito demissões e anunciado uma reestruturação nesta segunda

29.ago.2023 às 15h32
Atualizado: 29.ago.2023 às 17h35


Daniele Madureira
São Paulo



A 123milhas, plataforma de turismo, entrou com pedido de recuperação judicial, nesta terça-feira (29), na 1ª Vara Empresarial de Belo Horizonte. Na ação, a empresa declara dívidas de R$ 2,308 bilhões.

Se um pedido de recuperação judicial é aceito, a companhia consegue evitar a cobrança de dívidas e ganha tempo para organizar um plano de pagamento. A empresa pede a suspensão pelo prazo de 180 dias de ações de credores e consumidores que tenham ido à Justiça após a interrupção de serviços.

Nesta segunda (28), a 123milhas anunciou uma reestruturação, com corte de pessoal. O número de demissões não foi informado, mas a Folha apurou que são cerca de 200 desligados. A empresa suspendeu ainda o site HotMilhas, de venda e compra de milhas aéreas.

O pedido de recuperação judicial é assinado por advogados dos escritórios TWK e Bernardo Bicalho. A ação abrange também a HotMilhas e a holding Novum, dona da 123milhas.

Entre as justificativas apresentadas pela companhia, a defesa capitaneada pelo advogado Joel Luis Thomaz Bastos destaca os postos de trabalho gerados pelas duas empresas —427, no total—, além de "centenas de empregos indiretos".

Na petição, os advogados afirmam que a empresa não tem conseguido honrar com a entrega dos pacotes promocionais —que envolvem passagens e estadias sem data definida. O plano Promo123 foi suspenso no dia 18 de agosto.

De acordo com dados da 123milhas listados na petição inicial, o produto corresponde a apenas 5% do total de clientes, que somam, no total, 5 milhões ao ano. Segundo a companhia, para ser viável, o produto deveria ter participação maior nos negócios.

Com a crise após a interrupção dos pacotes, os advogados afirmam que houve "grande comoção".

"Com isso, de fato, a credibilidade destas [empresas] diminuiu, acarretando o rompimento de contratos e a corrida de entidades para ajuizarem ações judiciais com pedidos liminares [provisórios] de bloqueios de valores, que podem ser fatais", escrevem.

A defesa da 123milhas diz na ação que apenas na capital mineira, onde a empresa tem sede, são ajuizadas, em média, quatro ações por hora contra a plataforma de turismo.

De acordo com o relato da companhia à Justiça, outro fator que levou à crise é a alta dos preços das passagens cobrado pelas companhias aéreas. A 123milhas afirma que, com a retomada das atividades no pós-pandemia, ela esperava a queda dos preços —mas ocorreu exatamente o contrário.

Conforme especialistas ouvidos pela Folha, houve a alta do preço do combustível de aviação, ao mesmo tempo que as dívidas das aéreas tiveram de ser renegociadas no pós-pandemia, o que elevou o nível de endividamento das empresas.

Os advogados afirmam ainda que a Azul rescindiu um contrato que lhe dava vantagens competitivas aos preços das passagens. Fora isso, alega que sofreu com a alta taxa de juros sobre as suas dívidas.

"Não é surpresa uma empresa da área de turismo, que foi uma das mais afetadas durante a pandemia, peça recuperação judicial", diz o advogado Filipe Denki, da Lara Martins Advogados, especialista em recuperação judicial. "Toda a cadeia sofreu muito nos últimos anos e agora a crise emerge."

As turbulências na 123milhas começaram com o anúncio do fim das passagens e pacotes promocionais.

Fundada em 2016 em Belo Horizonte pelos irmãos Ramiro Julio Soares Madureira e Augusto Julio Soares Madureira, a 123milhas também é dona da Maxmilhas, adquirida em janeiro deste ano.

A operação cresceu tão rápido que, em 2021, a empresa se tornou o maior anunciante do país, com aporte de R$ 2,37 bilhões na compra de espaço publicitário.

O montante dava direito a globais e astros sertanejos como garotos-propaganda e presença garantida nos "fingers" (corredores que ligam o salão de embarque ao avião) de aeroportos em todo o país.

No ano passado, de acordo com o ranking Agências & Anunciantes, anuário publicado pelo jornal Meio & Mensagem, a 123milhas foi o segundo maior anunciante, com investimentos de R$ 1,28 bilhão.

Segundo uma fonte do setor de turismo, que prefere manter o anonimato, o erro da 123milhas foi seguir os passos do Hurb, antigo hotel urbano, e dar início, durante a pandemia, à venda de passagens e pacotes "flexíveis" (sem data definida e, por isso, mais baratos).

Conforme já apontado pela Folha, especialistas consideram este modelo de negócio de altíssimo risco, uma vez que não é possível prever os preços das passagens.

Em todo o mundo, as companhias aéreas só podem emitir bilhetes dentro de um prazo máximo de 320 dias, por considerarem que diferentes fatores são capazes de impactar o preço dos bilhetes: o câmbio, o preço dos combustíveis, os tributos, a situação macroeconômica local ou global.


Recorde de reclamações

A empresa bateu o recorde de reclamações no site Reclame Aqui. Até o último domingo (27), foram 42.246 queixas — mais do que a empresa observou em todo o ano de 2021 (36.085).

O pico de queixas contra a 123milhas ocorreu em 19 de agosto, um dia depois do anúncio de suspensão das vendas, quando a empresa registrou 3.415 reclamações no site. Até então, a 123milhas estava muito bem avaliada junto ao Reclame Aqui, com alto índice de respostas e resolução de problemas. Agora, a reputação da empresa aparece "sob análise" no site.

Já no ano passado, a 123milhas viu o montante de clientes descontentes com o serviço mais do que dobrar, de 36.085 para 75.867. Entre as queixas mais comuns ao longo do ano passado e deste ano estão "estorno do valor pago" e "propaganda enganosa".

O site Reclame Aqui também observou um pico de reclamações contra a HotMilhas, a primeira empresa dos irmãos Soares Madureira no negócio de turismo, fundada antes da 123milhas.

De acordo com o site, no acumulado de 1º de janeiro a 27 de agosto deste ano, foram 2.038 queixas contra a HotMilhas, que já superam as 1.878 registradas no ano passado. As reclamações mais comuns são "não recebimento do pagamento" e "problemas na utilização de pontos e milhas".
Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/08/123milhas-pede-recuperacao-judicial.shtml (mirror)



Ainda bem que raramente uso avião, mas não escondo que tinha um certo carinho pela ferramenta de pesquisa dessa empresa.

Eu nem tinha reparado, mas até que ela funciona bem mesmo! Usei para simular uma viagem de trabalho que tenho daqui a dois meses, com uma combinação bem cascuda de voos e intervalos de conexão impossíveis, que me deu um baita trabalho para acertar "manualmente" com a agência da empresa e a opção ótima era a segunda listada ... excelente, tirando o detalhe de que as passagens não existem :lol:
 
E parece que voltaram parcialmente atrás na suspensão dos estornos, meio que de carona numa decisão sobre resgate de investimentos no BB. Os clientes continuarão pagando pelos valores estornados, mas esses irão para um depósito judicial e não para a conta da 123. Detalhes nessa matéria de ontem na Valor:

Valor Econômico disse:
Justiça suspende decisão que obrigava clientes da 123milhas a continuar pagando pacotes cancelados
Desembargador da 21ª Câmara Cível Especializada do Tribunal de Justiça de Minas Gerais proferiu a decisão nesta segunda-feira (16)

Por Cibelle Bouças, Valor — Belo Horizonte
16/10/2023 20h14 Atualizado há 11 horas




O desembargador Alexandre Victor de Carvalho, da 21ª Câmara Cível Especializada do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, suspendeu a decisão da semana passada que obrigava os clientes do grupo 123milhas a continuar pagando parcelas no cartão de crédito de compras de pacotes de viagens já suspensos pelo grupo. O desembargador atendeu a um agravo de instrumento interposto pelo Banco do Brasil.

A decisão proferida nesta segunda-feira (16) suspende o repasse dos chargebacks (estornos) das operações com cartão de crédito à 123milhas.

“Deve ser suspensa a ordem de entrega direta às empresas devedoras dos valores oriundos de chargebacks não processados pelas operadoras de meios de pagamento, tendo em vista a gravidade e a irreversibilidade dos danos que tal medida poderá ocasionar aos interesses de centenas de milhares de credores do pedido de recuperação judicial”, afirmou o desembargador Alexandre Victor de Carvalho na decisão.

Na decisão da semana passada, o juízo havia considerado que o estorno (chargeback) de parcelas não processadas de pagamentos com cartões de crédito representaria uma vantagem para parte dos credores da 123milhas em relação aos demais que estão sujeitos às regras da recuperação judicial.

Também ficou definido, na semana passada, que as operadoras de cartões de crédito deveriam deixar de fazer repasses ao Banco do Brasil, para passar a fazer depósitos diários dos recursos em conta bancária que seria apresentada pelo grupo 123milhas. Isso porque o Banco do Brasil fez um contrato de concessão e aquisição de direitos creditórios de vendas de cartão de crédito do grupo. O BB é o maior credor da 123milhas. Ainda ficou definido que o BB faria o estorno em cinco dias dos valores referentes ao resgate de aplicações financeiras, sob pena de multa diária de R$ 10 mil.

Em relação à suspensão de repasses das operações com cartão de crédito, o desembargador afirmou em sua decisão de hoje que “tais recebíveis pertencem ao Banco do Brasil, o que revela a inexistência de plausibilidade no pedido de suspensão de repasse formulado dos recebíveis pelas empresas”.

Em relação ao estorno por parte do BB de valores referentes às aplicações financeiras do tipo Cédula de Crédito Bancário (CCB), que deveria ser feito no prazo de cinco dias, o desembargador disse que “a CCB tem natureza de mera garantia, já que o seu pagamento, em regra, deve ser feito em dinheiro, sendo somente possível a utilização das quotas do fundo de investimento para amortização do saldo em caso de inadimplemento. Logo, a princípio, referidos títulos de crédito possuem natureza concursal e se sujeitam aos efeitos da recuperação judicial”.

O desembargador determinou que os créditos dos investimentos CCBs e dos chargebacks “sejam depositados em conta judicial até que sobrevenha luz ao presente caso, notadamente a constatação prévia anteriormente determinada por este relator”.

O desembargador lembrou que a recuperação judicial está suspensa temporariamente, enquanto é feita a constatação prévia do pedido. “Só após tal análise, caso se decida pela plausibilidade da recuperação judicial, é que serão examinados os créditos CCBs e chargebacks, além de outros aspectos, tais como administradores judiciais”, disse.

O desembargador Alexandre Victor de Carvalho determinou ainda que “a parte agravada restitua imediatamente ao Banco do Brasil quaisquer valores que lhe sejam repassados pelas credenciadoras que se refiram aos recebíveis de cartão de crédito”.

Fonte: https://valor.globo.com/empresas/no...-a-continuar-pagando-pacotes-cancelados.ghtml (mirror)
 

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