“Já faz tempo que parei de inventar (...): Eu fico esperando até ter a noção do que realmente aconteceu; ou até a coisa toda ‘escrever-se’. Então, embora eu soubesse por anos que Frodo ingressaria em uma ‘aventura na floresta’ em algum lugar ao longo do Grande Rio, eu sequer teria me lembrado de inventar ents. Enfim eu cheguei ao ponto em que escrevi o capítulo ‘Barbárvore’ sem qualquer lembrança de ter tido algum pensamento anterior sobre ents: exatamente como agora. Então eu percebi, é claro, que a coisa não aconteceu a Frodo, desse modo.“ (Letters, p. 231, n.º 180)
Os rascunhos em The History of Middle-earth confirmam que o diálogo entre Sam e Ted fora composto muito antes da própria entrada dos ents na história (Return of the Shadow, 253-254; Treason of Isengard, 411-414). Então, Tolkien não poderia tê-los em mente quando escreveu o diálogo, além do que deve ter sido, originalmente, um elemento vago, fantástico e aleatório. Por outro lado, quando ele diz algo a respeito de Tom Bombadil, que também tomou parte na história bem cedo: “Eu não o deixaria entrar se ele não tivesse alguma função, qualquer que fosse.” (Letters, p. 178) A implicação é clara: tudo o que foi preservado nos primeiros capítulos da história, foi preservado por alguma razão. Quando ele fez isso com o diálogo entre Sam e Ted, ele deve ter-se dado conta de quão sugestiva a coisa toda era. Mas como isso se encaixa com as especulações obscuras expressadas em suas cartas, não é claro (a menos que depois ele tenha mudado de idéia).